Durante
a peregrinação do povo de Israel no deserto, Deus orientou a Moisés que
construísse o tabernáculo e separasse a tribo de Levi para devidas funções
neste lugar sagrado. O Senhor nomeou Arão e seus descendentes para exercerem o
sacerdócio, o que na verdade é uma figura do eterno e perfeito sacerdócio de
Cristo, o qual através do seu sacrifício nos abriu o caminho de acesso a Deus
tornando cada salvo um sacerdote.
Infelizmente,
hoje em dia, está em curso uma judaização nas igrejas evangélicas. Cantor e
músico viraram sinônimo de levita, e pastor de sacerdote. Até um novo Templo de
Salomão, o Edir Macedo e a IURD estão construindo em São Paulo, ao custo de
muitos milhões de reais!
QUEM
ERAM OS LEVITAS E SACERDOTES?
Os
filhos de Levi, eram antes uma tribo secular, mas que foi separada pelo Senhor
para exercer as funções no Tabernáculo (Nm 1.50,51,53; 18.2-4,6; I Cr 15.2).
Vejamos quais foram as funções que o Senhor delegou:
Os
levitas. Por
haverem sido resgatados da morte, na noite da Páscoa, os primogênitos das
famílias hebraicas pertenciam a Deus (Êx 13.1,2), mas os levitas, por seu zelo
espiritual, foram escolhidos divinamente como substitutos dos filhos mais
velhos de cada família (Êx 32.25-29; Nm 3.5-13; 8.17-19). Os levitas eram
ajudantes dos sacerdotes (Nm 3.5- 9). As obrigações menores, algumas até
manuais, como de limpeza, arranjo e arrumação no templo, cabiam aos levitas não
sacerdotais. Alguns dos seus deveres são descritos em (Êx 13.2,12,13; 22.29;
34.19; Lv 27.27; Nm 3.12,13,41,45; 8.14-17; 18.15; Dt 15.19). Deus separou para
esta função os três filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari (Nm 26.57).
Os
sacerdotes. Antes
do êxodo, o chefe de cada família, ou o primogênito desempenhava o papel de
sacerdote familiar; mas, os ritos do tabernáculo e a exigência de observá-los
com exatidão tornaram necessária a instituição de um sacerdócio dedicado
totalmente ao culto divino. Para esta importante função, Deus escolheu Arão e
seus filhos (Êx 28.1). O sacerdote, termo que no hebraico é “kohen”,
era o ministro divinamente designado, cuja função principal era representar o
homem diante de Deus (Êx 28.38; 30.8). A vocação sacerdotal era hereditária, de
modo que os sacerdotes podiam transmitir a seus filhos as leis detalhadas
relacionadas com o culto e com as numerosas regras às quais os sacerdotes
viviam sujeitos a fim de manterem a pureza legal que lhes permitisse
aproximar-se de Deus (Nm 18.2,7,8).
Funções
dos sacerdotes. Os
sacerdotes deviam queimar incenso, cuidar do castiçal e da mesa dos pães da
proposição, oferecer sacrifícios no altar e abençoar o povo (Nm 5.5-31) e
ensinavam a Lei (Ne 8.7,8). Eles ministravam como mediadores entre o povo e
Deus (Êx 12.12,29,30), e também comunicavam ao povo a vontade e o concerto de
Deus (Jr 33.20-22; Ml 2.4) e intercediam, perante Deus, devido à pecaminosidade
do povo. Exercendo o seu ministério, eles faziam expiação pelos seus próprios
pecados e pelo pecado do povo (Êx 29.33; Hb 9.7,8), e testificavam da santidade
de Deus (Êx 28.38; Nm 18.1).
O
sumo sacerdote. O
primeiro sumo sacerdote escolhido por Deus em favor de Israel foi Arão (Hb
5.1-4). Ele era o filho mais velho do levita Anrão e de Joquebede (Êx 6.20; Nm
26.59). Era irmão de Moisés e Miriã, sendo três anos mais velho que o
Legislador (Êx 7.7). Sua esposa era chamada Eliseba (Êx 6.23). Com ela Arão
teve quatro filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (I Cr 24.1). O sumo
sacerdote era o principal entre os sacerdotes. Em hebraico ele é chamado de “kohen
gadol” que quer dizer “grande sacerdote”.
Somente ele entrava uma vez por ano no Lugar Santíssimo para expiar os pecados
da nação israelita, no Dia da Expiação (Êx 30.10; Lv 16.34).
A
SUPERIORIDADE DO SACERDÓCIO DE CRISTO
O
sacerdócio de Arão é uma figura do sacerdócio de Cristo. No entanto, o
sacerdócio de Cristo é superior. As Escrituras deixam bem
claro que a Antiga Aliança era apenas sombra dos bens futuros (Hb 10.1),
demonstrando assim a superioridade da Nova Aliança. O escritor aos Hebreus diz: “De
tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador” (Hb 7.22).
Destacaremos na tabela abaixo, informações que comprovam que o sacerdócio de
Cristo é superior ao de Arão:
SACERDÓCIO
DE ARÃO
|
SACERDÓCIO
DE CRISTO
|
Feito sem
juramento (Hb 7.20)
|
Feito com
juramento (Hb 7.21)
|
Instituído
durante a Lei (Êx 28.1; Hb 7.28)
|
Instituído
antes da Lei (Gn 14.18; Hb 6.20)
|
Necessitava
sacrificar por si mesmo, pois era imperfeito (Lv 9.7,8; Hb 5.3; 7.27,28)
|
Não necessitou
sacrificar por si mesmo, pois é perfeito (Hb 7.28; I Pe 2.22)
|
Sacrificava
continuamente (Hb 10.11)
|
Fez um único
sacrifício (Hb 7.26,27; 9.25-28,10.10,12,14)
|
Teve o seu
ministério impedido pela morte (Hb 7.23)
|
É sacerdote
para sempre (Hb 6.20; 7.3,24)
|
Entrou no
tabernáculo terrestre (Hb 9.1)
|
Entrou no
tabernáculo celeste (Hb 8.1,2; 9.11,24)
|
Oferecia
sacrifício de animais (Hb 9.13)
|
Ofereceu a si
mesmo como sacrifício (Hb 9.11-14)
|
Entregou
dízimos a Melquisedeque na pessoa de Abraão(Hb 7.9,10)
|
Recebeu
dízimos até de Levi na pessoa de Melquisedeque(Hb 7.9,10)
|
O
SACERDÓCIO UNIVERSAL
A
Bíblia nos mostra que no Novo Pacto, ratificado pelo sangue de Cristo na cruz
do Calvário, todo aquele que o recebe como Salvador e Senhor têm diversos
privilégios, entre os quais podemos citar:
O
véu do templo foi rasgado. O véu era uma espécie de divisória ou
cortina de separação geralmente usada para ocultar algo (Êx 26.31; Hb 6.19). A
passagem por este véu era proibida a não ser no dia da expiação do povo de
Israel (Lv 16.34; Hb 9.7). Três verdades devem ser destacadas sobre a função do
véu: (1ª) o véu fazia separação (Êx 26.33); (2ª) o
véu vedava o acesso ao Lugar Santíssimo (Hb 9.7); (3ª) o véu
ocultava a Arca (Hb 9.3). Quando Jesus, o nosso Sumo Sacerdote morreu na cruz
como oferta pelos nossos pecados, o véu do Templo foi rasgado de alto a baixo,
como registra os evangelistas (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45). Agora, por meio
de Cristo ficou aberto o caminho a Deus, a fim de que todos quantos crerem nele
e na Sua Palavra tenham livre acesso (Hb 9.1-14; 10.19-22).
Ele
nos fez sacerdotes. Já vimos que no AT, o sacerdócio era restrito a
tribo de Levi. Sua atividade distintiva era oferecer sacrifícios a Deus, em
prol do seu povo e comunicar-se diretamente com Deus (Êx 19.6; 28.1,2; II Cr
29.11). Agora, por meio de Jesus Cristo, todo crente é constituído sacerdote
para o serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10; 20.6). Esse sacerdócio de todos os
crentes abrange o seguinte: (1) todos os crentes têm acesso
direto a Deus, através de Cristo (Jo 14.6; At 4.12; Ef 2.18); (2) todos
os crentes têm a obrigação de viver uma vida santa (I Pe 1.14-17; 2.5,9); (3) todos
os crentes devem oferecer “sacrifícios espirituais” a Deus (Cl 3.16; Hb 13.15;
I Pe 2.5); (4) todos os crentes devem interceder e orar uns
pelos outros e por todos (Cl 4.12; I Tm 2.1; Ap 8.3); (5) todos
os crentes devem proclamar a Palavra e orar pelo bom andamento dela (At 4.31; I
Co 14.26; II Ts 3.1).
Temos
acesso direto a Deus. Contrastando o acesso limitado a Deus que os
israelitas tinham na Antiga Aliança, Cristo, ao dar sua vida por nós como como
sacrifício perfeito, abriu o caminho para a própria presença de Deus e para o
trono da graça (Hb 4.16). Por isso, na Nova Aliança, os crentes podem com muita
liberdade achegar-se a Deus em oração (Tg 4.8; Ef 2.18, 3.12), chamando-o de
Pai como Jesus nos ensinou e o Espírito Santo nos leva a fazer (Mt 6.9; Rm
8.15).
CONTEXTUALIZANDO
PARA OS NOSSOS DIAS
A
Antiga Aliança era transitória. As Escrituras afirmam que “… se
aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a
segunda” (Hb 8.7). Por isso, Jesus trouxe uma Nova Aliança, que se
estabeleceu, não em atos exteriores e rituais, mas, no interior do homem.
Jesus, como Sumo Sacerdote constituído por Deus, no céu, exerce seu trabalho no
verdadeiro tabernáculo, fundado pelo Senhor, e não pelo homem (Hb 8.1-4).
Foi
no início da década de 90 que chegaram aqui as famosas “restaurações ministeriais”
e suas nomenclaturas. Dos que estavam propagando isto, alguns eram sinceros,
embora ignorantes do espírito do Evangelho, enquanto outros eram oportunistas
de temas e moveres. Uma questão mercadológica e de marketing apenas!
Ninguém
que leia o NT pode fazer um retrocesso desse tamanho! É pisar na Cruz!
É
minimizar o que o Sacerdote Eterno já consumou! É ofensa contra o ensino
apostólico! É epístola Anti-Hebreus!
É a reedição da Sombra contra o
Realizado! É o retorno aos bodes e touros como sacrifício!
É
Velhotestamentização da “igreja”!É
vitória de Caifás contra Jesus!
É a volta à adoração em Jerusalém ou no monte Geresin — anulando a hora de todos os que adoram em espirito e em verdade! É a supremacia do sacerdócio profissional sobre a espontaneidade e a alegria voluntaria do louvor de todos! É a justificação do levita e do sacerdote sobre o Samaritano, afinal de contas, o “culto” não pode parar!
Ontem ouvi alguém dizer que a família dele é
uma família de sacerdotes — isto para diferenciarem-se dos demais crentes, pois
eles são bem pagos para oferecer a Deus, pelos irmãos, aquele culto.
Pensei: “Que
ardil sutil! Qual a família humana consciente de Jesus em fé que não é parte do
reino de sacerdotes?
”Gente de
Deus! TODOS somos sacerdotes em Cristo. A ordem levítica morreu na Cruz. Seria calcar aos pés o sangue da
aliança, como diz Hebreus falando acerca da mesma coisa. O Cap. 6 de Hebreus
foi escrito como advertência aos que faziam essa viagem de volta! Crer hoje
como se cria antes da revelação de Deus em Jesus e no Evangelho — tendo-se
consciência de tudo — é cair da Graça; é colocar-se no lugar difícil de renovar
alguém para arrependimento.
REFERÊNCIAS
·
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
·
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
·
HOFF,
Paul. O Pentateuco. VIDA.
·
CHAMPLIN,
R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
·
MOODY,
D. L. Comentário Bíblico. HAGNOS.