Não entro nessas ondas de boicotes que vez ou outra aparecem, principalmente no meio evangélico. No fim da década de 90, havia quem dizia que os crentes não deveriam comprar sabão Ariel, porque a empresa era ligada a Nova Era e coisas do gênero. Mais recente em 2015, veio o pedido de boicote encabeçado pelo Pr. Silas Malafaia a marca Boticário, por causa de um comercial de TV. Agora, além dele tem outros líderes convocando boicotes ao sabão OMO, a TV Globo, e já tem alguns pedindo para a Revista Veja.
Da minha parte, contrariando esses boicotes, continuarei a usar o sabão OMO, assim como ainda vejo alguns programas do grupo Globo, inclusive na tv aberta. É claro, que faço minha seleção, deixei de ver Faustão, e similares como também a acompanhar novelas há algum tempo. Mas algumas vezes não vou mentir dizendo que não vejo algum episódio de uma novela e minissérie aqui e ali. Já fui assinante na Veja, hoje não sou mais, mas compro exemplares avulsos quando o tema me interessa, como foi o caso das duas últimas edições, uma com a capa do Bolsonaro (cujo voto não vai ter) e outra com a da questão dos Trangêneros.
Sim, eu sei que vivemos em tempos difíceis, e criar filhos hoje tem seus desafios. Existe uma guerra ideológica no ar, e não apenas no âmbito político/econômico, mas também na área comportamental. Mas é justamente aí, que devemos trabalhar com a razão, examinando os tempos à luz da Palavra e aplicando-a a este momento. Devemos tratar a temática envolvendo a sexualidade, não somente como se fosse um dogma, mas também pastoralmente. Porque existe o homossexualismo como ideologia e existe a pessoa que trava lutas interiores e exteriores intensas com respeito a sua homoafetividade.
A igreja pode defender causas morais, religiosas e até políticas, desde que não procure falar em nome de Deus, e sim como organização civil e instituição. No evangelho de Mateus capítulo 19, Jesus ao tratar sobre o divórcio, diz nos versículos 4 e 8, sobre o princípio da criação, quando Deus fez os gêneros homem e mulher. Admite que o divórcio ocorria naqueles dias pela dureza dos corações mas que "no princípio não foi assim", ou seja, fala do ideal de Deus na criação.
E por quê o ideal da criação de Deus não ocorria? No caso do divórcio, ele fala que era por causa da dureza dos corações, e logo em seguida ele fala sobre os eunucos. Os eunucos eram uma condição anômala, não se enquadravam em muitos padrões sociais. No caso dos nascidos assim, por que existiam? Por que após a criação, ocorreu um fato bíblico que afetou a natureza - a Queda do homem, fazendo surgir, espinhos e cardos na existência e não mais perfeição.
Diante de tudo o que foi mencionado, você me pergunta - então como viveremos? Bem, quem quiser fazer boicote que o faça, da minha parte, prefiro continuar orando, pregando o evangelho, procurando dar um testemunho cristão, ensinando meus filhos de acordo com minha formação moral, familiar e evangélica. Vou continuar no conselho paulino de examinar tudo, reter o bem e crendo que a maior subversão do reino de Deus ocorre quando ela é feita como sal da terra, que é vista no saleiro, mas depois de misturada com a comida some visualmente, mas aparece no sabor. Esse reino diz Jesus não vem com visível aparência mas está dentro de nós.