sábado, 26 de novembro de 2016

Morre o Dr. Russell Shedd, um teólogo que fez história no Brasil

Vítima do câncer, teólogo disse que doença é "uma experiência muito boa porque a gente sente-se desmamando do mundo e pronto para subir"
Morre Russell Shedd
Morre Russell Shedd
A Editora Vida Nova anunciou de forma oficial o falecimento do pastor e teólogo Russel Shedd, um dos mais influentes do Brasil. A nota foi publicada no seu site e nas redes sociais, a qual o portal Gospel Prime reproduz na íntegra:
Com enorme pesar, informamos que nosso fundador e presidente emérito, o dr. Russell Phillip Shedd, faleceu na madrugada de hoje.
Juntamente com a igreja brasileira, lamentamos profundamente a perda deste servo valoroso, que deixará uma lacuna irreparável. Ainda assim, alegramo-nos no Senhor por saber que ele, tal como o Apóstolo Paulo, combateu o bom combate, terminou a carreira, guardou a fé e tem reservada para si a coroa da justiça.
Fiel mensageiro da Palavra, o dr. Shedd foi incansável em seu ministério, tendo percorrido todo o Brasil como conferencista e professor, pregando e palestrando em congressos, igrejas, seminários e faculdades de Teologia. Foi exemplo extraordinário de uma vida de amor à Palavra. A literatura e o ensino teológicos no Brasil devem muito à incansável, inspiradora e comovente dedicação desse grande servo de Deus.
Ele deixa a esposa, dona Patricia Shedd, com quem foi casado por 59 anos, além de 5 filhos (Timothy, Nathanael, Pedro, Helen e Joy), 14 netos (Laura, Kelley, Rebecca, Katherine, Leander, Cayenne, Henry, Jonathan, Michael, Stephanie, Evelyn, Scott, Susan e Katie) e uma bisneta (Izabella).
O velório será a partir de amanhã (27/11) na Igreja Bíblica Evangélica da Comunhão, Rua Tito 240, Vila Romana – São Paulo. O enterro será na próxima quarta-feira (30/11) no Cemitério da Paz, Rua Doutor Luiz Migliano, 644, São Paulo.
Um breve relato da vida e da obra de Russell Shedd
Russell Phillip Shedd nasceu em Aiquile, pequena cidade boliviana, no ano de 1929. Aos dez anos de idade, já falava espanhol, inglês e aprendera também o dialeto local. A semente de seu amor à Palavra germinou já na mais tenra infância, quando o menino acompanhava os pais, Leslie e Della Shedd, ambos missionários, em percursos evangelísticos pelas aldeias da Bolívia.
No início da adolescência, volta com os pais e irmãos para os Estados Unidos e cursa o segundo grau em duas instituições: Westervelt Home e Wheaton College Academy. Depois disso, a profunda sede pelo conhecimento da Palavra leva o jovem Shedd a uma intensa jornada de cursos. Primeiro, estuda Teologia no Wheaton College, onde recebe o grau de bacharel com especialização em Bíblia e Grego. Depois, decide fazer um mestrado em estudos do Novo Testamento na Wheaton College Graduate School. Muda-se então para o estado da Filadélfia e matricula-se no Faith Seminary, onde adquire o título de mestre em Teologia, em 1953. Dois anos depois, aos 25 anos de idade, conquista o grau de doutor em Filosofia (PhD) na renomada Universidade de Edimburgo, na Escócia. Em 1955, volta para os Estados Unidos e aceita o cargo de professor no Southeastern Bible College, em Birmingham, no estado do Alabama, onde conhece uma aluna, Patricia Dunn, com quem viria a se casar em 22 de junho de 1957.
Tendo os olhos e o coração voltados para a obra missionária, em 1959 o jovem casal é enviado pela Conservative Baptist Foreign Mission Society (CBFMS) para Portugal. Ali, Russell Shedd recebe com grata satisfação o encargo de acompanhar um ministério de literatura em formação. Denominado “Edições Vida Nova”, esse ministério fora fundado com o propósito de fornecer textos teológicos básicos e obras de referência bíblica para estudantes, professores e pastores.
Passados três anos, Russell Shedd e os demais missionários notaram que o programa de publicações sofria duas sérias limitações: os altos custos de impressão e a baixa e lenta demanda dos livros na minúscula comunidade evangélica portuguesa. Após muitas orações e deliberações, os olhos dos missionários voltam-se para um país do outro lado do Atlântico, com uma comunidade evangélica maior e em franco crescimento, contando ainda com a possibilidade de baixos custos na produção editorial. O plano inicial era que Russell Shedd ficasse dois anos no Brasil com o objetivo de implantar uma ação editorial em São Paulo e depois voltasse para Portugal.

Em agosto de 1962, o casal Shedd chega ao Brasil, onde permanece, sem retornar a Portugal, e onde Russell Shedd passa a ensinar e a inspirar amor à Palavra de Deus, dando continuidade ao ministério de Edições Vida Nova. Ele sempre se dedicou de corpo e alma ao estudo e ao ensino das Escrituras, seja na área do ensino teológico, seja na área de publicação de livros evangélicos que facilitassem a compreensão e o conhecimento das Escrituras, sendo mais de 25 deles de sua autoria. Por muito tempo esteve à frente do ministério de Edições Vida Nova e, embora há vários anos tivesse passado a presidente emérito, jamais deixou de amar e participar dessa obra. Também atuou como consultor da Shedd Publicações. Sua influência perdura até hoje mesmo depois de aposentado, sendo um ativo influenciador de líderes e membros da igreja brasileira.

Na Faculdade Teológica Batista de São Paulo foi professor de Novo Testamento e diretor do Departamento de Novo Testamento e Exegese. Lecionou também em outras renomadas instituições ao redor do mundo.
Somos profundamente gratos a Deus pela forma maravilhosa em que usou o dr. Shedd para influenciar e impactar a todos a quem ele teve a oportunidade de discipular, usando-o também por meio de aulas e palestras e dos muitos livros escritos ou editados por ele. Com certeza, seu exemplo e ensino serão seguidos por muitos anos. Todos os que o conheceram só podem dizer, juntamente com ele, Soli Deo gloria!
Meu Comentário: Um dia depois do recuo da notícia que o Pr. Shedd não havia morrido, agora vem a notícia de que infelizmente ele faleceu. Sua morte assim como a de outro grande pensador cristão, C.S. Lewis coincidiu em data com a morte de alguém famoso no âmbito da política internacional. No caso de Lewis, foi a do assassinato de Jonh Kennedy e a de Russell Shedd, com a morte do líder cubano Fidel Castro, que falarei em outra postagem posterior. 
Tive a oportunidade de ouvir Pr. Shedd em duas oportunidades aqui em nossa igreja em Uberlândia. Uma em 2003 e a última no ano de 2009, quando tive o prazer de trazê-lo para dar uma aula magna no Instituto que eu era diretor na época, o Ibadetrim, (hoje IMP). Nas duas oportunidades o que mais me impressionou nele foi a simplicidade, a humildade e a clareza como ensinava. O mundo cristão, principalmente aqui no Brasil perde um grande teólogo. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Pr. Russell Shedd não morreu - nota errada divulgada é corrigida


A Editora Vida Nova divulgou em seu site oficial uma nota do falecimento do doutor Russell Sheed nesta manhã. Baseado na nota oficial da editora, o portal Gospel Prime publicou que o teólogo havia falecido.

A editora lamentou o inconveniente que possa ter causado. O Gospel Prime repercutiu os fatos, mas foi informado no início da tarde que a informação foi divulgada erroneamente e a nota tirada do site da Vida Nova.

Por causa deste vídeo, está correndo pela internet que o Dr. Russell Shedd  morreu.......não ele não morreu!
Por causa de uma publicação da Editora Vida Nova houve todo este engano, mas a editora já se retratou e pediu desculpas pelo erro.

Maiores Informações no site Gospel Prime. 

Que palavras maravilhosas do Dr. Russell Shedd a respeito da morte, devido a situação que tem passado.
O que entende-se em suas palavras é: Meu avião já está na pista pronto para a decolagem, e eu não vejo a hora de fazer esta viagem....que lindo!
O justo até nos momentos de maiores dores ensina com sua vida. 

www.cleitonalbino.com/2016/11/dr-russell-shedd-nao-morreu-nota.html


 

Lembranças da Assembléia de Deus

Foi num culto na sede de nossa igreja em Uberlândia, depois de ouvir um dos candidatos à presidência da CGADB, uns dois meses antes da última eleição da Mesa Diretora em 2013, quando uma pessoa da minha família, que estava junto, disse: “Parece que a Assembléia de Deus está ficando muito política”. Essa pessoa não está por dentro do que rola nos bastidores convencionais da denominação, disse isso, mas acertou em cheio no problema.


Isso me levou em uma viajem no tempo em minha memória. O ano era 1981, portanto há 35 anos atrás. No início daquele ano eu e minha família, vindas do catolicismo e com uma pequena passagem de 1 ano e meio entre os Testemunhas de Jeová, adentramos pela primeira vez em um templo da igreja Assembléia de Deus. Eu tinha 12 anos, mas como graças a Deus, tenho uma boa memória, me lembro bem dos fatos. No fim daquele mesmo ano, recém completado 13 anos, fui juntamente com meus pais batizado nas águas. Me lembro da igreja naquela época, as mulheres casadas ou solteiras com seus longos cabelos, muitas nem as pontas tiravam. Todas de saias ou vestidos, calça-comprida, nem pensar!

A televisão era a “caixinha do demo”, o membro da igreja que a possuísse era disciplinado (ou seja, excluído). O meio de comunicação que os crentes assembleianos usavam era o rádio, que até a década de 50, havia sido proibido também. O pessoal na minha região (os programas eram em onda curta, sendo transmitidos para todo o país) gostavam de sintonizar o aparelho na rádio Marumby de Curitiba de propriedade do grupo Matheus Iensen. O ensino teológico não era visto com bons olhos, por muitos pastores e obreiros, apesar do pioneirismo de seminários como o IBAD. Na igreja que eu congregava, o único curso teológico disponível era o da EETAD, iniciativa do saudoso missionário Bernard Jonhson. Eu mesmo fiz o curso entre os anos de 1989 a 1992.

Mas voltando a frase do início do texto, dizer que “agora” é que está havendo política eclesiástica na Assembléia de Deus, é ingenuidade. Faz anos que há. A diferença hoje, é que o dinheiro que rola é grande em relação aos anos 70, 80 e até 90. Cantores e pregadores já cobravam suas ofertas há vinte anos atrás. Mas agora, o fazem de forma exorbitante e escandalosa. Antes, havia no máximo nas igrejas, um culto de louvor, hoje, virou show mesmo. Os cantores evangélicos são artistas, com raras, bem raras exceções. O povo evangélico é visto por eles e pelas gravadores sejam evangélicas ou seculares, apenas como um “grupo de mercado”.

Os “grandes pregadores”, vivem a repetir chavões triunfalistas, cacoetes, um tremendo besteirol, sem conteúdo bíblico, só com versículos isolados. O duro é que o povo engole e aplaude! Sem contar o rodízio de pastores, que funciona assim: eu vou numa igreja, prego e levanto uma boa oferta, depois o pastor dessa igreja vai na que eu pastoreio e faz o mesmo. É toma-lá-dá-cá.

Se o legalismo diminuiu nos usos e costumes, por outro lado, o fruto do caráter cristão não é ensinado, nem incentivado. Aliás, há pouco ensino bíblico sistemático nas igrejas.
 
Agora, há vários Seminários, Institutos Bíblicos, Faculdade de Teologia. É moda fazer um curso de teologia, ter um diploma, anel no dedo, de bacharel em teologia, Ciência da Religião, etc. Mas será que estamos lendo a Bíblia, para nosso devocional diário, ou só para procurar textos para pregar?

Bíblias de estudo, há várias, de todos os tamanhos e formatos, mas como disse o pastor Geremias do Couto pelo twitter: "o melhor é voltar a marcar a sua bíblia com os velhos lápis de cor. Faz bem a alma e é melhor do que qualquer Bíblia de Estudo".

Gente, hoje eu desabafei! Mas depois eu continuo...

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Fátima Bernardes se pronuncia sobre ataques de Bolsonaro


Durante o “Encontro”, da TV Globo, desta terça-feira (22), Fátima Bernardes esclareceu a polêmica a respeito da enquete que fez com os convidados do matinal a respeito de uma situação de emergência entre um policial e um traficante. A apresentadora levou ao palco da atração o major Ivan Blaz, chefe da assessoria de comunicação da Polícia Militar do Rio de Janeiro, e afirmou que ficou surpresa com a repercussão da pesquisa.
A jornalista destacou que o tema em discussão era ética médica, e não algo relacionado a direitos humanos.
“Os médicos não perguntam quem é a pessoa [que estão atendendo]. Isso faz parte do juramento que fazem. É da profissão. Mas o que deu a entender, pela repercussão nas redes sociais, era que o programa tomou uma posição pelo traficante, em vez da polícia. Jamais faríamos isso em um programa que discute temas relevantes todos os dias. Jamais ficaríamos do lado de quem está fora da lei. Estaremos sempre ao lado da polícia, que trabalha legalmente”, iniciou.
O major, no entanto, contou que diversos agentes se sentiram ofendidos com a enquete.
“De acordo com a ética médica, não há o que discutir, mas quando se pega o pano de fundo de uma crise ética, moral, política e econômica do Brasil, a gente observa que há uma parte do público migrando para o lado dos traficantes. Isso lembra de uma decisão feita há dois mil anos, em que as pessoas preferiram o Barrabás”, disse.
Fátima, por sua vez, completou: “Em nenhum momento houve uma escolha em relação ao tráfico em detrimento ao policial. Se eu estivesse entre um policial e um traficante, eu, Fátima, socorreria o policial. Mas não sou médica, não poderia fazer isso. A questão médica não é essa. O traficante tem direito a advogado, e nem por isso vamos atacar o advogado em relação ao traficante. Por isso, não vamos atacar o médico por medicar a pessoa que mais precisa”.
Entenda o caso
Para quem não sabe, a enquete questionava se, em uma situação de emergência, um médico deveria escolher por salvar um policial com ferimentos leves ou um traficante em estado grave.
Os convidados do programa, que lançavam o filme “Sob Pressão” – que aborda temas como ética médica –, escolheram priorizar o atendimento ao traficante, naquela situação.
O deputado Jair Bolsonaro se juntou ao grupo de críticos e, no último domingo (20), publicou nas redes sociais um vídeo atacando Fátima.
"Fátima Bernardes prefere conduzir o seu programa dando mais atenção a um traficante ferido do que a um policial ferido, um herói a serviço nosso na rua. Uma política completamente equivocada sobre direitos humanos, onde só a bandidagem encontra guarita junto a esses também marginais defensores dos direitos humanos. A mídia tem de valorizar os verdadeiros heróis", detonou.
Bolsonaro assegurou ainda que enquetes deste tipo alimentam o desmerecimento e desrespeito aos policiais.
No momento da gravação, o político estava no velório dos policiais que morreram no fim de semana, no Rio de Janeiro, após a queda de um helicóptero. A causa da explosão da aeronave ainda será investigada.
Fonte: Terra