sexta-feira, 4 de julho de 2014

Subsídio para EBD - Tiago – Fé que se mostra pelas obras



O assunto do terceiro trimestre é a epístola de Tiago. Esta primeira lição procura apresentar um panorama geral da carta, por isso sugiro que você busque em comentários e dicionários bíblicos textos relativos à sua autoria, data, destinatários, propósito, e assim por diante.

Autoria, local data e destinatários
Este resumo foi adaptado do livro Panorama do Novo Testamento (Ensinai):

Autor e data. Identifica-se como “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”. É improvável que tenha sido Tiago, irmão de João, que foi martirizado muito cedo (At 12.2). Tradicionalmente, aceita-se que seja o meio-irmão de Jesus, que de início não acreditou no Messias (Jo 7.2-5), mas depois se converteu e alcançou posição de destaque na igreja (Gl 1.19; 2.17). É chamado “coluna” da igreja (Gl 2.9) e exerceu significativa liderança em Jerusalém (At 15.13). Alguns acreditam que ele escreveu a carta entre os anos 45 e 48, sendo, portanto, uma das mais antigas do Novo Testamento. Outros, porém, acreditam que foi por volta do ano 60, já perto do fim da vida (ele foi martirizado por volta de 62).

Tema. A fé manifestada nas boas obras é o tema de Tiago. Também poderia ser “A religião pura” (1.27).

Destaques e características especiais. Estas duas passagens resumem o conteúdo da carta: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” (1.27); “Assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (2.26). A carta de Tiago é saturada de preceitos morais que expõem a ética do cristianismo: os seus 108 versículos contêm mais de cinquenta mandamentos.

O propósito da epístola de Tiago
Este comentário de R. W. Wall complementa o conteúdo da seção:
Tiago foi escrita para uma comunidade cuja fé em Deus está sendo ameaçada por tribulações constantes (Tg 1.2-4). Essas “provações” da fé são causadas por uma variedade de circunstâncias, externas e históricas. 0 mais importante é que cada teste gera uma crise teológica, quando o crente é en­ganado ou confundido com mais facilidade sobre quem Deus é e como ele age (Tg 1.5-8). Em uma crise profunda, que leva à reflexão teológica, em grande parte interna e espiritual (Tg 1.13-15), requer-se uma decisão que, em última instância, é a medida da verdadeira devoção do crente a Deus. Ou seja, é o que determina se ele está ou não em condições de participar do reino vindou­ro de Deus (Tg 1.12). Permanecer fiel a Deus no presente é o caminho para receber, no futuro, as bênçãos que Deus prometeu.

A atualidade da epístola de Tiago
Simon Kistemaker comenta a relação entre a epístola de Tiago e os ensino de Jesus:Tiago se baseia na pregação de Jesus, discute a questão da fé e das obras de maneira independente em relação aos ensinamen­tos de Paulo e escreve sobre a submissão a Deus de forma mais simples do que aquela apresentada por Pedro em suas epístolas. Em sua epístola, Tiago se harmoniza com a tônica dos ensina­mentos de Jesus registrados nos evangelhos. É notável a semelhança existente entre o Sermão do Monte (Mt 5.3-7.27; Lc 6.20-49) e ver­sículos, orações, frases e palavras contidas na carta de Tiago.
Mostre aos alunos as semelhanças entre estes versículos: 1) Mateus 5.7 com Tiago 2.13; 2) Mateus 5.19 com Tiago 2.10; 1) Mateus 6.19 com Tiago 5.2,3.

BIBLIOGRAFIA. Ensinai: Curso de Teologia Ministerial. Panorama do Novo TestamentoCoordenação editorial de Judson Canto. 3. ed. Curitiba: AEIEADC, 2010. * Kistemaker, Simon. Tiago e epístolas de João. Tradução de Susana Klassen. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. * Wall, R. W. Tiago, Carta de. In: Reid, Daniel G. (Org.). Dicionário teológico do Novo Testamento. Tradução de Márcio L. Redondo e Fabiano Medeiros. São Paulo: Vida Nova, 2012.

Fonte: http://judsoncanto.wordpress.com/


segunda-feira, 30 de junho de 2014

Entrevista de Caio Fábio gera debates nas redes sociais - Minha opinião


A entrevista do pastor Caio Fábio no programa The Noite, do SBT, conduzida por Danilo Gentili gerou grande polêmica nas redes sociais por causa de seu teor crítico aos evangélicos em geral. Já é uma das cinco entrevistas mais assistidas do canal no Youtube.
No Twitter e no Facebook, milhares de comentários usaram o marcador #caiofabio, mostrando mais uma vez que ele continua gerando tanto amor quanto ódio em larga escala. Para muitos ele foi profético, denunciando corajosamente as mazelas da igreja brasileira. Enquanto outros tantos o acusam de ser “falso profeta”, que apenas prejudica a já combalida imagem dos evangélicos na grande mídia. Vários veículos de comunicação secular importantes, como o Jornal Folha de São Paulo repercutiam a entrevista.
O colunista do portal Gospel Prime, Julio Severo, não poupou críticas. Ele escreve que para Caio Fábio, criticar evangélicos “É seu meio de sobrevivência. Se não falar mal dos evangélicos, seus bolsos se esvaziam. Por isso, ele mantém sua fixação, custe o que custar e doa a quem doer. Enquanto ele viver, sua língua amargurada “trabalhará”, pois ele se sente como um pai que criou e instruiu toda a uma geração de evangélicos e foi enxotado de casa pelos “filhos”.
Por outro lado, a missionária e colunista da revista Ultimato, Bráulia Ribeiro, decidiu tomar sua defesa. “Caio não pretendeu ser perfeito”, escreveu ela, “descreveu bem a síndrome dos que se embriagam de poder. Mas infelizmente não deixou de ser vítima da cultura que o endeusou. Esta cultura é inescapável”. Bráulia, contudo, foi cautelosa no final, afirmando que não pode julgá-lo. “Não me dou o direito de julgar ninguém, porque maior é a misericórdia que o juízo…. Salve Caio. Parabéns pela entrevista. Sigamos juntos no Caminho”, cravou. Após receber muitas críticas por seu posicionamento, usou sua conta no Twitter para esclarecer “Se querem ver pedrada no #caiofabio leiam o Júlio Severo. Ele se sente justo o suficiente para julgar outros. Eu não sou justa.”

MEU COMENTÁRIO:
O choque que eu levei, foi a quantidade de pessoas que escreveram de forma agressiva, raivosa e já emitindo juízo sobre a pessoa descrita. Ora, haver opiniões diferentes sobre uma pessoa ou assunto, acho algo natural. Mas, pela polêmica instalada, o que assustou, foi a forma como estas diferenças de idéias foram colocadas.
Puxa vida, quanto julgamento sem misericórdia! Em nome de uma “suposta” defesa da ortodoxia, bons costumes e moral religiosa, o que se viu foram pessoas praticamente mandando o Caio para a fogueira da inquisição ou para o inferno mesmo, e ainda reservando um lugar para quem emitisse uma opinião favorável a ele.
Frases como: “Herege“, “Ele pecou”, “É um adúltero”, ”, “Caído”, Louco”, “Pseudo-pastor ou ex-pastor”, “É divorciado”, e outros adjetivos mais.
Gente, o que é isso? Não é isso que o Evangelho de Cristo nos ensina. Porque se conhecessem o Evangelho de Jesus, não atirariam pedras, não pronunciariam palavras de juízo, saberiam o significado de misericórdia e não sacrifícios.
Mas a pergunta que que fica ao afinal de contas, deveria ser: Quem é esse homem, que atualmente não tem canal de TV, não está com programas em rede nacional, mas seu único veículo é um canal  na Web? Mesmo depois de 16 anos da sua "queda" como prefere dizer seus detratores, porque ele ainda mobiliza tanta opinião?
Acampanho o ministério de Caio Fábio há mais de 20 anos, através dos seus programas de Tv e pelos seus livros. Lembro como ele era incensado pelas lideranças evangélicas, pela sociedade civil do Rio e pela própria mídia. Era considerado o “Billy Graham do Brasil” (frase do Dr. Russell Shedd), o melhor pregador e pensador evangélico, reserva ética em relação aos modelos representados por Edir Macedo.
Lamentei quando estourou o “Dossiê Cayman” em 1998, porém sete anos depois, o próprio ex-presidente Fernando Henrique pediu para retirar a acusação contra Caio Fábio do processo. Assim como muitos evangélicos, fiquei triste quando no início de 1999, o próprio Caio divulgou um comunicado na internet, revelando seu divórcio e seu relacionamento extra-conjugal. Foi abandonado pelos mesmos líderes que antes o bajulavam, com exceção de poucos. Seus livros sofreram boicote nas livrarias evangélicas e editoras.
Voltou dos Estados Unidos no final de 1999 e pediu perdão publicamente através da Revista Eclésia. Em 2000, terminou o relacionamento que desencadeou o divórcio. Em 2001, se casou novamente com a pastora de uma comunidade evangélica. Falou-se na época, pelas revistas evangélicas, na “volta de Caio Fábio”. Nesse mesmo ano, reinicia seu ministério praticamente do zero com o “Café com Graça” em Copacabana.
Em maio de 2002, em uma viagem ao Rio de Janeiro, juntamente com minha esposa, estivemos no local onde se realizavam as reuniões, porém em virtude dos meus compromissos não pude esperar para ouví-lo. O local era pequeno e nada parecia com as reuniões repletas que Caio antes falava.
Nessa segunda fase ministerial, ele começou a escrever livros novamente, “Neplin”, “Tábuas de Eva”, “Enigma da Graça” e “Sem Barganhas com Deus”, publicados entre 2000 a 2005. Em 2004, seu filho caçula, morre em um trágico acidente. O seu retorno ministerial, ficou consolidado com a criação do seu site em 2003 e o início do “Caminho da Graça” em 2004 em Brasília. O movimento cresceu, surgindo filiais (Estações do Caminho) em vários Estados e até em outros países.
Foi errado, seu adultério e divórcio? Foi. Ele pecou? Não só ele, mas a Bíblia diz que todos pecaram e bem aventurado a quem o Senhor não imputa pecado. Ou seja, só Deus pode imputar pecado em alguém. Ele está em pecado? Não sei, quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra.
Concordo com ele em algumas coisas e discordo em outras. Na minha opinião, ele entra em polêmicas desnecessárias, e para quem tem a inteligência que possui, não deveria usar o linguarjar que vem utlizando.

Mas, chamo a atenção aqui, para se ter cuidado em ir taxando com facilidade as pessoas como herege. Ao consultar a história, vemos que Calvino em nome “da defesa da fé”, um dia condenou a fogueira, Miguel de Cerveto, por conta de debates sobre a Santíssima Trindade. O dia em que Caio, ou seja lá quem for, disser que Jesus não veio em carne, que Ele não é o Filho de Deus, nem é o caminho, a verdade e a vida, aí sim, concordarei que se trata de uma heresia inspirada pelo espírito do anticristo.

Um comentário que eu assino integralmente embaixo foi o escrito pelo blogueiro Judson Canto. Acesse o link e leia: http://judsoncanto.wordpress.com/2014/06/30/o-que-ninguem-parece-ter-visto-na-entrevista-de-caio-fabio/#comments