quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Malafaia rebate bispo católico que afirmou que "o erro dos protestantes é colocar a Bíblia acima da igreja".



O bispo da Diocese de Palmares, em Pernambuco, Henrique Soares da Costa, causou polêmica nos últimos meses ao afirmar, durante um vídeo, que “o erro dos protestantes é colocar a Bíblia acima da igreja”.

Na ocasião, Henrique disse que a Igreja Católica Apostólica Romana está acima da Bíblia por ter sido criada pela instituição ao longo dos anos. Mas Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), discorda da proposição.
Malafaia gravou um vídeo divulgado em seu canal nesta terça-feira (22) em que comenta o caso. “Como é que é padre, essa heresia? Como é que é? A igreja tá acima da Palavra? Aonde? Que papo é esse? A Palavra vem antes da Igreja”, afirmou.

Em seguida, Malafaia leu o Salmo 138 versículo 2, além de outras duas passagens do Novo Testamento para embasar o seu posicionamento – de que a Bíblia surgiu antes da Igreja por meio de Jesus Cristo.
“É por isso que vocês estão nesse caminho da banca rota. Vocês querem esconder a Palavra porque se o povo descobrir a Palavra vocês estão fritos. Vocês querem manipular a fé. A Palavra é o manual de regra e prática do verdadeiro cristão. Não é o que o pastor, padre ou papa fala é a Palavra”, afirmou.

Ele continua. “Ela vem antes porque o próprio Jesus é a Palavra que se fez carne. Então queridão, por favor: Não fala uma heresia dessa não, porque o Antigo Testamento aponta pra Jesus. Jesus funda a Igreja, ele é antes da Igreja. E Jesus diz que é a Palavra. Você tem que examinar as escrituras, não é o que o pastor ou o padre fala”.
“Que que isso. Vai falar asneira teológica lá sei aonde. Que Deus abençoe. Querido, eu não quero que ninguém acredite na minha palavra. A Palavra de Deus está acima de tudo e de todos. É ela que é a regra de fé e conduta do verdadeiro cristão”, finalizou.

Fonte com link do vídeo: https://www.youtube.com/embed/LjjeqVGg95U?feature=oembed&enablejsapi=1&origin=https://noticias.gospelprime.com.br
Meu Comentário: Eu discordo de muitos posicionamentos do Malafaia, mas nesse caso estou com ele. Além do bispo católico, você encontra outros vídeos no youtube sobre o tema, Bíblia e Igreja, onde o Padre Paulo Ricardo e o apresentador da TV Canção Nova, Felipe Aquino, defendem que a igreja no caso a Católica vem antes da Bíblia, e que não existe Bíblia sem igreja. Isso porque dizem que foi a igreja que definiu quais livros a comporiam.

Os líderes católicos dizem isso, porque seus principais dogmas: mariolatria, papado, veneração de santos, celibato clerical, entre outros, não podem ser comprovados pela Bíblia. Por isso, que quando confrontados eles dizem que pode não estar na Bíblia mas está na Tradição. No catolicismo, existe um tripé sagrado: Sagradas Escrituras (a Bíblia), a Tradição e o Magistério da Igreja. Para o protestantismo é o famoso "Sola Scritura", Só a Escritura. 

O fiel católico só pode ouvir e ler a Bíblia mas, não pode interpretá-la, essa tarefa na Igreja Católica só cabe ao Magistério da Igreja (Papa e os Bispos). Melhor dizendo as Sagradas Escrituras somente podem ser lidas através das lentes papistas. O resultado da Tradição e Magistério é o Catecismo da Igreja, ali está a interpretação oficial da igreja.

A primeira coisa a ficar clara nessa discussão é definir quando começou a Igreja Católica. A Igreja Romana alega que foi fundada no ano 33 d.C. por Jesus Cristo, e que desde então é única igreja verdadeira. Isso só pode ser aceito por quem não conhece a história.

Em torno do ano 100 D.C, quando terminou a era apostólica com a morte do apóstolo João, o Novo Testamento já estava todo escrito e já circulando em cópias pelas igrejas. O Antigo Testamento bem antes disso, tanto em hebraico como em grego. 

Nos primeiros 300 anos da Igreja não houve papa como hoje conhecemos. Nos dias apostólicos e nos séculos seguintes, as igrejas locais eram independentes entre si. No então Império Romano com o culto devotado ao imperador, não havia permissão para construção de templos cristãos. As congregações reuniam-se em casas particulares (Cl 4:15; Rm 16:5; I Co 16:9).

O primeiro templo cristão, foi construído no reinado de Alexandre Severo (222-233 d.C). As igrejas eram dirigidas por uma junta de pastores, sendo seu dirigente chamado bispo ou presbítero. O presbitério da igreja de Éfeso (I Tm 4:14) era de uma dessas juntas de pastores. Mais tarde, a jurisdição dos bispos passou a incluir cidades próximas. Ao chegar ao ano 300, cerca da metade da população do Império Romano era cristã, segundo o testemunho dos historiadores, e isto, apesar de cruéis e contínuas perseguições, que começando com Nero ( 54 a 68 AD), até o ano 312, quando apareceu o Édito de Tolerância, publicado pelo imperador romano Constantino I que adotou a religião cristã.

A partir de 313, o cristianismo foi se tornando a religião oficial do Império Romano. Esse Imperador revolucionou a posição do cristianismo em todos os aspectos. Primeiramente, proporcionou igualdade de direitos a todas as religiões, e depois, passou a fazer ofertas valiosas ao cristianismo, construindo igrejas, isentando-o dos impostos e até mesmo sustentando clérigos.
  
Podemos colocar aí, o início do Catolicismo Romano, quando multidões de pessoas vieram para a igreja, fazendo-se cristãos nominais, sem experimentarem a genuína conversão por Cristo. Isso acontecia porque era a religião apoiada pelo governo.

O Paganismo Católico

Depois de Constantino, o cristianismo passou a assimilar práticas pagãs; isso porque muitos pagãos entraram na igreja sem conversão, passando a exercer grande influência no culto.

O culto aos santos e a veneração aos mártires e a outros homens e mulheres famosos, passaram a ter plena aceitação. Foram criados rituais que eram um misto de cerimônias pagãs, herdadas de diversas religiões, com as cerimônias sacerdotais do Antigo Testamento.

Os santos passaram a ser considerados como pequenas divindades, cuja intercessão era valiosa diante de Deus. Surgiu a veneração de relíquias e até mesmo de lugares. Antes do ano 500 o culto da virgem Maria já estava vitorioso. O paganismo romano teve grande influência na formação do culto católico; daí dizer-se católico-romano. Um estudo interessante sobre a adaptação das divindades pagãs ao cristianismo pode ser feito na obra Mitologia Dupla de Archimínia Barreto.

O Primeiro Papa

O primeiro bispo de Roma que decidiu governar a Igreja toda foi Inocêncio III (402-417 d.C). O segundo foi Leão I (440-461 d.C). Porém o verdadeiro primeiro papa foi Gregório I (590-604). Nesse tempo o Império Ocidental já havia caído (476 d.C), e Roma estava sob o poder dos godos, e devido a anarquia política reinante e perturbações generalizadas em toda a Europa, Gregório passou a ter ascendência sobre os reis. Em 741 foi instituída a doutrina da infabilidade do papa, a qual transformou-se em dogma em 1870.