sexta-feira, 18 de abril de 2008

O PROBLEMA DO MAL

O caso da menina Isabele, com grande destaque pela mídia, chocou o Brasil. Independente de quem foi ou foram os responsáveis por este ato monstruoso, o fato é que houve um crime contra uma criança inocente. Quando escrevi o texto "Quando o mal triunfa - um comentário à Revista Veja", eu apenas iniciei o comentário sobre a complexa questão da existência do mal. Jesus disse que viu Satanás caindo do céu. E isto enquanto os 70 discípulos enviados por Ele para pregar o Evangelho, iam de cidade em cidade, curando os doentes e anunciando o reino de Deus, levando apenas alegria e fé. Paulo diz que na Cruz, Jesus “despojou os principados e potestades espirituais, triunfando deles...” Já o Apocalípse nos diz que chegaria uma hora na qual Satanás seria lançado na Terra... Então se diz: “Ai da Terra e dos que nela habitam!” Pessoalmente creio que estamos vivendo existencial, psicológica, tecnológica, política, econômica, ecológica e espiritualmente — em dias apocalípticos! Isto porque, além de todas as evidências esmagadoras que nos cercam como “fato-de-morte”, e que hoje são afirmadas não por profetas e videntes, mas por cientistas de todas as áreas —, temos algo mais sério ainda em curso; e que nenhuma ciência parece perceber a gravidade de morte que ela trás consigo. Escrevendo a Timóteo, na segunda carta, Paulo diz no capítulo 3 que nos “últimos dias” os homens, para além de qualquer outra coisa, perderiam o afeto natural. E afirma que a morte da afetividade faria perecer com ela a reverência e a honra a pai e mãe; o que traria à reboque um estado de desafetividade que acabaria por produzir uma sociedade global feita de homens e mulheres implacáveis, egoistas, narcisistas, amantes apenas de si mesmos, e incapazes de aprender-apreendendo a verdade no íntimo; o que gestaria almas em crescente estado de auto-indulgência e uma quase total incapacidade de amar. Pois assim como em Jesus vai-se de glória em glória até a estatura do varão perfeito; no diabo se vai de desfiguração em desfiguração até ficarmos a cara de Satanás. Ora, tudo isto combina com o que Jesus disse ao se referir a tais “dias”; pois Ele nos disse que “naqueles dias os homens odiariam, trairiam, e matariam uns aos outros...”; e afirmou que os “inimigos do homem seriam os de sua própria casa”; completando com a afirmação que afirma que “por se multiplicar a iniquidade”, o amor se esfriaria “de quase todos”. Assim, com o diabo caído na Terra e com fome de morte; e com os homens se tornando semelhantes ao diabo e cada vez mais dês-semelhantes de Deus — o futuro dos humanos é cada vez mais o cenário do apocalipse! Na realidade, como não se pode estudar as ações do diabo na Terra, posto que o próprio diabo está limitado ao “fornecimento” de material espiritual, moral e cultural que a humanidade lhe oferece, o que fica visível aos olhos não é o diabo no homem, mas sim o homem no diabo. Jesus, certa vez, disse aos dicípulos que um deles era diabo, se referindo a Judas Iscariotes, João 6:70. O homem é imagem e semelhança de Deus, mas, o desejo de Satanás é transformar o ser humano em sua imagem e semelhança. É só dar uma olhada como caminha a humanidade. Isto porque o diabo (diabulos) é aquele que divide; e Satanás é aquele que se opõe; ou seja: é o adversário. Ora, olhando para qualquer lugar da Terra e observando os humanos, tem-se que admitir que a humanidade existe cada vez mais em razão das divisões e das guerras de todas as formas e maneiras. Vivemos numa sociedade dividida e na qual o outro é o inimigo; e isto indo da religião, passando pelas relações humanas em geral (especialmente as que envolvem sexo, dinheiro e poder), e chegando ao mercado de trabalho, pois o concorrente já nem mesmo tem que ser vencido; de fato ele tem que ser aniquilado. Além disso, a morte da afetividade, do respeito aos mais velhos, da reverência aos pais, do amor dos pais pelos filhos, da fidelidade, da gentileza, das educações mais banais, da solidariedade, da honestidade, da dignidade pessoal, do respeito pela existência de qualquer que seja o próximo. Essa tragédia dos "últimos dias", não é algo que deve ser dito apenas aos distantes e diferentes... “de nós”. Não! Isto deve ser dito a nós mesmos; e dentro de nossas próprias casas, famílias, igrejas e governos; e também a cada forma de expressão humana que nos cerca; pois, em quase todas elas, vemos sutilmente os humanos ficando a cara do diabo; e isto sem que o percebamos. Basta ver o que existe em nós. Sim, procure por amor, perdão, graça, misericórdia, compaixão, reverência, gentileza, bondade, alegria simples, e também pela fé que opera pelo amor —; sim, dentro de seu coração busque tais coisas; e, não achando tais coisas enraizadas em você, olhe para os céus e peça misericórdia a Deus; e isto a fim de que você e eu não sejamos tragados pelo bafo do inferno que seca a umidade do amor no chão da alma humana. Nele, que nos disse como seria, a fim de que não nos tornássemos o que não fomos criados para ser, pois fomos criados para existirmos em Deus e para Deus.

domingo, 13 de abril de 2008

O PAI NOSSO

Mateus 6:9-13: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome, venha o teu reino, seja feita atua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amém”.

Esse texto das Escrituras, conhecido no mundo inteiro como a Oração do Pai Nosso, é que eu gostaria de usar, como base para nosso reflexão hoje. Essa oração ensinada por Jesus, não é para ser usada como uma reza, ou um mantra. Ela, além de ser o modelo da oração ideal, também mostra, como deve ser o nosso relacionamento com Deus e os homens.

“Pai nosso que estás nos ceús, santificado seja o teu nome”. Em primeiro lugar diz, que Deus é o nosso Pai. Pode parecer estranho o que eu vou dizer, mas, para algumas pessoas, relacionar Deus com a figura do pai, parece ruim. É o caso da pessoa, que teve uma experiência negativa com seu pai, transferindo isto, as vezes até de forma inconsciente, para Deus (algo meio Freudiano). Mas, mesmo se você teve uma experiência negativa ou até traumática com seu pai terreno, o Senhor Jesus está dizendo que Deus é o nosso Pai. Ele nos ama. Tem pessoas que quando se referem a Deus, parecem que não o vêem como um Deus de Amor e Misericórdia. Outra coisa, Ele é o Pai Nosso. Aqui fala no plural, no coletivo e não no individual. Numa sociedade capitalista e em pleno pós-modernismo, onde o individualismo é valorizado, nos aprendemos com esta oração que o Pai não é só meu, ele é “Nosso”.
“Venho o teu reino”. Hoje, o que nós estamos vendo com tristeza, é muitos líderes religiosos tentando construir o seu próprio reino aqui na terra; verdadeiros impérios. Mas o reino de Deus - é de Deus. Não adianta ficar citando o “não toqueis nos meus ungidos”, para justificar a tirania cometida contra os outros. Deus tem cuidado dos seus “pequeninos” e pode executar juízos contra a casa do Sumo Sacerdote Eli.
“Seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu”. Existe no meio evangélico uma paranóia, com respeito à vontade de Deus. Quantos que saem procurando “profetas” (que mais parecem videntes), para saber a vontade de Deus para sua vida. Com quem vão casar, onde vão trabalhar, se vão ter uma carreira secular ou ministerial brilhante, etc. A verdade é que existe um terreno fértil no Brasil, para esse tipo de coisa. Deixa eu te dizer uma coisa: Pare com esse negócio de sair atrás de “revelações”. A Vontade de Deus, é para ser experimentada, conforme Romanos 12:2b: “..para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.. Porque somos instruídos pela Palavra, a andar por fé, não por vistas, não por emoção. E fé conforme Hebreus 11:1: “...é certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”.
“O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. Jesus não está prometendo riquezas aqui, como o pessoal da teologia da prosperidade diz. Ele está ensinando a orar pedindo a Deus, o seu pão cotidiano.
“Perdoa-nos a nossa dívida, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” – Tem gente, que tem dificuldades de perdoar até a si próprio, quanto mais aos outros. Receba o perdão de Deus para a sua vida, e depois use de misericórdia para com os outros também. E lembre-se: quando você perdoa, você é o maior beneficiário.
“Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” – O diabo tenta, mas não obriga ninguém a pecar. Hoje ele se transformou em muitas igrejas, numa figura quase vicária, levando a culpa dos outros. Muitas pessoas querendo se justificarem, transferem para ele toda a responsabilidade. Se adulterou, foi porque o espírito do adultério os obrigou, e por aí vai. O mal tem muitas formas, sendo uma das piores, quando se transforma em anjo de luz e prega um “outro evangelho”.
"Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amém”. A oração começa e termina com adoração a Deus. Certa ocasião um homem, estava viajando de trem e viu um garoto sentado sozinho em uma poltrona. Aproximando-se do menino perguntou: Por que você está viajando sozinho, porventura não tem medo? O menino respondeu: Eu não tenho medo, porque o meu pai é o maquinista.
Nós também, estamos em uma viagem no trem da vida, e eu termino esta mensagem dizendo para você, que tem medo e ansiedade com relação ao futuro. Não tenha medo, confie no Senhor, porque o nosso Pai Celestial é o maquinista, Ele é o Senhor da História.