Chegamos ao
capítulo 6 de Gênesis e ao relato do Dilúvio Universal. Pouco o mundo sabe
acerca dos relatos bíblicos, mas poucos desconhecem a história do dilúvio e de
como Deus salvou a Noé e sua familía numa arca. Muitas teorias contra e a favor
da veracidade do fato; alguns afirmam que foi local, outros defendem que foi
universal. Um dilúvio é conhecido e retratado em diversas culturas, fora do
relato bíblico do livro de Gênesis. Conforme o relato de Gênesis, essa
catástrofe abrangeu se não toda a terra, engoliu toda a humanidade, isto também
é o que se deduz dos relatos que são encontrados em todos os continentes e
entre quase todos os povos da terra. Todos estes relatos se referem a um
dilúvio destrutivo ocorrendo logo no início de suas respectivas histórias.
Notávelmente parecidos, todos afirmam que somente um ou poucos indivíduos foram
salvos e foram encarregados de repovoar a terra. Já é sabido que, até agora, os
antropólogos já reuniram cerca de 250 a 300 dessas histórias, o que somente
comprova a veracidade do relato de Gênesis.
A intenção do dilúvio foi a
destruição da raça humana, totalmente depravada e sem recuperação; já a arca,
foi designada para salvar Noé e sua família e assegurar o cumprimento do
propósito divino para a criação e da promessa de salvação de Gênesis 3.15.
Apenas Noé era justo em seus dias. “Disse
o Senhor a Noé: Entra na arca, tu e tua casa, porque reconheço que tens sido
justo diante de mim no meio desta geração.” (Gn 7.1). É interessante notar
que, o que Deus resolveu destruir já era fadado à destruição: os homens eram
depravados e corruptos por dentro e em si mesmos; o relacionamento do homem com
seu semelhante se resumia numa palavra – violência! Ainda sobre evidências do
dilúvio sugiro a leitura desta reportagem da rede ABC news sobre evidências do
dilúvio: http://abcnews.go.com/Technology/evidence-suggests-biblical-great-flood-noahs-time-happened/story?id=17884533;
Também sobre algumas teorias de cientistas não religiosos: http://www.wnd.com/2012/06/does-science-prove-noahs-flood/]. Vamos pensar maduramente sobre a fé
cristã?
O caráter de Noé
é descrito por duas palavras: justiça
e integridade (Gn 6.9).O hebraico saddiq
– justiça, é uma palavra forense
comumente usada com referência aos homens. Significa que eles se ajustam a um
padrão. Noé se ajustou ao padrão divino e encontrou a aprovação de Deus. No
entanto, apesar de haver a aprovação divina, esta não implica em perfeição por
parte de Noé. Implica simplesmente em que, aquelas coisas que Deus procura num
homem, estavam presentes em Noé; Ele foi um homem que guardou a Palavra de
Deus, que satisfez a expectativa de Deus para o homem, enquanto que o resto da
humanidade estava depravada. A segunda palavra hebraica é tamim – íntegro (completo), em Noé, não faltou nenhuma qualidade
essencial].
É importante
salientar que não foram as obras de
Noé que o preservaram do julgamento, mas a graça.
“Mas Noé achou graça diante do Senhor”
(Gn 6.8). Salvação é pela graça, mediante a fé, não por obras, mas para boas
obras. (Ef 2.8-10). Deus revelou Seu plano de um juízo global catastrófico
aproximadamente um milênio antes a Enoque, que deu a seu filho o nome de
Metusalém para celebrar a memorável revelação. O nome Metusalém transmite um
mau presságio e significa literalmente, “Quando
ele morrer, isso será enviado”. Não é por coincidência que Metusalém morreu
apenas alguns meses antes do grande Dilúvio e que sua vida seja a mais longa
registrada em toda a história. A humanidade não estava apenas corrompida, mas
era cheia de violência; o mundo estava pronto para o juízo (v.11). E, embora
Deus tenha suspendido a execução da raça humana por muitos anos, Ele finalmente
cumpriu o que havia prometido.].
De onde vieram
as águas que inundaram a terra? A Bíblia afirma que “No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do
mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do céu se
abriram” (Gn 7.11). As fontes do grande abismo referem-se a uma espécie de
sistema subterrâneo de reservatórios de água que se precipitaram sobre a
superfície terrestre. Muito provavelmente como hoje vemos os geysers atuarem.
Relativamente a isto, é interessante notar que, mesmo hoje, existe água suficiente
debaixo da Terra para substituir a água dos oceanos mais de 10 vezes.].
As dimensões da arca em medida padrão são
de 137m de comprimento, 23m de largura e 14m de altura (no hebraico: o côvado
era uma medida linear de cerca de 45 centímetros). Possuía 3 andares. Note o
leitor que era uma arca, não um navio, construída para flutuar e não para
navegar- não possuía leme! O criacionista holandês Johan Huibers decidiu
arregaçar as mangas e construíram réplica da arca de Noé. Ele resolveu erigir a
embarcação como uma demonstração de sua fé na verdade literal da Bíblia. Com
150 côvados de comprimento, 30 de altura e 20 de largura (67,5 metros x 13,5 x
9,0), a arca tem três andares e é totalmente funcional. As madeiras empregadas
foram o cedro e o pinho, uma vez que até hoje os teólogos não concluíram o que
seria o gôfer, madeira utilizada na arca original (Gênesis 6:14). Aberta à
visitação após dois anos de construção, deixou o público boquiaberto, apesar de
ter apenas metade do comprimento da original. Huibers pretende criar um
zoológico no primeiro dos três pavimentos. Leia mais e veja algumas fotos em: Johan’s Ark – Wikipedia (em inglês); Ark
van Noach – Site oficial (em inglês)].
Por 120 anos (Gn
6.3) Noé esforçou-se na construção da arca enquanto pregava o juízo vindouro;
120 anos foi o prazo para que o homem abandonasse o caminho ímpio e se voltasse
para Deus. Em meio à iniqüidade e maldade generalizadas daqueles dias, Deus
achou em Noé um homem que ainda buscava comunhão com Ele e que era varão justo.
Hebreus 11.7 declara que Noé foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.
O Novo Testamento também declara que Noé não somente era justo, como também
pregador da justiça (2 Pe 2.5). Nisso, ele é exemplo do que os pregadores devem
ser.].
Como já vimos
até agora, o Dilúvio descrito no livro de Gênesis foi, sem dúvida, um evento
cataclísmico histórico. Ele ficou preservado na memória de muitas culturas,
mais de duzentas e cinquenta, como por exemplo, a história babilônica do dilúvio, descoberto em tabuletas de argila que é o Épico de Gilgamesh.. Evidências de uma inundação global são
encontradas em todos os continentes, nos desertos, nas mais altas montanhas e,
até mesmo, nos oceanos.Sugiro a leitura deste artigo: http://narrativabiblica.blogspot.com.br/2012/03/evidencias-e-explicacoes-sobre-o.html].
Gênesis 7.11
afirma que “se romperam todas as fontes
do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram”. É aparente, a partir
de Gênesis 1.6-7 e 2.6 que o ambiente pré-dilúvio era muito diferente do que o
que temos hoje. Pedro também descreve a universalidade do dilúvio em 2Pe 3.6-7,
onde afirma: “Pelas quais coisas pereceu
o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio, Mas os céus e a terra que
agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o
fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.” Nestes versos
Pedro compara o julgamento “universal”vindouro ao dilúvio do tempo de Noé e
afirma que o mundo que outrora existia foi inundado com água. Também, a
promessa de Deus (Gn 8.21; 9.11; 15) de nunca mais mandar tal dilúvio já teria
sido quebrada se se tratasse apenas de uma inundação local. Além disso, todos
os homens no mundo de hoje, segundo Gênesis 9.1,19, descendem dos três filhos
de Noé, e muitos escritores bíblicos posteriores aceitaram a historicidade do
Dilúvio mundial (Is 54.9; 1Pe 3.20; 2Pe 2.5; Hb 11.7). Por último, o Senhor
Jesus Cristo creu no Dilúvio universal e o tomou como o tipo de destruição
vindoura do mundo, quando Ele retornar (Mt 24.37-39; Lc 17.26-27).].
Observação: Ainda sobre os dias de Noé, na próxima postagem vamos abordar a questão polêmica de I Pedro 3:18-20, sobre a pregação aos espíritos em prisão.