sábado, 30 de agosto de 2008

O VAZIO DOS SONHOS - DECEPCIONADOS PARTE 04

Estou espantado com o que aconteceu ao Brasil. Parece que os sonhos foram roubados. Os muitos ideais que marcaram as últimas gerações desaparecem subitamente como a névoa ante o incidir implacável do sol da manhã. Bem ou mal, em tempos passados, a gente via o mover irrequieto de ondas de esperança agitando a sociedade brasileira e a igreja. 

Acompanho a igreja desde a década de 80, portanto, lembro das propostas de integralidade ministerial através do clamor para que a fé fosse vivida no seu todo, buscando ocupar espaços para a missão evangelizadora no mundo secular, da tentativa de oferecer um referencial cristão novo e desafiador para o mundo; e que sonhou com a possibilidade de que a mensagem bíblica da unidade da igreja pudesse ser praticada. 

Os fatos, porém foram outros. De um lado o movimento pentecostal e da renovação carismática, tomou rumos estranhos. Um lado se tornou legalista e comportamentalista. Um outro lado optou por um intimismo espiritual irracional que conseguiu ser superficial e, muitas vezes, vizinho da maluquice.

Já o movimento da Missão Integral da Igreja, gerou bastante material reflexivo e produziu uma geração que sabe muito, mas que, na maioria das vezes, não consegue transformar em missão aquilo que diz saber ser imprescindível na prática da fé. Muitos dos discípulos daquele projeto estão hoje deprimidos, sabendo o que deve ser feito, mas incapacitados por razões diversas, de realizar o que sabem. Admitem isso, em seus sites e blogs, dizendo que estão cansados, desanimados e frustrados. Decepcionados com pessoas e entidades evangélicas, que acreditavam. 

Por último, eu diria que o movimento pela unidade visível acabou sendo vítima de si mesmo. Pessoalmente, fico perplexo quando vejo as mais lindas palavras de ordem do clamor pela unidade serem esvaziadas de seus conteúdos e enchidas com valores totalmente contrários ao evangelho do Senhor Jesus.

Unidade que biblicamente significa a vivência do amor generoso que respeita e afirma diferenças, mas que converge fraternalmente para a prática da missão que nos é comum, tendo a Palavra da Verdade como elo vinculador, foi transformada em imperativo estratégico, motivado pela necessidade de mostrar força política que impressione a sociedade, a mídia, os políticos e os que podem dar e receber em eventuais negócios com aqueles que se acham os “donos de igreja”. 

Corpo de Cristo, que no Novo Testamento encerra a idéia de organicidade carismática e de vinculação essencial uns aos outros pelo Espírito Santo e seus dons, acabou virando senha maçônica-evangélica, palavra de ordem que caracteriza a entrada ao corporativismo da religião, onde valores, princípios, verdade e coerência não têm nenhuma importância. Alguém pode pensar: Será que está tudo perdido? Como tirar esperança do caos? Sobre isto, eu quero falar na próxima postagem.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

VENCENDO OS ESTIGMAS DA VIDA

O termo "estigma" surgiu na Grécia Antiga, para se referir aos sinais do corpo que os gregos interpretavam como algo mau daquela pessoa. Assim negativamente marcada, a pessoa deveria ser evitada, especialmente em lugares públicos.
Hoje em dia é considerado estigma qualquer marca diferencial, e não somente do corpo de uma pessoa.Estigmatizar é, como colocar um rótulo em alguém. Pode-se rotular uma pessoa a partir de um defeito físico, a gordura ou magreza, a cor da pele, a estatura, o modo de falar, andar, vestir, se é canhota. Qualquer traço que fuja dos padrões "normais", pode levar um grupo social a discriminar, rejeitar ou excluir uma pessoa ou grupo. No livro de Gênesis capítulo 49, o patriarca Jacó, sentindo que estava próximo de sua morte, chama os seus filhos, para pronunciar sobre eles sua benção. Quando chega a vez de Simeão e Levi, em vez de abençoá-los, ele diz as seguintes palavras no versículo 7: "Maldita Cólera que os levou à violência, maldito furor que os conduziu à crueldade! Hei de dispersá-los em Jacó, hei de espalhá-los em Israel". Já pensou nisto? As últimas palavras de um pai para seus filhos. Acredito que aqueles palavras, os marcaram profundamente. Quando lemos o capítulo 34 de Gênesis, entendemos porque Jacó disse aqueles palavras a eles. Simeão e Levi, fizeram um massacre covarde em uma vila, com a justificativa de que, estavam limpando a honra de sua irmã Diná, que havia sido deflorada por moço chamado Siquém. Quando Jacó morreu, toda a sua família estava morando, na terra do Egito, trazidos para lá através de José. Ficaram lá, cerca de 400 anos. Imagine isso. Durante 400 anos, foram passando de pai para filho, geração para geração, através do ensino oral, aquelas últimas palavras de Jacó para aquelas duas tribos. Enquanto outras tribos haviam recebido palavras de benção, eles receberam de maldição. Aquilo certamente era um estima, uma marca negativa na vida deles. Quem sabe, diziam uns para os outros: "Nós somos uma tribo amaldiçoada". Não resta muita espectativa para nós. Quando terminou o cativeiro no Egito, através de Moisés, aconteceu algo. Enquanto Moisés estava no Monte Sinai recebendo as tábuas da lei, o povo adorava um bezerro de ouro. Quando desceu do Monte e viu a cena, ele quebrou as tábuas da lei. No capítulo 32, versículo 26 de Êxodo, está escrito a seguinte frase:" Moisés, pôs-se de pé à entrada do acampamento e exclamou: Venham a mim todos aqueles que são pelo Senhor!". Sabe qual tribo atendeu ao apelo? A tribo de Levi. Está escrito que todos os filhos de Levi se juntaram em torno dele. Pouco tempo depois, uma dentre as 12 tribos, foi escolhida uma para ser a tribo sacerdotal. Sabe qual foi a tribo escolhida? Levi. O estigma havia acabado! Agora, eles não eram mais uma tribo que carregavam o trauma de ser uma tribo de amaldiçoados, antes agora, eles eram uma tribo abençoada, que levaria diante do Senhor a Arca da Aliança. Estou lembrando dessa passagem bíblica, não para dizer que sou a favor da doutrina da "quebra de maldição", nem da "onda levítica", em voga no meio evangélico. Não, muito pelo contrário. Eu citei esta passagem, para deixar uma mensagem para você, que carrega em seu corpo ou na sua mente, algum trauma, estigma ou marca negativa na vida. Seja ela, resultado de alguma palavra dirigidas a você ou de fatos que lhe marcaram negativamente. Isto não importa mais, você pode e deve se ver livre disto. Mas como? Simplesmente aceitando o que Jesus já fez por nós na cruz. Lembra quando colocaram uma coroa de espinhos na cabeça dele. Espinhos na Bíblia fala de maldição. Quando Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, Deus disse que a terra era maldita por causa deles, que produziria a partir daí, espinhos e cardos. Aqueles espinhos na cabeça de Jesus, demonstravam que na cruz do calvário, Ele quebrou todas as maldições. Basta você aceitar, crer e confiar. Não precisa fazer corrente de quebra de maldição. Não precisa entrar na fila do sal grosso. Não precisa ir em sessões de descarrego. Assim, como aconteceu com a tribo de Levi, Jesus nos fez também sacerdotes. A Reforma Protestante, trouxe o conceito de sacerdócio universal dos crentes, que aliás, anda meio esquecido hoje. "Está consumado", Jesus clamou na cruz. Na língua grega essa palavra significa Tetelestai, ou seja "Está Pago". Você é de Deus. Você é de Jesus. Creia e receba isto. Amém.