sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O teólogo do Big Brother Brasil 15 e o casamento gay


A presença de um teólogo na casa levou o Big Brother Brasil 15 a uma discussão sobre união homoafetiva e adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Instigado pelo amigo Adrilles, o curitibano Marco disse o que pensa a respeito, sem titubear.

"O que você acha do casamento entre homossexuais?", quis saber Adrilles. "Casamento?", se admirou Marco, como se ouvisse um grande absurdo. "União Civil", Adrilles refez a frase. "Acho que é justo. Assim como dois amigos, ou um amigo e uma amiga, que dividem um espaço juntos, poderiam ter a possibilidade jurídica de criar vínculos e herdar aquilo se um morrer", disse o teólogo. "Então, você vai contra a posição da igreja?", continuou Adrilles. "E quem disse que a Igreja é contra a união civil?", disse Marco. "Ao casamento", se corrigiu de novo Adrilles. "Um casamento homossexual dentro da igreja eu sou contra. Não tem como sustentar teologicamente um negócio desse, nem biblicamente na tradição", continuou o teólogo.

Sobre a adoção de crianças por casais gays, o paranaense falou que o modelo "não é o ideal". "A adoção de crianças vai de caso para caso. Não é o ideal, mas é melhor que ficar em um abrigo", disse. "O ideal seria uma família formada por um homem e uma mulher, mas se chegam dois homens e mulheres dispostos... Os elementos masculinos e femininos que constituem a formação de uma criança são muito importantes. Isso não quer dizer que um casal gay não transmita esses valores. Porém, se você é um homem homossexual, não tem elementos femininos que são necessários para essa criação."

Mariza, que estava junto, foi além e disse ser contra a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo, porque não seria algo "natural".

Adrilles, o instigador, foi o único a defender sem ressalvas a adoção. "As crianças podem ter contato com elementos masculinos e femininos pela televisão, pela internet, pela relação com outras pessoas... Isso não precisa vir dos pais."

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/entretenimento/teologo-do-bbb15-diz-que-familia-com-gay-nao-e-o-ideal

Comentário: Uma das vozes mais expressivas hoje no Brasil em prol dos direitos da comunidade LGBT, é justamente a do deputado federal Jean Wyllys, que também é conhecido por ter participado e ganhado a quinta edição do programa Big Brother Brasil, da Rede Globo. Agora dentro do mesmo programa da Globo, surge um teólogo católico que assume posição um pouco diferente do ex-BBB, hoje deputado. 

Ao que parece, a Globo quer chamar atenção de todos os públicos, inclusive dos cristãos, em sua nova edição do famigerado Big Brother Brasil. O teólogo Marco, de 35 anos, foi chamado para o confinamento após a desistência do bailarino Rogério, 45 anos, que não aguentou a pressão do programa.

Marco é casado há três anos e pai de um filho de 10 meses, que recebeu o nome de Alexandre Iesous Marcon, o nome do meio representa a fé dele e da esposa, pois em grego "Iesous", significa Jesus.

Formado em teologia pela PUC paranaense, leciona catequese e testemunha que encontrou na fé forças para superar um vazio existencial. Antes de se envolver com a religião, Marco era jogador de pôquer, em 2009 foi o campeão brasileiro dessa modalidade e chegou a disputar um torneio mundial as Las Vegas, nos Estados.

Ele e Karina participaram da Jornada Mundial da Juventude, em 2013, no Rio de Janeiro, e puderam ver o Papa Francisco. “Eu estava grávida e nem sabia. Curti a jornada mundial como todo mundo. Dormimos na areia, andamos muito, subia nas costas do Marco para ver o Papa passar. Ele (o filho) já nasceu muito abençoado”, diz Karina.








A polêmica calvinista na Assembleia de Deus

As recentes discussões na internet de pastores assembleianos sobre a teologia arminiana e calvinista, têm gerado algumas polêmicas, principalmente após o conhecido pastor e escritor Geremias do Couto posicionar-se como "calvinista convicto".

Porém, na década de 1930, as Assembleias de Deus já haviam se deparado com essa problemática. Segundo consta em sua história, no ano de 1932, Manoel Hygino de Souza, pastor da AD em Mossoró (RN) aderiu a "predestinação calvinista", sendo acompanhado por Ursulino Costa. Tempos depois, seu irmão Luiz Hygino também se incorporou ao grupo. A Convenção Geral chegou a enviar uma comissão de obreiros para tratar do caso, mas sem sucesso, pois Manoel Hygino afirmou manter integralmente seu ponto de vista teológico. Segundo a história oficial, uma vez excluídos, os "rebeldes" iniciaram em Mossoró a Assembleia de Cristo (atualmente Igreja de Cristo).

Entretanto, outra é a versão apresentada para o desentendimento dos obreiros por um site da Igreja de Cristo. Segundo os membros do grupo dissidente teria sido uma "divergência doutrinária" entre Gunnar Vingren e Samuel Nyströn a respeito da salvação, o real motivo desencadeador das discussões soteriológicas. Em continuação se afirma que, a CGADB em Natal (RN) em 1930 foi o "primeiro passo histórico, que evidenciou a divergência doutrinária existente". Divergência essa comprovada pelo fato de Vingren no Rio de Janeiro criar o jornal Som Alegre e o hinário Saltério Pentecostal.

Contornados os problemas entre Vingren e Nyströn - segundo essa versão - as contradições teológicas ainda continuaram no Mensageiro da Paz com textos que, ora defendiam a segurança da salvação através da fé, ora colocavam em dúvida essa mesma salvação. Um exemplo citado é um texto do missionário Nils Kastberg, onde o mesmo dá a entender que a salvação estaria condicionada ao dízimo. Hinos também são citados como fonte de confusão doutrinárias, causando "um grande choque entre os irmãos que pediram uma explicação".
Manoel Hygino: calvinismo e exclusão
Temerosos de errar na doutrina da "segurança e salvação eterna do crente genuíno", os irmãos elegeram Manoel Hygino como mediador, o qual em carta enviada ao missionário Kastberg, sugere uma convenção para tratar do assunto. Mas a resposta, além de demorada foi negativa. Na missiva Nils Kastberg, teria escrito que estava "de acordo com os ensinos da salvação condicional, e quem estivesse aborrecido que saíssem para onde quisessem...”

Como não poderia deixar de ser "diante desse impasse, e por não ter outra alternativa, todos os líderes acima mencionados, devolveram voluntariamente suas credenciais de Obreiros, à liderança da Assembleia de Deus, respectivamente de Pastores, Presbíteros e Evangelistas". No dia 13 de dezembro de 1932, o grupo dissidente fundou a Assembleia de Cristo em Mossoró.



Toda essa história evidentemente se choca com os relatos oficiais da CPAD. A versão, um tanto inusitada dessa questão foi dada pelo pastor João Vivente de Queiroz, o qual foi pastor da Igreja de Cristo em Fortaleza de 1946 a 1997. O depoimento coletado por David Marroque Teixeira foi publicado no Boletim Informativo da Região Oeste-RN., nº 09 de fevereiro de 1985.

Segundo os estudiosos das ADs no Brasil, a CGADB de 1930 tratou principalmente da questão do ministério feminino, o qual foi o grande desentendimento entre Vingren, Nyströn e os obreiros brasileiros. Mas é certo que Gunnar no Rio de Janeiro estava dando outros rumos para a igreja carioca, fato esse que estava desagradando os demais líderes da AD.

Mas também é fato que muitos dos primeiros crentes da AD tinham origem em igrejas evangélicas tradicionais como a Presbiteriana, conhecida por defender a doutrina calvinista. Manoel Hygino, além de ser pioneiro na região norte e nordeste era também muito próximo a Gunnar Vingren no início do seu ministério, e como os outros líderes era experiente na liderança ministerial. Sua adesão ao calvinismo causou surpresas.

Agora, após sete décadas da questão calvinista na AD, o tema ressurge com força nas redes sociais e blogs. O assunto talvez nunca tenha desaparecido, mas simplesmente abafado pelos principais pastores e expoentes das ADs. Em tempos de internet, aquilo que no passado era "tratado e resolvido", agora é fonte de debates abertos entre os estudiosos dos temas soteriológicos. Um bom debate com certeza.

Fontes:

ALENCAR, Gedeon Freire de. Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011. Rio de Janeiro: Novos Diálogos, 2013.

ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.


www.genibau.com.br/principal/nossa_historia_nacional.htm


Fonte (blog Memórias Assembleianas) via, mulheresabias.blogspot.com.br/

Meu comentário: Engraçado, parece que li algo recentemente semelhante a essa resposta que o missionário Nils Kastberg deu a 80 anos atrás! Há uns cinco anos atrás concedi uma entrevista a um blog sobre o assunto doutrina da salvação, onde afirmei o seguinte, em resposta a pergunta sobre qual era o meu posicionamento acerca da salvação (eleição, livre-arbítrio, predestinação):

Resposta: "Eu fico lendo as pessoas que brigam em suas apologias pelo calvinismo ou armenianismo. Esse tipo de discussão, na maioria das vezes é infrutífera, até porque o assunto é antigo, vem desde Agostinho/Pelágio, depois Calvino/Armínio. A polarização mais atrapalha do que ajuda, principalmente quando se parte para o modo radical com a dinâmica da salvação. Minha formação teológica é armeniana, mas admito que tenho dificuldades com ambas as teorias teológicas. Não consigo compreender uma salvação fácil de perder, mas também resisto à idéia de uma predestinação fatalista (conforme meu último post)". 


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Deus predestinou uns para salvação e outros não - É isso que a Bíblia diz?

Antes de começarmos a análise, convém que vejamos algumas definições:

O que é livre arbítrio?
Livre arbítrio é um princípio bíblico que declara que o homem é livre para tomar decisões, para decidir a questão do seu destino.

O que é predestinação?
Predestinação pode ser definida no sentido geral e no sentido bíblico. No consenso popular, seria crer que Deus traçou um plano para nossa vida e devemos segui-lo sem o direito da escolha. Em outras palavras - somos autômatos, desempenhando um papel previamente estabelecido por Deus. No sentido bíblico, a predestinação seria o decreto de Deus que possibilita a salvação a todos os que aceitarem a Cristo.
Calvino, ampliando idéias já antes defendidas por Santo Agostinho, afirmou que desde a antiguidade Deus estabeleceu dois decretos: Um selecionando um grupo para a salvação ou vida eterna, e um outro decreto selecionando aqueles que serão destruídos. O próprio Calvino qualificou-o como "o terrível decreto de Deus".
Estaria este ensino em harmonia com as doutrinas bíblicas? De modo nenhum! Porque a dupla predestinação ensina que se não fomos arbitrariamente escolhidos para a salvação, não há esperança, ainda que busquemos ardentemente esta graça!
Em sua apostila "Predestinação Bíblica", Hans K. La Rondelle nos diz: "A doutrina da predestinação de uns para o bem e a felicidade e de outros para o mal e infelicidade, parece ter nascido da necessidade de alguns teólogos de conciliarem a misericórdia com a justiça Divina. Deus é justo com os que predestina ao mal e misericordioso com os que predestina a salvação. As passagens de Isaías 1:27 e Rom. 3:25 negam que a misericórdia e a justiça sejam atributos divinos distintos; Deus não é metade misericórdia e metade justiça, mas inteiramente misericórdia e inteiramente justiça"

Vejamos agora as passagens e fatos bíblicos usados pelos defensores da predestinação calvinista para a perdição: Prov. 16:4; Rom. 9:18; 8:29 e 30; Ef. 1:5,11
Dentre os fatos citados, estes se destacam:
  • O endurecimento do coração de Faraó;
  • Judas predestinado a trair Jesus;
  • A declaração de Rom. 9:13: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú
A palavra predestinação não aparece na bíblia, mas o verbo predestinar, em grego "proorizo", é empregado quatro vezes, isto é, em Rom. 8:29 e 30; Ef. 1:5,11 (alguns manuscritos o trazem também em Atos 4:28 e I Cor. 2:7). A palavra é formada de "pró", que significa "antes" e o verbo "horizo", que significa "definir, limitar". Este verbo é usado na palavra horizonte, como círculo limitante do campo da nossa observação. "Proorizo" pode ser traduzido por demarcar de antemão, ser determinado anteriormente.
Três úteis princípios hermenêuticos nos ajudarão a compreender o problema da predestinação:
  1. É a regra áurea da interpretação, chamada por Orígenes de "Analogia da Fé". O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras, e nunca através de passagens isoladas. Não podemos basear uma doutrina numa só passagem.
  2. Para compreender bem uma passagem é preciso consultar as passagens paralelas. São aquelas que tratam do mesmo assunto.
  3. Observar bem o contexto. Analisar o que vem antes e depois, para se saber do que o autor está tratando.
Vamos ilustrar com exemplos bíblicos estes três princípios, para esclarecer o assunto em pauta:
1 - Analisando Provérbios:
"O Senhor fez todas as coisas para determinados fins, e até o perverso para o dia da calamidade" Prov. 16:4

Porém, notemos o seguinte:
"... Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias" Ecles. 7:29

Deus de modo algum é o originador do mal, mas os que escolhem a impiedade por sua própria vontade, Deus os destruirá.
2 - Este princípio pode ser ilustrado com Rom. 9:18, "Logo, tem Ele misericórdia de quem quer, e também endurece a quem lhe apraz" Coloquemos agora ao lado as seguintes passagens: "Para com o benigno te mostras benigno, e para com o homem perfeito te mostras perfeito. Para com o puro te mostras puro, e para com o perverso, inflexível*." Sal. 18:25,26 *(outras traduções dizem "contrário")
"Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é generoso em perdoar." Isa. 55:7
Fica claro pelas passagens acima, com quem Deus quer ser misericordioso e com quem Ele é "inflexível". Estas passagens nos mostram que com os benígnos Ele é benigno, mas que é inflexível com os perversos e impenitentes.
Êxodo 4:21 e 7:3 afirma que Deus endureceu o coração de Faraó. O que temos aqui é um idiomatismo hebraico, ou seja, o verbo usado não é para expressar a execução de algo, mas a permissão para fazer isso. Por exemplo: Êxo. 5:22 diz: "Ó Senhor, por que afligiste a este povo?" (isto é, por que toleraste que fosse afligido?).

Como se não bastasse isso, temos também as seguintes passagens que mostram que foi Faraó que endureceu o seu próprio coração:
"Endureceu-se, porém, o coração de Faraó, e ele não os ouviu, como o Senhor tinha dito." Êxodo 7:13
"Mas o mesmo fizeram também os magos do Egito com os seus encantamentos; de maneira que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito." Êxodo 7:22
"Mas endureceu Faraó ainda esta vez o seu coração, e não deixou ir o povo." 8:32

3 - O contexto das passagens de Romanos e Efésios, que falam da predestinação, é claro em nos mostrar que todos nós fomos predestinados para a salvação. Paulo nos diz que Deus através de Cristo nos predestinou para que fôssemos Seus filhos por adoção.
Deus tem um propósito para este mundo e para cada pessoa individualmente. Este propósito é que todos cheguem ao conhecimento da verdade e se salvem.
"Deus não deseja que alguém se perca" II Pedro 3:9
Também é afirmado que Judas estava predestinado a trair Jesus, por isso ele não era livre para escolher.
A bíblia não diz que estava predestinado que Judas o trairia. Embora a morte de Cristo fosse pré-ordenada ("...o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" Apoc. 13:8), Pilatos e Judas não precisavam ter sido instrumentos dessa morte, eles eram livres para aceitá-lo ou colaborarem na sua condenação.
Outra passagem muito citada pelos calvinistas para a dupla predestinação é Rom. 9:13 "Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú". Afirmam que antes do nascimento, um é predestinado para a salvação e outro para a condenação. Esta é uma conclusão simplista e anti-bíblica, porque:
  1. Esta citação de Paulo foi tirada de Malaquias 1:2-3, a qual foi escrita mais ou menos 1000 anos depois que eles viveram (Esaú e Jacó), ou seja, Malaquias não escreveu uma profecia, mas apenas relatou um fato histórico.
  2. Malaquias não está falando de Esaú e Jacó como duas pessoas, mas de dois povos distintos: israelitas e edômitas. Jacó está representando o povo do concerto e Esaú os incrédulos e inimigos de Deus. O aborrecimento de Deus por Esaú - ou melhor pelos seus descendentes - foi após um milênio de paciência.
Paulo declara que Jacó foi escolhido para uma função, para representar um papel de destaque na história do povo de Deus. Rom.9:11,12
Os versos 34 e 41 de Mateus 25 contradizem frontalmente a dupla predestinação de Calvino, acompanhe:
Verso 34: "então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:'Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo'"
Notemos que a herança nos está preparada desde a fundação do mundo. Isto sugere a predestinação para a salvação. Agora, vejamos o versículo 41:
"... apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seu anjos"
Se houvesse a dupla predestinação, a afirmativa de Cristo seria: "preparado para vós desde a fundação do mundo". Mas o que lemos é que o fogo foi preparado para o diabo e seus anjos, e não para o homem!
Outra declaração importante de Paulo, que precisa ser bem compreendida é a de Rom. 9:22,23.
O verso 22 fala dos vasos da ira preparados para a perdição, mas Deus os suportou com muita longanimidade.
No verso 23 há o relato dos vasos da glória, preparados previamente. A bíblia nos prova de maneira inequívoca que os vasos da ira não foram feitos por Deus para a destruição. Basta ler as passagens paralelas de Romanos 2:4 e 5, onde Paulo nos fala que Deus trabalha para a salvação do homem, mas o próprio homem endurece o seu coração para o dia de ira:
"Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te conduz ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus" Rom 2:4,5

Se existe alguma predestinação bíblica, sem dúvida é esta:
Em Adão todos são predestinados para a perdição - "Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados. " I Cor. 15:22
Em Cristo todos são predestinados para a salvação - "Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;" João 1:12
Algumas provas bíblicas contra a predestinação calvinista.
Dentre as várias citações bíblicas que contradizem o errôneo ensino de Deus haver predestinado pessoas para a perdição, as 11 seguintes devem ser destacadas, por sua objetividade e clareza:
  1. I Tim 2:4 "O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade"
    O relato de Paulo não deixa dúvidas. Sua declaração nos leva a afirmar que ninguém foi designado para a perdição.
  2. II Pedro 3:9 "... não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento"
    É impossível harmonizar - Deus não deseja que ninguém se perca - com a idéia de que Ele escolhe pessoas para serem destruídas.
  3. Apoc. 22:17 "... quem quiser receba de graça a água da vida"
    Todos têm a oportunidade, graças a Deus! Aqui entra em cena a vontade pessoal. Querer é um verbo que indica vontade, portanto a pessoa escolhe; não aparece imposição.
  4. João 3:16 "... para todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"
    Deus decretou que todos os que aceitarem a Cristo se salvem. Não decretou que todos devem aceitar a salvação que Ele oferece. Deus não força a vontade de ninguém.
  5. Ezequiel 18:32 "Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto convertei-vos e vivei"
    Deus tem prazer na Salvação, nunca na perdição. Se não respeitasse a vontade dos homens, Ele salvaria a todos.
  6. Mateus 7:21 "nem todo o que diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus"
    Muitos não serão salvos, não porque estão "predestinados", mas porque não aceitam as condições da salvação.
  7. Jeremias 21:8 "... Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte"
    Para que dois caminhos, se a sorte de cada um já foi traçada antes?
  8. Apoc. 2:10 "...Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida"
    Notem que a salvação também depende de nós, da nossa perseverança.
  9. Atos 17:30 "... agora, porém notificai aos homens que todos em toda parte se arrependam"
    Notemos o convite para o arrependimento é para todos.
  10. Paulo declara em Tito 2:11 "que a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens."
    Mais uma vez, a graça de Deus é para TODOS!
  11. I Tes. 5:9 "Porquê Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo"
    Esta declaração, por si só, já faria desmoronar a teoria calvinista.
Também não poderíamos terminar este estudo, sem antes analisarmos a Eleição e Vocação.
  • Vocação é o chamado
  • Eleição é a escolha
A Bíblia esta repleta de exemplos, de que a eleição, tanto de um povo, como de indivíduos é para o serviço, para o desempenho de um papel no plano da salvação, para ser bênção aos outros e não simplismente um privilégio. Ver Gen. 12:2
Israel foi eleito como um povo para especial serviço. Deut. 4:37; 7:6-8
Alguns exemplos de pessoas eleitas para a execução de um trabalho especial:
  1. Moisés - Êxodo 3
  2. Os Sacerdotes - Deut. 18:5
  3. Os reis - I sam. 10:24
  4. Os profetas - Jer. 1:5
  5. Os apóstolos João 6:70
Algumas verdades que não podem ser ignoradas quanto à eleição:
  1. A eleição de Deus inclui todo o mundo. I Tim 2:4,6; II Cor 5:14-15
    Deus não elegeu ou predestinou apenas aqueles que eram dignos de Sua graça. Mas elegeu o indigno, ele elegeu o iníquo, ele elegeu os Seus inimigos. "Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios." Rom. 5:6 "Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. " Rom. 5:10
  2. Deus nos escolhe para o serviço na base do caráter e não em bases pessoais. Nós nos elegemos, quando pelo poder de Cristo atingimos o padrão que ele estabeleceu.
  3. A escolha de uma pessoa, não significa a rejeição de outras. A escolha de Israel não significou a rejeição dos gentios. Ao escolher Israel Deus desejava que por seu intermédio outras nações pudessem ser participantes de sua graça.
Assim, há um duplo propósito na eleição:
  • Para a salvação dos eleitos - Rom 11:7-11; II Tes. 2:13
  • Para a glória de Deus - Ef. 1:6,12,14
Para terminar, só uma pequena história. Conta-se que um membro velho, de poucos conhecimentos teológicos, foi interrogado sobre a nossa parte no plano da salvação. Disse ele:
"Bem, há uma eleição onde Deus está votando a nosso favor, e o diabo votando para a nossa perdição. Do lado em que pussermos o nosso voto, esse ganhará a eleição."
Uma resposta simples, mas profunda. A qual mostra perfeitamente nossa parte no plano da salvação.