Com relação ao tema do título, o autor contesta a base dessa doutrina, afirmando que “a argumentação de que Apocalipse evidencia uma espécie de remoção antes da tribulação não pode ser provada. Afirmar, e.g., que as muitas referências aos ‘santos’ em Apocalipse não se referem à igreja é um erro sério. ‘Os santos’, em todo o NT, são os crentes em Cristo: eles são a igreja. Além disso, ao longo de sua história, desde o tempo de Cristo, os santos tiveram de enfrentar perseguição” (p. 1067).
Para Williams, portanto, o arrebatamento da Igreja ocorrerá após a Grande Tribulação. Isso implica que a doutrina da vinda de Jesus em duas fases (uma antes outra depois da Tribulação) também não se sustenta: “Um arrebatamento privado e invisível e uma vinda pública e visível não podem ser dois eventos, mas dois aspectos do retorno que ‘todo olho’ verá” (p. 1080).
Na questão do Milênio, ele também não crê que se trate de uma era futura, como pregam os pré e pós-milenaristas, preferindo entender que “o Milênio é agora. Cristo está reinando hoje, e seu povo reina com ele. [...] Durante toda a era milenar, Satanás se encontra afastado (Jo 12.31; Ap 20.3), no sentido de ser totalmente incapaz de impedir que o evangelho seja transmitido às ‘nações’ (seu reinado de engano terminou). [...] Quando enfim a Igreja completar sua tarefa de testemunha, o Milênio terminará, e Satanás será libertado, sendo-lhe permitido enganar e reunir ‘as nações’, a fim de tentar um ataque final contra o Reino espiritual de Cristo. Então Cristo retornará — depois do Milênio — para destruir Satanás e seus acólitos, e presidir o juízo final e a era futura” (p. 1125).
Claro que os argumentos são bem mais abrangentes, porém a minha intenção aqui é apenas destacar esses pontos e, quem sabe, suscitar alguma discussão. Williams foi um teólogo sério e respeitado, e acho que a sua obra ainda vai dar o que falar… depois que os pentecostais brasileiros a descobrirem.
Comentário: Em se tratando de estudo sobre escatologia, quando se fala em amilenismo, pré-milenismo, histórico ou dispensacionalista e pós-milenismo, o que eu sei é que não sou “dispensacionalista”, pela simples convicção essencial acerca da total impossibilidade humana de criar um roteiro para a volta de Cristo. Assim, eu digo: não sei nada sobre o roteiro da volta de Jesus. Mas sei que ELE VAI VOLTAR! Quero, todavia, deixar claro que creio que Jesus pode voltar Hoje. Tudo o que diz respeito a Deus acontece num dia Chamado Hoje. É como um ladrão de noite!