quinta-feira, 17 de março de 2016

Que país é esse?



Que país é esse, foi o título de uma música do conjunto Legião Urbana no final dos anos 80. Eu como todo cidadão brasileiro estamos assistindo diariamente a cena política do nosso país e todo dia é tanta reviravolta que alguém até comparou com as reviravoltas do famoso seriado político norte-americano House of Cards.

“Nunca antes nesse país”, é um frase que ficou famosa na boca do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, que aplicada ao atual momento é bem oportuna. Afinal de contas, nunca antes nesse país se viu:

- Banqueiro sendo preso;

- Empresários bilionários;

- Um juiz federal de 1ª instância tendo tanto protagonismo na cena política a ponto de ser considerado hoje o inimigo nº 1 de políticos e empresários bem graúdos;

- Depois de anos e por que não dizer décadas de doutrinação da esquerda, a direita ressurge, até aí tudo bem, ter duas linhas opostas ideológicas debatendo idéias, o problema é que ela está vindo carregando um viés perigoso de extrema-direita;

- Como que um mito pode ser construído e depois destruído como foi o de Lula, sim porque ele era comparado, antes do Petrolão e da Lava-Jato, a figuras históricas como Getúlio Vargas e JK;

Ningué sabe o que vai acontecer a partir de agora no Brasil, está tudo num clima de incerteza seja ela política, econômica ou jurídica, o que é algo para se preocupar;

Oremos pelo nosso país e adaptando para nós uma frase que os presidentes dos Estados Unidos dizem ao final dos seus discursos, eu também digo:

“Que Deus o Brasil!”

quarta-feira, 16 de março de 2016

Análise: Lula dará oxigênio para Dilma e não deve ser subestimado

Receita: fisiologia na política e heterodoxia na economia
São Bernardo do Campo- SP- Brasil- 13/03/2016- Manifestação em solidariedade ao ex-presidente Lula. Foto: Adonis Guerra/SMABC
O ex-presidente Lula na sacada de seu apartamento, em São Bernardo

O ímpeto de todos que acompanham a vida política em Brasília é torcer o nariz para a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil.
Sob vários aspectos, parece ser um despautério que a presidente Dilma Rousseff esteja cedendo a cadeira para o antecessor em meio a uma grande crise política –que coloca a administração petista em fase quase terminal.
É tentador dizer que “acabou o governo Dilma e Lula começa seu 3º mandato”.
Tudo isso é verdade. Mas e daí? A pergunta que todos tentam responder é: Dilma (ou o que restou do governo dela) ganhará oxigênio para ficar na cadeira até dezembro de 2018?
É necessário ter frieza para ponderar sobre o que se passa e quais podem ser os cenários possíveis com Lula mandando e desmandando dentro do Palácio do Planalto.


CENÁRIO DA OPOSIÇÃO
Um tucano ou qualquer outro opositor de Dilma Rousseff faz o seguinte desenho das próximas semanas:

1) heterodoxia – Lula monta um time mais desenvolvimentista nos postos chave do governo. Os mercados percebem que nada vai funcionar. O dólar dispara. A Bolsa cai;
2) recessão – os indicadores econômicos seguem em forte deterioração, sobretudo com o aumento da taxa de desemprego;
3) Lava Jato – a investigação continua a trazer novidades e deixando ainda mais encrencados os integrantes do governo Dilma. E mais: uma leva de deputados e senadores também pode entrar em rota de perda de mandato. O Congresso fica paralisado e retroalimenta a crise. O mundo político petista, depois de uma breve euforia com a chegada de seu líder Lula, também começará a cair em desânimo;
4) impeachment inapelável – a Comissão Especial do Impeachment estará, em teoria, terminando seus trabalhos por volta do final de abril ou início de maio. Nesse momento, a economia estará em sua pior hora. Os escândalos da Lava Jato estarão ainda pulsando no noticiário. No plenário da Câmara, o impedimento acabará aprovado.

Esse cenário da oposição pode até se materializar, mas é preciso mostrar alguns pontos em aberto. Eis as 3 incertezas:
Michel Temer: o vice-presidente da República continuará incólume, mesmo depois de já ter sido citado algumas vezes nas apurações da Lava Jato? Que poder de aglutinação de forças políticas terá Michel Temer para montar uma ampla aliança e governar o país num eventual pós-Dilma?
Em 1992, o então vice-presidente, Itamar Franco, também não era um gênio da política. Mas todas as forças do establishment partidário estavam ao seu lado. Hoje, esse cenário não existe a favor da oposição.
PMDB: o partido tem hoje 7 ministérios. Há disposição da sigla para envergar um projeto traumático como o do impeachment para, ao final, ter novamente… 7 ministérios?
PSDB fragmentado: até agora os tucanos não se entendem sobre quem deveria comandar o processo de transição num pós-Dilma. Há sempre 3 postulantes ao cargo de tucano-mor: Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. Um deles, Aécio, volta e meia é citado em depoimentos da Lava Jato.



CENÁRIO GOVERNISTA
Há também que considerar como será a movimentação de Lula pelos meandros da política e da montagem do governo nos próximos dias. Eis o que parece ser exequível neste momento, conforme o Blog ouviu em Brasília:

1) heterodoxia – Lula de fato deve dar prioridade a uma pegada desenvolvimentista na economia. Mas também convidará para o “sacrifício” de estar no governo alguns amigos. Por exemplo, Henrique Meirelles (para algum cargo importante na economia) e Nelson Jobim (para comandar a área jurídica ou até o Ministério da Justiça).
Dilma detesta Meirelles e Jobim. Aliás, Jobim deixou a cadeira de ministro da Defesa em julho de 2011, logo depois de admitir que havia votado em José Serra (PSDB) e não na petista em 2010.
O fato é que com nomes respeitados em cargos relevantes, Lula acha que pode conseguir a mágica de adotar medidas heterodoxas sem perder credibilidade diante do mercado. Por exemplo, o uso de reservas cambiais para aquecer a economia com força;
2) recessão mitigada – ao despejar dinheiro sem medo de ser feliz em setores com uso intensivo de mão de obra, como a construção civil (Minha Casa Minha Vida e obras de infraestrutura em geral), Lula pode encontrar uma forma de frear o avanço do desemprego.
3) Lava Jato – a investigação é um problema quase insolúvel, pois tornou-se incontrolável. Mas com mudanças na condução da Polícia Federal, o ex-presidente pode ganhar algum tempo. O sonho dourado do governo é atravessar 2016. Depois, pela teoria dilmista-lulista, as melancias se acomodam na carroceria do caminhão.
4) impeachment controlado – o governo tentará de todas as formas postergar a votação do impeachment. Quer conseguir o mínimo necessário para barrar a iniciativa (são necessários 1/3 mais 1 dos 513 deputados federais; ou seja, 172 votos). Lula trabalhará naquilo que faz melhor: a pequena política, as conversas reservadas com o baixo clero do Congresso. No entender do governo, o ex-presidente conseguirá segurar um núcleo mínimo de 200 a 220 deputados, suficiente para sepultar o pedido de impeachment em andamento.

É evidente que os cenários do governo e da oposição têm furos. Nenhum vai se tornar realidade na íntegra.

O que deve ser observado a partir de agora: os primeiros movimentos de Lula, a capacidade do ex-presidente de trazer notáveis para sentarem ao seu lado em Brasília e a reação dos agentes políticos e econômicos. O ex-presidente tem exíguos 60 dias para “performar'', como se diz no mercado financeiro. O primeiro mata-burro será no vencimento de 30 dias de prazo que o PMDB se autoconcedeu para ficar ou sair do governo –vence em 12 de abril.
Hoje, com o ambiente tóxico da política, parece que Lula está fadado ao fracasso. Mas como disse Aloizio Mercadante, o ministro da Educação que pretendeu ajudar Delcídio do Amaral, “em política tudo pode”.

Fonte: http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/


terça-feira, 15 de março de 2016

Igrejas aceitavam dízimos de traficantes, diz pesquisadora

Christina Vital da Cunha, pesquisadora e professora adjunta do Departamento de Sociologia na Universidade Federal Fluminense (UFF), lançou um livro sobre o crescimento das igrejas evangélicas nas periferias do Rio.
No livro “Oração de Traficante” ela conta como as igrejas evangélicas conseguiram conquistar os moradores da periferia do Rio de Janeiro, às associações de moradores e até mesmo o tráfico de drogas.
A obra foi sua tese de doutorado, um documento de pesquisa financiada e publicada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
Nele Christina conta que há algumas igrejas que se opões à conversão de criminosos e outras que aceitam que traficantes participem da religião, sendo que algumas delas até recebem dinheiro desses criminosos para realizar eventos religiosos nas comunidades.
“Havia evangélicos que negavam [rejeitavam] essa proximidade com o tráfico, dizendo que [os traficantes] poluíam moralmente os ‘verdadeiros evangélicos’. No termo nativo, era um ‘mau testemunho’ que estes cristãos estavam dando”, afirma a doutora em seu livro.
Ela cita que muito pastores oferecem a salvação moral para os traficantes, dando uma chance para que eles deixem o mundo do crime.
“Muitos deles [traficantes] fizeram esta passagem, mas muitos deles que entrevistei em 2009 não conseguiram sair. Não conseguiram por [conta de] um estilo de vida, pela atração dos ganhos proporcionados.”
A pesquisa foi feita entre 1996 e 2009 em Acari, e entre 2005 e 2009 em Santa Marta, em Botafogo, e Zona Sul. Com as experiências que teve, a pesquisadora afirma que muitos traficantes têm medo de se tornarem evangélicos.
“Em termos sociais, [os traficantes] emergem como inimigo número um da sociedade. De alguma maneira, se sentem muito protegidos naquele enclausuramento que é a favela. Muitos deles têm muito dinheiro, postos de gasolina, fazendas”, afirma.
Sobre o financiamento de shows e cultos nas comunidades do Rio, Christina Vital da Cunha afirma que os traficantes chegam a pagar artistas evangélicos para fazerem shows nas favelas e até mesmo dão o dízimo.
“Os traficantes passam a financiar cultos ao ar livre, pagar artistas de projeção nacional para irem fazer show gospel na favela. Pagavam dízimo às igrejas. Houve cultos de graça, existia engajamento dos traficantes com igrejas evangélicas locais. Operavam com a expectativa de sair a qualquer momento da vida do crime e os evangélicos ajudaram muitos traficantes.”
Ainda sobre o dinheiro, a pesquisadora afirma que os traficantes que se convertem em igrejas adeptas da teologia da prosperidade não são levados a abandonarem a riqueza adquirida no crime.
“Os traficantes gostam de dinheiro e atuam na vida do crime, onde rola muito dinheiro. E os evangélicos não negam o dinheiro. Então, a passagem da vida do crime para a vida moral não implica abrir mão do que conseguiu. Todo aquele dinheiro vai ser purificado.”
 

segunda-feira, 14 de março de 2016

O Milênio e o Juízo Final - Apocalipse 20, e suas dificuldades de interpretação

1. Este é o capítulo mais polêmico do livro de Apocalipse. Não há consenso entre os crentes sobre sua interpretação. Os premilenistas crêem que o milênio relatado no capítulo sucede cronologicamente à segunda vinda de Cristo, descrita no capítulo 19. Os amilenistas crêem que o capítulo 20 é o início de outra seção paralela e não sucessão cronológica do capítulo 19.

2. Apocalipse 19:19-21 nos leva ao final da história, ao dia do juízo. Apocalipse 20 retorna ao começo da dispensação atual. Assim, a conexão entre os capítulos 19 e 20 é semelhante à conexão dos capítulos 11 e 12. Apocalipse 11:18 anuncia o dia do juízo e Apocalipse 12:5 descreve o nascimento, ascensão e coroação de Cristo.

3. Assim, o milênio antecede a segunda vinda de Cristo e não sucede a ela. O capítulo 12 introduz os cinco inimigos da igreja: o dragão, a besta, o falso profeta, a meretriz e os selados da besta. Todos caem juntos. Apenas as cenas são descritas em telas diferentes.

4. A interpretação de um milênio literal enfrenta várias dificuldades:

a) Não encontramos essa idéia de um milênio terrenal após a segunda vinda de Cristo nos Evangelhos e nas Epístolas paulinas e gerais.
b) O milênio fala de Cristo reinando fisicamente aqui neste mundo, enquanto o seu ensino mostra que o seu reino é espiritual.
c) A idéia de um milênio na terra e a posição de preeminência dos judeus, reintroduz aquela distinção entre judeus e gentios já abolida (Cl 3:11; Ef 2:14,19). Só existe uma igreja e uma noiva, formada de judeus e gentios.
d) A idéia do milênio terrenal ensina que haverá pelo menos duas ressurreições, uma de crentes antes do milênio e outra de ímpios depois do milênio e isto está em oposição ao que restante da Bíblia ensina (Jo 5:28-29; Jo 6:39,40,44,54; 11:24).
e) A idéia do milênio cria a grande dificuldade da convivência do Cristo glorificado com os santos glorificados vivendo com homens ainda na carne (Fp 3:21).
í) Como conceber a idéia de que as nações estarão sob o reinado de Cristo mil anos e depois elas se rebelam totalmente contra ele? (Ap 20:7-9)?
g) Todo o ensino do NT é que o juízo é universal e segue imediatamente à segunda vinda, mas a crença no milênio terrenal, o juízo acontece mil anos depois da segunda vinda e só para os incrédulos.

5. O capítulo pode ser dividido em quatro quadros distintos:
I. A PRISÃO DE SATANÁS - V. 1-3

1. O que significa a prisão de Satanás? - v. 1-3
• Segundo Apocalipse 9:1,11; 11:7; 20:1-3, podemos concluir que o poço do abismo tem uma tampa (9:l)que pode ser aberta (9:2), fechada (20:3) e selada (20:3).
• João vê que o anjo tem a chave do abismo e uma grande corrente (20:1). Diz que ele prendeu a Satanás por mil anos (20:3). E que o fechou no abismo até completarem os mil anos. Isso tudo é um simbolismo. Um espírito não pode ser amarrado com corrente.
Prendeu, fechou e selou são termos que denotam a limitação do seu poder.
• Isso significa que a sua autoridade e seu poder foram restringidos. Satanás não pode mais enganar as nações. A evangelização dos povos foi ordenada e Deus vai chamar os seus eleitos!
• A prisão de Satanás não significa que ele está inativo, fora de cena. Ele está na corrente de Deus. Essa corrente é grande. Mas ele é um inimigo limitado.

2. O que significa que Satanás não pode mais enganar as nações?
• A prisão de Satanás tem a ver com a primeira vinda e não com a segunda vinda:
a) Mt 12:29: "Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa."
b) Lc 10:17-18: "Então regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo:
"Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! Mas ele lhes disse:
"Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago".
c) Jo 12:31-32: "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo".
d) Cl 2:15: "E despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz".
e) Hb 2:14: "...para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo".
f) 1 Jo 3:8: "...Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo".
g) Ap 12:5-17 - A expulsão de Satanás foi o resultado da coroação de Cristo.

h) Assim, a amarração de Satanás começou na primeira vinda de Cristo e isso é o queApocalipse 20:2 significa. A prisão ou restrição do poder de Satanás tem a ver com a obra de Cristo na cruz e com a evangelização das nações, de onde Deus chama eficazmente todos os seus eleitos.
i) Satanás está restrito em seu poder no sentido de que não pode destruir a igreja (Mt 16:18) nem pode impedir que os eleitos de todas as nações recebam o evangelho e creiam (Rm 8:30). A igreja é internacional. O particularismo da antiga dispensação (judeus) deu lugar ao universalismo da nova (igreja).

3. O que significa o pouco tempo em que Satanás será solto depois do milênio?
• Esse pouco tempo retrata o mesmo período da grande tribulação, a apostasia e o reinado do anticristo. Esse é o tempo que antecede à segunda vinda de Cristo.

4. O que significa os mil anos durante os quais Satanás é preso? - v. 3
 • Este capítulo usa várias figuras simbólicas. O abismo, a corrente, a prisão, e também o milênio. O número mil sugere um período de completude, um período inteiro. Sugere um longo período, um período completo, o número dez cubicado. Mil anos é o tempo que vai da primeira à segunda vinda. É o período que Cristo está reinando até colocar todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1 Co 15:23-25).
• Esse período do milênio precede o juízo e o juízo no ensino geral das Escrituras segue imediatamente à segunda vinda (Mt 25:31; Rm 8:20-22).

II. O REINADO DOS SALVOS COM CRISTO NO CÉU - V. 4-6

1. Esse reinado não é na terra, mas no céu - v. 4

a) Vi Tronos - A palavra "tronos" aparece 67 vezes no NT e 47 no Apocalipse. Apenas três vezes o trono está na terra e sempre falam do trono de Satanás e do anticristo (2:13; 13:2; 16:10). Sempre que a palavra aparece em Apocalipse, esse trono está no céu (Hendriksen, p. 231). Não existe neste capítulo nenhuma referência à terra nem muito menos Palestina, Jerusalém. A cena ocorre no céu e não terra.

b) São as almas que estão reinando - Portanto, esse reinado não pode ser na terra. João vê almas e não corpos. Essas almas são as mesmas descritas em Apocalipse 6:9. As almas reinam durante todo o tempo entre a morte e a ressurreição que se dará na segunda vinda de Cristo (o período intermediário). Depois da ressurreição, os salvos reinarão com corpo e alma (Ap 22:5).

c) Jesus está no céu e não na terra e as almas estão reinando com ele – Os premilenistas crêem que Cristo desceu do céu (19:11-16) e que o esse reinado sucede à segunda vinda. Contudo, o ensino geral das Escrituras e o contexto do livro de Apocalipse provam o contrário. O crente quando morre vai morar com Jesus (Fp 1:23; 2 Co 5:8).

2. Qual é a missão daqueles que estão reinando com Cristo? - v. 4
 a) Eles estão assentados em tronos para julgar - Os santos vão julgar as doze tribos de Israel (Mt 19:28), o mundo (1 Co 6:2) e os anjos (1 Co 6:2). Jesus prometeu aos vencedores que eles se assentariam com ele no seu trono (Ap 3:21). Os salvos estão com ele no Monte Sião (Ap 14:1), cantam diante do trono (Ap 14:3; 15:3) e verão sua face (Ap22:3).
b) Eles participarão da glória de Cristo, pois reinarão com ele - Os salvos estarão no céu com Cristo em glória (Ap 7:9-17). Estas almas celebram a vitória de Cristo sem cessar.
c) Quem são esses que estão reinando com Cristo - Todos os salvos, os mártires e todos aqueles que morreram em sua fé. Os outros mortos, ou seja, os incrédulos, não tornaram a viver até que os mil anos sejam cumpridos. Nesse período entram na segunda morte.

3. Qual é o significado da primeira ressurreição e da segunda morte? - v. 5-6
• Quem morre uma vez (morte física), ressuscita duas vezes (espiritual e corporalmente na segunda vinda). Quem morre duas vezes (física e eternamente), ressuscita uma única vez, para o juízo.
• A regeneração é uma espécie de ressurreição espiritual (Jo 5:24; Jo 11:25-26; Rm 6:11; Ef 2:6; Cl 3:1-3). Essa é a primeira ressurreição. Ela é espiritual. Quem não passa por essa ressurreição espiritual, morre duas vezes, física e eternamente.
• Todos quantos são regenerados ressuscitaram com Cristo - e essa é a primeira ressurreição. A ressurreição do corpo é posterior - essa é a segunda ressurreição. A frase "primeira ressurreição", se refere à ressurreição espiritual, é uma forma de escrever "o novo homem" em Cristo que foi regenerado. Então, mesmo mortos, suas almas estão reinando com Cristo no céu (Fp 1:21,23; 2 Tm 2:12; Ap 3:21).

III. A DERROTA FINAL DE SATANÁS - V. 7-10
1. Essa batalha final é a mesma já descrita no capítulo 19 — v. 7-9

• É um equívoco pensar que a batalha final seja distinta de outras batalhas já descritas no livro de Apocalipse (16:14-21; 19:19-21; 20:7-9). O Armagedom, a batalha final aqui descrita é a mesma descrita noutros textos. Essas não são três diferentes batalhas. Temos aqui a mesma batalha. Nos três casos é a batalha do Armagedom. É o ataque final das forças anticristãs à igreja.

• Armagedom (16:16) e Gogue e Magogue são a mesma batalha. É a derrota final dos inimigos de Deus.
2. Embora os inimigos de Deus são derrotados em descrições diferentes, eles caem todos no mesmo momento
• A queda da Babilônia, do anticristo, do falso profeta, de Satanás, dos ímpios e da morte acontecem ao mesmo tempo, ou seja na segunda vinda de Cristo, embora os relatos sejam em cenas diferentes.

3. As figuras usadas por João ensinam lições claras:
a) Gogue e Magogue descrevem a batalha final contra o povo de
Deus (Ez 38-39) - v. 7 - Essa é uma descrição da última batalha contra o Cordeiro e sua noiva. É o Armagedom. É a grande tribulação. O pouco tempo de Satanás, o período mais amargo da história.
b) Os exércitos inimigos são numerosos - v. 8 - Todo o mundo iníquo vai perseguir a igreja. A perseguição será mundial. É o último ataque do dragão contra a igreja. Essa realidade corrige dois erros: 1) Otimismo irreal - O mundo no tempo do fim não será de paraíso, mas de tensão profunda; 2) Pessimismo doentio - Não importa a fúria ou a força numérica do inimigo, a vitória é do Cordeiro e de sua igreja.
c) A derrota dos inimigos será repentina e completa - v. 9-10 - Essa derrota imposta ao inimigo é uma ação direta de Deus. 2 Ts 2:8 diz que Cristo mata o homem da iniqüidade com o sopro da sua boca na manifestação da segunda vinda. Ap 19:20 diz que o anticristo e o falso profeta são lançados no lago do fogo. Ap 20:10 diz que Satanás foi lançado no lago do fogo. Eles três são lançados juntos! São atormentados juntos para sempre!
d) A derrota de Satanás será o ápice da vitória de Cristo - v. 10 -Como Satanás o agente principal do mal, sua derrota é descrita em último lugar. Sua condenação será eterna. Satanás não é rei nem no lago do fogo. O fogo eterno foi preparado para ele para os seus anjos (Mt 25:41).

IV. O JUÍZO FINAL - V. 11-15
1. Cristo assenta-se no trono como juiz - v. 11
• O trono branco fala da santidade e da justiça do juiz e do julgamento.
• Diante dele o próprio universo se encolhe. A terra será redimida do seu cativeiro. A terra não será destruída, mas transformada (2 Pe 3:10; At 3:31; Rm 8:21).
• Jesus é o juiz diante de quem todos vão comparecer (20:11; At 17:31; Jo 5:22-30). Aqueles que rejeitaram Jesus como advogado vão ter que comparecer diante dele como juiz.

2. Os mortos ressuscitam para o julgamento - v. 12-14
• Aqui não se trata apenas dos mortos ímpios, mas de todos os mortos, de todos os tempos.
• A idéia de duas ressurreições físicas não tem base bíblica (Dn 12:2; Jo 5:28-29; Jo 6:39,40,44,54; Jo 11:24; At 24:15). Aqui é a única ressurreição geral de todos os mortos de todos os tempos. Crentes e ímpios ressuscitam no mesmo dia.
• O julgamento será universal e também individual (v. 13). Um por um será julgado segundo as suas obras. Ninguém escapará.

3. Os mortos serão julgados segundo as suas obras - v. 12
• Esse julgamento será justo e universal. Os livros serão abertos e todos serão julgados segundo o que está escrito nos livros: seremos julgados pelas palavras, obras, omissão e pensamentos. A graça de Deus e a responsabilidade humana caminham juntas.
• Pelas obras ninguém poderá ser justificado diante de Deus. Pelas obras todos serão indesculpáveis diante de Deus.

4- O juízo final será deferente dos tribunais da terra: Lá terá um juiz, mas não jurados; acusação, mas não defesa; sentença, mas não apelo. A única maneira de escapar desse julgamento é confiar agora no Senhor Jesus Cristo (Jo 5:24).

5. O critério para a salvação não são as obras, mas a graça - v. 15
• Ninguém pode ser salvo pelas obras, por isso o livro da vida é aberto. Quem tem o nome escrito nele não é lançado no lago do fogo. Isso já nos mostra que os salvos estão participando desse julgamento (2 Co 5:12; Rm 14:10).
• Os que não têm o nome escrito no livro da vida são lançados dentro do lago do fogo, a segunda morte. Somente os salvos terão seus nomes no livro da vida (Fp 4:3; Ap 13:8; 17:8; 20:15; 21:27; Lc 10:20).

6. A própria morte e o inferno serão lançados no lago do fogo - v. 14
• A morte é o estado e o hades é o lugar. Esses dois andam conectados (Ap 6:8).
Quando a morte e o inferno são lançados no lago do fogo, finda também a autoridade que exerciam no tempo cósmico. A morte é o último inimigo a ser vencido. O inferno é lugar onde os ímpios são atormentados no estado intermediário. Depois da segunda vinda e do juízo não haverá mais separação entre o corpo e a alma nem no céu nem no inferno. A vitória de Cristo sobre os seus inimigos será completa a final.

7. Os tormentos dos inimigos de Deus e dos ímpios serão eternos - v. 10,15
• A Bíblia não ensina universalismo nem aniquilacionismo. Antes fala de penalidades eternas. O sofrimento dos ímpios no lago do fogo é indescritível (Lc 16:19-31). O lago do fogo é estado e lugar.
• Enquanto os salvos têm seus nomes no livro da vida, os ímpios serão lançados no lago do fogo.

CONCLUSÃO:
1. Você estará preparado para o dia do juízo? De que lado você estará naquele tremendo dia?
2. Você está seguro, debaixo do sangue do Cordeiro ou ainda está sob o peso e condenação dos seus pecados?

3. Hoje, é o tempo oportuno; hoje é o dia da salvação!

Referência:
Lopes, Hernandes Dias, Estudos no Livro de Apocalipse, Editora Hagnos.
HOEKEMA, Anthony. A Bíblia e o Futuro. São Paulo: Cultura Cristã.