quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Apóstolo Valdemiro - O homem que multiplica fiéis




Com esse tema, a revista Isto É na edição 2151 do dia 28 de Janeiro de 2011, publicou uma reportagem especial com e sobre o Apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial, e um dos mais famosos televangelistas da atualidade. Nos dias 9 e 11 de janeiro, quando a reportagem de ISTOÉ acompanhou os cultos na sede mundial da IMPD, no Brás, uma antiga fábrica comprada por R$ 60 milhões em 60 parcelas de R$ 1 milhão, o apóstolo faturou sobre essa exposição em horário nobre. “Ninguém pode dizer que sou um sujeito dotado de uma inteligência, uma sabedoria”, disse Santiago à ISTOÉ, currículo escolar findo no quinto ano do ensino fundamental, mas alinhado em um terno bem cortado, gravata, camisa com abotoaduras douradas e sapatos tamanho 44 impecáveis. “Quem olha a minha vida e faz uma análise não tem como não glorificar Deus.”

De fato, o garoto que perdeu a mãe aos 12 anos e caminhava oito quilômetros por dia para levar marmita para os familiares na roça lidera, hoje, um império religioso que conta com três mil igrejas espalhadas pela América do Sul e do Norte, Europa, Ásia e África e 4,5 milhões de fiéis, de acordo com dados da própria IMPD. Treze anos depois de fundar a Mundial, o homem que gosta de cultivar a fama de matuto mora em um condomínio de luxo em Barueri, na Grande São Paulo, e tem na garagem três carros importados blindados – uma Land Rover, um Toyota e um Peugeot. Motoristas e seguranças particulares estão sempre à sua disposição. Helicópteros e um jato particular também. A Igreja Mundial, por sua vez, tem inaugurado um novo templo por semana e honra, mensalmente, uma despesa em torno de R$ 40 milhões. O dinheiro da igreja vem, principalmente, do dízimo arrecadado. Membros da IMPD estimam receber de doação em seus cultos uma média de R$ 10 por fiel. Há, ainda, envelopes nas cores ouro, prata e bronze. Pastores afirmam que a diferenciação não está diretamente ligada ao valor a ser dado à igreja. Segundo eles, cada tipo de envelope contém uma mensagem diferente. Nesse primeiro mês de 2011, o apóstolo reforçou o pedido por doações argumentando despesas com emissoras de tevê e rádio. “Ano novo, contratos novos e reajustados... Essa semana preciso muito de sua ajuda. Quem pode trazer até terça-feira R$ 100?”, perguntou Santiago. A quantia foi diminuindo à medida que o tempo ia passando. “E uma oferta mínima de R$ 30? Quem puder, fique de pé que o obreiro irá dar o envelope.” É a mística de milagreiro de Santiago a chave de seu sucesso e a responsável pelo fenômeno da multiplicação de fiéis à sua volta. E a televisão amplifica em doses continentais esse poder de comunicação inato do líder evangélico. Atualmente ele ocupa 22 horas diárias na programação da Rede 21, que pertence ao grupo Bandeirantes, ao custo de R$ 6 milhões mensais. Com mais R$ 101 mil por mês, pagos à Multichoice, empresa sul-africana distribuidora de sinal, também está no ar em Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Líbia, Zimbábue e Botswana. Na telinha, o que se vê são os cultos de Santiago em seus templos. Para isso, a performance do pastor é acompanhada, minuto a minuto, por fotógrafo e uma equipe de cinegrafistas, que registram tudo para ser divulgado, além da tevê, no jornal, na revista e na rádio da igreja. Na África do Sul, a Mundial possui uma hora de programação na TV Soweto, ao custo de R$ 59 mil mensais. Em Maputo, a capital de Moçambique, uma tevê e uma rádio já estão sob o domínio da corrente evangélica do ex-roceiro, fissurado, segundo palavras dos próprios membros da igreja, por se comunicar com os súditos via tevê. Afinal, se em um templo como o do Brás o apóstolo consegue falar para 30 mil pessoas, no ar, citando apenas os que possuem antena parabólica no Brasil, ele chega a 25 milhões de lares via Rede 21.
Meu comentário: Tirando alguns erros como alguns dados numéricos meio estranhos como considerar a Mundial com 3,5 milhões de membros e a Universal com 8 milhões, a matéria até que foi interessante. Na minha opinião Valdomiro é uma mistura de Edir Macedo (IURD) com David Miranda (Deus é Amor). Sem dúvida, um fenônemo midiático, que conta na sua retaguarda com pessoas com experiência no meio neopentecostal como Ronaldo Didini, seu atual braço direito, e que também foi pupilo de Macedo, passando depois pela Igreja Internacional da Graça e até pela Assembléia de Deus. A reportagem diz que durante anos, as Igrejas Neopentecostais, tiravam fiéis da Igreja Católica, agora estão tirando entre si. Continua dizendo que Valdomiro tem tirado membros da Universal e da Renascer, entre outras.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A crise no Egito e a obra missionária



O embaixador brasileiro no Cairo, Cesário Melantonio, previu na quinta-feira e acertou em cheio: se os sacerdos muçulmanos (imans) se rebelassem contra a censura prévia do governo e convocassem a população a aderir às manifestação na sexta-feira, dia nacional de preces, o Egito iria pegar fogo. Bingo! Acertou em cheio!
As pessoas saíram das mesquitas e foram às ruas, e a rebelião deixou de ser restrita a jovens e à classe média com acesso à internet e tomou conta da capital e de todas às outras grandes cidades egípcias: Suez, Alexandria, Port Said, Ismailia, Assiut e Sohag.
O governo reagiu duramente, jogando militares e tanques nas ruas, mas não adiantou. "O governo perdeu o controle e a situação degringolou", descreveu o embaixador, que serviu antes na Turquia e na Tunísia e está há nove anos e meio nos três países.
Os manifestantes usavam principalmente duas armas: pedras e fogo. No cairo, incendiaram a sede do partido do ditador Hosni Mubarak, um prédio de cerca de dez andares, próximo à Embaixada do Brasil. Ardeu durante horas sem que os bombeiros chegassem e agissem.
O embaixador diz que o ataque ao prédio explica um dos motivos da rebelião: a falta de canais reais de participação popular. O partido de Mubarak, há 30 anos no poder, conquistou cerca de 95% do Congresso em eleições cuja lisura é sempre questionada.
"Não deixaram uma válvula de escape para o povo", disse Melantonio. Ou seja: não há nem mesmo canais institucionais para que a população extravase a irritação com o governo, contra os preços altos, a falta de empregos e serviços básicos públicos, a opressão política. Só sobrou a rebelião nas ruas.
Perto de 50% dos 80 milhões de egípcios vivem abaixo da linha da miséria, com salários de até US$ 30 por mês, e estima-se que 40% sejam analfabetos.
Segundo o embaixador Cesário, não há ameaça à pequena comunidade brasileira, "que não passa de uma centena de pessoas". São professores, engenheiros, executivos de multinacionais e técnicos ou jogadores de futebol, todos com boa renda e morando em bairros até agora seguros.
Os turistas brasileiros no Egito somam cerca de 15 mil ao ano, mas divididos ao longo de todos os meses. Na sexta-feira, o embaixador não tinha informações sobre quantos estão no país neste momento e acrescentou que não havia nenhum plano para a retirada emergencial de brasileiros.
Por tudo isso, o governo brasileiro reagiu com cautela no início dos protestos, na terça-feira passada, alegando nos bastidores que o Egito tem um regime forte, o Exército mais potente daquela região depois do israelense e bastaria cortar as comunicações por celular e internet para esmagar os manifestantes. Concluía, assim, que o movimento não teria vida longa. Enganou-se.
Na sexta-feira, o ditador Mubarak já era obrigado a fazer pronunciamento pela televisão e trocar todo o seu governo. Mais ou menos na linha: vão-se os aneis e o gabinete, ficam os dedos e o seu mandato.
Brasília o temor compartilha agora com Estados Unidos e Europa o temor de que a crise se alastre por todo o mundo árabe. Começou com a queda do ditador da Tunísia, invadiu o Egito, chegou ao Iêmen e já sacode a Jordânia.
A diferença é que, enquanto a Tunísia é um lindo país de 10 milhões de habitantes no norte da África, pertinho da Europa, o Egito é um país poderoso, militarizado, o líder árabe. Além disso, dos 22 países da Liga Árabe, só dois mantêm relações com o vizinho Israel: justamente o Egito e a Jordânia. E Israel é o principal aliado norte-americano no Oriente Médio.
Washington já perdeu o Irã (de origem persa) há tempos e não pode correr o risco de perder agora o apoio do Egito e da Jordânia, principalmente para regimes religiosos extremistas.
A conclusão é que, se o mundo árabe está em chamas, o mundo todo está quente. E inseguro.

Há quatro cenários possíveis, de acordo com a consultoria de risco político Stratfor. No primeiro, o regime consegue sobreviver, ainda que sem Mubarak. No segundo, são convocadas eleições e um candidato moderado como Mohammad El Baradei vence. No terceiro, também com fim do regime e votação, a Irmandade Muçulmana conquista a vitória. E, no último, o Egito caminha para um caos político.
O presidente Hosni Mubarak torce para que as manifestações diminuam e ele consiga se manter no poder. Os EUA trabalham com o cenário pós-Mubarak. Aos poucos, o Nobel da Paz Mohammad El Baradei cresce como candidato de consenso da oposição
Fonte: Eliane Cantanhêde da Folha Online e Gustavo Chacra do Estadão.

Meu comentário: Um fato que não divulgado, é que além dos profissionais citados na reportagem e turistas, há também no Egito, missionários brasileiros. Por uma questão de segurança, não se pode citar nomes ou locais onde os mesmos vivem, pois há informação de que toda a comunicação está sendo monitorada por lá, por isso é necessário prudência, para não colocar em risco os mesmos. Oremos por esse país, que é um importante pólo de ensino do islamismo, e o que ocorrer nele, deverá ter impacto no Oriente Médio e no mundo muçulmano.