sexta-feira, 9 de junho de 2017

Uma posição bíblica sobre a "maldição" proferida por Valdomiro Santiago ao jornalista Marcelo Rezende



Ontem eu fui surpreendido por um vídeo onde um "apóstolo" afirmou que o câncer que sobreveio sobre um jornalista se deveu a uma maldição por ele enviada.

Pois é, era o que faltava, crentes em Jesus absortos em ódio proferindo pragas evangélicas contra aqueles que deles discordam.

Infelizmente não são poucos os líderes que ao se sentirem incomodados com os questionamentos doutrinários amaldiçoam os que lhes questionam. Em nome de Deus, tais pessoas rogam “pragas e desgraças” para aqueles que em algum momento da vida se contrapuseram a seus desejos e vontades. É nesta perspectiva, que tem emergido em nossas comunidades o toma-la-dá-cá evangélico. Basta por exemplo alguém cogitar mudar de igreja que lá vem maldição.

Em certas igrejas discordar do ensino do pastor significa "tocar no ungido do Senhor" e quem o faz, comete rebeldia. Aliás, a palavra “rebeldia” tem sido usada para todo aquele que foge dos caprichos fúteis de uma liderança enfatuada. Em tais comunidades, discordar do apóstolo ou profeta quase que implica com que o discordante tenha o seu nome  colocado na “boca gospel do sapo”. Senão bastasse isso os adeptos da maldição, partem do pressuposto que o pastor em nome de Deus tem o poder de amaldiçoar outras pessoas através da oração positiva e determinante. Em outras palavras, os caras ensinam que o pastor pode  rogar ao Senhor da glória o aparecimento de desgraças e frustrações na vida de seus desafetos, determinando assim a desventura alheia.

Caro leitor, isso não é, não foi e nunca será o evangelho de Cristo.

À luz das Escrituras  não tenho a menor dúvida em afirmar que comportamentos como estes afrontam os ensinos de Jesus e dos apóstolos. Todavia, a igreja evangélica devido a ignorância bíblica e teológica, dá ouvidos a apedeutas da fé mergulhando assim no buraco da sincretização, deixando pra trás valores, virtudes e princípios onde a afetividade e o amor deveriam ser marcas indeléveis de uma comunidade que conhece a Cristo. 

Isto, posto, afirmo sem titubeios que as maldições proferidas pelos adeptos da teologia da vingança afrontam de forma efetiva os ensinos das Escrituras. 

Ao contrário dos que se dizem apóstolos, os apóstolos verdadeiros ensinavam o perdão aos adversários. Paulo por exemplo escreveu aos Romanos: "abençoai os que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis" (Rm 12:14). Nosso Senhor também ensinou " Eu, porém, vos digo: "Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus."(Mateus 5:44).

Bem diferente do ensino de Valdomiro.

Pense nisso!

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