Novamente, outra instituição ligada a CGADB foi protagonista de outra polêmica envolvendo a marcação e depois de protestos o cancelamento de uma palestra. No ano passado foi num evento da CPAD com o Rev. Augustus Nicodemus. Agora foi com FAECAD numa aula magna com o Pr. René Padilha. Abaixo foi postar três posicionamentos. Os dois primeiros são contra: Pr. Altair Germano e o blogueiro Júlio Severo. O terceiro: blogueiro Gutierres Siqueira, foi a favor não da linha de pensamento dos palestrantes mas sim, do não cancelamento das mencionadas palestras e contra o espírito instalado de caça a hereges. Eu pessoalmente prefiro ficar com o posicionamento do Gutierres, na minha opinião, foi mais sensato. Como a postagem vai ficar grande, deixo para postar meu comentário pessoal em outro post.
Pr. Altair Germano
A coerência com o que cremos deve nortear as nossas decisões e rumos. Mas uma vez lamento pelo constrangimento causado pelo posicionamento de instituições ligadas à CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil), que infelizmente estão trabalhando no sentido de desconstruir, relativizar ou enfraquecer os fundamentos teológicos e doutrinários das Assembleias de Deus no Brasil.
Chamo novamente a atenção dos líderes da denominação, e em especial da Mesa Diretora da CGADB, juntamente com os Conselhos e Comissões competentes para que estejam atentos ao que está acontecendo com a nossa CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus) e FAECAD (Faculdade Evangélica de Ciências e Tecnologia das Assembleias de Deus), ambas sediadas no Rio de Janeiro.
Através de nossa editora oficial e de nossa instituição acadêmica, portas estão sendo abertas, não para o saudável debate teológico, mas para a promoção de doutrinas e teologias que não se sustentam à luz das Sagradas Escrituras.
Coronelismo, farisaísmo, intolerância e castração do saber, são alguns dos termos empregados contra os que defendem os princípios doutrinários da nossa igreja.
Parece que a história não tem ensinado a alguns o que acontece com as igrejas quando através dos meios de difusão do saber flertam com modismos teológicos e ventos de doutrina.
Segundo Germano, no ano passado a CPAD abriu suas portas para predestinacionistas, cessacionistas e universalistas, causando constrangimento interno e externo ao ter que cancelar um evento, que na época, seria ministrado pelo pastor Augustus Nicodemus.
O mesmo acontece agora com a FAECAD ao marcar e ter que desmarcar uma Aula Magna com ênfase na promoção daquilo que é disseminado atualmente como Teologia da Missão Integral. A Aula Magna a que ele se refere seria com o teólogo René Padilha.
Júlio Severo
A aula, agendada para 10 de março de 2017, será feita em parceria entre a Visão Mundial e a FAECAD, que pertence à CGADB, Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, a maior denominação assembleiana brasileira e mundial. (Confira neste link: http://archive.is/WlPHX)
Desde que teve como presidente Ariovaldo Ramos, o maior propagandista brasileiro da Teologia da Missão Integral (TMI), a Visão Mundial tem patrocinado eventos de TMI em todo o Brasil. Embora diga que sua missão principal é ajudar crianças que passam fome, a Visão Mundial tem apoiado o movimento da TMI, que é o maior movimento protestante marxista no Brasil.
René Padilla é conhecido internacionalmente há décadas por sua militância marxista entre evangélicos e é hoje o maior propagandista mundial da TMI. Ele teve presença forte no primeiro Congresso Lausanne de Evangelização Mundial em 1974, sendo o principal responsável pela guinada à Esquerda dos congressos seguintes.
No Brasil, a influência de Padilla se restringiu durante anos quase que exclusivamente aos meios calvinistas (presbiterianos e batistas), onde ele é muito bem divulgado há décadas, especialmente pela revista Ultimato, publicação originalmente presbiteriana de orientação esquerdista.
A influência e presença de Padilla e sua teologia marxista são poderosas e inegáveis entre presbiterianos brasileiros. Mas o que está acontecendo que agora ele e sua teologia estão tendo abertura até entre assembleianos?
O que vejo é que pelo histórico de ausência de carga teológica, muitos assembleianos estão se aproximando de líderes e instituições presbiterianas a fim de preencher um vazio teológico. Perdi a conta de quantos pastores assembleianos, até mesmo diretores de instituições teológicas assembleianas, seguem de forma entusiástica movimentos e líderes cessacionistas e semi-cessacionistas. (Cessacionismo é a heresia que afirma que o Espírito Santo não dá mais hoje profecia, revelação e outros dons sobrenaturais.) O caso anda tão grave que há verdadeiras guerras dentro da Assembleia de Deus por causa da influência desses cessacionistas em seu meio.
Um “intercâmbio” em que os assembleianos idolatram líderes cessacionistas e semi-cessacionistas e absorvem a TMI, mas os cessacionistas e semi-cessacionistas não idolatram nenhum líder assembleiano e não absorvem o conservadorismo assembleiano, é ilusão e perda. Assembleianos que se abrem para os cessacionistas e semi-cessacionistas têm dificuldade de enxergar e expor a TMI em seus perigos reais. Não enxergam que a TMI é a maior ameaça à Igreja Evangélica do Brasil.
Seria excelente se os assembleianos tivessem abertura a John Wimber, Wayne Grudem, Jack Deere e outros calvinistas carismáticos. Tenho quase todos os livros deles e os considero calvinistas fantásticos e não me envergonho de admirá-los, pois eles têm abertura ao Espírito Santo. Mas o líder calvinista mais admirado entre assembleianos é o “apóstolo” do cessacionismo no Brasil e nunca foi um famoso combatente contra a TMI, que é um liberalismo teológico forte na IPB. Seguir um homem sem visão e que não acredita em visão do Espírito Santo para hoje é como seguir um cego que está indo diretamente para o buraco, sem ver.
Alcançando uma importante faculdade teológica assembleiana no Rio de Janeiro, Padilla e sua TMI garantem uma influência significativa em futuros e atuais pastores que influenciarão milhares de assembleianos comuns, que cedo ou tarde falarão e agirão esquerdisticamente conforme muitos calvinistas brasileiros já falam e agem há décadas.
Só uma resistência cheia do Espírito Santo poderá confrontar o liberalismo teológico da TMI infestando as igrejas brasileiras. E o pioneiro nessa resistência foi o Dr. C. Peter Wagner, que denunciava que o que Padilla estava pregando, já no final da década de 1960, era marxismo.
Wagner ficou famoso como líder dos teólogos conservadores que se opuseram aos teólogos esquerdistas, liderados por Padilla, no primeiro Congresso Lausanne de Evangelização Mundial em 1974.
O famoso teólogo calvinista cessacionista do Brasil tem livros e artigos contra Wagner, mas não tem livros e artigos contra a TMI. Tem apenas um videozinho produzido depois que seu silêncio de décadas diante da TMI ficou indesculpável. Os assembleianos que o admiram e seguem, coincidentemente, rejeitam Wagner e são mais abertos à TMI ou não sabem discernir e denunciar a TMI.
Não sei o que toda essa abertura fará para a FAECAD, a CGADB e os pastores assembleianos do Brasil, mas se a Assembleia de Deus não lidar decisivamente agora com a TMI e com a causa principal, o intercâmbio unilateral com calvinistas cessacionistas, semi-cessacionistas e liberais, não poderá estranhar se em futuro próximo perguntarem como foi que o liberalismo teológico dominou a maior denominação pentecostal do Brasil.
Gutierres Siqueira
Eu li o teólogo René Padilla, ao contrário de muitos críticos dele. Li e não gostei. O entendimento político-econômico do equatoriano é extremamente ingênuo. Mas seria ele um “herege perigoso” e “promotor do marxismo”? Ou ainda alguém que compromete as doutrinas essenciais da fé cristã? É claro que não! Diante de tanta bobagem escrita nas redes antissociais sou obrigado a sair em defesa de alguém que eu não admiro.
O movimento da Missão Integral certamente é preocupante. Muitos integrantes dizem dialogar com as ciências humanas, mas o que sobressai é apenas um viés de esquerda. Por exemplo, Padilla é um crítico ferrenho da globalização, e ele usa pressupostos de esquerda para tal, mas tenta dar uma roupagem evangelical nessa crítica. Mas isso faz de Padilla e outros nomes da TMI pessoas dignas do repúdio? Wayne Grudem não faz o mesmo com as políticas do Partido Republicano? Não acho que devemos deixar de convidar ou ouvir alguém por causa de questões secundárias.
Vivemos tempos de leviandade. Sempre quem discorda de mim é liberal, retrógrado, atrasado, herege, etc. Recentemente li um texto onde o autor chamava o teólogo presbiteriano Timothy Keller de um “sujeito perigoso”. Qual o motivo? Keller fala muito em justiça e defende uma versão de evolucionismo teísta. Em que mundo vivemos onde até um conservador como o Keller se torna um perigo iminente para a fé cristã? Que fé é essa?Qual é a base de segurança desse povo? Eu não sei se começo a rir ou a chorar.
É impressionante a facilidade como as pessoas chamam outras de “hereges” hoje em dia. Mesmo na época tenebrosa da Inquisição havia um julgamento com direito de defesa antes do veredito. Hoje o calvinista chama o arminiano de herege e vice-versa, o cessacionista chama o continuísta de herege e vice-versa, o fundamentalista chama qualquer pessoa discordante de liberal etc. Tudo isso é muito cansativo.
Portanto, meus amigos, afirmo que Padilla não é e nunca foi um teólogo que eu admirasse, mas não sou irresponsável de excluí-lo do rol de cristãos porque discordo dele em aspectos secundários.
Fontes:
http://www.altairgermano.net/http://juliosevero.blogspot.com.br/
https://teologiapentecostal.blog/
Nenhum comentário:
Postar um comentário