terça-feira, 19 de julho de 2016

A polêmica envolvendo evento da CPAD - Pastores, teólogos e blogueiros comentam

Da Redação JM



Bom dia - 1 - Cópia
A decisão da Casa Publicadora provocou um temporal de manifestações e críticas na internet

A semana começou com uma polêmica no meio evangélico – o cancelamento, por parte da CPAD de um evento em sua Megastore no Rio de Janeiro (RJ) com Augustus Nicodemus após receber pressão de pastores da denominação.

Como era de se esperar, a decisão da Casa Publicadora provocou um temporal de manifestações e críticas na internet. Muitos internautas ‘invadiram’ a página da Casa no Facebook criticando o ato que para alguns foi uma verdadeira “covardia”.

Fora a nota de comunicado divulgado pela CPAD, os principais envolvidos, o reverendo Augustus Nicodemus e a Editora Fiel, esta última por ser a promotora da palestra que iria divulgar o mais novo livro do escritor presbiteriano, ainda não se manifestaram sobre o ocorrido.
Com uma justificativa mal dada pela CPAD e o silêncio destes últimos, o JM Notícia separou, para os que quiserem saber mais sobre quais as leituras que estão sendo feitas na grande rede acerca do assunto, algumas posições de pastores, teólogos e blogueiros que acompanharam o polêmico desfecho do caso.

Confira:
O pastor e teólogo Altair Germano disse que “Um órgão oficial como uma editora, que deseja fidelidade e que depende de pastores e igrejas, precisa ser fiel aos compromissos firmados com a doutrina e a teologia denominacional que confessa. Caso contrário, não tem como exigir tal fidelidade de pastores e igrejas na aquisição daquilo que publica e vende”. O pastor, que foi um dos que se mostraram contrários a realização do evento, também postou dizendo que “um órgão oficial como uma editora, que deseja fidelidade e que depende de pastores e igrejas, precisa ser fiel aos compromissos firmados com a doutrina e a teologia denominacional que confessa. Caso contrário, não tem como exigir tal fidelidade de pastores e igrejas na aquisição daquilo que publica e vende”. Em um outro post o pastor questiona: “Publicação de livros com conteúdo calvinista, valorização de autores calvinistas, publicação de lições bíblicas com conteúdo não muito claro sobre o calvinismo, e agora eventos com calvinistas. Será que a CPAD se tornará a maior editora calvinista da América Latina, negando o arminianismo histórico assembleiano?
A “nossa casa” se tornará a “casa dos calvinistas”?(Confira aqui mais sobre o posicionamento do pastor Altair Germano)

Para o blogueiro Gutierres Siqueira, do blog Teologia pentecostal, “O cancelamento lamentável da palestra do Augustus Nicodemus na CPAD MegaStore não é um evento qualquer, mas, infelizmente, abre um precedente muito perigoso para as Assembleias de Deus.”, lamentou. Gutierres criticou o sectarismo na ação da Casa Publicadora e enfatizou que “discutir a doutrina natal e a própria identidade da denominação é sempre necessário, mas caminhar com intolerância diante de teologias antagônicas não só nos sufoca como despreza o Espírito Santo”, alertou. (Veja aqui o artigo completo no blog do autor).

Outro teólogo e pastor assembleiano com um ministério respeitado dentro e fora dos arraiais da denominação, o pastor Ciro Sanches, publicou em seu Facebook uma foto com Nicodemus e um texto também criticando o sectarismo.
Por graça de Deus, sou pentecostal, pastor da Assembleia de Deus, escritor — com dez livros publicados, sendo nove pela ‪#‎CPAD — e amo em Cristo meu irmão e amigo, o Rev. Augustus Nicodemus Lopes. Embora tenhamos posições diferentes, sobretudo quanto à soteriologia, estamos juntos na defesa do Evangelho, o que implica contrapor-se ao universalismo, ao sectarismo, ao misticismo etc., ora prevalecentes no meio evangélico brasileiro” (Veja aqui).

O pastor Ailton José Alves, presidente da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Pernambuco (IEADPE), também comentou em um post do pastor Altair Germano e disse que “tem gente pensando que é dono da CPAD”. O líder da AD no estado declarou que agora os tempos mudaram na CPAD. “Agora é uma editora rica ai aparece estes heréticos, e seminaristas sem nenhuma maturidade ministerial… Mas deveriam lembrar que a CPAD é uma editora confessional e não uma empresa comercial. Não podemos permitir que estes senhores digam o que os rebanhos devem comer sem ter a menor experiência pastoral… (sic)”.

O blogueiro Júlio Severo foi outro que não fugiu ao debate e expôs o assunto em seu blog em uma postagem intitulada “Melhor uma Assembleia de Deus calvinista do que neopentecostal?“. Segundo ele, se a Assembleia de Deus se tornar calvinista, o que vai acontecer, cedo ou tarde será que ela vai ser a primeira denominação pentecostal do Brasil a apoiar o “casamento” gay e o aborto. “Como sei? A maior denominação presbiteriana do mundo, que tem milhões de membros nos EUA, faz exatamente isso.”, explica. (Veja aqui o artigo na íntegra).

“Não foi pureza teológica”
E finalizando, quem se manifestou também, mas em vídeo, foi o pastor batista Yago Martins. Yago testemunhou que viveu situação parecida com o que a CPAD enfrentou nos últimos dias quanto à pressão sofrida por contrários ao evento. Entretanto, para o pastor a editora deveria não cancelar o evento e demonstrou com essa postura um desrespeito aos que compareceram e também ao palestrante. Ele frisa ainda que o que levou a Casa a cancelar o evento não foi pureza teológica mas questões políticas.

Presidente da CPAD – A Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), é presidida pelo pastor José Wellington da Costa Júnior, pré-candidato à presidência da CGADB – Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, maior entidade assembleiana do país com mais de 80 mil ministros cadastros, segundo dados da entidade.


Pr. Wellington Júnior, Presidente da CPAD
Pr. Wellington Júnior, Presidente da CPAD

Fonte:  http://www.jmnoticia.com.br/

Meu Comentário: Bem ontem, ao postar meu último post, cheguei a dar os parabéns a editora pela iniciativa do evento, agora diante da notícia desse lastimável cancelamento, retiro os parabéns. O Pr. Ciro Zibordi comentando em seu blog disse uma palavra muito sensata: "Qual o sentido em não levar alguém que, apesar de não ser pentecostal, é um expoente da Palavra de Deus? Ser calvinista ou presbiteriano não significa pertencer a uma seita. Por isso, a CPAD Megastore acerta, e muito, ao convidar expoentes da fé cristã de vários segmentos ortodoxos, pois irmãos somos". 

Para mim, falou tudo, o resto é entrar nessa onda jihadista como faz o Júlio Severo e na fala infeliz do líder da IEADPE. O Yago Martins acertou na mosca ao frisar que o que levou a CPAD a cancelar o evento não foi questões teológicas mas sim de política eclesiástica, já que no ano que vem tem eleição da mesa da CGADB, e o presidente da editora é candidato.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Acerca da situação Ridícula de quererem proibir o Pr. Augustos Nicodemus na CPAD MegaStore


Um importante pastor da Assembleia de Deus em Pernambuco, a igreja evangélica mais rica e poderosa da região Nordeste, resolveu se manifestar contra o suposto avanço do calvinismo nas Assembleias de Deus por meio da Casa Publicadora. Quero indicar que o assunto desde texto não é esse debate cansativo entre calvinismo ou arminianismo, mas tão somente uma análise sobre o episódio de Recife.

O referido pastor escreveu, entre outras coisas, as palavras a seguir, que reproduzo com os erros gramaticais e gráficos:

Agora é uma editora rica ai aparece estes heréticos, e seminaristas sem nenhuma maturidade ministerial... Mas deveriam lembrar que a CPAD é uma editora confessional e não uma empresa comercial. Não podemos permitir que estes senhores digam o que os rebanhos devem comer sem ter a menor experiência pastoral... (sic).

Vejamos alguns pontos:

1. Eu não acredito que exista qualquer posição deliberada da editora a fim de “calvinizar” as Assembleias de Deus. Essa teoria conspiratória é ridícula, paranoica e reflete certo pensamento autoritário onde uma editora confessional não pode publicar absolutamente nada a margem de sua confessionalidade. Eu realmente acho que a editora deve reforçar sua confessionalidade, especialmente no lançamento de obras acadêmicas pentecostais, mas o caminho inquisitorial do pastor recifense não é o caminho correto.

2. O referido pastor pertence à Assembleia de Deus mais legalista do país. E o legalismo é uma soteriologia prática, onde a ideia subterrânea do semipelagianismo está presente. Portanto, o semipelagianismo prático, e até teórico, deveria ser a preocupação principal do referido pastor ao apascentar suas ovelhas. É claro que ninguém se assume semipelagiano, logo porque é feio, mas o próprio comportamento denuncia essa prática.

3. Se o referido pastor está tão preocupado com o calvinismo, o que é até legítimo para quem busca uma identidade confessional, que então passe a ensinar o arminianismo. Uma igreja verdadeiramente arminiana jamais será um antro de legalismo e justiça própria.

4. Essa liderança da AD de Recife é reconhecida pelo forte paternalismo. Isso é manifesto na própria publicação onde se percebe a ideia que alguém só pode falar a partir de uma experiência pastoral. Uma igreja cuja liderança é paternalista criará ovelhas infantilizadas.

Desculpem o meu texto ácido, mas é revoltante ver sempre gente pronta a coar mosquito e engolir camelo. Se esse pastor assembleiano estivesse realmente pregando o Evangelho numa perspectiva arminiana, saudável, não infantilizada e longe do legalismo, aí sim eu levaria a preocupação a sério. O que passa disso é mera vontade de controle.

Alguns pastores influentes da Assembleia de Deus estão se mobilizando para impedir, pasmem, uma palestra do teólogo Augustus Nicodemus Lopes na loja da CPAD MegaStore, no Rio de Janeiro (RJ), que acontecerá ou não amanhã (espero que a direção da Casa não ceda à pressão). O tema da palestra, inclusive, é sobre a chamada “renovação apostólica”. Isso mesmo que você leu: é uma mobilização contra uma palestra! Tal postura faria corar de vergonha até mesmo o prefeito mais intransigente que Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano já teve.

Na visão dessa turba de inquisidores a mobilização visa preservar a Assembleia de Deus do calvinismo. Eu fico espantado com essa postura mesquinha, intolerante e sectarista, já que o referido teólogo não falará sobre soteriologia ou pneumatologia. Eu discordo do Nicodemus em muitos pontos, inclusive em aspectos soteriológicos e pneumatológicos, mas jamais deixaria de convidá-lo a um evento que tratasse de tema alheio à confessionalidade da denominação, logo porque ele é um estudioso ortodoxo das Escrituras. Eu sempre defendi e defenderei o intercâmbio saudável entre as diversas confissões do protestantismo.

Eu gostaria de ver, isso sim, a mobilização dessa liderança poderosa contra os modismos neopentecostais em nosso meio. Há inúmeros pregadores e pastores da denominação que, em graus diversos, pregam a maldita teologia da prosperidade, a confissão positiva, a bênção de Toronto, o triunfalismo, o semipelagianismo, o curandeirismo, o mercantilismo da fé, o autoritarismo eclesiástico, o G12, etc. e diante desses lobos não há nenhuma campanha? Aí, depois disso, seria coerente se preocupar com o calvinismo e outros temas secundários. Sou arminiano também e como arminiano sei quais são as reais prioridades doutrinárias da igreja.

Esse sectarismo em nada nos ajudará. E outra: eu não levo a sério gente que se diz preocupada com a confessionalidade da denominação e nunca levantou uma palavra contra o Congresso de Camboriú ou nunca se mobilizou contra, por exemplo, a teologia triunfalista da musicalidade assembleiana. E pior: ainda não dá nenhum pio contra o crescente número de professores liberais nos seminários da denominação.

A situação toda beira ao ridículo. Fonte:http://www.teologiapentecostal.com/ 

Meu Comentário: Eu sem tempo de escrever esses dias, li aqui e ali no facebook, as críticas que o estimado blogueiro mencionou. Quando eu fui escrever algo, me deparei com as postagens do transcritas acima e vi que o Gutierres já tinha escrito tudo que eu poderia escrever e até mais. Quer saber minha opinião disso tudo?

PARABÉNS A CPAD PELA INICIATIVA QUE CONVIDAR NOMES COMO ED RENÉ, ARIOVALDO RAMOS, AUGUSTOS NICODEMOS PARA ESSES EVENTOS MEGA STORE! 

E PARABÉNS AO GUTIERRES PELOS TEXTOS QUE ASSINO INTEGRALMENTE EM BAIXO!

Por que a estabilidade da Turquia é importante para o mundo

  • Ato pró-Erdogan em Istambul (16/07/16)Image copyrightReuters
Image caption A Turquia se tornou altamente polarizada nos últimos anos

A Turquia é um país dividido e infeliz. As motivações da tentativa de golpe de Estado do último final de semana não estão claras, mas tentou-se tomar o poder no momento em que a Turquia sofre o contágio da violência da guerra na Síria e por divisões causadas pelo projeto do presidente Recep Tayyip Erdogan de transformar o país.
O governo turco acusou indiretamente o clérigo islâmico Fethullah Gulen de estar por trás do golpe fracassado.
No passado, Erdogan já acusou Gulen por uma série de problemas do país.
O primeiro-ministro, Binali Yildirim, ameaçou qualquer país que der "suporte" a Gulen. "Não será amigo da Turquia e será considerado em guerra contra a Turquia", afirmou.
Gulen vive em um autoexílio nos Estados Unidos. Ele já foi aliado de Erdogan, e chegou a ser considerado o segundo homem mais poderoso da Turquia, depois do presidente.

Erdogan fortalecido?
A Turquia é importante no Oriente Médio por sua localização geográfica, com um pé na Europa e outro na Ásia. Também porque é um membro de peso na Otan (aliança militar do Ocidente) e porque o presidente islamista Erdogan e seu partido AKP mantêm interesse especial pelos governos muçulmanos sunitas da região.
Em discurso que uma apresentadora turca disse ter sido obrigada a ler, os responsáveis pela tentativa de golpe disseram que estavam tentando restaurar a democracia secular do país.

Recip Tayyep Erdogan (centro) diante de retrato de Kemal Ataturk (16/07/16)Image copyrightAP
Image caption Os poderes do presidente Erdogan vêm se concentrando cada vez mais
O partido do governo AKP se tornou especialista em vencer eleições, mas sempre houve dúvidas sobre o comprometimento de longo prazo de Erdogan com a democracia.

Ele uma vez comparou a democracia com um ônibus que você pega até seu destino e depois desce.
Erdogan é um político islamista que rejeitou a herança secular turca.
Ele se tornou autoritário gradativamente, prendendo jornalistas incômodos e outros cidadãos.
Agora que conseguiu evitar o golpe, ele poderia tentar impor um regime ainda mais duro ao país.
Erdogan foi primeiro-ministro por muitos anos, de 2003 a 2014. Ele agora tenta alterar a Constituição do país para se transformar em um presidente com amplos poderes concentrados no Executivo.

Jogador chave

Erdogan e suas gestões se envolveram na guerra civil na Síria desde o início do conflito, em 2011, apoiando milícias islâmicas que combatem o regime do presidente Bashar al-Assad.
A violência, contudo, ultrapassou as fronteiras da Síria. Acabou reacendendo o conflito do governo turco com os curdos do PKK e tornando o país um alvo para os militantes que se autodenominam Estado Islâmico.
O Ocidente vê a Turquia como parte da solução no Oriente Médio. Isso requer estabilidade, e sem ela pode-se fazer uma simples equação:
Turbulência no Oriente Médio + turbulência na Turquia = problemas para todos.
Mas é possível dizer que a Turquia também construiu os próprios problemas na região e está altamente presa aos conflitos de seus vizinhos.

A Turquia possui localização estratégica, como porta da entrada ao Oriente Médio desde a Europa
Image caption A Turquia possui localização estratégica, como porta da entrada ao Oriente Médio desde a Europa
As gestões de Erdogan mostraram um desejo muito maior de se envolver em conflitos no Oriente Médio do que o povo turco.

Ele tem sido um apoiador chave das milícias majoritariamente islâmicas que vem lutando contra o presidente sírio desde 2011.
Erdogan melhorou recentemente as relações da Turquia com Israel, mas ele também tem afinidade natural com o grupo militante palestino Hamas, inimigo de Israel, com quem divide raízes na chamada Irmandade Muçulmana.
E a Turquia é vista pela União Europeia como parte vital dos esforços para controlar o fluxo de migrantes do Oriente Médio.
A Turquia está enfrentando cada vez mais turbulência, e a tentativa de derrubar o presidente Erdogan não será a última. 

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-36823662

Meu Comentário: A Turquia de hoje, já foi o berço de nascimento do apóstolo Paulo e também onde estavam localizadas as 7 igrejas da Asia do Apocalipse, país que hoje é majoritariamente muçulmano. Oremos por essa nação!