quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Natal - o mistério da encarnação


O Natal é a celebração do nascimento de Jesus, o Salvador do mundo. Trata-se de um grande mistério. O Deus transcendente, tornou-se imanente; o soberano Senhor do universo fez-se servo; o Eterno entrou no tempo. Deus vestiu pele humana: sendo rico se fez pobre; sendo santo se fez pecado; sendo bendito foi feito maldição por nós. O apóstolo João, destacando tanto a divindade como a humanidade de Jesus, falou dele como o Verbo que se fez carne. Destacaremos, aqui algumas verdades importantes sobre o Verbo de Deus.

O apóstolo João diz que o Verbo se fez carne e habitou entre nós. A segunda Pessoa da Trindade, o Verbo de Deus, criador do universo, se fez carne (Jo 1.14), esvaziou-se, deixou sua glória, veio ao mundo e tornou-se servo (Fp 2.6-8). O Verbo de Deus armou sua tenda entre os homens. Ele habitou entre nós. Foi em tudo semelhante a nós, exceto no pecado. Sofreu fome e sede. Suportou cansaço e fadiga. Gemeu, chorou e sangrou. Humilhou-se até à morte e morte de cruz. O Filho do Altíssimo, concebido pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem, nasceu pobre, numa família pobre, em uma cidade pobre. Nasceu não num berço de ouro, mas num berço de palha. Cresceu não num palácio, mas numa carpintaria. Viveu não no fausto e no luxo, mas não tinha onde reclinar a cabeça. Escalou não os degraus da glória humana, mas desceu às profundezas da humilhação, sendo cuspido pelos homens e pregado numa rude cruz.

Nele habitou corporalmente toda a plenitude da divindade. Ele é a expressa imagem de Deus. A glória de Cristo é a mesma glória do Pai. Quem vê a Cristo, vê o Pai. Ele e o Pai são um. Jesus é o Deus-Homem, o Deus Emanuel, o Deus conosco. Sua encarnação foi um mistério. Sua vida foi um exemplo. Sua morte vicária foi o sacrifício perfeito. Sua ressurreição foi o selo da vitória. Sua segunda vinda será a consumação de todas as coisas. Cristo é o centro das Escrituras. Cristo é o centro da igreja. Cristo é o centro da história. Cristo é o centro da eternidade. Cristo é tudo em todos. Para ele convergem todas as coisas tanto no céu como na terra. Dele, por meio dele e para ele são todas as coisas. Cristo é a nossa vida, a nossa paz, a nossa alegria, a razão da nossa esperança. Devemos celebrar com alegria sua vinda ao mundo. Devemos confiar nele como nosso Salvador. Devemos nos sujeitar a ele como nosso Senhor. Devemos nos prostrar diante dele e adorá-lo como nosso grande Deus. Hoje é Natal. Devemos nos alegrar nele como os pastores de Belém. Devemos adorá-lo como os magos do Oriente. Devemos celebrá-lo como os anjos do céu. A Jesus, o Verbo de Deus, devemos tributar toda honra, glória e louvor, agora, e pelos séculos dos séculos!

UM FELIZ NATAL A TODOS!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Subsídio para EBD - Lança o teu pão sobre as àguas



A vida “debaixo do sol” está cheia de paradoxos, e dependendo do ponto de vista, alguém pode concluir que nada faz sentido. Ao constatar a futilidade da vida, o autor do Eclesiastes pondera a respeito do que realmente vale a pena. Na aula de hoje mostraremos que, ainda que tudo aos olhos humanos seja vaidade, podemos tirar algum proveito da existência. Destacamos, inicialmente, a necessidade de viver pela fé, e mesmo de aproveitar a vida, ciente das responsabilidades que temos diante de Deus e do próximo. Ao final mostraremos a necessidade de, em todas as circunstâncias, depender do Senhor e confiar nEle.

VIVENDO PELA FÉ
Salomão começa a concluir sua análise da vida, e como um homem da assembleia, não se esquece de fazer aplicações. Aponta a importância de se viver pela fé, de lançar o pão sobre as águas. O sábio hebreu estava acostumado às transações comerciais, principalmente através do uso de navios (I Rs. 10.15,22). Aqueles que se aventuram no comércio sabem o quanto essa profissão é arriscada. Quem comercializa pode colher muitos frutos do seu trabalho, mas pode também perder tudo o que tem. Ninguém sabe o que acontecerá no futuro, é viável que se tome as devidas precauções para evitar surpresas. Mas não podemos ter garantias em relação aos nossos investimentos (Ec. 1.2,5,6). O agricultor é exemplificado como alguém que deposita as sementes no solo, na esperança de que, no futuro, venha a colher frutos. Essa é uma instrução do sábio para evitar o marasmo, a falta de tomada de decisões. Não podemos desperdiçar as oportunidades, para tanto precisamos estar atentos às circunstâncias, a fim de não deixar passar a porção que nos é destinada. Todos nós gostamos de comodidade, ninguém está disposto a se aventurar, mas a vida nos convida a arriscar-se. Ninguém pode determinar com precisão quais são os desígnios de Deus, por esse motivo, devemos ter coragem, e agir no momento que for requerido. Paulo orienta os crentes de Éfeso a remirem o tempo, essa expressão tem uma conotação financeira (Ef. 5.15-17). Diante dos dias maus, não podemos fugir da responsabilidade, antes fazer o que tem de ser feito. Tal como o lavrador da terra, não podemos deixar a chuva passar, olhar para o céu é precaução, até mesmo tentar antecipar os acontecimentos, mas uma vida pautada na fé demanda coragem. Não na própria fé, mas em Deus, que é a razão da nossa confiança, pois Ele é quem dará a colheita em tempo oportuno, de acordo com Sua soberana vontade (G. 6.8,9; Sl. 126.5,6; Os. 10.12).

APROVEITE A VIDA
Ainda que a vida pareça não ter sentido, e que tudo pareça ser tão fugaz, não podemos fugir da condição existencial. Antes precisamos atentar para a máxima: cape diem (aproveite o dia), não como as pessoas que não conhecem a Deus. O ser humano tem uma tendência ao exagero, isto é, aos extremos. Existem alguns que são legalistas, considerando tudo pecado, repreendendo os momentos de alegria. Outros levam para o outro lado, e acham que podem fazer tudo, nada consideram pecado, e se entregam à vida dissoluta. O autor de Eclesiastes nos conduz a um ponto de equilíbrio, ao reconhecimento de que não é pecado regozijar-se, afinal, podemos nos regozijar no Senhor (Fp. 4.4,5). É maravilhoso acordar todas as manhãs com sentimento de gratidão a Deus por tudo que Ele nos tem dado (Ec. 11.7,8; Dt. 33.25). Salomão demonstra preocupação com os mais jovens, que podem desfrutar com maior intensidade a vida. De fato, o período da juventude é caracterizado pela busca do prazer, em algumas situações, hedonisticamente. Os jovens devem estar atentos aos excessos, precisam guardar o coração e os olhos, para não pecarem contra Deus (Nm. 15.39; Pv. 4.23; Mt. 5.27-30), observarem as orientações da Palavra de Deus (Sl. 119.9,11). A alegria da juventude não deve ser desprezada, tenhamos cuidado para não contagiá-los com atitudes pessimistas. Antes que o sol se ponha, os jovens podem desfrutar do amanhecer das suas vidas. Por outro lado, eles devem estar atentos às suas responsabilidades, e terem cuidado para não destruírem o futuro. Muitos jovens estão perdendo suas vidas ao se entregarem ao mundo das drogas, e à promiscuidade sexual. Por não pensarem antes, estão colhendo os frutos amargos das decisões precipitadas. As consequências, não poucas vezes, são drásticas, e em alguns casos, irreparáveis. A descoberta de prazeres que agregam valores deve ser incentivada aos jovens, tais como ouvir música de qualidade, ler bons livros e devotar-se às atividades que resultem em amadurecimento intelectual e espiritual.

DEPENDA DO SENHOR
As instruções do sábio, autor de Eclesiastes, não devem motivar à autossuficiência. Muitas pessoas, tomadas pelo pragmatismo moderno, acham que podem fazer tudo, de que não existem limites. Essa onda motivacional pode ajudar àqueles que perderam o interesse pela busca de ideais. Mas é preciso que o remédio seja dado na dose certa, caso contrário, recairemos em mero ativismo, e em algumas situações, em superdimensionamento das possibilidades. Se por um lado algumas pessoas ficam inertes diante da necessidade de tomada de decisões, por outro, há os que se precipitam e agem sem refletir a respeito das consequências. Jesus nos ensinou a planejar antes de realizar qualquer empreendimento (Lc. 14.28-30). É uma demonstração de sabedoria avaliar os prós e contras antes de investir em determinado negócio, e também certa dose de realismo, para não se frustrar. Há crentes que, instigados pela teologia da ganância, se lançam em negócios, sem ter capital para sustentar o empreendimento, no final se decepcionam. Alguns recebem mensagens de supostos profetas que os impulsiona para fazerem negócios que não têm o respaldo divino. Mais triste ainda é ver muitos que se decepcionam não apenas com esses“profetas”, mas também com o próprio Deus, culpando-O pelo descumprimento da “sua”palavra. A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, mas das coisas que se não veem, aqueles que querem agradar a Deus devem ter fé nEle (Hb. 11.1,6). Mas essa fé não é mero pensamento positivo, uma vontade particular de que algo se concretize, de acordo com nossos desejos (Tg. 4.3). Trata-se de uma fé para além das circunstâncias, mesmo diante das perseguições, não é uma fé empresarial. É a fidelidade, resultante da produção do fruto do Espírito na vida do crente, uma disposição incondicional para seguir ao Senhor (Gl. 5.22). Aprendamos a pedir ao Senhor o pão nosso de cada dia (Mt. 6.11), a viver não pelo que vemos (II Co. 5.7), mas na esperança daquilo que o olho não viu (I Co. 2.9), cientes de que sem Jesus nada podemos fazer (Jo. 15.5).

CONCLUSÃO
A vida do cristão não é destituída de significado, fazendo referência a um dos personagens de Shakespeare, “não é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem sentido algum”. Deus se importa com cada um de nós, Ele se interessa pelas nossas necessidades, não nos abandonou (Mt. 6.25-32; Hb. 13.5). Devemos fazer a parte que nos compete, agirmos com diligência (Mt. 10.16), mas também confiar na providência do Senhor, pois como ressaltou Salomão, o cavalo se prepara para a batalha, mas a vitória vem do Senhor (Pv. 21.31).

BIBLIOGRAFIA
ARRUDA, A. Eclesiastes: crítica à existência fugaz. São Paulo: Fonte Editorial, 2012.
WEIRSBE, W. W. Ecclesiastes: be satisfied. Colorado Springs: David Cook, 2010. 

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com/


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Onda de suicídio de pastores assusta fiéis


Nos últimos trinta dias, três pastores americanos famosos cometeram suicídio. O primeiro deles foi Teddy Parker Jr., de 42 anos, pastor da Igreja Batista Bibb Mount Zion, na Geórgia, que se matou com um tiro na cabeça, após ter ministrado no culto matinal de sua igreja. Na última semana, o pastor Ed Montgomery, líder da Assembleia Internacional do Evangelho Pleno, em Illinois, ainda em luto pela morte da esposa, atirou em si mesmo na frente de sua mãe e filho. No dia 10 de dezembro, foi a vez do Pr. Isaac Hunter, fundador da mega igreja Summit em Orlando, Flórida. Este caso em particular chamou a atenção da mídia secular, pois o pai de Isaac, o também pastor Joel Hunter, é conselheiro espiritual de Barack Obama. Joel é líder da Northland, uma das igrejas que mais crescem nos EUA, e tem sofrido severas críticas por parte de líderes mais conservadores devido à sua aproximação do presidente. Conheci-o pessoalmente durante minha estada na América. Em nosso longo papo em seu gabinete, Joel demonstrou ser um homem visionário e humilde, totalmente comprometido com a agenda do reino de Deus.

Apesar de mais recentes, estes não são casos isolados de suicídios envolvendo pastores e familiares. O mundialmente conhecido tele-evangelista Oral Roberts, considerado um dos gurus do neopentecostalismo, também perdeu seu filho em suicídio depois de ter sido severamente repreendido pelo pai ao declarar-se homossexual em rede nacional. Recentemente, o pastor Franck Page, ex-presidente da Convenção Batista do Sul dos EUA também perdeu sua filha Melissa em função de um suicídio.

Mas, provavelmente, o caso mais célebre foi o do filho caçula de Rick Warren, considerado o pastor mais influente deste início de século nos EUA. Matthew Warren tinha apenas 27 anos, e, segundo seus pais, lutou a vida inteira contra a depressão. Em abril deste ano, Mattew resolveu por um fim em sua luta, suicidando-se com um tiro após uma reunião familiar.

O que estaria por trás desta onda de suicídios? Corremos o risco de vê-la chegar em nosso país? Estaríamos prontos para lidar com isso? Talvez Deus esteja permitindo isso para chamar nossa atenção para a gravidade do problema. Afinal, não somos uma classe privilegiada, imunde a este tipo de coisas.

As estatísticas não são nada animadoras. De acordo com o Instituto Schaeffer, 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão, e 71% se dizem esgotados. Além disso, 80% acredita que o ministério pastoral afeta negativamente as suas famílias, e 70% dizem não ter um “amigo próximo”. Talvez estes dados nos forneçam um retrato da condição emocional da maioria daqueles que ocupam nossos púlpitos.

Recentemente, deparei-me com uma frase postada no facebook que dizia: "É melhor um fim honroso do que um horror sem fim." Seria isso que se passa na mente de quem resolve dar cabo de sua existência terrena?

Duas coisas me preocupam quanto a isso. Primeiro, precisamos buscar maneiras de evitar que aconteçam mais suicídios entre pastores e familiares. Segundo, temos que consolar às famílias que perderam entes queridos pelo suicídio.

Se dermos atenção excessiva ao primeiro ponto, poderemos evitar alguns suicídios, ao passo que traremos um jugo insuportável sobre famílias que perderam alguém desta maneira tão cruel. Por exemplo: se insisto com a tese de que suicidas estarão irremediavelmente condenados ao inferno, talvez consiga evitar que alguns cheguem a este ato extremo, fazendo-os preocupar-se com o destino de suas almas. Todavia, isso produzirá um sofrimento ainda maior à família. Imagine ter que conviver com a ideia de que seu familiar querido foi condenado ao inferno por haver se suicidado. Sinceramente, penso que não é por aí que evitaremos o problema.

Não há nenhum passagem bíblica que seja clara quanto a isso. Particularmente, creio ser possível a salvação de um suicida. Se tiver dúvidas quanto a isso, sugiro que assista ao vídeo postado abaixo, bem como às suas continuações disponíveis em nosso canal no Youtube. Neles apresento bases teológicas para o que digo aqui.

Então, como podemos evitar que alguém, no auge de uma depressão, incorra numa decisão tão drástica? Primeiro, precisamos rever a maneira como temos pregado o evangelho, geralmente centrado no bem-estar do indivíduo. A proposta encontrada no evangelho da graça é de que haja um deslocamento do eixo de nossa vida, ao que as Escrituras chamam de conversão. Nosso ego é crucificado com Cristo, de forma que, deixamos de viver em função de nosso aprazimento, passando a viver para Deus e para o bem daqueles que nos cercam.

Quando o indivíduo decide suicidar-se, seu objetivo é por fim à sua dor, sem importar-se com a dor que provocará naqueles que o cercam. Todo suicida deveria considerar que o fim de sua dor será o início de uma dor sem fim para aqueles que o amam. O problema se agrava quando o suicida chega à conclusão de que ninguém se importa. Ainda que não se sinta devidamente amado, se ele ama conforme Jesus ordenou, certamente não vai querer ser motivo de dor para ninguém.

Segundo, temos que combater o preconceito que muitos cristãos têm contra a psicologia e a psiquiatria. Oração, leitura da Bíblia, adoração, são disciplinas importantes na caminhada cristã. Entretanto, não se pode prescindir de ajuda profissional quando o problema parece agravar-se. Assim como procuramos o dentista para resolver o problema da dor de dente, e o cardiologista para tratar de cardiopatias, deveríamos procurar ajuda psicológica para tratar de nossas crises e depressões.

Terceiro, devemos cultivar em nossos lares, bem como em nossas igrejas, um ambiente em que cada um tenha liberdade para externar seus conflitos internos, sem receio de ser rejeitado. Como disse o apóstolo, onde está o Espírito de Deus, aí há liberdade. Não se trata de liberdade para fazer o que quiser, mas de liberdade para ser o que é. Sem máscaras. Sem mentiras ou meias verdades.

Quarto, todo líder precisa de amigos. Digo, amigos. Não, seguidores. Gente que possa ouvir seus lamentos, sem julgá-lo. Infelizmente, as reuniões de pastores que temos visto por aí não passa de um desfile de vaidades. A conversa entre eles lembra aquela disputa entre meninos para ver quem tem o pingolim maior. Parece que nunca superaram essa fase. Disputam entre si o número de membros de suas igrejas, a arrecadação, as últimas aquisições, etc. Arrota-se narcisismo. Quem suporta tanta pressão? Precisamos nos reunir para chorar uns nos ombros dos outros, deixando de lado a presunção e o complexo de Papa (infalibilidade papal, lembra?). Quem sabe, assim, reverteríamos esta estatística alarmante que pode provocar uma onda de suicídios entre os que deveriam ser portadores da mensagem da vida com abundância!

Por tratar-se de um assunto tão complexo, meu propósito aqui não é esgotá-lo, mas tão-somente incentivar a reflexão. Que Deus, na Pessoa bendita de Seu Espírito Santo, nos conceda sabedoria, misericórdia e tato para lidar com isso sem preconceito.
 
 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ORARAM PARA QUE EU CAISSE ENDEMONIADA!

Desde que postei aqui no blog, algumas postagens sobre profecia, namoro e casamento, recebo constantemente emails de pessoas me perguntando sobre problemas relacionados a essa área. Não consigo responder a todos, mas sim alguns. Essa semana recebi um que resolvi postar no blog. A pergunta mais parece um grito de socorro. Faço isso, para mostrar o estado de loucura que se passa em algumas igrejas evangélicas no Brasil. Veja abaixo, a pergunta da pessoa, e a minha resposta:

"Pastor Juber, a paz do Senhor! Vi seu blog na internet e os relatos de pessoas que estão passando a mesma coisa que eu. Pastor, sou levita missionária, faço a obra do Senhor e sei que é coisa séria. Conheci um rapaz, mas ele não é crente e eu moro em um Estado e ele em outro. Não tivemos nenhum contato físico, só conversamos à distância. Ele me respeita como mulher de Deus. Porém, o Espírito Santo tinha me incomodado, porque sinto vontades e desejos e me sentia falha com Deus. Chamei meu pastor, disse a ele o que estava sentindo e pedi meu afastamento do ministério de louvor. Ele, no entanto, não me disse nada. Saí aliviada por ter conversado com ele. Tive que fazer uma viagem e não pude ir ao culto no meio da semana. Através da minha filha, fiquei sabendo que o pastor pregou sobre morte e disse que Deus estava mostrando um caixão. Terminado o culto, o pastor chamou minha filha mais velha e lhe disse que eu iria morrer e que toda a responsabilidade iria ficar com ela. Minha filha ficou desesperada! No domingo, eu fui à igreja, a pregadora da noite, pregou em Apocalíspse 3, depois chamou eu mais cinco pessoas à frente. Logo começou a orar por duas caíram no chão, depois veio orar por mim e disse que eu iria morrer e orava para que eu ficasse endominiada e caísse. Fui exposta com a igreja cheia de gente! Pastor, estou me sentindo um lixo e ele me expôs como se eu estivesse entrado em pecado! A levita que era uma benção, que louvava e cadeias se abriam, deixou de ser? Pastor, e as promessas que Deus tem em minha vida? Deus não mente e pior, isso foi falado na frente das minhas duas filhas, que estavam com medo e chorando porque ouviu que vou morrer. Mas no meio do vendaval todo, meu namorado me ligou e disse que estava com vontade de frequentar uma igreja evangélica. E aí pastor, o que o senhor me diz de tudo isso? Por favor eu preciso de uma orientação. Deus fique contigo."

MINHA RESPOSTA:
Sinceramente, não tenho muito a dizer a quem tem uma crença tão grande em profecias. Ou seja, quando diz "Deus falou", significa que recebeu uma profecia. Bom, eu creio em profecias, mas somente como o Novo Testamento ensina em I Corintios 14, quando a função dela é edificar, exortar e consolar. Profetas e profecias que querem dirigir a vida da gente, ou mesmo lançar maldições, eu simplesmente não creio. Isso parece mais cartomante ou mãe e pai de santo do que profeta.
 
Portanto, a primeira coisa a fazer é procurar uma igreja mais leve, sem muita loucura. Isso será vital para você e suas filhas. A permanência de vocês num lugar assim, não lhes fará bem. Não deixem de congregar, mas que seja em outro lugar.
 
Outra coisa, se você diz que é vocacionada para o ministério seja louvor ou missão, seu futuro marido deverá ser uma pessoa crente e vocacionado também. Caso contrário, os problemas aparecerão mais cedo ou mais tarde. Casar com quem tenha religião diferente é jugo desigual segundo a Bíblia. Sugiro que leia a Bíblia em sequência, começando pelo Novo Testamento. Ore, visite algumas igrejas e fique na que você e suas filhas se sentirem melhor. Que a paz do Senhor guarde sua mente.
 

Guru de Marco Feliciano, Marisa Lobo será candidata no Paraná


A mulher que pôs Marco Feliciano no divã quer seguir os passos de seu paciente.
Marisa Lobo, 40 anos, autodenominada "psicóloga cristã" e "sexóloga crente", filiou-se ao PSC (Partido Social Cristão) do deputado-pastor e é pré-candidata a deputada federal no Paraná.

No partido, já é tratada como puxadora de votos em 2014 -ao lado de outro político neófito, o cirurgião plástico Robert Rey, o "Dr. Hollywood", e do próprio Feliciano, o presidente a Comissão de Direitos Humanos a quem chama de "meu mentor".

Marisa, frequentadora da igreja Batista, é uma espécie de "formuladora intelectual" de Feliciano. Ela mesmo se diz "coach" do deputado que hoje lhe guia no partido.
A "amiga de longa data", diz Feliciano, foi útil dando consultas informais. "Houve momentos turbulentos no início da minha presidência na comissão. Seus conselhos foram de grande valia, sua preocupação com minhas filhas me sensibilizou."
O presidenciável do PSC, pastor Everaldo Pereira, do Rio, define Marisa como "mulher brava no bom sentido", alguém que lutará pela "causa da vida e esse negócio contra maconha".
Ele e Ratinho Jr. conduziram a cerimônia de sua filiação à sigla, em Curitiba.
Gabriel Cabral/Folhapress
Marisa Lobo, 40, será candidata no Paraná
Marisa Lobo, 40, será candidata no Paraná
As bandeiras de Marisa estão em sintonia com as do partido. Assim como seu estoque de polêmicas. Sua grande briga é contra o Conselho Federal de Psicologia, que ameaça cassar seu registro de psicóloga.
Ela é acusada de associar psicologia e religião nas redes sociais ("minha fé não nego por nada, nem pela minha profissão", diz no Twitter). Também é acusada e apoiar a "cura gay", o que fere o código de ética da categoria.
Marisa nega. Diz que no consultório, onde recebe "de ateu à gente do candomblé" em sessões de R$ 100, jamais ofereceu tratamento para a homossexualidade.
Lembra que acolheu por meses em casa "um homossexual pai de santo travesti com Aids", para quem "minha empregada não queria lavar as roupas".

BULLYNG
Marisa afirma que paga R$ 258 por mês para fazer uma pós-graduação em filosofia dos direitos humanos, mas não divulga em qual entidade por temer represália.
"Sofro bullying faz tempo. Todas as faculdades [de psicologia] falam de mim como a pior profissional do mundo, a mais antiética. Todas."
Falando "como cristã", ela acredita ser possível reverter o desejo por alguém do mesmo sexo. "Comportamento homossexual é pecado. A Marisa Lobo psicóloga não entra nessa questão. Mas a Bíblia diz. Ponto final [...] Se o desejo é não desejar pessoas do mesmo sexo, isso é direito humano dele. Se a pessoa pegar a chave do armário e se trancar, ótimo, problema dela."
A pré-candidata está escrevendo um livro sobre "ditadura gay". "Explico como uma teoria não-científica 'queer' de desconstrução sexual, criada por LGBTT, vem sendo ensinada no mundo acadêmico e ganhando espaço social, nas relações humanas, influenciando leis, mídia, novelas, educação."
Esse discurso, diz, "desconstrói claramente a heterossexualidade, imputando a ela o crime da imperfeição".

ATUAÇÃO
As opiniões de Marisa têm eco em Brasília. Na Câmara, ela se destacou em audiências públicas sobre o projeto de lei que quer derrubar a norma do Conselho de Psicologia que proíbe tentativas de inibir a homossexualidade.
A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) já a convidou para o lançamento de um programa de combate ao crack, o que enfureceu ativistas.
A "psicóloga cristã", que criou o projeto Maconha Não, endossa internações compulsórias de dependentes e repasse de recursos para comunidades terapêuticas religiosas, o que tem sido feito pelo governo Dilma Rousseff.

ORIGENS
Marisa costuma dizer que todas as causas que abraça têm conexão com seu próprio passado. Exemplo: se milita contra o aborto e a legalização da prostituição é porque seu pai conheceu sua mãe nessa situação."Sei como é ser chamada de filha da prostituta."
O pai, "alcoólatra que bebia remédios para emagrecer porque era vaidoso e teve uma vida bem difícil", hoje é evangélico.
Marisa vem ganhando projeção entre evangélicos. Cobra de R$ 500 a R$ 1.000 para palestrar sobre temas como sexualidade da família e transtornos psicológicos.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

SENHOR, AJUDA A MINHA FÉ!

A Mensagem que eu quero compartilhar hoje está no livro de Marços 9:14-29. Uma das respostas que melhor define as tensões da vida cristã é a daquele pai cujo filho era possuído por um espírito maligno, que o impedia de falar, atirava-o ao chão e o oprimia a ponto de levá-lo a ranger os dentes, espumar a boca e enrijecer todo o corpo. O episódio está narrado no Novo Testamento. O pai havia solicitado aos discípulos de Jesus, que expulsassem o espírito do filho, mas eles não conseguiram. O Mestre, ouvindo o relato deste pai aflito, pede para que tragam o menino até ele. Quando chegou perto de Jesus, o espírito maligno provocou uma convulsão no garoto e o jogou ao chão. O pai, vendo aquela cena, completou seu relato dizendo que aquilo acontecia desde a infância do filho, e que muitas vezes este espírito tentou inclusive matá-lo.
Diante do quadro dramático, o pai fez seu apelo a Cristo: “Se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos”. “Se podes?”, reagiu Jesus à pergunta, fazendo uma séria afirmação: “Tudo é possível àquele que crê”. Diante da afirmação de Jesus, o pai do garoto dá então, a seguinte resposta: “Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade”.
Esta resposta corajosa daquele homem revela uma tensão constante da experiência da fé. Para muitos, a vida cristã funciona com a prescisão da lógica contratual – basta que cada parte cumpra com suas obrigações que tudo sairá da forma esperada. Uma vez que Deus sempre cumpre com seus compromissos, resta-nos comprir com a nossa obrigação. Pensamos que, se vamos à igreja, contribuímos financeiramente para a obra, obedecemos aos mandamentos e fazemos tudo o os nossos mestres e conselheiros orientam, certamente a vida nos irá bem, sem tropeços ou surpresas. Porém, o fato é que nem sempre tudo acontece com a precisão da lógica. A vida é complexa, nossos desejos são muitas vezes confusos e obscuros. Alimentamo-nos de falsos ideais e facilmente nos entregamos às ilusões. O pecado é uma realidade dolorosa que corrompe os sonhos mais sinceros e puros.
Nossa cultura racional, funcional e pragmática não admite conflitos e angústias. Basta uma boa olhada nas livrarias que veremos uma grande quantidade de livros com receitas e fórmulas para casamentos felizes, filhos contentes e educados, ministérios eficazes e os infalíveis passos para o sucesso pessoal. A impressão é de que só tem problemas quem quer, ou quem ainda não adquiriu estes maravilhosos manuais que reduzem a vida a um esquema simplista e perverso. Aquele que não possui a fé mágica e a senha secreta para solucionar, num piscar de olhos, todos os dramas, corre o risco de sentir-se desqualificado para a vida espiritual.
A vida da fé envolve tensões e angústias. Ao contrário do que muitos tentam afirmar, insistindo numa fé que exorciza as crises humanas, dramas como o daquele pai do garoto possesso ou como o de Tomé, que duvidou da ressurreição, são mais freqüentes do que imaginamos. Miguel de Unamuno disse: “Aqueles que acreditam que crêem em Deus, mas sem paixão em seu coração, sem angústia mental, sem incertezas, sem dúvidas, e às vezes até mesmo sem desespero, crêem apenas na idéia de Deus, mas não no próprio Deus”.
Cremos e o ato de crermos envolve a capacidade de respondermos afirmativamente àquilo que nos é revelado nas Escrituras. Contudo, diante das complexidades, crises e conflitos da vida, respondemos como o pai do jovem endemoninhado: “Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade”. É preciso aceitar a incredulidade, o medo e as aflições como partes integrantes do processo de amadurecimento da fé. Jesus não nos deu fórmulas prontas, receitas infalíveis. Ele nos mostra o caminho e a verdade, nos ensina a andar por ele, nos oferece ajuda quando o fardo é pesado demais e deixa o exemplo para seguirmos seus passos. C.S. Lewis dizia que fé tem mais a ver com nossas emoções do que com nossa razão. Muitas vezes, cremos, mas temos medo; cremos, mas não estamos seguros quanto ao que desejamos. Cremos, mas achamos que não merecemos tamanha graça; cremos, mas ainda somos incrédulos. A distância entre nossas convicções e nossas emoções é o espaço onde a crise e as tensões da fé acontecem.
Jesus acolhe a incredulidade daquele pai aflito. Ajuda Tomé a superar sua dúvida. O que permitiu tanto ao pai, quanto a Tomé, crescer e superar as fronteiras da incredulidade, foi a capacidade honesta e sincera de reconhecer limitações e dificuldades. Eles não as esconderam sob o manto da falsa piedade, das afirmações vazias e desconectadas da vida. Para superas nossas próprias fronteiras e crescer em direção a Cristo, numa fé madura, bíblica e profundamente integrada à nossa humanidade, será preciso reconhecer nossas crises e aflições, pois são elas que nos tornam mais dependentes de Deus, que provacam as inquietações da alma, que nos empurram para o Senhor. E despertam em nós, fome e sede de Deus, porque nos fazem ver que ele, só ele, é capaz de satisfazer os anseios mais profundos e sinceros da alma.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Vem aí meu primeiro livro a ser lançado em 2014

O IMP -Instituto Missão aos Povos, ligado à Igreja Assembléia de Deus, Missão aos Povos em Uberlândia, estará no ano de 2014 reformulando sua grade curricular e usando livros próprios em vez de apostilas. A maioria dos autores serão pastores da AD, e professores da instituição. Um dos pastores convidados a escrever um dos livros fui eu. Atendi com muito prazer o convite, sabendo que através dessa oportunidade, terei publicado pela primeira vez um livro de minha autoria.

Fui diretor do IMP, entre 2009 a 2011, quando na época se chamava Ibadetrim. O tema que me foi oferecido para estar trabalhando se chama: O HOMEM, IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS. Por isso estou escrevendo menos no blog, porque está me exigindo um pouco, além das minhas ocupações que não são poucas. A data provável do lançamento do livro será em agosto de 2014. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nelson Mandela é um dos grandes exemplos da história contemporânea


A vida de Nelson Mandela é um dos grandes exemplos da história contemporânea de visão, coragem e liderança.Nelson Mandela demorou mais de 50 anos para descobrir que sua maior arma era o sorriso. Foi um sorridente Nelson Mandela que saiu da cadeia depois de 27 anos confinado em uma ilha.
Sorrindo, depois de ter sido injustamente condenado, isolado, perseguido e ter passado a maior parte da vida adulta lutando contra um regime odioso, o do Apartheid, o da segregação e discriminação racial na África do Sul, transformando negros em cidadãos de segunda classe.
Aos 71, quando foi libertado da prisão, Mandela já era um nome conhecido no mundo inteiro. Símbolo de prisioneiro de consciência, embora tivesse aderido por algum tempo à luta armada como gesto desesperado de combate ao Apartheid.
Sinônimo do engajamento político em um país dominado por uma elite branca que se mantinha no poder pela violência. Mandela nasceu numa pequena comunidade rural na província de Eastern Cape, em 1918, e teve uma educação privilegiada para os padrões locais.
Conseguiu formar-se como advogado e atuou como dirigente da liga juvenil do Congresso Nacional Africano, mais conhecido pela sigla em inglês ANC, organização fundada no começo do século XX para lutar pela igualdade racial.
Mandela destacou-se como líder de greves e chamados à desobediência civil como forma de combater o Apartheid, oficialmente instaurado em 1948.
Na década de 50, foi sucessivamente acusado pelas autoridades de ser um comunista. Ele sempre se descreveu como um nacionalista e traidor nacional. Mandela foi um dos articuladores da carta do ANC e sua famosa exigência de voto universal e fim dos privilégios para brancos.
Na primeira vez em que foi julgado por traição nacional, Mandela atuou na própria defesa e conseguiu ser absolvido, mas passou a viver na clandestinidade, temendo nova prisão, e formou um grupo para militar, engajado em atos de sabotagem, até ser novamente capturado quando tentava voltar à África do Sul depois de uma temporada escondido no exterior.
Condenado à prisão perpétua na famosa ilha de Robben, passou décadas limitado a uma carta de 500 palavras e duas visitas de 40 minutos cada por mês de sua segunda esposa, Winnie, e duas filhas.
Nos anos 80 o regime do Apartheid reagiu a uma campanha internacional dizendo que soltaria Mandela se ele renunciasse à violência. Mandela inicialmente recusou-se a fazê-lo, enquanto não existissem direitos políticos iguais para os negros na África do Sul.
Mandela foi libertado em 1990, aos 71 anos de idade, quando o regime do Apartheid estava sendo desmontado. Ao sair da prisão ele exibia um sorriso e falava de seu sonho de um país onde fosse respeitada a dignidade de todas as pessoas, com paz, democracia e liberdade para todos.
O seu credo político. A chave para um entendimento que se julgava impossível. Da figura mais odiada pelos brancos e pelo Apartheid, Mandela passou a ser a última esperança de um compromisso político que superasse a profunda divisão do país.
Junto do último presidente branco da África do Sul, F.W. de Klerk, Mandela recebeu em 1993 o Nobel da Paz pela integridade pessoal e extraordinária coragem em negociar o estabelecimento de uma democracia com os representantes do regime que o perseguiram e encarceraram por quase a vida inteira.
Mandela foi facilmente eleito e virou um herói de negros e brancos, um momento capturado com brilhantismo pelo filme Invictus.
Sua presença, e daquele sorriso, eram garantia de que a reconciliação, o entendimento, até mesmo o esquecimento tinham um propósito claro e tangível: a construção de uma sociedade mais igualitária e justa.
Mandela parecia satisfeito quando entregou o poder em 1999, depois de apenas um período na presidência do país, fato raro na África. De lá para cá, continuou irradiando aquela suave certeza e aquele encantador sorriso que viraram símbolos de reconciliação, harmonia e entendimento.
De que diferenças econômicas, políticas brutais e privilégios arraigados podiam ser superados por homens de boa vontade, princípios, e dedicação.
A África do Sul continua um país desigual, assolado por violência, corrupção, e uma nova classe de políticos interessados apenas em permanecer no poder. Até morrer, Mandela deixou de interferir no cotidiano político.
Na sua última aparição pública, na Copa do Mundo de 2010, frágil e adoentado, já mal podia se expressar. Preferiu exibir aquele sorriso, como se fosse uma dádiva divina.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Ex-gay, ex-ex-gay e a tal da "cura gay"


Sérgio Viula era um menino que amava meninos. Entrou na puberdade e se apaixonou por um amigo. Com esse primeiro namoradinho, iniciou a vida sexual.
Aos 16 anos, Sérgio era um rapaz que amava Jesus Cristo. Seduzido pelo papo da colega de trabalho, passou a frequentar uma igreja evangélica. A família, daquelas de formação bem “catolicona”, se converteu junto.
Um ano depois, ele se casou com uma moça da igreja. Era como se os desejos homoafetivos tivessem sido trancados no armário, no fundo da gaveta de meias, dentro de uma pastinha cor-de-rosa onde se lia: “PERIGO”.
A união durou 14 anos e gerou dois filhos. Nesse período, ele se formou e se pós-graduou em teologia. Virou “ex-gay”, pastor batista, líder do Moses (Movimento pela Sexualidade Sadia) e, como tal, feroz crítico de alas mais liberais da igreja.
Sem conversa: Deus reprovava “a intimidade entre iguais”. Deu na Bíblia. Mais precisamente no texto de Levítico. Lá consta: homens que se deitam com outros homens praticaram uma “abominação” e precisam ser executados (coordenadas dessa batalha naval bíblica: Lv 20:13).
Em 2002, Sérgio era um homem que não amava Deus. Na verdade, sequer acreditava nele. Era ateu. Ateu e gay. Ou “ex-ex-gay”.
Chegou à conclusão que, se a humanidade era tratorada por tanto sofrimento (no seu caso, não conseguir debelar a atração por homens), restavam três alternativas sobre Deus:
1) Não é todo-poderoso
2) Não é bom
3) Não existe de modo algum
Ficou com a última. Como líder do Movimento pela Sexualidade Sadia, afinal, conheceu apenas um gay “curado”. “E ele tinha sempre a gaveta cheia de antidepressivos.”
O caso de Sérgio, agora professor de inglês numa escola particular do Rio, foi um dos que mais marcou a jornalista Marília de Camargo César.
Por dois anos, ela entrevistou líderes evangélicos, desde denominações tradicionais a igrejas inclusivas (que aceitam gays). Conversou com cristãos gays e “ex-gays”, fora psicólogos, filósofos, profissionais da saúde e pais de homossexuais.
O resultado está no livro Entre a Cruz e o Arco-Íris – A Complexa Relação dos Cristãos com a Homoafetividade (Ed. Gutenberg, R$ 29,90).
livro-676x1024A obra conta a saga de Sérgio, o “ex-ex-gay”, mas são bem variados os caquinhos desse mosaico. Você conhece também histórias de ex-padre, ex-prostituta ou a de Saulo Navarro.
O mineiro Saulo, bancário de 44 anos, foi acolhido numa igreja em Curitiba como alguém que “estava” homossexual.
Hoje, tem sete anos de casamento com uma mulher, uma filha e a certeza de que “cura gay” pode até não ser o que o médico lhe receitou, mas com certeza funcionou para ele.
Saulo conta: “Deixar anos de prática homossexual exigiu de mim cura das feridas da alma, foi um processo gradativo que levou seis anos. Se tivessem me prometido mudança instantânea e isso não ocorresse, eu poderia ir embora por não ver meus desejos e vontades transformados de um instante para outro e, pior, poderia desacreditar do maravilhoso Evangelho de Cristo”.
A escritora e jornalista Marília César
A escritora e jornalista Marília César
FERIDOS
Atualmente no “Valor Econômico”, a jornalista Marília tem passagem por veículos como TV Globo e “Gazeta Mercantil”. Em 2010, saiu seu livro “Marina: a Vida por uma Causa”, sobre a ex-senadora Marina Silva –evangélica que nem a biógrafa.
Marília vem de uma família protestante. Hoje, após alguns anos afastada da religião, vai à Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo.
“O recorte na comunidade evangélica tem uma razão –sou evangélica! Minha vivência me leva a questionar muitas coisas dentro da igreja”, diz.
Seu primeiro livro, “Feridos em Nome de Deus” (2009), vendeu mais de 20 mil cópias. “Justamente pelo olhar investigativo de uma questão que aflige muitos cristãos –o abuso de autoridade do pastor sobre a vida de suas ovelhas.”
“Entre a Cruz e o Arco-Íris”, segundo a autora, “é meio que um ‘Feridos’, só que sobre gays”.

ABAIXO, UM BATE-PAGO COM A AUTORA:

O livro fala de um “mosaico de histórias profundamente humanas”. Qual história mais te impressionou?
Dois depoimentos me marcaram muito: o de um professor de inglês carioca que se tornou ateu, depois de ter sido pastor evangélico e líder de jovens numa igreja do Rio de Janeiro, e o de um pastor conhecido nacionalmente, que fez um desabafo emocionado sobre o dia em que seu filho mais velho admitiu ser gay.
Como avalia, depois dessa experiência, propostas como a “cura gay”?
A tentativa de “cura” gay vem de longa data. Na década de 1940, por exemplo, o neurocirurgião português António Egas Moniz, ganhador do Nobel de Medicina, aplicava a técnica da lobotomia –que consistia em cortar um pedaço do cérebro dos doentes, mais precisamente nervos do córtex pré-fronta– para tentar “curar” pacientes homossexuais.
Na Suécia, 3.000 gays foram lobotomizados nesse período. Na Dinamarca, 3500 –a última cirurgia foi em 1981! Nos Estados Unidos, cidadãos portadores de “disfunções sexuais” lobotomizados chegaram às dezenas de milhares.
Ocorre que há um grande número de pessoas que sofrem por sua orientação sexual homoafetiva –chamados pela psiquiatria de egodistônicos. Esse sofrimento nem sempre está relacionado a questões de fé. Para essas pessoas, deve haver espaço de acolhimento e cuidado nos consultórios terapêuticos, sem promessas de “cura”, e isso está em linha com o que prevê a tão debatida resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia.
A resolução, que causou tanta polêmica, não proíbe o “tratamento” daqueles que sofrem, mas é, na verdade, uma forma de evitar que os psicólogos cristãos utilizem o consultório como púlpito, tentando “converter” pacientes, o que é obviamente antiético.
E métodos de “cura”? Testemunhou alguma tentativa?
Não presenciei nenhum, mas sei de igrejas que fazem sessões de exorcismo, por crerem que todo homossexual na verdade está tomado por um ou vários demônios.
Há aquelas que fazem campanhas de jejuns, para que a pessoa seja “liberta”. Isso é comum. Alguns dos personagens do livro relatam ter realizado toda sorte de sacrifício para se ver livres da inclinação homoerótica, obtendo vitórias temporárias. A maioria que optou pelo caminho da heterossexualidade afirma ter de “matar um leão por dia” para manter-se assim.
Qual a dimensão, no Brasil, das igrejas inclusivas, que aceitam gays?
As chamadas “igrejas inclusivas”, que fizeram uma releitura liberal das passagens bíblicas condenatórias da homossexualidade, crescem em ritmo espantoso, a despeito do escândalo e das reações violentas que suscitam. Em todo o país, há registradas 28 dessas comunidades. Há seis anos, não havia nenhuma. É pouco, se comparado aos EUA, por exemplo, com cerca de 6.800 congregações inclusivas registradas.
No livro, você diz que a Bíblia fala de sexo de forma erótica e explícita. Como a homossexualidade é abordada nela?
“Que a sua boca me cubra de beijos, pois o seu amor é melhor do que o vinho! Leve-me com você, depressa, seja o meu rei e leve-me para o seu quarto, amado meu, descansa sobre os meus seios.”
Esta passagem não foi tirada de ‘50 tons de cinza’, mas do livro de Cantares de Salomão, uma das mais lindas poesias eróticas jamais escritas. Está no Antigo Testamento.
Da mesma maneira que fala do relacionamento sexual entre um homem e uma mulher de maneira poética e erótica, a Bíblia condena explicitamente e com todas as letras a prática homossexual. Isso pode ser encontrado em diversas passagens tanto do Antigo quanto do Novo Testamento.
A interpretação das passagens sempre foi clara –a prática homossexual é considerada um pecado. Ocorre que, como lembra o pastor Ricardo Barbosa, o pecado é um conceito teológico, e não sociológico ou antropológico. Diz respeito a Deus, à criação, à crença de que as Escrituras Sagradas são a revelação de Deus aos homens.
Você diz: “O céu é festa para o qual só heteros são convidados”. Afinal, há convite pra mais gente agora?
Esta frase, tirada da apresentação do livro, era uma questão íntima minha, para a qual eu buscava a resposta. Não, o céu, ou a dimensão existencial que a Bíblia chama de o Reino de Deus, não é exclusiva para héteros, mas para todos. O convite para a festa é para todos, mas aceitar esse convite tem implicações profundas na vida de cada um.
Há aqueles que ao encontrar essa nova dimensão espiritual perceberam não ser possível conciliar sua fé com a prática homossexual e a abandonaram, casando-se, tendo filhos, e adotando um comportamento heterossexual, sem, contudo, perder a orientação homoafetiva.
Há quem critique essas pessoas, argumentando que negar a própria sexualidade é violentar-se. Talvez se esqueçam que a espiritualidade também é um elemento estruturante do ser.
Quanto a haver maior abertura, sim, creio que existe uma leve disposição de aceitar a condição homoafetiva nas igrejas evangélicas, de algumas poucas comunidades que estão tentando olhar para essas pessoas sem julgá-las, mas isso ainda é um movimento incipiente no Brasil.

Encontrou resistência ao abordar o assunto com evangélicos? 
Por parte de alguns pastores, lideranças respeitadas no universo evangélico, que se recusaram a dar entrevista para o livro, talvez por temerem posicionar-se a respeito desse tema, que realmente é muito espinhoso. O pastor Silas Malafaia foi um desses líderes que, mesmo após muita insistência e espera paciente de minha parte, não quis falar.

Fonte: Anna Virginia Balloussier, na Folha de S.Paulo



terça-feira, 26 de novembro de 2013

Billy Graham alerta em entrevista contra uma epidemia de “crendismo fácil”



O famoso evangelista concedeu uma entrevista à Revista Christianity Today onde fala sobre obediência, céu e inferno e sobre sua campanha My Hope (Minha Esperança).No ápice de seu ministério de cruzadas, Billy Graham viajava pelo mundo todo pregando para grandes multidões. Agora, apesar de confinado em sua casa nas montanhas do oeste da Carolina do Norte, o evangelista ainda é capaz, através da tecnologia moderna, de continuar proclamando o evangelho. Novembro marca o início da campanha "My Hope America with Billy Graham", um curso de evangelismo em vídeo projetado para uso individual ou de pequenos grupos. Em conjunto com o lançamento da campanha, Graham lançou o que pode ser o seu último livro, The Reason for My Hope: Salvation. Christianity Today perguntou a ele sua opinião sobre o estado atual da fé cristã e sobre sua confiança, em meio à confusão teológica e cultural, na mensagem essencial do evangelho.

Você se considera, em primeiro lugar, um evangélico ou cristão? Por quê?

O que realmente importa é como Deus me vê. Ele não está preocupado com rótulos; ele está preocupado com o estado da alma humana. A Bíblia diz que sou, antes de tudo, um pecador. "Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus". (Romanos 3:23). Mas devido à graça salvadora que Jesus estendeu a mim, e ao meu arrependimento do pecado, me tornei seu filho – sendo salvo pelo sangue do meu Salvador na cruz. Naquele momento, eu entrei em um relacionamento com ele que transformou a minha vida. Aqueles que lerem The Reason for My Hope verão claramente nas escrituras como ser salvo e viver a vida cristã.
Jesus Cristo é meu Senhor e Mestre. Eu me arrependi de meu pecado, entreguei minha vida a Cristo e procuro diariamente obedecer à sua Santa Palavra. Eu sou seu seguidor. Antes da minha conversão, em 1de novembro de 1934, como conto no livro, eu sempre me considerei cristão. Foi só quando fui confrontado e convencido do meu pecado que percebi que Cristo faz a diferença na vida daqueles que não apenas se dizem cristãos, mas que obedecem à Sua Palavra. Se não houver mudança na vida de uma pessoa, ela deve se perguntar se de fato tem a salvação que o Evangelho proclama. Muitos dos que vão à igreja não experimentaram uma transformação de vida em Cristo. Aqueles que não fazem parte da igreja esperam que os seguidores de Cristo vivam de maneira diferente, no entanto, muitas pessoas que estão na igreja estão indo atrás do mundo – não para ganha-lo para Cristo, mas para serem iguais a ele. Isso é muito perigoso e a Bíblia fala sobre o resultado trágico que tal atitude traz.
A minha pregação é de evangelista e eu sinceramente acredito no ensino fundamental das Sagradas Escrituras. Essa é a base do meu livro. Espero que as pessoas o leiam. Meu desejo é que os leitores compreendam o privilégio e a responsabilidade da vida cristã. Quando Jesus se torna nosso Mestre deixamos de lado nosso velho caminho e passamos a trilhar o seu. Nem sempre é fácil, mas é extremamente produtivo e desafiador, porque aqueles que o seguem tornam-se luzes brilhantes em um mundo repleto de escuridão. É por isso que os cristãos têm esperança. A razão de eu ter esperança para o mundo é porque Cristo morreu pelo mundo inteiro e está chamando os perdidos e cansados para se aproximarem dele. Jesus disse que "veio buscar e salvar o que estava perdido". (Lucas 19:10).

Por que, de acordo com o título do livro, é a salvação a razão da sua esperança?
À medida que fui me aproximando de completar 95 anos de idade, eu sentia uma necessidade de escrever um livro que abordasse a epidemia do "crendismo fácil". A mentalidade que existe hoje é que se as pessoas acreditam em Deus e fazem boas obras, elas vão para o Céu. Mas existem muitas questões que devem ser respondidas. Existem duas necessidades básicas que todas as pessoas têm: a necessidade de esperança e a necessidade de salvação. Não me surpreende nem um pouco que as pessoas creiam com facilidade em um Deus que não faz exigências, mas esse não é o Deus da Bíblia. Satanás têm, de maneira ardilosa, enganado as pessoas, as fazendo acreditar que podem crer em Jesus Cristo sem serem transformadas, mas essa é uma mentira do Diabo. Aqueles que dizem que se pode ter Cristo sem abrir mão de nada estão sendo enganados. Embora eu não seja mais capaz de pregar em um púlpito, Deus colocou no meu coração um desejo ardente de dividir essa mensagem no formato de um livro – mensagem esta que ecoa dentro de mim toda vez que assisto ao noticiário. Quando visito pessoas com diferentes histórias de vida, ouço a mesma pergunta: "O que está acontecendo com o mundo?".
Muitos políticos e líderes do governo já me fizeram essa pergunta. Inúmeros estudantes em campus universitários imploraram para ouvir a verdade. Eu sempre expliquei que o Deus Todo-Poderoso é o arquiteto da Terra, o Criador da humanidade e quem formou a alma. Ele é o Princípio e o Fim, o Doador e Consumador da Fé. Todas as respostas estão na Palavra revelada de Deus. A salvação é uma dádiva de Deus para o mundo, mas a dádiva do Seu amor e perdão deve ser aceita em Seus termos – não nossos. Dádivas nunca são forçadas, pois são oferecidas e recebidas. Muitos hoje dizem que a ideia de redenção é antiquada. Escrevo no livro sobre Hollywood, e até mesmo sobre futebol americano profissional, adoráveis histórias de redenção. Por quê? Um crítico de cinema afirmou que as pessoas desejam superar aquilo que as aflige no interior. Cristo é o único que pode tirar o desespero que existe dentro de nossos corações. Esta é a razão da minha esperança, que pessoas de todos os lugares abram seus corações à salvação de Cristo – a dádiva redentora que oferece paz e a certeza da vida eterna.

Por que você acha que Deus achou por bem dar-lhe mais tempo na terra antes de chama-lo para o Céu?
Por passar mais de 70 anos viajando e pregando ao redor do mundo, não tive muito tempo para refletir. Mas não importa onde eu estivesse, quando voltava para casa, Ruth estava sempre aqui me esperando. Nós apreciamos esses momentos, e sempre encontrávamos tempo para buscar ao Senhor juntos, nos alegrando com as respostas às nossas orações. Sinto falta dessa comunhão com ela. Ela era uma guerreira de oração e adorava conversar sobre a Bíblia. Ruth foi para o Céu há seis anos e eu acredito que o Senhor me deu esse período da vida para considerar tudo o que ainda resta a fazer e a ser fiel à mensagem de Cristo, enquanto ainda tenho vida. Quer preguemos em um púlpito ou nos sentemos em contemplação silenciosa, há sempre muito mais a aprender à medida que buscamos a face do Senhor. Ao olhar para trás, vejo que houve momentos em que não fui tão forte quanto deveria, mas meu coração e meu ministério sempre estiveram enraizados na Palavra de Deus. A mensagem que eu prego está ancorada no que "a Bíblia diz".
Eu tento usar meus dias para encorajar outros a servirem a Jesus Cristo de todo coração, orando por aqueles que trabalham em seu nome e pedindo que muitos mais respondam ao chamado de Deus para pregar a verdade do evangelho, declarando o que a Bíblia diz. É a verdade. Sua Palavra é vida.

Como você selecionou os temas e ilustrações que tratam tão especificamente das necessidades das pessoas?
Este livro aborda muitas questões e preocupações que pesam no meu coração e, apesar de já ter escrito mais de 30 livros, acredito que este se concentra em questões presentes nas mentes de pessoas de todos os lugares. Há tantas religiões no mundo e eu nunca presenciei tanta confusão como existe hoje sobre onde encontrar a verdade. Vemos pessoas pregando que Deus é um Deus de amor, não de ira. Pessoas que proclamam que o Céu é real, mas que o inferno é apenas um produto da imaginação. À medida que fazia a pesquisa para esse livro, meu coração partia ao ouvir várias pessoas preconizando que o inferno será um happy hour sem fim, comediantes famosos afirmando que estão felizes em saber que irão para lá um dia.
Este livro foi escrito para soar como um aviso – um aviso amoroso do Céu – de que o Céu foi criado para aqueles que se humilham diante de Deus, e o inferno, criado para Satanás e para aqueles que o servem. Cristo veio para livrar a humanidade das amarras que Satanás coloca em suas vidas. Jesus Cristo é a resposta para o mundo – ele é a âncora da alma – ele é o Deus da esperança, que veio em forma humana para nos resgatar das garras de Satanás. Certa vez, um professor de um seminário fez uma declaração profunda para seus alunos: "Nunca pregue sobre o inferno sem ter lágrimas nos olhos". A minha mensagem é proclamar que somos todos pecadores com necessidade de um Salvador e perguntar a cada um esta pergunta: Você já foi salvo?

Você escreve que o "pecado está na moda". O que quer dizer com isso?
Na sociedade do século 21, as pessoas fizeram uma transformação no pecado, o chamando de erro. Deus chama de iniquidade. É uma doença da alma. A sociedade geralmente deseja fazer campanha contra doenças, levantar dinheiro para erradica-la. Mas a doença do pecado é celebrada e glorificada pela sociedade, especialmente dentro da cultura popular atual, e o preço que se paga nos âmbitos físico, emocional e espiritual é totalmente ignorado. A sociedade pode se gabar de que o "pecado está na moda", mas a verdade é que o pecado está em você, em mim e em todas as pessoas.
A mídia secular conta, frequentemente, histórias de homens e mulheres que cometem crimes horríveis, e a humanidade exige que essas pessoas paguem pelo que fizeram. No entanto, a humanidade se ressente por Deus exigir que paguemos pelos pecados cometidos contra Ele. Deus se mostra um Pai amoroso ao enviar o seu próprio sacrifício, seu único Filho, para morrer no lugar do homem, pagando a penalidade do pecado que a Bíblia diz que "tão de perto nos rodeia". (Hebreus 12:1). Muitas pessoas que transgridem as leis de Deus se ressentem por seus pecados serem julgados por um Deus justo. Rejeitamos a ideia de nossas próprias transgressões, mas quando se trata de faltas cometidas em um jogo de futebol, por exemplo, nós aceitamos as regras; na verdade as amamos. Se estamos torcendo pelo nosso time e a equipe adversária comete uma falta, nós comemoramos. Isso está no coração do homem, mas posso garantir que Deus não se alegra quando cometemos faltas (pecados) contra Ele. Seu coração se entristece. O pecado é veneno e destrói. A salvação é o antídoto que purifica.

A sociedade de hoje é obcecada pela tecnologia, tema que você comenta em detalhes. Existe uma visão bíblica acerca da tecnologia?
A Bíblia declara que "não há nada de novo debaixo do sol" (Eclesiastes 1:9). Nada surpreende Deus. Ele permite que sua criação explore os recursos que ele nos deu na terra. Nós certamente observamos a infinidade dos recursos de comunicação explodir quando entramos no século 21. Eu sempre amei a arte da comunicação, e não há dúvida de que meu ministério se beneficiou muito através da utilização da amplificação e ampliação em arenas e estádios ao redor do mundo. A televisão e o rádio permitiram que o evangelho alcançasse os confins da terra, como a Bíblia previu. Mas apesar de Deus permitir que venham bênçãos de invenções tão grandiosas, como dispositivos móveis e sem fio, Satanás também tem usado a tecnologia para avançar, de maneira inteligente, o seu engano. Há gerações hoje que se orgulham de sua capacidade de se comunicar instantaneamente através do Facebook ou Twitter, mas são incapazes de se comunicar pessoalmente. As pessoas estão encontrando consolo sentadas em frente à tela do computador dispostos a falar com estranhos sobre qualquer coisa, através da comunicação eletrônica, mas não acreditam que Deus pode ouvir seu clamor de solidão, tristeza e dor.
Um presidente da Universidade de Harvard, uma vez me disse que o que os jovens mais desejam é "pertencer". Multidões estão dispostas a pertencer a praticamente qualquer coisa, exceto a Deus. A raça humana sempre esteve em uma busca por verdade e aceitação, no entanto, homens e mulheres não estão dispostos a aceitar Aquele que é a verdade. Em vez disso, estão se voltando para uma nova mistura de fé que está na moda, um pouco de cristianismo, um pouco de budismo e um pouco de nova era. Esse é um truque do diabo, que adora misturar um pouco da verdade com suas mentiras. A Bíblia nos adverte sobre isso e nos diz que devemos nos agarrar à verdade e lutar pela fé. "Nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios... tendo cauterizada a sua própria consciência". (1 Timóteo 4:1-2).
Mas a tecnologia é um presente de Deus quando é usada para proclamar o evangelho. É por isso que estou animado com o My Hope, um programa evangelístico desenvolvido pelo nosso ministério e que tem sido usado em todo o mundo. Através de todos os meios confiáveis de comunicação, estamos proclamando as Boas-Novas de que Deus ama os pecadores e chama homens e mulheres de todos os lugares a se arrependerem e se voltarem a Ele, recebendo a verdadeira esperança que vem de Deus. Tenho me preparado há meses para pregar essa mensagem através do My Hope America, um especial de televisão que será assistido nos lares de toda a nação americana na semana do meu aniversário de 95 anos. Não consigo pensar em nada melhor para comemorar mais um ano de vida do que proclamar a verdade de Deus. Oro para que todos os cristãos abram suas casas para seus familiares e vizinhos que precisam de Cristo e assistam o que Deus está fazendo nos dias de hoje, que podem até parecer tenebrosos, mas que estão cheios de esperança.

Fonte: Christianity Today, via www.cristianismohoje.com.br/

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Subsídio para EBD - O Tempo para todas as coisas



A partir desta lição estudaremos alguns temas extraídos do livro de Eclesiastes, um tratado filosófico judaico, cujo fundamento é a vida com Deus. O Coelet, ou homem da assembleia, Salomão em sua idade avançada, reflete a respeito do sentido da vida, e dos valores que permanecem diante do Senhor. Na aula de hoje aprenderemos sobre o tempo, considerando a cosmovisão bíblica, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, ao final, mostraremos a necessidade de reconhecermos que o Deus é o Senhor do tempo, e que devemos viver para Ele, buscando sempre a Sua glória.

A DEFINIÇÃO DE TEMPO
O tempo na cosmovisão judaica é diferente da experimentada no contexto ocidental. Para os hebreus o tempo era percebido inicialmente como uma sucessão de ciclos com eventos recorrentes. Tal perspectiva estava fundamentada na observação dos ciclos naturais, como o dia e a noite, e também no calendário religioso, com base nos sábados, festas anuais, anos sabáticos, e jubileus. Deus, nessa percepção, é o Senhor do tempo (et em hebraico), pois a Ele esse pertence. No Antigo Testamento o tempo está atrelado a alguns eventos específicos, e por meio do et, palavra hebraica para tempo, é possível expressar quando um evento ocorre (Em. 8.11; I Sm. 20.12; II Sm. 11.1; Jr. 8.7). O substantivo hebraico paam também carrega o sentido de sequência de eventos (Ex. 23.17; Lv. 4.6), o encontramos pela primeira vez em Gn. 2.23, em que essa palavra é traduzida, em algumas bíblias, como “agora”. Nessa passagem, Adão destaca que, muito embora estivesse no tempo, e cumprisse sua responsabilidade, dando nome aos animais, somente em um momento específico ele encontrou satisfação, quando Deus lhe deu uma companheira. No Novo Testamento, o tempo pode ser descrito pelas palavras aion, kairós e chronos. Aion indica um tempo prologado, tal como a eternidade, uma era no mundo. Kairós, por sua vez, é usado como um indicador temporal, designado um tempo específico de Deus (Mt. 11.25; 12.1; 13.30; 14.1). Esse termo geralmente está relacionado ao tempo da salvação do Senhor, tal como o tempo do nascimento de Moises, que conduziu o povo do Egito (At. 7.20), ou como ao do próprio Cristo, que realizou o segundo Êxodo, livrando os crentes da perdição eterna (Mt. 26.18; Mc. 1.15; Lc. 19.44; Jo. 7.6,8; Rm. 5.6; Ef. 1.10). Pedro destacou que a vinda de Cristo marcou o tempo a respeito do qual trataram os profetas (I Pe. 1.10-12). Paulo, por sua vez, revela que no devido kairos, Jesus retornará para arrebatar a igreja (I Tm. 6.15), e posteriormente, para o julgamento final (Ap. 1.3; 11.18; 22.10). Chronos é o tempo no sentido cronológico (At. 13.18), é nesse sentido que Paulo destaca a vinda de Cristo como a plenitude do tempo (Gl. 4.4), e Pedro dos últimos tempos (I Pe. 1.17).

O TEMPO NO ECLESIASTES
No capítulo 3 de Eclesiastes, Salomão apresenta várias declarações sobre o tempo de Deus na vida das pessoas. De modo que há tempo para todo propósito debaixo do céu, isso porque tempos e estações são uma parte normal da vida, independentemente de onde as pessoas vivem. A vida humana cumpre uma sequência de ciclos: 1) nascer e morrer (v. 2) – o nascimento e a morte não são contingências humanas, mas determinações do próprio Deus, que está no comando de todas as coisas (Gn. 29.31-30.24; 22.5; Js. 24.3; I Sm. 1.9-20; Sl. 113.9; 139.16; Jr. 1.4,5; Lc. 1.5-25; Gl. 1.15; 4.4); 2) matar e curar (v. 3) – mesmo com todos os cuidados da ciência moderna, existem epidemias na terra, que ceifam as vidas de várias pessoas (I Sm. 2.6), mas Deus pode realizar milagres, e curar os enfermos (Is. 38); 3) espalhar pedras e ajuntar pedras (v. 5) – Israel é uma terra pedregosa, por isso, antes de plantar, é preciso limpar os campos antes de ará-lo, alguém poderá fazer o mal a outrem enchendo sua terra de pedras (II Rs. 3.19,25); 4) abraçar e afastar de abraçar (v. 5) – existe o tempo de encontrar, de fazer novas amizades, mas infelizmente, também de deixá-las para trás, de se distanciar até mesmo dos entes queridos; 5) buscar e perder (v. 6) – todos nós perdemos coisas, e de vez em quando precisamos procurá-las, mas existem momentos em que necessitamos aprender a perdê-las, a aceitar que elas simplesmente não farão mais parte de nós; 6) rasgar e coser (v. 7) – os israelitas rasgavam as veste como sinal de arrependimento (II Sm. 13.1; Ed. 9.5), portanto, existe o momento de chorar pelos pecados, mas também de se alegrar com o perdão que vem do Senhor; 7) amar e aborrecer (v. 8) – existem coisas que podemos gostar, mas outras devem ser aborrecidas, pois não agradam a Deus (II Cr. 19.2; Sl. 97.10; Pv. 6.16-19; Ap. 2.6,15)

O TEMPO NA PERSPECTIVA DA ETERNIDADE
Quando olhamos para o tempo na perspectiva meramente humana, acabamos frustrados, pois o tempo passa, principalmente quando reconhecemos que nada há de novo debaixo do sol (Ec. 3.9). Felizmente podemos olhar além, e saber que a vida do ser humano é uma dádiva de Deus (Ec. 3.10). Somente assim poderemos perceber o tempo de maneira positiva, aceitarmos a vida com boa vontade, mesmo diante das adversidades. O homem foi criado imagem e semelhança de Deus, por isso está ligado a Ele pela eternidade (Ec. 3.11). O próprio Deus colocou a eternidade no coração do homem, este tem sede do céu e nada o satisfaz, a não ser a presença do Eterno. A vida não precisa ser vista como um fardo, mas como um presente do Senhor (Ec. 3.13; I Tm. 6.17). Quando cremos em Jesus, nos tornamos filhos de Deus, passamos a fazer parte de um lar eterno (Jo. 14.1-6; II Co. 4). Dessa perspectiva, a morte não é o fim, apenas uma parte da eternidade, pois Deus está no comando dos ciclos da vida (Ec. 3.15). Em Cristo Deus entrou na história, Ele morreu e ressuscitou, rompendo o ciclo de vida e morte, colocando-nos em uma no relação com o tempo (II Co. 5.17-21). Por esse motivo os salvos em Cristo que estiverem no corpo por ocasião do arrebatamento serão transformados, e aqueles que tiverem morrido no Senhor ressuscitarão (I Ts. 4.13-18; I Co. 15.35). Essa segurança nos dar firmeza necessária para enfrentar o dia-a-dia, vivendo cada momento na dependência de Deus, remindo o tempo (Ef. 5.15-17). Remir, em grego, é exagorazo, trata-se de uma metáfora comercial, afinal, como se costuma dizer “tempo é dinheiro”. Como cristãos precisamos aprender a usar bem o tempo, a investi nele de modo a dar glória a Deus, diferentemente daqueles que não conhecem a Deus (Cl. 4.5), ciente sobretudo que os dias são maus. Somos mordomos do tempo que nos foi dado, um dia prestaremos contas a Deus sobre como o utilizamos. Portanto, não podemos ser preguiçosos ou indolentes (Pv. 6.6-11; 19.15), principalmente se tratando da missão urgente que a nós foi delegada (Jo. 9.4).

CONCLUSÃO
O tempo é precioso, dele somos feitos, por isso nosso futuro depende de como o utilizamos (Rm. 2.7-10). Devemos ter cuidado para não desperdiçar o tempo em coisas fúteis, como faziam os atenienses (At. 17.21). O investimento no tempo é uma questão de prioridade, e essa deve ser posta no reino de Deus (Mt. 6.33). A partir das considerações de Salomão, aprendemos que há tempo para todo propósito, mas que esse tempo terreno é limitado, por isso, devemos, com sabedoria, discernir quanto ao uso apropriado do tempo, buscando a glória de Deus em tudo que fazemos (I Co. 10.31).

BIBLIOGRAFIA
KIDNER D. A mensagem de Eclesiastes. São Paulo: ABU, 2004
WEIRSBE, W. W. Ecclesiastes: be satisfied. Colorado Springs: David Cook, 2010.
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com/

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CGADB - Justiça anula exclusão do Pr. SAMUEL CÂMARA


O Pastor SAMUEL CÂMARA, Presidente da Assembleia de Deus em Belém do Pará, mais conhecida como Igreja Mãe, acaba de publicar em sua página no Facebook:

"O juiz da 5ª Vara Cível de Manaus, José Renier da Silva Guimarães, em sentença de mérito, declarou nulo o processo disciplinar de n° 36 e "todos os atos dele derivados". Isto significa a reintegração imediata do pastor Samuel Câmara como membro da CGADB, em virtude de o Conselho de Ética e Disciplina e a Mesa Diretora da CGADB não lhe terem assegurado o contraditório e o amplo direito de defesa."

Como se trata de julgamento do mérito, não é mais cabível agravo de instrumento, no entanto, é possível apelação em instância superior. Como tais medidas liminares e apelações se tornaram atitudes comuns nessa causa, resta aguardar para sabermos qual será a atitude da Mesa Diretora da CGADB.

Fonte: Página do Pr. Samuel Câmara no Facebook, via http://www.pointrhema.com.br/

Comentário: É assim caminha a maior convenção assembleiana, de uma liminar aqui, uma apelação ali, depois sentença judicial e por aí vai! Depois da última eleição da CGADB, pensei que o Pr. Samuel sairia e abriria outra convenção de ministros, ou seguiria o caminho de Silas Malafaia que se desligou e fez da igreja que preside, uma AD autônoma. Mas não. Câmara até o momento tem optado por não facilitar a vida de quem foi seu oponente nas eleições, tentando se manter na CGADB via justiça.

Só lembrando, na eleição de abril/2013, havia duas chapas concorrendo. A "oposição", liderada por Samuel Câmara usou o slogam "CGADB para Todos". Olha que lindo, será mesmo? Pois a CGADB, continua a ser exlusiva e excludente de pastores, e a membresia permance anônima, ausente e sem voz.

A outra chapa, liderada pelo Pr. José Wellington (no cargo há mais de duas décadas), adotou a divisa "Amigos do Presidente". Olha só o lema! Poderia ter usado outros termos como "amigos da igreja" ou da Convenção", mas escolheram o do presidente.

Apesar das chapas formadas serem compostas por presidente, cinco vice-presidentes, cinco secretários (um para cada região do país), dois tesoureiros e cinco membros do Conselho Fiscal, os 18 cargos foram eleitos separadamente. Daí, como em outras eleições, alguns dos eleitos eram da "situação", outros da "oposição".

A eleição, por si já seria objeto de estudo. Quase todos os nomes das duas chapas são pastores-presidentes de alguns ministérios estaduais ou regionais. A palavra eleição evoca o princípio da democracia, porém nesta eleição em particular, o que existe na prática, é que uma elite assembleiana votam e são votadas na eleição convencional, enquanto contraditoriamente em suas igrejas locais, exercem o pastorado de forma vitalícia.

Acredito que já passou da hora de refletirmos sobre a forma de governo assembleiano. Alguns problemas que vivenciamos se originam aí. Se na Igreja Católica há um Papa e um Vaticano que envolvem a questão do poder, na AD brasileira idem. O poder é fragmentado em Ministérios, mas condensado na figura do pastor-presidente. Esse é soberano e vitalício no poder. Há casos onde se passa até em cima de Estatutos e Regimentos. Ou seja, muitos que participam e defendem a eleição para a Mesa Diretora da CGADB, jamais aceitariam eleição em suas igrejas para escolha do pastor local.

Enquanto na "alta cúpula", as animosidades estão cada dia mais graves e as relações de poder intensificadas, com possibilidade de convivência pacífica quase nula. Na outra ponta da pirâmide, vemos que na igreja existem homens e mulheres que cantam, pregam, contribuem com seus dízimos e ofertas. São heróis anônimos diante da história oficial da denominação.