sábado, 20 de setembro de 2008

A MENSAGEM DE JUDAS AOS LIDERES CRISTÃOS - PARTE I

Calma! Esse Judas, não é o Iscariotes, que traiu Jesus. Estamos falando da Epístola escrita por Judas, cujo irmão Tiago, se tornou personagem importante na Igreja Primitiva (Atos 15:13 e Gálatas 1:19). Ambos eram meio-irmãos de Jesus (Mateus 13:55), que só se converteram após a ressurreição de Cristo (João 7:5; Atos 1:14). A Epístola geral de Judas foi escrita como advertência contra aqueles, que ameaçavam solapar e destruir a comunhão dos cristãos por seu caráter e conduta completamente divorciados dos conteúdos do Evangelho de Cristo. A sua carta traz sérias advertências àqueles que usam do púlpito, da tela e do microfone para se autopromoverem, e conselhos sábios aos crentes por eles liderados. É um guia seguro nestes últimos tempos em que o falso, às vezes parece mais real que o verdadeiro. Ultimamente a comunidade cristã tem sido abalada por terríveis decepções, deixando manchas à imagem da igreja evangélica brasileira. Essa epístola traz uma urgente mensagem à igreja neste início de século. Judas abre seu primeiro argumento no livro, fazendo uma afirmação chocante: a maior ameaça à Igreja não vem de fora, vem de dentro dela, conforme o versículo 3. Ele sabe que, conquanto a "fé tenha sido uma vez por todas entregue aos santos" é preciso lutar, batalhar e vigiar para que ela não seja solapada na sua base. No verso 4, ele fala dos "dissimuladores". Dissimular é assemelhar-se no geral e se desassemelhar em coisas específicas. E pior: muitas vezes tais pessoas, assumem posição de influência, tornam-se arcanjos da comunidade, vestem-se de pastores, falam como teólogos, ensinam como mestres e insinuam-se profetas. Judas parte então, para identificar as duas teologias que estão sendo desenvolvidas pelos dissimuladores, que são: a graça barata e o senhorio oco ( verso 4b). A graça de Deus, sempre foi um dos temas teológico mais atacado pelo diabo. No caso em questão, estavam tentanto "transformar em libertinagem a graça de nosso Deus" (verso 4). Isso se dá por duas vias: a do liberalismo comportamental e a do legalismo. O pretexto do barateamento da graça de Deus passa pela idéia que Deus é gracioso e sublime demais para ocupar-se com os banais deslizes humanos. E assim, usa-se a graça de Deus contra o próprio Deus. É a graça conveniente. Evocada para justificar o pecado, não o pecador. Um outro caminho para se transformar a graça de Deus em libertinagem é pela via indireta do legalismo. Alguém pode até achar estranho isso, mas o fim do legalismo é a sensualidade, a neurose ou psicose sexual (Colossenses 2:23). Isso porque o legalismo concebe a vida santa como dependendo do homem e de seus recursos de auto-santificação. E assim, prescinde da graça de Deus. No entanto, como ninguém consegue enfrentar a si mesmo, apenas com suas próprias forças (isso porque trava-se uma guerra na psiquê humana), no final há a falência da moralidade autopatrocinada, e vem o pecado. O legalismo começa independendo da graça e termina em desgraça. No primeiro ardil, os dissimuladores, perventem a graça de Deus. No segundo ardil, eles esvaziam o conteúdo do senhorio de Cristo (verso 4b). Isso acontece de muitas maneiras. Nem sempre eles negam o senhorio de Cristo com palavras. Na maioria das vezes, como diz Paulo “no tocante a Deus , professam conhecê-lo, entretanto o negam, com suas obras” (Tito 1:16). Em outras palavras, eles falam e cantam sobre o senhorio de Cristo, porém sua vida é uma verdadeira apostasia. É por isso, que o dissimulador é mais perigoso para a igreja, do que o herege honesto, capaz de articular teologicamente suas idéias. Já o dissimulador é ortodoxo em termos de “confissão de fé”, mas heterodoxo na “prática”. Tais pessoas, tornam-se perigosíssimas, pois, de modo silencioso, ensinam o povo de Deus a desenvolver uma ponte inconsciente entre a verdade falada e a mentira vivida, racionalizando a “associação da iniqüidade ao ajuntamento solene” (Isaías 1:13b).

(Continua...)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

ASSEMBLEIA DE DEUS COMPRA MADRUGADA DA TV BANDEIRANTES

A Band fechou contrato, em sigilo, com a igreja Assembléia de Deus, informou a coluna Ooops!. A emissora negociou o horário da madrugada, das 2h às 7h, de segunda a sexta, e das 4h às 7h aos sábados e domingos.
O pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus, que comprou as madrugadas da Band
O contrato acontece um mês depois de a Band "arrendar" o canal 21 (em UHF) por cinco anos para a Igreja Mundial do Poder de Deus.
O valor e a duração do contrato não foram divulgados, mas de acordo com a coluna do UOL ele é de cerca de quatro anos. Para comparar, o valor pago pelo pastor R.R. Soares à Band por uma hora de programação em horário nobre é de cerca de R$ 5 milhões mensais.
O contrato da Assembléia de Deus com a emissora foi fechado pelo pastor Silas Malafaia, que já apresenta um programa no sábado à tarde na Band, o "Vitória em Cristo".
Malafaia já foi acusado de fazer sermões que promovem racismo e ódio aos homossexuais. Ele negou tudo na TV.

Fonte: Folha Online dia 16/09/2008 - www.folha.uol.com.br

COMENTÁRIO: Sem dúvida alguma, que a televisão é um grande instrumento de comunicação em massa, e que usada de forma eficaz na pregação do Evangelho, muito pode contribuir na evangelização. No entanto, fazendo um balanço da presença evangélica como um todo hoje na televisão brasileira, o que se vê muito é propaganda de pessoas, instituições religiosas e também de produtos. No último sábado, um dos citados na reportagem da Folha de São Paulo, fez em seu programa uma desenvangelização, ao dar tapas na Constituição e nos Estatutos da Convenção da AD do Brasil, e criticar a própria Convenção, a editora e o jornal oficial da instituição, e os rumos administrativos da sua denominação. Vê-se muito também na televisão, além da propaganda pessoal dos apresentadores, das instituições que representam e dos produtos que vendem, também um ensino de barganhas com Deus, onde você, dá determinada coisa e Deus em troca, dá cura e prosperidade financeira. O anúncio do Evangelho de Jesus e da salvação, de forma simples e clara, pouco se vê. Sou a favor da utilização de todos os meios de comunicação para a pregação da Palavra, como a televisão, o rádio ou a internet, mas que seja feita com bom senso, equilíbrio e com o objetivo maior do engrandecimento do Reino de Deus.

domingo, 14 de setembro de 2008

A BUSCA DO SAGRADO

Nos dias em que vivemos, muito se tem falado sobre a questão religiosa. Em meio aos temas mundiais, está a busca do sagrado. Um tema controverso, que divide opiniões de pessoas, estudiosos, povos e países. Se para Karl Marx, a religião era o ópio do povo, para Marx Weber era a seiva do capitalismo. Mesmo os que se dizem ateus, fazem do seu ateísmo uma religião. A espiritualidade humana, é um dos fatos mais incontestáveis demonstrados na História. A arqueologia e a antropologia, à medida que pesquisam e fazem incursões nas culturas humanas, sejam elas as mais primitivas, encontram sempre as marcas do sagrado: os signos da adoração, os altares para os rituais, os códigos de ritos e todas aquelas coisas que demonstram o desejo que se projeta do homem, de entender, de integrar o ser cósmico à realidade da sua vida e ao seu cotidiano. Focando a visão para o nosso Brasil, vemos que somos um país que sempre foi atraído pela religião. A Igreja Católica, trazida pelos portugueses, durante 500 anos tem sido a religião dominante neste país. Mas, conviveram paralelo à ela, a pajelança dos índios e os cultos afros, trazidos pelos escravos, fazendo de muito católico no Brasil, um caso interessante. Ele vai na missa de manhã e no centro espírita a noite. Fruto da mistura étnica e religiosa que ocorreu nas terras tupiniquins. Quem não se lembra, da figura da benzedeira? Apesar de algumas tentativas nos primeiros séculos, após o descobrimento, o protestantismo só foi implantado de forma efetiva no Brasil, no século XIX, com a chegada das igrejas históricas (Luterana, Congregacional, Presbiteriana, Batista, Metodista e outras) através dos imigrantes britânicos, alemães e norte-americanos. Os pentecostais vieram em 1910/1911, com a Assembléia de Deus e a Congregação Cristã. A Quadrangular veio depois na década de 50, Deus é Amor em 1962. No fim dos anos 60, saídas das igrejas históricas, surgiam as Renovadas (carismáticas) e a partir de 1977, aparecia no cenário brasileiro, as neopentescostais com a fundação da Igreja Universal do Reino de Deus. Os evangélicos (termo que a partir dos anos 80, passou a designar os protestantes no Brasil), cresceram muito nos últimos 30 anos, saindo de cerca de 3% em 1970 para 18% no presente momento. Em números fala-se em mais de 30 milhões de pessoas. Até 1982, praticamente os evangélicos não participavam da política partidária, hoje, têm senadores, deputados federais, estaduais, vereadores, etc. Já teve ministra de estado, governador e até candidato a presidente. Na mídia, sua participação não ficou atrás, tendo hoje, concessão de canais de rádios e tv, com destaque para a Tv Record, que já é a segunda maior emissora do país. Apesar de todo esse crescimento, é o momento de nos perguntar-mos: qual é o nosso referencial e modelo para viver uma vida para Deus mesmo, neste mundo corrompido e sem esperança? Somos embaixadores de Cristo, como dizia o apóstolo Paulo ou representantes de uma corporação? Seguimos os ensinos do evangelho de Jesus de Nazaré, onde importava o ser, ou os conselhos de Maquiavel, que diz que, basta você parecer que é. Nossos pregadores pregam a palavra com a unção do Espírito Santo ou preferem aprender técnicas de neorolinguística para ludibriar o povo. Nosso referencial é a Bíblia ou preferimos buscar a unção de Toronto, Seul, Bogotá, e por aí vai. Os cantores e pregadores de renome, são admirados, idolatrados, cheios de fãs (não tem outro termo), agendas lotadas, chachês altos, são verdadeiros showmans, onde quer que passem. Interessante, é que, seja no palco dos estádios e ginásios ou no púlpito das igrejas, onde quer que se apresentem, dizem que "toda a glória é para Jesus". Que ironia! Será que em nossos concílios e convenções, os nossos líderes eclesiásticos podem dizer como os apóstolos ao final do primeiro concílio em Jerusalém, registrado em Atos 15, "pareceu bem ao Espírito Santo e a nós"? Os nossos representantes políticos tem agido como Daniel e seus companheiros, que não se contaminaram com o manjar do rei, ou seus nomes estão arrolado em CPIs de corrupção. Em 1965, Billy Graham escreveu um livro chamado "Mundo em Chamas". Em 1983, adolescente recém-convertido li aquele livro pela primeira vez. Ele dizia que naquela época (1965), muitos americanos estavam decepcionados com Igreja (instituição) e estavam deixando de ir à mesma, e se reunindo em grupos nos lares, para estudo da Bíblia e oração. Hoje, isto já está ocorrendo em nosso país também. Ao mesmo tempo, a busca do Sagrado é enorme no mundo e no Brasil. Isto significa que há uma fome de Deus. Mas, se o nosso modelo não for o do Evangelho de Cristo, estaremos com igrejas grandes e ricas, mas Jesus estará batendo à porta, como na Igreja de Laodicéia do Apocalipse. Terá nome de cristã, mas não terá Cristo, terá grife de Jesus, mas receberá um "não vos conheço", ainda que expulse demônios e profetize, conforme está escrito em Mateus 7:21-23. Pense nisto.

Observação: Essa foi a primeira mensagem que eu postei em 31/03/2008, na criação deste blog. Resolvi postá-la novamente depois de assistir um Programa Evangélico, exibido na Band aos sábados. Foi triste e lamentável ver o apresentador do referido programa, expor a política eclesiástica na TV. Um veículo de comunicação que deveria estar sendo usado para pregação do Evangelho, sendo utilizado para outros fins. Como diz o Boris Casoy: "Isso é uma vergonha".