Vi o recente debate na blogosfera sobre a Bíblia Dake, onde as postagens viraram um fórum de debates, com muitos comentários. Um dos papéis dos blogues é justamente esse, de informar e permitir o debate.
Não sou contra adquirir tais exemplares. Poderia até comprar a Dake como fonte de pesquisas, mas sinceramente, não está dando mais para acompanhar o mercado editorial gospel. É tanto lançamento! Bíblia de Estudos NVI, Batalha Espiritual e Vitória Financeira, Bíblia de Estudo do Líder Pentecostal, e etc.
Eu mesmo possuo várias, sendo a primeira que comprei, a Bíblia Vida Nova em 1987, depois vieram: Scofield, Thompson, Pentecostal, Genebra, Plenitude, Bíblia do Obreiro. Depois de algum tempo, sem comprar nenhuma, adquiri a Bíblia de Jerusalém (católica) e o Novo Testamento versão King James.
Antes da Dake, me lembro de ter lido comentários contrários também com relação a Bíblia NVI. Mas na Scofield, e nos comentários de R. N. Champlin, também há coisas bem polêmicas. Eu particularmente não tenho a NVI, mas li os comentários dos outros dois citados. Champlin é universalista, e defende a reencarnação. Na Scofield, no texto de I Samuel 28, diz que quem apareceu para o rei Saul era o profeta Samuel. Só por aí, já dá para ter noção do tamanho da encrenca.
Os crentes primitivos não tinham Bíblias, no formato como o temos hoje, me ponho a pensar o que Paulo diria se chegasse a Éfeso ou Corinto e encontrasse um mercado de Bíblias como os nossos mercados ocidentais modernos. E mais: O que Jesus faria. O que pensariam? Diriam que é uma benção? Ou veriam a coisa toda como perversão, trocando a expectativa de guardar a palavra no coração pelo seu uso na prateleira, na estante ou debaixo do braço?
O fato é que a Bíblia, à parte do nome J-e-s-u-s, é o 2º melhor negócio da religião cristã. Isso porque na realidade, o nome Jesus é a grife mais lucrativa da história, e o próprio Jesus insinuou que assim seria, quando afirmou muitas vezes o que se faria “em seu nome”. Sim! Disse Ele que Seu nome seria usado e abusado, até ao ponto de fazer cumprir a palavra sobre os que, usando Seu nome, nunca foram, todavia, por Ele conhecidos.
O mais importante é que as pessoas, voltam a ler a Bíblia, ao invés de apenas adquiri-la. Eu, reconheço que muitas Bíblias modernas têm sua utilidade nas ferramentas que oferecem como ajuda à leitura, possuindo as que eu citei acima na postagem. As Bíblias com comentários, quando são edições denominacionais [ou seja: publicadas por uma igreja ou denominação religiosa], em geral trazem as doutrinas do grupo já sistematizadas, de modo que a pessoa nem mesmo tem a chance de ler a Bíblia sem tais condicionamentos prévios.
Sinto saudades do tempo em que a questão não era em que Bíblia se leria, mas apenas onde encontrar uma ou qualquer Bíblia. As tristes constatações que vemos hoje em dia, é que nunca se vendeu tanta Bíblia como hoje, mas paralelamente, nunca se leu tão pouco a mesma.
SEJA BEM VINDO. Este blog nasceu da vontade de poder compartilhar, pensamentos e reflexões sobre os acontecimentos atuais e a aplicação da Palavra de Deus a nossa vida.A escolha deste título para o meu blog, foi porque acredito que se não for para vivermos o Evangelho de Cristo conforme Ele viveu e ensinou, nada vale a pena. INDIQUE ESTE BLOG A MAIS ALGUÉM E DEIXE UM COMENTÁRIO JUNTO A MATÉRIA QUE PORVENTURA TENHA GOSTADO.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
O ANTÍDOTO PARA O DESÂNIMO PÓS-MODERNO
Há caminhos alternativos que podem suavizar a desesperança que se espalhou.
É possível abandonar a lógica dos grandes projetos, das megalomanias, dos messianismos. As antigas propostas globais de mudança precisam ser redimensionadas para pequenas iniciativas. Antes de querer mudar o planeta, devemos cuidar dos quintais. Para enfrentar o aquecimento global, mudar hábitos cotidianos, como poupar água com banhos rápidos, não abusar do automóvel e, sempre que possível, usar transporte público e até bicicleta. Na política, participar dos conselhos de bairro, envolver-se no chamado Terceiro Setor e nas pequenas ações de desenvolvimento comunitário.
Há uma historinha interessante, bastante conhecida. Um homem caminhava e ao mesmo tempo devolvia para o mar peixes que a maré baixa deixou agonizando na praia. Alguém o repreendeu ao afirmar que seu esforço era inútil e tolo; não faria a menor diferença salvar tão poucos peixes. Ao que respondeu: “Realmente, mas para os que se salvaram, fiz toda diferença do mundo”. Oskar Schindler não acabou com o holocausto, mas fez toda diferença para aqueles que resgatou dos fornos crematórios; Martin Luther King não viu o fim do racismo, mas deu dignidade para os que se inspiraram em sua vida e morte; Madre Teresa de Calcutá não resolveu a miséria da Índia, mas todos que morreram em sua clínica se sentiram amados.
O antídoto para o desânimo pós-moderno é concentrar os esforços nas pessoas e não nos empreendimentos. Os projetos devem servir homens e mulheres, nunca o contrário. As pessoas não podem ser consumidas no fortalecimento das instituições. No caso das igrejas, nenhuma programação, nenhum evento, pode tornar-se um fim em si mesmo. Eles estão a serviço dos indivíduos e só adquirem qualquer sentido quando promovem a vida.
Jesus de Nazaré amou pessoas, viveu numa pequena vila e não diluiu seus esforços com mega eventos. Ele se deu integralmente a doze homens, acolheu os excluídos e nunca se impressionou com o aceno do estrelato. Sua morte transformou-se no mais contundente triunfo. Assim, antes de terminar os dias desiludido, cínico, sem alma; antes de sentir-se derrotado pelo constante avanço da maldade e onipresente perversidade humana, todos precisam aprender a contentar-se com atos singelos, com iniciativas despretensiosas, com feitos simples.
É possível abandonar a lógica dos grandes projetos, das megalomanias, dos messianismos. As antigas propostas globais de mudança precisam ser redimensionadas para pequenas iniciativas. Antes de querer mudar o planeta, devemos cuidar dos quintais. Para enfrentar o aquecimento global, mudar hábitos cotidianos, como poupar água com banhos rápidos, não abusar do automóvel e, sempre que possível, usar transporte público e até bicicleta. Na política, participar dos conselhos de bairro, envolver-se no chamado Terceiro Setor e nas pequenas ações de desenvolvimento comunitário.
Há uma historinha interessante, bastante conhecida. Um homem caminhava e ao mesmo tempo devolvia para o mar peixes que a maré baixa deixou agonizando na praia. Alguém o repreendeu ao afirmar que seu esforço era inútil e tolo; não faria a menor diferença salvar tão poucos peixes. Ao que respondeu: “Realmente, mas para os que se salvaram, fiz toda diferença do mundo”. Oskar Schindler não acabou com o holocausto, mas fez toda diferença para aqueles que resgatou dos fornos crematórios; Martin Luther King não viu o fim do racismo, mas deu dignidade para os que se inspiraram em sua vida e morte; Madre Teresa de Calcutá não resolveu a miséria da Índia, mas todos que morreram em sua clínica se sentiram amados.
O antídoto para o desânimo pós-moderno é concentrar os esforços nas pessoas e não nos empreendimentos. Os projetos devem servir homens e mulheres, nunca o contrário. As pessoas não podem ser consumidas no fortalecimento das instituições. No caso das igrejas, nenhuma programação, nenhum evento, pode tornar-se um fim em si mesmo. Eles estão a serviço dos indivíduos e só adquirem qualquer sentido quando promovem a vida.
Jesus de Nazaré amou pessoas, viveu numa pequena vila e não diluiu seus esforços com mega eventos. Ele se deu integralmente a doze homens, acolheu os excluídos e nunca se impressionou com o aceno do estrelato. Sua morte transformou-se no mais contundente triunfo. Assim, antes de terminar os dias desiludido, cínico, sem alma; antes de sentir-se derrotado pelo constante avanço da maldade e onipresente perversidade humana, todos precisam aprender a contentar-se com atos singelos, com iniciativas despretensiosas, com feitos simples.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
LEMBRANÇAS ASSEMBLEIANAS
Esse último sábado dia 30/01/2010, enquanto assistia aos programas “Voz das Assembléias de Deus”, do Pr. Samuel Câmara e logo depois o “Movimento Pentecostal do Pr. José Wellington, uma pessoa da minha família, que estava junto, disse: “Parece que a Assembléia de Deus está ficando muito política”. Essa pessoa não está por dentro do que rola nos bastidores convencionais da denominação, disse isso, apenas vendo os dois programas televisivos, mas acertou em cheio no problema.
Isso me levou em uma viajem no tempo em minha memória. O ano era 1981, portanto há 29 anos atrás. No início daquele ano eu e minha família, vindas do catolicismo e com uma pequena passagem de 1 ano e meio entre os Testemunhas de Jeová, adentramos pela primeira vez em um templo da igreja Assembléia de Deus. Eu tinha 12 anos, mas como graças a Deus, tenho uma boa memória, me lembro bem dos fatos. No fim daquele mesmo ano, recém completado 13 anos, fui juntamente com meus pais batizado nas águas. Me lembro da igreja naquela época, as mulheres casadas ou solteiras com seus longos cabelos, muitas nem as pontas tiravam. Todas de saias ou vestidos, calça-comprida, nem pensar!
A televisão era a “caixinha do demo”, o membro da igreja que a possuísse era disciplinado (ou seja, excluído). O meio de comunicação que os crentes assembleianos usavam era o rádio, que até a década de 50, havia sido proibido também. O pessoal na minha região (os programas eram em onda curta, sendo transmitidos para todo o país) gostavam de sintonizar o aparelho na rádio Marumby de Curitiba de propriedade do grupo Matheus Iensen. O ensino teológico não era visto com bons olhos, por muitos pastores e obreiros, apesar do pioneirismo de seminários como o IBAD. Na igreja que eu congregava, o único curso teológico disponível era o da EETAD, iniciativa do saudoso missionário Bernard Jonhson. Eu mesmo fiz o curso entre os anos de 1989 a 1992.
Mas voltando a frase do início do texto, dizer que “agora” é que está havendo política eclesiástica na Assembléia de Deus, é ingenuidade. Faz anos que há. A diferença hoje, é que o dinheiro que rola é grande em relação aos anos 70, 80 e até 90. Cantores e pregadores já cobravam suas ofertas há vinte anos atrás. Mas agora, o fazem de forma exorbitante e escandalosa. Antes, havia no máximo nas igrejas, um culto de louvor, hoje, virou show mesmo. Os cantores evangélicos são artistas, com raras, bem raras exceções. O povo evangélico é visto por eles e pelas gravadores sejam evangélicas ou seculares, apenas como um “grupo de mercado”.
Os “grandes pregadores”, vivem a repetir chavões triunfalistas, cacoetes, um tremendo besteirol, sem conteúdo bíblico, só com versículos isolados. O duro é que o povo engole e aplaude! Sem contar o rodízio de pastores, que funciona assim: eu vou numa igreja, prego e levanto uma boa oferta, depois o pastor dessa igreja vai na que eu pastoreio e faz o mesmo. É toma-lá-dá-cá.
Se o legalismo diminuiu nos usos e costumes, por outro lado, o fruto do caráter cristão não é ensinado, nem incentivado. Aliás, há pouco ensino bíblico sistemático nas igrejas.
Agora, há vários Seminários, Institutos Bíblicos, Faculdade de Teologia. É moda fazer um curso de teologia, ter um diploma, anel no dedo, de bacharel em teologia, Ciência da Religião, etc. Mas será que estamos lendo a Bíblia, para nosso devocional diário, ou só para procurar textos para pregar?
Bíblias de estudo, há várias, de todos os tamanhos e formatos, mas como disse o pastor Geremias do Couto pelo twitter: "o melhor é voltar a marcar a sua bíblia com os velhos lápis de cor. Faz bem a alma e é melhor do que qualquer Bíblia de Estudo".
Gente, hoje eu desabafei! Mas depois eu continuo...
Isso me levou em uma viajem no tempo em minha memória. O ano era 1981, portanto há 29 anos atrás. No início daquele ano eu e minha família, vindas do catolicismo e com uma pequena passagem de 1 ano e meio entre os Testemunhas de Jeová, adentramos pela primeira vez em um templo da igreja Assembléia de Deus. Eu tinha 12 anos, mas como graças a Deus, tenho uma boa memória, me lembro bem dos fatos. No fim daquele mesmo ano, recém completado 13 anos, fui juntamente com meus pais batizado nas águas. Me lembro da igreja naquela época, as mulheres casadas ou solteiras com seus longos cabelos, muitas nem as pontas tiravam. Todas de saias ou vestidos, calça-comprida, nem pensar!
A televisão era a “caixinha do demo”, o membro da igreja que a possuísse era disciplinado (ou seja, excluído). O meio de comunicação que os crentes assembleianos usavam era o rádio, que até a década de 50, havia sido proibido também. O pessoal na minha região (os programas eram em onda curta, sendo transmitidos para todo o país) gostavam de sintonizar o aparelho na rádio Marumby de Curitiba de propriedade do grupo Matheus Iensen. O ensino teológico não era visto com bons olhos, por muitos pastores e obreiros, apesar do pioneirismo de seminários como o IBAD. Na igreja que eu congregava, o único curso teológico disponível era o da EETAD, iniciativa do saudoso missionário Bernard Jonhson. Eu mesmo fiz o curso entre os anos de 1989 a 1992.
Mas voltando a frase do início do texto, dizer que “agora” é que está havendo política eclesiástica na Assembléia de Deus, é ingenuidade. Faz anos que há. A diferença hoje, é que o dinheiro que rola é grande em relação aos anos 70, 80 e até 90. Cantores e pregadores já cobravam suas ofertas há vinte anos atrás. Mas agora, o fazem de forma exorbitante e escandalosa. Antes, havia no máximo nas igrejas, um culto de louvor, hoje, virou show mesmo. Os cantores evangélicos são artistas, com raras, bem raras exceções. O povo evangélico é visto por eles e pelas gravadores sejam evangélicas ou seculares, apenas como um “grupo de mercado”.
Os “grandes pregadores”, vivem a repetir chavões triunfalistas, cacoetes, um tremendo besteirol, sem conteúdo bíblico, só com versículos isolados. O duro é que o povo engole e aplaude! Sem contar o rodízio de pastores, que funciona assim: eu vou numa igreja, prego e levanto uma boa oferta, depois o pastor dessa igreja vai na que eu pastoreio e faz o mesmo. É toma-lá-dá-cá.
Se o legalismo diminuiu nos usos e costumes, por outro lado, o fruto do caráter cristão não é ensinado, nem incentivado. Aliás, há pouco ensino bíblico sistemático nas igrejas.
Agora, há vários Seminários, Institutos Bíblicos, Faculdade de Teologia. É moda fazer um curso de teologia, ter um diploma, anel no dedo, de bacharel em teologia, Ciência da Religião, etc. Mas será que estamos lendo a Bíblia, para nosso devocional diário, ou só para procurar textos para pregar?
Bíblias de estudo, há várias, de todos os tamanhos e formatos, mas como disse o pastor Geremias do Couto pelo twitter: "o melhor é voltar a marcar a sua bíblia com os velhos lápis de cor. Faz bem a alma e é melhor do que qualquer Bíblia de Estudo".
Gente, hoje eu desabafei! Mas depois eu continuo...
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