terça-feira, 26 de novembro de 2013

Billy Graham alerta em entrevista contra uma epidemia de “crendismo fácil”



O famoso evangelista concedeu uma entrevista à Revista Christianity Today onde fala sobre obediência, céu e inferno e sobre sua campanha My Hope (Minha Esperança).No ápice de seu ministério de cruzadas, Billy Graham viajava pelo mundo todo pregando para grandes multidões. Agora, apesar de confinado em sua casa nas montanhas do oeste da Carolina do Norte, o evangelista ainda é capaz, através da tecnologia moderna, de continuar proclamando o evangelho. Novembro marca o início da campanha "My Hope America with Billy Graham", um curso de evangelismo em vídeo projetado para uso individual ou de pequenos grupos. Em conjunto com o lançamento da campanha, Graham lançou o que pode ser o seu último livro, The Reason for My Hope: Salvation. Christianity Today perguntou a ele sua opinião sobre o estado atual da fé cristã e sobre sua confiança, em meio à confusão teológica e cultural, na mensagem essencial do evangelho.

Você se considera, em primeiro lugar, um evangélico ou cristão? Por quê?

O que realmente importa é como Deus me vê. Ele não está preocupado com rótulos; ele está preocupado com o estado da alma humana. A Bíblia diz que sou, antes de tudo, um pecador. "Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus". (Romanos 3:23). Mas devido à graça salvadora que Jesus estendeu a mim, e ao meu arrependimento do pecado, me tornei seu filho – sendo salvo pelo sangue do meu Salvador na cruz. Naquele momento, eu entrei em um relacionamento com ele que transformou a minha vida. Aqueles que lerem The Reason for My Hope verão claramente nas escrituras como ser salvo e viver a vida cristã.
Jesus Cristo é meu Senhor e Mestre. Eu me arrependi de meu pecado, entreguei minha vida a Cristo e procuro diariamente obedecer à sua Santa Palavra. Eu sou seu seguidor. Antes da minha conversão, em 1de novembro de 1934, como conto no livro, eu sempre me considerei cristão. Foi só quando fui confrontado e convencido do meu pecado que percebi que Cristo faz a diferença na vida daqueles que não apenas se dizem cristãos, mas que obedecem à Sua Palavra. Se não houver mudança na vida de uma pessoa, ela deve se perguntar se de fato tem a salvação que o Evangelho proclama. Muitos dos que vão à igreja não experimentaram uma transformação de vida em Cristo. Aqueles que não fazem parte da igreja esperam que os seguidores de Cristo vivam de maneira diferente, no entanto, muitas pessoas que estão na igreja estão indo atrás do mundo – não para ganha-lo para Cristo, mas para serem iguais a ele. Isso é muito perigoso e a Bíblia fala sobre o resultado trágico que tal atitude traz.
A minha pregação é de evangelista e eu sinceramente acredito no ensino fundamental das Sagradas Escrituras. Essa é a base do meu livro. Espero que as pessoas o leiam. Meu desejo é que os leitores compreendam o privilégio e a responsabilidade da vida cristã. Quando Jesus se torna nosso Mestre deixamos de lado nosso velho caminho e passamos a trilhar o seu. Nem sempre é fácil, mas é extremamente produtivo e desafiador, porque aqueles que o seguem tornam-se luzes brilhantes em um mundo repleto de escuridão. É por isso que os cristãos têm esperança. A razão de eu ter esperança para o mundo é porque Cristo morreu pelo mundo inteiro e está chamando os perdidos e cansados para se aproximarem dele. Jesus disse que "veio buscar e salvar o que estava perdido". (Lucas 19:10).

Por que, de acordo com o título do livro, é a salvação a razão da sua esperança?
À medida que fui me aproximando de completar 95 anos de idade, eu sentia uma necessidade de escrever um livro que abordasse a epidemia do "crendismo fácil". A mentalidade que existe hoje é que se as pessoas acreditam em Deus e fazem boas obras, elas vão para o Céu. Mas existem muitas questões que devem ser respondidas. Existem duas necessidades básicas que todas as pessoas têm: a necessidade de esperança e a necessidade de salvação. Não me surpreende nem um pouco que as pessoas creiam com facilidade em um Deus que não faz exigências, mas esse não é o Deus da Bíblia. Satanás têm, de maneira ardilosa, enganado as pessoas, as fazendo acreditar que podem crer em Jesus Cristo sem serem transformadas, mas essa é uma mentira do Diabo. Aqueles que dizem que se pode ter Cristo sem abrir mão de nada estão sendo enganados. Embora eu não seja mais capaz de pregar em um púlpito, Deus colocou no meu coração um desejo ardente de dividir essa mensagem no formato de um livro – mensagem esta que ecoa dentro de mim toda vez que assisto ao noticiário. Quando visito pessoas com diferentes histórias de vida, ouço a mesma pergunta: "O que está acontecendo com o mundo?".
Muitos políticos e líderes do governo já me fizeram essa pergunta. Inúmeros estudantes em campus universitários imploraram para ouvir a verdade. Eu sempre expliquei que o Deus Todo-Poderoso é o arquiteto da Terra, o Criador da humanidade e quem formou a alma. Ele é o Princípio e o Fim, o Doador e Consumador da Fé. Todas as respostas estão na Palavra revelada de Deus. A salvação é uma dádiva de Deus para o mundo, mas a dádiva do Seu amor e perdão deve ser aceita em Seus termos – não nossos. Dádivas nunca são forçadas, pois são oferecidas e recebidas. Muitos hoje dizem que a ideia de redenção é antiquada. Escrevo no livro sobre Hollywood, e até mesmo sobre futebol americano profissional, adoráveis histórias de redenção. Por quê? Um crítico de cinema afirmou que as pessoas desejam superar aquilo que as aflige no interior. Cristo é o único que pode tirar o desespero que existe dentro de nossos corações. Esta é a razão da minha esperança, que pessoas de todos os lugares abram seus corações à salvação de Cristo – a dádiva redentora que oferece paz e a certeza da vida eterna.

Por que você acha que Deus achou por bem dar-lhe mais tempo na terra antes de chama-lo para o Céu?
Por passar mais de 70 anos viajando e pregando ao redor do mundo, não tive muito tempo para refletir. Mas não importa onde eu estivesse, quando voltava para casa, Ruth estava sempre aqui me esperando. Nós apreciamos esses momentos, e sempre encontrávamos tempo para buscar ao Senhor juntos, nos alegrando com as respostas às nossas orações. Sinto falta dessa comunhão com ela. Ela era uma guerreira de oração e adorava conversar sobre a Bíblia. Ruth foi para o Céu há seis anos e eu acredito que o Senhor me deu esse período da vida para considerar tudo o que ainda resta a fazer e a ser fiel à mensagem de Cristo, enquanto ainda tenho vida. Quer preguemos em um púlpito ou nos sentemos em contemplação silenciosa, há sempre muito mais a aprender à medida que buscamos a face do Senhor. Ao olhar para trás, vejo que houve momentos em que não fui tão forte quanto deveria, mas meu coração e meu ministério sempre estiveram enraizados na Palavra de Deus. A mensagem que eu prego está ancorada no que "a Bíblia diz".
Eu tento usar meus dias para encorajar outros a servirem a Jesus Cristo de todo coração, orando por aqueles que trabalham em seu nome e pedindo que muitos mais respondam ao chamado de Deus para pregar a verdade do evangelho, declarando o que a Bíblia diz. É a verdade. Sua Palavra é vida.

Como você selecionou os temas e ilustrações que tratam tão especificamente das necessidades das pessoas?
Este livro aborda muitas questões e preocupações que pesam no meu coração e, apesar de já ter escrito mais de 30 livros, acredito que este se concentra em questões presentes nas mentes de pessoas de todos os lugares. Há tantas religiões no mundo e eu nunca presenciei tanta confusão como existe hoje sobre onde encontrar a verdade. Vemos pessoas pregando que Deus é um Deus de amor, não de ira. Pessoas que proclamam que o Céu é real, mas que o inferno é apenas um produto da imaginação. À medida que fazia a pesquisa para esse livro, meu coração partia ao ouvir várias pessoas preconizando que o inferno será um happy hour sem fim, comediantes famosos afirmando que estão felizes em saber que irão para lá um dia.
Este livro foi escrito para soar como um aviso – um aviso amoroso do Céu – de que o Céu foi criado para aqueles que se humilham diante de Deus, e o inferno, criado para Satanás e para aqueles que o servem. Cristo veio para livrar a humanidade das amarras que Satanás coloca em suas vidas. Jesus Cristo é a resposta para o mundo – ele é a âncora da alma – ele é o Deus da esperança, que veio em forma humana para nos resgatar das garras de Satanás. Certa vez, um professor de um seminário fez uma declaração profunda para seus alunos: "Nunca pregue sobre o inferno sem ter lágrimas nos olhos". A minha mensagem é proclamar que somos todos pecadores com necessidade de um Salvador e perguntar a cada um esta pergunta: Você já foi salvo?

Você escreve que o "pecado está na moda". O que quer dizer com isso?
Na sociedade do século 21, as pessoas fizeram uma transformação no pecado, o chamando de erro. Deus chama de iniquidade. É uma doença da alma. A sociedade geralmente deseja fazer campanha contra doenças, levantar dinheiro para erradica-la. Mas a doença do pecado é celebrada e glorificada pela sociedade, especialmente dentro da cultura popular atual, e o preço que se paga nos âmbitos físico, emocional e espiritual é totalmente ignorado. A sociedade pode se gabar de que o "pecado está na moda", mas a verdade é que o pecado está em você, em mim e em todas as pessoas.
A mídia secular conta, frequentemente, histórias de homens e mulheres que cometem crimes horríveis, e a humanidade exige que essas pessoas paguem pelo que fizeram. No entanto, a humanidade se ressente por Deus exigir que paguemos pelos pecados cometidos contra Ele. Deus se mostra um Pai amoroso ao enviar o seu próprio sacrifício, seu único Filho, para morrer no lugar do homem, pagando a penalidade do pecado que a Bíblia diz que "tão de perto nos rodeia". (Hebreus 12:1). Muitas pessoas que transgridem as leis de Deus se ressentem por seus pecados serem julgados por um Deus justo. Rejeitamos a ideia de nossas próprias transgressões, mas quando se trata de faltas cometidas em um jogo de futebol, por exemplo, nós aceitamos as regras; na verdade as amamos. Se estamos torcendo pelo nosso time e a equipe adversária comete uma falta, nós comemoramos. Isso está no coração do homem, mas posso garantir que Deus não se alegra quando cometemos faltas (pecados) contra Ele. Seu coração se entristece. O pecado é veneno e destrói. A salvação é o antídoto que purifica.

A sociedade de hoje é obcecada pela tecnologia, tema que você comenta em detalhes. Existe uma visão bíblica acerca da tecnologia?
A Bíblia declara que "não há nada de novo debaixo do sol" (Eclesiastes 1:9). Nada surpreende Deus. Ele permite que sua criação explore os recursos que ele nos deu na terra. Nós certamente observamos a infinidade dos recursos de comunicação explodir quando entramos no século 21. Eu sempre amei a arte da comunicação, e não há dúvida de que meu ministério se beneficiou muito através da utilização da amplificação e ampliação em arenas e estádios ao redor do mundo. A televisão e o rádio permitiram que o evangelho alcançasse os confins da terra, como a Bíblia previu. Mas apesar de Deus permitir que venham bênçãos de invenções tão grandiosas, como dispositivos móveis e sem fio, Satanás também tem usado a tecnologia para avançar, de maneira inteligente, o seu engano. Há gerações hoje que se orgulham de sua capacidade de se comunicar instantaneamente através do Facebook ou Twitter, mas são incapazes de se comunicar pessoalmente. As pessoas estão encontrando consolo sentadas em frente à tela do computador dispostos a falar com estranhos sobre qualquer coisa, através da comunicação eletrônica, mas não acreditam que Deus pode ouvir seu clamor de solidão, tristeza e dor.
Um presidente da Universidade de Harvard, uma vez me disse que o que os jovens mais desejam é "pertencer". Multidões estão dispostas a pertencer a praticamente qualquer coisa, exceto a Deus. A raça humana sempre esteve em uma busca por verdade e aceitação, no entanto, homens e mulheres não estão dispostos a aceitar Aquele que é a verdade. Em vez disso, estão se voltando para uma nova mistura de fé que está na moda, um pouco de cristianismo, um pouco de budismo e um pouco de nova era. Esse é um truque do diabo, que adora misturar um pouco da verdade com suas mentiras. A Bíblia nos adverte sobre isso e nos diz que devemos nos agarrar à verdade e lutar pela fé. "Nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios... tendo cauterizada a sua própria consciência". (1 Timóteo 4:1-2).
Mas a tecnologia é um presente de Deus quando é usada para proclamar o evangelho. É por isso que estou animado com o My Hope, um programa evangelístico desenvolvido pelo nosso ministério e que tem sido usado em todo o mundo. Através de todos os meios confiáveis de comunicação, estamos proclamando as Boas-Novas de que Deus ama os pecadores e chama homens e mulheres de todos os lugares a se arrependerem e se voltarem a Ele, recebendo a verdadeira esperança que vem de Deus. Tenho me preparado há meses para pregar essa mensagem através do My Hope America, um especial de televisão que será assistido nos lares de toda a nação americana na semana do meu aniversário de 95 anos. Não consigo pensar em nada melhor para comemorar mais um ano de vida do que proclamar a verdade de Deus. Oro para que todos os cristãos abram suas casas para seus familiares e vizinhos que precisam de Cristo e assistam o que Deus está fazendo nos dias de hoje, que podem até parecer tenebrosos, mas que estão cheios de esperança.

Fonte: Christianity Today, via www.cristianismohoje.com.br/

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Subsídio para EBD - O Tempo para todas as coisas



A partir desta lição estudaremos alguns temas extraídos do livro de Eclesiastes, um tratado filosófico judaico, cujo fundamento é a vida com Deus. O Coelet, ou homem da assembleia, Salomão em sua idade avançada, reflete a respeito do sentido da vida, e dos valores que permanecem diante do Senhor. Na aula de hoje aprenderemos sobre o tempo, considerando a cosmovisão bíblica, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, ao final, mostraremos a necessidade de reconhecermos que o Deus é o Senhor do tempo, e que devemos viver para Ele, buscando sempre a Sua glória.

A DEFINIÇÃO DE TEMPO
O tempo na cosmovisão judaica é diferente da experimentada no contexto ocidental. Para os hebreus o tempo era percebido inicialmente como uma sucessão de ciclos com eventos recorrentes. Tal perspectiva estava fundamentada na observação dos ciclos naturais, como o dia e a noite, e também no calendário religioso, com base nos sábados, festas anuais, anos sabáticos, e jubileus. Deus, nessa percepção, é o Senhor do tempo (et em hebraico), pois a Ele esse pertence. No Antigo Testamento o tempo está atrelado a alguns eventos específicos, e por meio do et, palavra hebraica para tempo, é possível expressar quando um evento ocorre (Em. 8.11; I Sm. 20.12; II Sm. 11.1; Jr. 8.7). O substantivo hebraico paam também carrega o sentido de sequência de eventos (Ex. 23.17; Lv. 4.6), o encontramos pela primeira vez em Gn. 2.23, em que essa palavra é traduzida, em algumas bíblias, como “agora”. Nessa passagem, Adão destaca que, muito embora estivesse no tempo, e cumprisse sua responsabilidade, dando nome aos animais, somente em um momento específico ele encontrou satisfação, quando Deus lhe deu uma companheira. No Novo Testamento, o tempo pode ser descrito pelas palavras aion, kairós e chronos. Aion indica um tempo prologado, tal como a eternidade, uma era no mundo. Kairós, por sua vez, é usado como um indicador temporal, designado um tempo específico de Deus (Mt. 11.25; 12.1; 13.30; 14.1). Esse termo geralmente está relacionado ao tempo da salvação do Senhor, tal como o tempo do nascimento de Moises, que conduziu o povo do Egito (At. 7.20), ou como ao do próprio Cristo, que realizou o segundo Êxodo, livrando os crentes da perdição eterna (Mt. 26.18; Mc. 1.15; Lc. 19.44; Jo. 7.6,8; Rm. 5.6; Ef. 1.10). Pedro destacou que a vinda de Cristo marcou o tempo a respeito do qual trataram os profetas (I Pe. 1.10-12). Paulo, por sua vez, revela que no devido kairos, Jesus retornará para arrebatar a igreja (I Tm. 6.15), e posteriormente, para o julgamento final (Ap. 1.3; 11.18; 22.10). Chronos é o tempo no sentido cronológico (At. 13.18), é nesse sentido que Paulo destaca a vinda de Cristo como a plenitude do tempo (Gl. 4.4), e Pedro dos últimos tempos (I Pe. 1.17).

O TEMPO NO ECLESIASTES
No capítulo 3 de Eclesiastes, Salomão apresenta várias declarações sobre o tempo de Deus na vida das pessoas. De modo que há tempo para todo propósito debaixo do céu, isso porque tempos e estações são uma parte normal da vida, independentemente de onde as pessoas vivem. A vida humana cumpre uma sequência de ciclos: 1) nascer e morrer (v. 2) – o nascimento e a morte não são contingências humanas, mas determinações do próprio Deus, que está no comando de todas as coisas (Gn. 29.31-30.24; 22.5; Js. 24.3; I Sm. 1.9-20; Sl. 113.9; 139.16; Jr. 1.4,5; Lc. 1.5-25; Gl. 1.15; 4.4); 2) matar e curar (v. 3) – mesmo com todos os cuidados da ciência moderna, existem epidemias na terra, que ceifam as vidas de várias pessoas (I Sm. 2.6), mas Deus pode realizar milagres, e curar os enfermos (Is. 38); 3) espalhar pedras e ajuntar pedras (v. 5) – Israel é uma terra pedregosa, por isso, antes de plantar, é preciso limpar os campos antes de ará-lo, alguém poderá fazer o mal a outrem enchendo sua terra de pedras (II Rs. 3.19,25); 4) abraçar e afastar de abraçar (v. 5) – existe o tempo de encontrar, de fazer novas amizades, mas infelizmente, também de deixá-las para trás, de se distanciar até mesmo dos entes queridos; 5) buscar e perder (v. 6) – todos nós perdemos coisas, e de vez em quando precisamos procurá-las, mas existem momentos em que necessitamos aprender a perdê-las, a aceitar que elas simplesmente não farão mais parte de nós; 6) rasgar e coser (v. 7) – os israelitas rasgavam as veste como sinal de arrependimento (II Sm. 13.1; Ed. 9.5), portanto, existe o momento de chorar pelos pecados, mas também de se alegrar com o perdão que vem do Senhor; 7) amar e aborrecer (v. 8) – existem coisas que podemos gostar, mas outras devem ser aborrecidas, pois não agradam a Deus (II Cr. 19.2; Sl. 97.10; Pv. 6.16-19; Ap. 2.6,15)

O TEMPO NA PERSPECTIVA DA ETERNIDADE
Quando olhamos para o tempo na perspectiva meramente humana, acabamos frustrados, pois o tempo passa, principalmente quando reconhecemos que nada há de novo debaixo do sol (Ec. 3.9). Felizmente podemos olhar além, e saber que a vida do ser humano é uma dádiva de Deus (Ec. 3.10). Somente assim poderemos perceber o tempo de maneira positiva, aceitarmos a vida com boa vontade, mesmo diante das adversidades. O homem foi criado imagem e semelhança de Deus, por isso está ligado a Ele pela eternidade (Ec. 3.11). O próprio Deus colocou a eternidade no coração do homem, este tem sede do céu e nada o satisfaz, a não ser a presença do Eterno. A vida não precisa ser vista como um fardo, mas como um presente do Senhor (Ec. 3.13; I Tm. 6.17). Quando cremos em Jesus, nos tornamos filhos de Deus, passamos a fazer parte de um lar eterno (Jo. 14.1-6; II Co. 4). Dessa perspectiva, a morte não é o fim, apenas uma parte da eternidade, pois Deus está no comando dos ciclos da vida (Ec. 3.15). Em Cristo Deus entrou na história, Ele morreu e ressuscitou, rompendo o ciclo de vida e morte, colocando-nos em uma no relação com o tempo (II Co. 5.17-21). Por esse motivo os salvos em Cristo que estiverem no corpo por ocasião do arrebatamento serão transformados, e aqueles que tiverem morrido no Senhor ressuscitarão (I Ts. 4.13-18; I Co. 15.35). Essa segurança nos dar firmeza necessária para enfrentar o dia-a-dia, vivendo cada momento na dependência de Deus, remindo o tempo (Ef. 5.15-17). Remir, em grego, é exagorazo, trata-se de uma metáfora comercial, afinal, como se costuma dizer “tempo é dinheiro”. Como cristãos precisamos aprender a usar bem o tempo, a investi nele de modo a dar glória a Deus, diferentemente daqueles que não conhecem a Deus (Cl. 4.5), ciente sobretudo que os dias são maus. Somos mordomos do tempo que nos foi dado, um dia prestaremos contas a Deus sobre como o utilizamos. Portanto, não podemos ser preguiçosos ou indolentes (Pv. 6.6-11; 19.15), principalmente se tratando da missão urgente que a nós foi delegada (Jo. 9.4).

CONCLUSÃO
O tempo é precioso, dele somos feitos, por isso nosso futuro depende de como o utilizamos (Rm. 2.7-10). Devemos ter cuidado para não desperdiçar o tempo em coisas fúteis, como faziam os atenienses (At. 17.21). O investimento no tempo é uma questão de prioridade, e essa deve ser posta no reino de Deus (Mt. 6.33). A partir das considerações de Salomão, aprendemos que há tempo para todo propósito, mas que esse tempo terreno é limitado, por isso, devemos, com sabedoria, discernir quanto ao uso apropriado do tempo, buscando a glória de Deus em tudo que fazemos (I Co. 10.31).

BIBLIOGRAFIA
KIDNER D. A mensagem de Eclesiastes. São Paulo: ABU, 2004
WEIRSBE, W. W. Ecclesiastes: be satisfied. Colorado Springs: David Cook, 2010.
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com/