Quando nasce um filho de um astro da música, do esporte, ou mesmo de um líder político, há uma imensa propaganda de markenting nos meios comunicação. Revistas e paparazzos, ficam a espreita pela primeira foto do rebento. Os pais negociam com emissoras de TV e revistas, cachês para divulgar a primeira aparição do bebê, diante das câmaras ou das lentes dos fotógrafos. Mas, como foi o nascimento do Filho de Deus, do Homem Perfeito, do Emanuel (Deus conosco)?
Durante séculos, os profetas hebreus deram algumas pistas, como que o Messias, nasceria de uma mulher, conforme o livro de Gênesis, que esta mulher seria uma virgem, conforme o profeta Isaías, que a cidade do seu nascimento seria Belém da Judéia, conforme Miquéias. Quando Jesus nasceu, a maioria das pessoas não ficaram sabendo.
O contexto do mundo na época do nascimento de Cristo, era interessante. No campo político, Roma, pelas armas, dava as cartas em grande parte do mundo civilizado de então, impondo seu direito romano. Culturalmente havia uma influência fortíssima dos gregos, seja como língua do comércio (o inglês da época), ou na filosofia, nas artes, na matemática e na religião. Muitos personagens famosos da história, já tinha deixado suas marcas, nas mais diversas áreas, como: Confúcio, Buda, Sócrates, Platão, Aristóteles, Alexandre O Grande, Júlio César e Cleópatra. Os judeus depois de serem dominados pelos babilônios, persas, gregos (os selêucidas), e de terem tido um pequeno período de independência sob os Macabeus; já desde 63 A.C, eram província romana. O preposto de Roma, era o rei Herodes, um tirano, que por volta dos anos 7 a 4 A.C, estava nos seus últimos dias. Depois do cativeiro babilônico, a idolatria foi deixada pelo povo de Israel. O foco do culto judaico passa a ser a Sinagoga, espalhadas pelo mundo grego-romano, apesar que ainda havia as celebrações e perigrinações ao templo em Jerusalém. É feita a primeira tradução das Escrituras, - a septuaginta, o V.T. traduzido para o grego. O Judaísmo passa a ter alguns partidos, como fariseus, saduceus e essênios. Os escribas, ganham certa proeminência entre o povo, e os partidários de Herodes, formam um grupo, chamado de herodianos.
Nesse ambiente histórico, nasce Jesus, que conforme Paulo escrevendo aos Gálatas diz: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”. Ao lembrar do Natal, penso que mais importante do que discutir sobre que data nasceu Jesus, se pode usar árvore de natal ou não, debater sobre o significado da estrela, dos presentes dos magos, é não esquecer a grande mensagem dos textos de Mateus e Lucas.Os textos chamados natalinos são todos de natureza revolucionária e marginal. José é maior que o machismo, e aceita sua mulher, sem poder explicar para ninguém a gravidez dela (isso se alguém tivesse descoberto), mas apenas aceita o testemunho de um anjo, e, ainda pior: num sonho. José torna-se marginal. Deflagra as chamas da revolução da dignidade.Os magos do oriente chegam conforme a Ordem de Melquizedeque, pois, sem terem nada a ver com a genealogia de Abraão, seguem uma estrela que anda no interior deles, e, caminhando nessa simplicidade discernem aquilo que os teólogos de Jerusalém só sabiam como “estudo bíblico”. Os que tinham a Escritura (os escribas), não tinham a Revelação. E quem nada sabia da Escritura tinha sabido o necessário acerca do Verbo pela via da Revelação. Uns sabiam o endereço: “Em Belém da Judéia...”, mas não tinham a disposição de sair do lugar, estando amarrados à idéia de que conhecer o texto leva alguém a qualquer lugar. Já os que perguntavam (os magos), estavam no caminho, e são eles os que chegam onde Jesus estava. Eles dão testemunho do potencial revolucionário do Evangelho para qualquer alma da Terra.
Esta é a revolução, conforme a Ordem de Melquizedeque.A velha Isabel dá a luz um filho. Seu velho marido não pode nem contar a história, pois fica mudo. É a revolução dos estéreis e mudos.O rei dos judeus não tem onde nascer! Esta é a subversão dos poderes!Pastores distraídos são visitados por miríades de anjos, e eles representam os homens de boa vontade. É a marginalidade da Glória!Nenhum dos sábios de Jerusalém discernem o Príncipe Eterno quando seus pais o levam ao templo para a circuncisão, mas apenas uma profetiza velha e um ancião sem significado religioso. A revelação não sabe os nomes dos sacerdotes! Ou seja: a começar da Encarnação como Natal (nascimento), o Evangelho é para aqueles que não se esperava que fossem discerni-lo.
A Revelação é quase sempre marginal!Os grandes atos de Deus não acontecem em Palácios, mas em choupanas e estrebarias. E a voz mais veemente do natal é a voz da virgem, da Maria simples, e que troveja a justiça de Deus sobre as nações. Ela é quem anuncia a grande subversão divina. E faz isto como um Cântico.Deus não é oficial. Abra seu coração e siga o Guia, conforme os magos. Seja generoso como José. Corajoso como Maria. Fértil como a estéril Isabel. Convicto como o mudo Zacarias. Alegre como aqueles que são acordados nos campos pela voz de anjos. Capaz de antever a salvação como esperança mesmo que você seja velho como Simeão e idoso como Ana.
Nas narrativas do Natal nas Escrituras não são as pessoas que vão a Deus, mas Deus que vai às pessoas. O Natal acontece como afirmação de que em Jesus, Deus se reconciliou com os homens. Assim, não se sinta excluído, pois, eu sei, nestes dias, Deus enviará corais de vozes interiores, e nos ajudará a discernir o caminho interior da estrela, e nos fará contentes com a Graça de Hoje, e que será a esperança de amanhã, para nós e para todos os humanos.
UM FELIZ NATAL A TODOS!