sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Subsídio para EBD - Melquisedeque abençoa Abraão

 
A fim de tentar simplificar ao máximo este texto e fazê-lo também sucinto, apenas descreverei o que creio sobre a Ordem de Melquisedeque, conforme mencionada nas Escrituras. Melquisedeque aparece do nada, sem antecedentes e sem explicações. Abraão encontra com ele e se verga diante dele, e lhe paga o dízimo de tudo quanto tinha consigo. Melquisedeque abençoa a Abraão. Então, assim como veio, ele vai, sem deixar vestígios.

Mais tarde, séculos depois disto, Melquisedeque aparece nos Salmos, quando, também do nada, se diz que o Senhor jurou que Seu Enviado seria feito Sumo Sacerdote, segundo a Ordem de Melquisedeque. Somente isto e nada mais. Até a Carta aos Hebreus. É nela que Melquisedeque volta como nunca antes.

 Agora ele é aquele que em Cristo tem seu Sumo Sacerdote. Jesus se torna Sumo Sacerdote de uma nova ordem sacerdotal, a qual não era étnica, pois não era judaica. Nem era levitica, posto que Jesus não era da tribo de Levi, mas de Judá; não tendo, portanto, qualquer relação com o sacerdócio anterior, o qual tinha na Ordem Levitica, da tribo de Levi, um dos doze patriarcas de Israel, os representantes humanos do culto que se prestava ao Deus de Abraão.

Do mesmo modo se pode dizer que ela nem tampouco se condicionava à informação histórica, carregada de esperança redentiva, que viajava como fé, mas também como especulação teológica e fixação de tradição em Israel. Jesus sendo Sumo Sacerdote segundo uma ordem à qual o próprio Abraão — pai do povo da revelação escrita — se curvava, é apresentado na Carta aos Hebreus como Aquele que TAMBÉM abençoa a Israel e todos os que conhecem a informação da Escritura; porém, que não se condiciona nem à geografia, nem à história registrada como sagrada, nem à informação, nem a qualquer fronteira, de qualquer que seja a natureza, estando Suas mãos sobre todos os que Ele mesmo desejar, e com a mesma liberdade com a qual abençoou a Abraão.

A Carta aos Hebreus diz que esse Melquisedeque é semelhante ao Filho de Deus, sem principio de dias e sem fim de existência; sendo superior a tudo quanto era relativo a Abraão, visto que é o maior quem abençoa o menor. Assim, Melquisedeque não é explicado, mas apenas afirmado. De fato, ele paira sobre a História, é um pingo de peso explosivo num Salmo, e arrebenta tudo e todas as ordens, quando relativiza a mais importante de todas, a que procedia de Abraão.

Ora, o mistério de Melquisedeque é algo que ecoa o Cordeiro imolado antes de tudo, antes de qualquer ato criador de Deus. Desse modo, pode-se dizer que o espírito da Carta aos Hebreus acerca de Melquisedeque, é aquele que o apresenta como uma manifestação do Cristo Eterno, o qual não foi feito Cristo, no Jesus Histórico; mas sim, sendo o Cristo Eterno, se mostrou como tal em Jesus, na História. Talvez seja por esta razão, também, que Jesus disse que Abraão viu os Seus dias e regozijou-se.

O Jesus Histórico não fez surgir o Cordeiro e nem a Ordem de Melquisedeque. Pelo contrário, se diz que Jesus é Sumo Sacerdote “segundo” a Ordem de Melquisedeque; assim como se diz que o Cordeiro foi imolado antes de tudo; antes de haver mundo. Jesus é a Encarnação de tudo o que Nele preexistia como Cordeiro Eterno, como o Cristo de Tudo e Todos, como o Sacrifício da Ordem de Melquisedeque (que manifesta na História a invasão livre do eterno, se revelando aos homens, e derramando Graça de todas as ordens); e como Jesus; o Cordeiro de Deus; o Cristo; ou Cristo Jesus; ou apenas o Cristo; ou ainda o Cristo de Deus; ou simplesmente Jesus Cristo — que é o que se diz Dele; enquanto Ele mesmo se define como Filho do Homem, o Caminho, a Verdade, a Vida, o Pão da Vida, a Porta, o Bom Pastor, o Noivo, e Aquele que é Um com o Pai (entre outras autodefinições).

As implicações de tal realidade é que são insuportáveis para a religião, pois, virtualmente acaba com ela, com seus poderes de representação, com suas certezas, com seus dogmas; e, sobretudo, com seu poder dela “administrar” a graça de Deus aos homens. A Ordem de Melquisedeque é a Ordem da Nova Jerusalém, na qual os povos são curados, e todos trazem ao Cordeiro as belezas dos povos. É em razão da Ordem de Melquisedeque que Jesus diz que muitos virão de todos os quadrantes da Terra, gente de todas as gerações, e tomarão lugar à mesa com Abraão, Isaque e Jacó.

 É também por tal razão que o Evangelho deixa claro que a maior fé que Jesus vira, não viera de dentro de Israel, mas de um pagão de fora: o Centurião Romano. Assim como é pela mesma razão que a mulher que dá um “ santo banho” em Jesus é uma mulher de fora de tudo, uma siro-fenícia.

O problema atual é que a humanidade entende a Ordem de Melquisedeque, mas já não entende a ordem de Levi, conforme a Bíblia, posto que tal coisa, para a humanidade, tiveram no Judaísmo e, sobretudo, no Cristianismo, os seus representantes históricos, o que fez com que um sentimento de repudio se espalhasse pela Terra em relação a tudo quanto possa carregar tais “representações”.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Líderes evangélicos e católicos tem posições diferentes sobre Impeachment

 
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), composto pelas igrejas de Confissão Luterana, Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista e Católica, divulgou nota em que diz que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), se baseou em "argumentos frágeis" ao abrir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousself. No documento, o Conic sustenta que o processo de impeachment não tem legitimidade e que o afastamento de Dilma "nos conduziria para situações caóticas".
 
A posição da entidade não é acompanhada por lideranças evangélicas ouvidas pelo jornal Estado de São Paulo, favoráveis a Cunha que é membro da Assembléia de Deus de Madureira. 
 
O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, em sua página no Twitter, comemorou a abertura do processo de impeachment e criticou o ex-presidente Lula por defender sua sucessora e correligionária. "Lula reclamendo do encaminhamento do impeachment de Dilma, dizendo que é insanidade, é um brincalhão, farsante, o PT fez isso com outros governos".
 
O presidente do Conselho Político da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, pastor Lelis Washington, não só apoiou a atitude de Cunha, como afirmou que ele demorou muito tempo para tomá-la.
 
Clemir Fernandes, pastor da Igreja Batista e sociólogo do Instituto de Estudos da Religião (Iser), afirma que nem sempre as crenças têm a mesma opinião política, mas que o cenário é comentado pelos líderes em culto. "Nas igrejas em que circulo, mesque que um pastor manifeste uma posição política, isso não tem alterado as opiniões dos fiéis".
 
Já a Comissão Brasileira Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que autorizou a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em nota, a CNBB questiona os motivos que levaram Cunha a aceitar o pedido de abertura do processo.
Manifestando "imensa apreensão", a comissão da CNBB diz que a atitude de Cunha "carece de subsídios que regulem a matéria" e que a sociedade está sendo levada a crer que "há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para interesses contrários ao bem comum". Para a CNBB, Cunha agiu por interesse pessoal.
A entidade católica, que, na época em que o então presidente Fernando Collor enfrentou processo de impeachment, participou de uma manifestação pela ética na política, afirma no comunicado divulgado hoje que "o impedimento de um presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas".