sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A ELEIÇÃO DE OBAMA E MINHA ESPERANÇA DE BILLY GRAHAM

Barack Obama foi eleito dia 04 de novembro de 2008, o novo presidente dos Estados Unidos, sendo o primeiro negro a ocupar o cargo na terra do Tio Sam. De pai queniano e mãe branca americana, com parentes no Quênia, tendo nascido no Havaí. Parece uma mini-Nações Unidas. Com nome de rei, Barack Hussein Obama apresenta-se com experiência multi-cultural em todas as perspectivas; fazendo de seu nome, sua cor, suas heranças, sua internacionalidade, de sua multi-racialidade, de sua inter-religiosidade, e de sua experiência com serviços humanos — o que faltava à América e ao mundo, em termos de novo paradigma Global, amado pela mídia, aguardado como messias por quase todos os povos, especialmente os árabes, africanos e grupos étnicos segregados ou estigmatizados.
O novo Presidente dos Estados Unidos é apresentado como o homem da Era, e não apenas da Hora. Em 1968, o líder dos direitos civís, Martins Luter King, foi assassinado, quarenta anos depois, os Estados Unidos e o mundo, assistem ascenção de um negro à Casa Branca, o fato por si só, já carrega um simbolismo tremendo. Vejo dois extremos ao analisar o momento. Existem os que o consideram um "Messias", depositando nele grandes esperanças, depois de oito anos de governo Bush, com seus "Falcões", representando o grupo dos conservadores, duas guerras, uma crise econômica, só comparada a quebra da Bolsa de Valores em 1929. Sem contar que Obama teve uma propaganda midiática tremenda. Por outro lado, existem os que o consideram "o Anticristo", que são os chamados "conservadores" e "direitistas", pois acusam Obama de defender uma agenda liberal, como a defesa do abordo, direitos dos homossexuais, e etc. Acredito que não é hora nem para ingenuidades, nem para fanatismo. Apenas, oro para que faça um bom governo, pois o que é feito lá, tem repercursões no mundo inteiro, afinal de contas, mesmo em meio a uma grande crise, a nação americana, ainda é uma superpotência.
Ao mesmo tempo aqui no Brasil, esta semana, está ocorrendo o evento "Minha Esperança", com Billy Graham e seu filho Frank Graham, pregando, com Aline Barros cantando e o jogador Kaká dando o seu testemunho. O programa será transmitido pela TV Bandeirantes, durante os dias 6,7 e 8 do corrente mês. São três programas de 30 minutos de duração. Desde adolescente sou admirador de Billy Graham, tendo lido a maioria dos seus livros. Atualmente o famoso evangelista está com 90 anos. Sem dúvida, um homem que fez muito pela evangelização nos últimos 60 anos. Mas, para ser sincero, mesmo tendo grande simpatia pela pessoa e pelo ministério de Billy Graham, não acredito que é por aí que a banda toca mais. Já se foi a era em que, televangelistas norte-americanos viam ao Brasil, trazendo não só pregação evangelística, mas também o triunfalismo americano, nos anos 70 e 80, como Rex Humbard e Jimmy Swaggart. Mas, mesmo assim, confesso que é bom ouvir o veterano "Billy", pregar o evangelho e a cruz de Cristo de maneira simples e objetiva, porque estou cansado de ver programas de televisão evangélicos, onde só se fala em prosperidade, curas ou pior, brigas de poder eclesiástico.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

CONTRADIÇÕES

Enquanto um sacerdote engravatado gesticula com promessa de abundância e prosperidade na televisão, a fila de mulheres e crianças avança pelo Congo esquálido.

Enquanto um tanque de guerra queima muitos galões de combustível para mostrar o poderio esmagador do exército bem equipado, falta gaze e esparadrapo na clínica suburbana.

Enquanto um jogador de futebol se diverte na festa, ostentando seu relógio de trinta mil dólares, todo o vilarejo bebe água no ribeiro contaminado pelo esgoto industrial.

Enquanto um banqueiro festeja o socorro bilionário que lhe salvou da falência com churrasco, no iate ancorado em um paraíso fiscal, o ônibus super lotado se arrasta pela avenida engarrafada.

Enquanto um grupo de acadêmicos ateus e crentes debate sobre a existência ou não de Deus com indignações e farpas mútuas, não se achou uma só pessoa para conversar com a mulher que acabou de enterrar o filho, morto pelo tráfico.

(Por favor, não diga que sou pessimista).


Fonte: www.ricadogondim.com.br