"Pastora acusada de matar seu marido, também pastor"; pastor trai esposa com cantora da igreja"; "Líder do maior congresso de missões no Brasil, admite que pregadores e cantores, subiam no púlpito cheirando uísque e depois caiam na farra com cantoras"; "Pastor presidente renuncia depois que caso de adultério é descoberto, a substituta é a mulher que logo em seguida passa a presidência para o amigo tesoureiro, o caso vai para delegacia e tribunais e acontece uma nova eleição";"Em outra cidade, pastor renuncia, depois que sua vida adúltera é exposta, o vice assume, mas há denúncias que de que o novo líder é chegado numa sauna gay". Vou parar por aqui, mas para quem quiser continuar a lista, deve saber que ela pode ser longa. Infelizmente.
Algumas dessas tristes notícias já circularam nas redes sociais e até em páginas policiais de suas cidades. Isso sem contar o que já noticiado em revistas de grande circulação e telejornais, sobre líderes evangélicos que são acusados de desvio milionário de recursos de igrejas, fundações, ou ainda aqueles em nome da perpetuação no poder, ameaçam ou são acusados de mandarem bater e até matar quem se lhes opõe. Outra coisa horrível que se ouve e lê por aí, é histórias envolvendo vendas, isso mesmo, vendas de igrejas com imóvel, membresia e tudo. Nada a haver com a música do Asaph Borba, "Alto Preço": "Eu sei que foi pago um alto preço..."
Na década de 80, escândalos do púlpito sacudiram a igreja nos Estados Unidos. Nos anos 1980, ele era considerado um paladino da moral e dos bons costumes. O pastor Jimmy Swaggart, um dos mais importantes televangelistas americanos, fazia de seus programas, transmitidos para mais de 40 países – inclusive o Brasil –, uma verdadeira trincheira na luta contra a carnalidade. Pregador eloqüente e carismático, Swaggart reunia famílias inteiras diante da TV e era crítico contundente da pornografia. Ironicamente, caiu justamente por causa dela, num episódio rumoroso envolvendo prostitutas e uma disputa pessoal com o também pregador televisivo Jim Bakker. Proprietário do canal de televisão PTL (Praise the Lord), com 12 milhões de telespectadores apenas nos Estados Unidos, Bakker acabou se tornando um rival de Swaggart. Tudo ruiu quando fotos suas, acompanhado de garotas de programa, chegaram à imprensa. Na época, atribuiu-se o vazamento das imagens a Swaggart.
O troco não demorou. Um detetive particular contratado por Bakker não teve muito trabalho para fotografar Swaggart diante de um motel, com o carro cheio de prostitutas. Sem saída, ele confessou que pagava para que elas fizessem strip-tease para ele. Perdoado pela mulher, Francis, ele foi à tevê, chorou e confessou-se arrependido pelo ato. Contudo, sua reputação e ministério foram irremediavelmente abalados.
No fim de 2006, outro escândalo sexual abalou a Igreja Evangélica dos Estados Unidos. Eleito pela revista Time como um dos 25 principais líderes cristãos do país, Ted Haggard admitiu consumir material pornográfico e o envolvimento sexual com um garoto de programa, que o denunciara publicamente. O caso provocou maior espanto porque Haggard era uma das principais vozes contra o homossexualismo.
Jesus ao advertiu os discípulos, disse que o escândalo viria, mas aí daquele por quem viesse o escândalo, era melhor pendurar uma pedra ao pescoço e atirar-se ao fundo do mar, que causar dano à fé das pessoas. Infelizmente, muitos líderes parecem que arrancaram as páginas da Bíblia que trazem estas advertências.
Segundo o pastor Paulo Romeiro, pesquisador da Universidade Mackenzie, em São Paulo: “Basta uma rápida pesquisa na internet ou uma passagem pelo noticiário para ficar claro que nunca tivemos tantos escândalos e abusos na Igreja como agora. E muita coisa ainda é abafada dentro das próprias igrejas”.
Mas o que leva um líder cristão a derrapar de forma tão acintosa? A resposta não é simples, mas costuma estar relacionada ao trio: dinheiro, sexo e poder. Segundo o pastor e psicanalista Luiz Leite de Belo Horizonte, os escândalos surgem, porque os líderes não conseguem controlar o poder que detêm sobre um grupo sem abusar das prerrogativas que a posição lhe confere.
Já segundo o professor Lourenço Stelio Rega, diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, adverte que é preciso ter cuidado na hora de julgar: “Não dá para generalizar. Assim como existem lobos em peles de ovelhas e líderes sem escrúpulos, também há uma grande parte ética e comprometida com os valores de Cristo. Estes não podem fechar os olhos para os abusos. Precisamos de uma nova reforma. Chega de ouvir palavras mágicas e de ver poucos frutos de caráter”. O resultado desses tristes episódios, tem sido muita gente afastada da igreja e outros tantos feridos na casa de Deus.