sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Usando o nome de Jesus para falar do diabo

O diabo possui muitas caras, se transformando conforme diz Paulo, até em anjo de luz para enganar.

C.S. Lewis escreveu um livro maravilhoso sobre o assunto: Cartas do Inferno.

Mas quem é hoje o pior diabo?

É aquele diabo que fala em nome de Jesus e esconde atrás do invólucro a própria alma do diabo confessada como espírito divino.

Não se trata de falar de um deus. Assim é fácil discernir!

O problema é quando o diabo é afirmado, só que o nome usado é o de Jesus.

Essa magia negra não está longe de nenhum de nós.

Tem muita gente oprimida por esse diabo.

Gente boa e gente crente sofre muito dessa opressão.

Ontem uma senhora me falou que quase enlouqueceu na mão desse diabo que falava em nome de Jesus tudo aquilo que Jesus não era.

Acontece todo dia nos lugares mais sagrados.

Estão falando do nome de Jesus.

Mas o ser que descrevem é o diabo, não Jesus.

O Nome de Jesus tem que carregar o conteúdo do Evangelho.

Se não, é diabo!

Fica impossível pensar que o ladrão vem para matar, roubar e destruir [em contrapartida Jesus veio para dar vida, e vida em abundancia] — e não pensar que esse “Deus” das guerras, das verdades que matam, do reino que esmaga e destrói, das conquistas que roubam tesouros, que destroem vidas, acervos e culturas..., e não ver que tais ações, em nome de “tal Deus”, foram e são obra do diabo.

O diabo é o grande pai das ações feitas “em nome de Deus” e que só acontecem para matar, roubar, destruir, julgar, culpar, amargurar, enviuvar, criar órfãos, dizimar povos, aniquilar pessoinhas ingênuas; e gerar uma potestade religiosa criada nos porões da Roma Imperial, e que se mantém cada vez mais viva como poder de ódio e discriminação, apesar da chamada Era Pós Cristã.

E “Jesus” sem Evangelho é o demônio mais disfarçado que o diabo já viu ser criado; isso para não falar que no processo humano da “criação do Deus cristão”, quem era o animador de tais festas era o próprio diabo.

Quem disse que o Templo se tornara morada de demônios humanos e também invisíveis, é o mesmo que inspirou Paulo a dizer que os sacrifícios oferecidos em nome de Deus e realizados no espírito da religião de pedras, leis e morte, eram sacrifícios feitos aos demônios, e não a Deus.

Assim, a macumba está onde ela é vista; porém, a pior de todas é aquela que usa “Deus” como mascara para o diabo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O SILÊNCIO DE DEUS

Durante este mês, lemos pela internet, algumas teorias sobre o terremoto no Haiti, sejam elas científicas ou teológicas. Houve até polêmica, quando as correntes de pensamento se chocaram, entre que falam que foi Deus que puniu o povo, pela religião vodu e quem dizia que Deus não teve nada a haver com o desastre. Ambos citam a Bíblia para provar suas teses. Outros passaram para o lado das lamentações, dizendo como o Papa Bento XVI disse quando visitou o campo de concentração na Polônia: "Onde estava Deus?" Isso serve para nos mostrar que não há regras ou fórmulas teológicas para serem aplicadas ao silêncio de Deus.

Quando Deus não falou, o melhor que faço é estar calado. Ou então ter coragem de falar apenas em meu próprio nome. No silêncio de Deus é melhor falar como ateu sensato do que como profeta devoto, que põe na boca de Deus lindas palavras que ele não disse. No silêncio de Deus, o homem tem total direito à palavra. Mas tal direito deve ser exercido em nome do homem, correndo ele o risco de ser julgado pela História como homem. O problema é quando no silêncio de Deus, falamos em nome dele, ainda que digamos o que há de melhor em nosso sistematizações teológicas.

Um aspecto interessante sobre os profetas, é que eles eram gente sem nenhuma investidura religiosa oficial. Assim, era na informalidade da vida que Deus estava falando aos poderes constituídos. A Palavra de Deus estava sendo trazida por gente simples. O julgamento dessa Palavra de Deus aos líderes constituídos da nação, não vinha da classe sacerdotal, muito bem organizada e profundamente comprometida com o rei. A Palavra de Deus quase sempre foi leiga na História. Deus nunca falou oficialmente. Ele sempre usou os leigos para se fazer ouvir. Ele usa pessoas leigas, porém intrépidas. A intrepidez dos profetas vinha do fato, de que eles eram pessoas profundamente vinculadas à realidade do pacto de Deus com seu povo. Eles conheciam a Deus e conheciam o povo de Deus. A comunhão do povo de Deus eram os elementos atualizadores da mensagem dos profetas. O fato de que as agonias do pobre, dos oprimidos, aflitos e necessitados, estavam sendo ouvidas pelas profetas com uma dor contemporânea, é que dava a eles a possibilidade de pregarem sempre algo novo.