sexta-feira, 17 de julho de 2009

MULHER DO JOGADOR KAKÁ VAI ABRIR IGREJA




Caroline Celico, a mulher do jogador de futebol Kaká, abrirá uma igreja evangélica em Madri, cidade espanhola onde seu marido atua pelo time Real Madrid. “Como pode, no meio da crise econômica, alguém ter dinheiro? E o dinheiro foi cair onde? No Real Madrid para contratar o Kaká. Acima de financeiro, acima dos benefícios da mudança, vamos poder abrir uma igreja lá. Há vidas que precisam ouvir este testemunho”, diz ela em um vídeo divulgado no “Youtube”. De acordo com informações publicadas no site, a gravação foi feita no dia 21 de junho, na Flórida, nos Estados Unidos.

No vídeo, ela também comenta sobre o fato de ter esperado até depois do casamento para ter relações sexuais com o atleta. “Quando eu conheci o Kaká eu não era convertida e acabei me apaixonando pela igreja Renascer. Fiz uma aliança com o Senhor e ele tinha colocado no meu espírito casar virgem. Um dia acabei falando para o Kaká e eu pensei: ‘quando falar para ele, ele vai me largar’. Quando contei que queria casar virgem, ele ficou emocionado e falou: ‘Esse é o sinal que eu tinha pedido para o Senhor. Se você fosse a pessoa certa ia querer fazer essa aliança.’”

Estão no "YouTube" dois vídeos com a pregação de Caroline. Cada um com cerca de 8 minutos de duração. Logo na abertura, a mulher do craque brasileiro é apresentada pela bispa Sonia Hernandes, fundadora da Igreja Renascer. Com o filho do casal no colo - Luca, de 1 ano -, ela abre sua pregação falando do trabalho religioso de Caroline: "Enquanto papai marca gol, a gente pisa na cabeça do diabo", diz. A "Pastora Carol”, segundo a bispa, "administra a escola de profetas" e agora tem uma nova missão: "abrir uma igreja na Espanha.”

Em entrevista recente, Kaká falou sobre seu desejo de se tornar pastor depois de se aposentar do futebol. "Quem sabe, um dia eu possa fazer isso através de um altar e uma igreja, pois eu gosto muito de estudar a Bíblia e conhecer sempre mais do poder Dele. Um dia, se Deus quiser, serei também pastor."

Fonte: Revista Quem

MEU TESTEMUNHO

Nasci de uma família católica, mas não praticante. Quando criança gostava de assistir as missas pela televisão e brincar que era padre, tendo minha irmã como assistente. Desisti da idéia, depois que me informaram que padre não podia casar, definitivamente essa não era minha praia. Em 1979, enquanto muitas igrejas celebravam o “Geração 79”, eu era um garoto de 10 para 11 anos, e estava num ginásio, participando de um Congresso dos Testemunhas de Jeová. Neste ano, depois em razão de um conflito familiar, meus pais começaram a freqüentar a seita. Uma vez na semana, um casal vinha fazer estudo bíblico conosco em casa, com um livrinho azul “Verdade que conduz a vida Eterna”, uma espécie de discipulado, e aos domingos nos levavam para o culto no Salão do Reino. Os Testemunhas de Jeové, são um pessoal muito educado e organizado. Eu estudava em um Colégio dirigido por freiras salesianas e como chegava mais cedo pela manhã, assistia as missas semanais, antes das aulas. Em 1980, freqüenta um Salão do Reino, lia as Revistas Sentinela e Despertai, fui a mais um congresso dos Testemunhas de Jeová, mas ao mesmo tempo fiz a chamada, primeira comunhão católica. Depois de quase dois anos estudando com os Testemunhas, era esperado que a gente fosse se batizar. Pois o discipulado entre eles dura de seis meses a dois anos, antes do batismo. Sempre gostei da religiosidade. Era o melhor da minha turma, no catecismo católico, e nas reuniões no Salão do Reino, vez ou outra, lá estava eu respondendo as perguntas que eram feitas, da revista Sentinela. Naquela época, a Rede Globo, passou a exibir à noite, uma série de filmes bíblicos, que se chamava “Os Grandes Heróis da Bíblia”. Eu não perdi um filme. Comecei a ler a Bíblia aos 10 anos. Em Janeiro de 1981, em um simples templo da Igreja Assembléia de Deus, me converti, juntamente com meus pais e minha irmã. Quando fui assistir minha primeira aula de escola dominical, as professoras levaram um susto com aquele novo aluno, pois sabia mais histórias da Bíblia do que elas. Aos 13 anos, me batizei nas águas e aos 14 já era líder de jovens e professor de jovens na Escola Dominical. Fui uma criança que enfrentou algumas doenças, entre elas, um persistente bronquite asmático, que me levou a internação em hospitais, por várias vezes. No primeiro ano nosso na igreja, fui acometido de um desmaio, e foi diagnosticado que eu teria problemas epiléticos. Me receitaram remédio controlado. Mas minha mãe, confiou em Deus, foi pedido oração e pouco tempo depois, eu fui curado. Me levaram a um outro neurologista e depois de uma bateria de exames, foi constatado a minha cura. O bronquite demorou mais a sarar, mais foi melhorando com o tempo. Aos 21 anos fui separado a diácono, aos 23 a presbítero, com 25 incompletos, a evangelista. Até aí, tudo como solteiro. Depois eu continuo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

FERIDOS EM NOME DE DEUS

“Há abusos em nome de Deus”

Jornalista relata os danos do assédio espiritual cometido por líderes evangélicos, no livro Feridos em nome de Deus, pela Editora Mundo Cristão.

A igreja evangélica está doente e precisa de uma reforma. Os pastores se tornaram intermediários entre Deus e os homens e cometem abusos emocionais apoiados em textos bíblicos. Essas são algumas das afirmações polêmicas da jornalista Marília de Camargo César em seu livro de estreia, Feridos em nome de Deus (editora Mundo Cristão), que será lançado no dia 30. A Jornalista Marília de Camargo César é evangélica e resolveu escrever depois de testemunhar algumas experiências religiosas com amigos de sua antiga congregação. Abaixo parte da entrevista concedida pela jornalista à Revista Època.

ÉPOCA – Por que você resolveu abordar esse tema?
Marília de Camargo César – Eu parti de uma experiência pessoal, de uma igreja que frequentei durante dez anos. Eu não fui ferida por nenhum pastor, e esse livro não é nenhuma tentativa de um ato heroico, de denúncia. É um alerta, porque eu vi o estado em que ficaram meus amigos que conviviam com certa liderança. Isso me incomodou muito e eu queria entender o que tinha dado errado. Não quero que haja generalizações, porque há bons pastores e boas igrejas. Mas as pessoas que se envolvem em experiências de abusos religiosos ficam marcadas profundamente.

ÉPOCA – Que tipo de experiência você considera como abuso religioso e que marcas são essas?
Marília – Meu livro é sobre abusos emocionais que acontecem na esteira do crescimento acelerado da população de evangélicos no Brasil. É a intromissão radical do pastor na vida das pessoas. Um exemplo: uma missionária que apanha do marido sistematicamente e vai parar no hospital. Quando ela procura um pastor para se aconselhar, ele fala assim para ela: “Minha filha, você deve estar fazendo alguma coisa errada, é por isso que o teu marido está se sentindo diminuído e por isso ele está te batendo. Você tem de se submeter a ele, porque biblicamente a mulher tem de se submeter ao cabeça da casa. Então, essa mulher, que está com a autoestima lá embaixo, que apanha do marido - inclusive pelo Código Civil Brasileiro ele teria de ser punido - pede um conselho pastoral e o pastor acaba pisando mais nela ainda. E ele usa a Bíblia para isso. Esse é um tipo de abuso que não está apenas na igreja pentecostal ou neopentecostal, como dizem. É um caso da Igreja Batista, em que, teoricamente, os protestantes históricos têm uma reputação melhor.

ÉPOCA – Seu livro questiona a autoridade pastoral. Por quê?
Marília – As igrejas que estão surgindo, as neopentecostais, e não as históricas, como a presbiteriana, a batista, a metodista, que pregam a teologia da prosperidade, estão retomando a figura do “ungido de Deus”. É a figura do profeta, do sacerdote, que existia no Antigo Testamento. No Novo Testamento, não existe mais isto. Jesus Cristo é o único mediador. Então o pastor dessas igrejas mais novas está se tornando o mediador. Para todos os detalhes da sua vida, você precisa dele. Se você recebeu uma oferta de emprego, o pastor pode dizer se deve ou não aceitá-la. Se estiver paquerando alguém, vai dizer se deve ou não namorar aquela pessoa. O pastor, em vez de ensinar a desenvolver a espiritualidade, determina se aquele homem ou aquela mulher é a pessoa da sua vida. E o pastor está gostando de mandar na vida dos outros, uma atitude que abre um terreno amplo para o abuso.

ÉPOCA – Você também fala que não é só culpa do pastor.
Marília – Assim como existe a onipotência pastoral, existe a infantilidade emocional do rebanho, que é o que o Sérgio Franco, um dos pastores psicanalistas entrevistados no livro, fala. A grande crítica do Freud em relação à religião era essa. Ele dizia que a religião infantiliza as pessoas, porque você está sempre transferindo as suas decisões de adulto - que são difíceis - e a figura do sagrado, no caso aqui o líder religioso, para a figura do pai ou da mãe - o pastor, a pastora. É a tendência do ser humano em transferir responsabilidade. O pastor virou um oráculo. É mais fácil ter alguém, um bode expiatório, para pôr a culpa nas decisões erradas tomadas.

ÉPOCA – Qual é o limite da autoridade pastoral?
Marília – O pastor tem o direito de mostrar na Bíblia o que ela diz sobre certo tema. Como um bom amigo, ele tem o direito de dar um conselho. Mas ele tem de deixar claro que aquilo é apenas um conselho. Pode até falar que o resultado disso ou daquilo pode ser ruim para a vida do fiel. Mas ele não pode mandar a pessoa fazer algo em nome de Deus. O que mais fere as pessoas é ouvir uma ordem em nome de Deus. Se é Deus, então prova! Se Deus fala para o pastor, por que Ele não fala para o fiel? Eles estão sendo extremamente autoritários.

ÉPOCA – Você afirma que muitos dos pastores não agem por má-fé, mas por uma visão messiânica. Explique.
Marília – É uma visão messiânica para com seu rebanho. Lutero (teólogo alemão responsável pela reforma protestante no século XVI) deve estar dando voltas na tumba. Porque o pastor evangélico virou um papa que é a figura mais criticada no catolicismo, o inerrante. E não existe essa figura, porque somos todos errantes, seres faltantes, como já dizia Freud. Pastor é gente. E é esse pastor messiânico que está crescendo no evangelismo. Existe uma ruptura entre o Antigo e o Novo Testamento, que é a cruz. A reforma de Lutero veio para acabar com a figura intermediária e a partir dela veio a doutrina do sacerdócio universal. Todos têm acesso a Deus. Uma das fontes do livro disse que precisamos de uma nova reforma e eu concordo com ela. Essa hierarquização da experiência religiosa, que o protestante tanto combateu no catolicismo, está se propagando. Você não pode mais ter a conversa direta com o divino. Porque tem aquela coisa da “oração forte” do pastor. Você acha que ele ora mais que você, que ele tem alguma vantagem espiritual e, se você gruda nele, pega uma lasquinha. Isso não existe. Somos todos iguais perante Deus.

ÉPOCA – Se a igreja for questionada em seus dogmas, ela não deixará de ser igreja?
Marília – Eu não acho isso. A igreja tem mesmo de ser questionada, inclusive há pensadores cristãos contemporâneos que questionam o modelo de igreja que estamos vivendo e as teologias distorcidas, como a teologia da prosperidade, que são predominantemente neopentecostais e ensinam essa grande barganha. Se você não der o dízimo, Deus vai mandar o gafanhoto. Simbolicamente falando, Ele vai te amaldiçoar. Hoje o fiel se relaciona com o Divino para as coisas darem certo. Ele não se relaciona pelo amor. Essa é uma das grandes distorções.

ÉPOCA – Por que você diz que existe uma questão cultural no abuso religioso?
Marília – Porque o brasileiro procura seus xamãs, e isso acontece em todas as religiões. O brasileiro é extremamente religioso. A ÉPOCA até publicou uma matéria sobre isso, dizendo que a maioria acredita em algo e se relaciona com isso, tentando desenvolver seu lado espiritual. O brasileiro gosta de ter seu oráculo. A pessoa que vem do catolicismo, onde há centenas de santos, e passa a ser evangélica transfere aquela prática e cultura do intermediário para o protestantismo, e muitas igrejas dão espaço para isso. O pastor Edir Macedo (da igreja Universal) trouxe vários elementos da umbanda, do candomblé, porque ele é convertido. Ele diz que o povo precisa desses elementos -que ele chama de pontos de contato - para ajudar a materializar a experiência religiosa. A Bíblia condena tudo isso.

ÉPOCA – No livro você dá alguns alertas para não cair no abuso religioso. Fale deles.
Marília – Desconfie de quem leva a glória para si. Um conselho é prestar atenção nas visões megalomaníacas. Uma das características de quem abusa é querer que a igreja se encaixe em suas visões, como quere ganhar o Brasil para Cristo e colocar metas para isso. E aquele que não se encaixar é um rebelde, um feiticeiro. Tome cuidado com esse homem. Outra estratégia é perguntar a si mesmo se tem medo do pastor ou se pode discordar dele. A pessoa que tem potencial para abusar não aceita que discorde dela, porque é autoritária. Outra situação é observar se o pastor gosta de dinheiro e ver os sinais de enriquecimento ilícito. São esses geralmente os que adoram ser abençoados e ganhar presentes. Cuidado com esse cara.

MEU COMENTÁRIO: Não tive a oportunidade de ler este livro, só li a entrevista da autora na revista. É a manifestação da revolta publicamente. O que antes era dito em sites e blogues, para um grupo mais reduzido de pessoas, agora vem sendo manifesto através de livro com divulgação em revista de grande circulação. Jesus disse que o que falassem no interior da casa, seria gritado dos telhados. Então, aí está.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

DEUS É DIFERENTE - A LIÇÃO DE JONAS

Jonas é o tipo do homem reacionário e mesquinho, que tem a capacidade incrível de não ver a evidência dos fatos. Um profeta que não compreende os sinais dos tempos. Um homem que tinha a opinião formada sobre situação, opinião que ele considerava a única certa. Todos os outros estavam errados. Achava que o próprio Deus estava errado, e Jonas aceita discutir com Ele para defender seu ponto de vista. É preciso ter muita coragem para discutir com Deus. Jonas tinha esta coragem, que, no seu caso era sinônimo de ignorância e estupidez.
Ele discute com Deus sobre o papel de Deus na vida dos homens. Jonas acha que Deus deve ser Deus só do povo judeu e não dos outros. Acha que a religião deve manter e defender esta situação que está aí. Onde se viu Deus conceder perdão aos pagãos? Seria uma ofensa pessoal ao povo de Jerusalém. Por que então teriam eles suportado as dificuldades da fé durante séculos? Seria colocá-los de lado como ferro velho. Não! Na sua concepção de pensamento, Deus não estava agindo como convinha a Deus. E Jonas está disposto a fazer-lhe sentir o seu ressentimento.
Chamado por Deus para pregar a conversão da cidade de Nínive, capital dos pagãos, Jonas escolhe exatamente o caminho oposto e embarca para a cidade de Társis, que fica na Espanha (Jonas 1:1-3). Ele não quer esta conversão. Ela é contra a sua maneira de conceber a religião (Jonas 4:1-2). Enquanto ia indo na direção contrária, deu-se aquela confusão. Uma tempestade violenta que ninguém entendia. Um perigo de todos se afogarem. Continuar nesta direção era perigoso até para o próprio Jonas. Ele reconhece estar errado (Jonas 1:12). Descoberto o erro pelos outros, Jonas é jogado no mar e engolido pela baleia (Jonas 2:2). O caos o envolve, a desordem total, simbolizada pelo mar bravio. Deus se mostrou Deus e salvou Jonas. Ironia das ironias! Jonas se converteu , foi pregar e o povo de Nínive se converteu igualmente (Jonas 3:1-10). Deus se mostrou mais forte que a resistência do homem, seja de Jonas, seja do povo de Nínive.
Mas é difícil tratar um sujeito cabeçudo e mesquinho. Vendo o resultado da sua própria atuação, Jonas ficou profundamente irritado e quis morrer (Jonas 4:1-3). Se Deus era assim, então não valia mais a pena viver. Este Deus, esta religião, ele não os queria. Saiu da cidade, montou uma barraca e ficou esperando para ver o que iria acontecer. Quem sabe, talvez Deus mudasse de opinião. Mas Deus não mudou.
Deus fez crescer uma planta bem atrás de Jonas. Era para oferecer-lhe um pouco de sombra fresca e tirar-lhe assim o mau humor. E de fato, Jonas ficou muito contente com aquela planta. Mas, no dia seguinte, de manhã bem cedo, Deus mandou um bichinho comer a raiz, e a planta secou. Um vento quente soprou e as folhas murcharam todas. O sol se levantou e causticou a cabeça do pobre Jonas, sentado em baixo sem sombra protetora. Resultado, insolação, desmaios e uma tremenda dor de cabeça. Já meio inconsciente e profundamente irritado, Jonas disse: “Prefiro a morte à vida” (Jonas 4:8). Deus perguntou: “Jonas, você acha que tem razão em ficar assim irritado e triste, com pena de uma planta ter ressequido?” Jonas respondeu: “Sim , Senhor, tenho razão de me irar até a morte” (4:9).
Aí, Deus o atinge: “Então, você está com pena de uma planta pela qual nada fez, que você não plantou, nem fez crescer, que nasceu numa noite e noutra morreu. Então eu não posso ficar com pena de 120.000 seres humanos, que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda e que vivem como animais” ou parafrasendo seria como se dissesse: Os homens que eu criei! Jonas você é um grande egoísta, e o seu egoísmo, lhe cegou a inteligência!
Aqui termina a história de Jonas, não se diz qual a reação de Jonas. Também não importa. O que é importante é a nossa reação, e esta será diferente em cada caso. Para mim, eu concluo assim: Deus é diferente daquilo que Dele eu imaginava. A religião verdadeira não existe para defender a minha pele. A Igreja nem sempre é aquela que eu desejo nos meus sonhos.
Este é o corredor que leva à jazida. Boa sorte garimpeiro!