sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sobre o Batismo no Espírito Santo e o falar em outras línguas

Sou membro de uma igreja evangélica pentecostal desde minha conversão. Depois que fui batizado nas águas por imersão, comecei a ouvir os seguintes conselhos: “Agora meu irmão que você já é batizado nas águas, busque o batismo com Espírito Santo”. Hoje na AD, isso não é tão comum, mas à alguns anos atrás, os membros da igreja, independente se tinha funções ministeriais, incentivavam os novos crentes a buscar a chamada 2ª benção, sendo a 1ª a salvação, conforme esse conceito.

E aí o pessoal, ia orar em reuniões como: Círculos de Oração, “orações no monte”, e as vigílias. Nesses reuniões, se ouvia orações pedindo a conversão de um familiar, intercessão em prol de alguém com problema e com frequência haviam pedidos de oração para recebimento do batismo com Espírito Santo.

No meio pentecostal, o batismo com Espírito Santo além de ser considerado uma 2ª benção, também é ensinado ao povo, que para recebê-lo tem que haver a manifestação de um “sinal externo”, ou “evidência”, que é o falar em outras línguas. Portanto, para os pentecostais, se a pessoa não fala em línguas, não recebeu o referido batismo.

Como pastor, vejo vez ou outra em reuniões de ministério, quando algum irmão com bom testemunho, dizimista, bom cooperador/auxiliar, é indicado ao diaconato, e o mesmo não fala em línguas, o que acontece? Ele simplesmente tem seu nome rejeitado na reunião porque “não é batizado com Espírito Santo”.

Qual a justificativa que geralmente é dada para esse conceito? Geralmente se cita a nomeação dos primeiros sete diáconos em Atos dos Apóstolos no capítulo 6, quando dizem que deveriam ser escolhidos homens “cheios do Espírito Santo, de sabedoria e com bom testemunho”.

Não estaria na hora de rever esse conceito? Falar em línguas é sinônimo de estar cheio do Espírito? Eu creio que posso estar cheio do Espírito e falar em línguas (Atos 2:4), como também creio que possa estar cheio e não falar em línguas. Afinal de contas, Paulo diz que “todos” fomos batizados no Espírito (I Cor. 12:13), mas nem todos recebem o dom de línguas (I Cor. 12:30). Ou seja, no Novo Testamento esse negócio de ter línguas como evidência e sinal e o dom de línguas como duas coisas distintas, não coaduna com I Coríntios capítulos 12 e 14, onde se menciona apenas o dom de línguas.

No entendimento de outros estudiosos da Bíblia, o texto de Gálatas 3:2 e 5; não faz distinção entre 1ª e 2ª benção, dando a entender que batismo com o Espírito Santo é sinônimo de conversão, regeneração, novo nascimento, salvação, e crer para a justiça.

Alguns interpretam o batismo como algo que, supostamente, faz aqueles que o recebessem se tornarem “super-homens”, seres acima do bem e do mal, com poder sobre tudo e todas as coisas, e livres de todo mal. Ora, quem lê as cartas de Paulo aos Coríntios vê que tudo o que não faltava lá eram dons, embora tudo o que faltasse lá fossem os frutos do Espírito, pois, mesmo cheios de dons e salvos na Graça, ainda eram meninos carnais e bobos.

Às Vezes a pessoa freqüenta, uma igreja na qual se ensina que o batismo com o Espírito Santo resolve todos os problemas. É a segunda benção. E quem vive tendo dificuldades, e ainda não falou em línguas estranhas, é porque não tem essa “segunda benção”. Então, o cidadão fica lá gemendo, e se comparando aos demais, e sempre sentindo que está andando para trás.

Depois de um tempo começa até a questionar se de fato, algum dia, já conheceu o Senhor. Conforme é ensinado pode ser até perversa com a alma, pois viola a liberdade de Deus de se manifestar a quem quer e como quer, não ensina que em Cristo o que já está feito em nosso favor continuar a ser, para nós, um processo de apropriação cotidiana, e enfraquece a esperança e a segurança no coração.

Por isto também muitos crentes acordam “salvos” e dormem “perdidos”, dependendo de se foram “corretos” ou não durante o dia. Essa perspectiva de “fé” nega os bens da Graça, que é favor imerecido. Ai vai ficando um conflito ainda maior. Afinal, você pensa, que crente sou eu que não consegue receber essa benção do batismo?

Vamos continuar o assunto em outra postagem...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

E quem nunca ouviu o evangelho?

Sei que é um assunto complexo, porque conforme é abordado, pode ser confundido com universalismo ou teologia liberal. Sempre ouvi as seguintes dúvidas:

- Qual o destino eterno das pessoas, que nunca ouviram o evangelho? Estão sem salvação? Como fica a salvação dos pagãos fora da religião?

Se de um lado, a Bíblia diz que, a salvação é uma obra da graça divina, da nossa resposta de fé à revelação de Deus em Cristo, de outro lado, a própria Bíblia afirma, contundentemente, que nenhum mortal pode pretender saber ou fazer afirmações sobre quem foi salvo ou perdido, espiritualmente, além dos portões da morte.

Caio Fábio ao falar sobre o tema, disse: "Na minha mente, não há dúvida quanto ao fato de que, o evangelho tem que ser pregado a todas as criaturas, e da minha parte, estou comprometido com isso. Mas a dúvida que vejo, em muitos que perguntam, é sobre se Deus poderia ser Deus, para fora dessa ação missionária da igreja e salvar quem ele bem entendesse; simplesmente por causa de sua liberdade para ser Deus. Ou seja, a igreja é agente de Deus neste mundo, para pregar a salvação, mas não é a detentora da administração da graça divina, por meio algum. Só há salvação em Cristo, e a Cruz de Jesus é o centro espiritual do universo. Todavia, a administração da graça divina, que aplica a salvação, é prerrogativa de Deus. A Igreja tem a missão de pregar a todos os homens e deve fazer isso, porque Cristo ordenou. Mas, a Igreja não limita o amor salvador de Deus, ou seja, Deus também age - às vezes, ou até sobretudo - fora das instituições religiosas." Confissões do Pastor, 1996, Editora Record. págs 226-229.

O nosso Planeta, tem hoje, cerca de seis e meio bilhões de pessoas. O Cristianismo com todas as suas ramificações, que vão do catolicismo romano, ao protestantismo, não representa, metade da população mundial. Pergunta-se: E os outros três ou quatro bilhões de pessoas? Se a igreja não conseguir atingir eles, como fica sua situação? Vão para o inferno? Têm cristãos que acham a maior facilidade em julgar e condenar os outros ao inferno.

No entanto, conforme está escrito em Romanos 2:12-16, que cada um será julgado pela luz que de fato teve, descontadas todas as intromissões dos traumas, condicionamentos religiosos, tempos, culturas, épocas, circunstancias, oportunidades, etc... Ou seja: cada um será julgado pelo que soube de fato que era verdade, e, no coração, assim mesmo, rejeitou; pois, se tiver acolhido a verdade, livre está de juízo.

Quando Jesus disse aos homens, para não tentarem separar no campo do mundo o joio do trigo, estava dizendo que homem algum conhece o coração de outro homem, mesmo quando lhe conhece os caminhos, os atos, as formas, os modos, os comportamentos e os pensamentos confessados. Ou seja: Jesus ensinava que a melhor certeza do homem é que o joio existe, mas o resto é dúvida; pois, não lhe foi dado o poder de entrar nas naturezas das coisas.

Por isto Paulo diz: “Porque quando os pagãos que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei; pois, mostram a norma da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os — no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Cristo Jesus, segundo o meu evangelho.” Romanos 2:14-16.

domingo, 25 de julho de 2010

Supremo Concílio Presbiteriano diz que IURD e Mundial são Seitas

A última reunião do Supremo Concílio da IPB em Curitiba, com um plenário composto de mais mil representantes de todo o Brasil, tomou algumas decisões em temas polêmicosomadas.

As decisões foram: Rejeição veemente à propostas para reatamento de relações com a PCUSA – conhecida Igreja americana aberta para ordenação de homossexuais – bem como de retornar à AMIR – Aliança Mundial de Igrejas Reformadas – também de viés liberal. Passou a considerar a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Mundial do Poder de Deus como seitas, determinando que pessoas oriundas destas organizações sejam recebidas mediante rebatismo e profissão de fé. Reiterou a incompatibilidade entre a maçonaria e a fé cristã reformada. Reiterou decisão anterior que considera como errado o proibir que mulheres orem nos cultos, proibir que as igrejas tenham corais e instrumentos musicais e proibir a celebração do Natal. A IPB rejeitou estas proibições.

Rejeitou também proposta para estabelecer-se diaconos e diaconisas mirins. E rejeitou proposta para diaconato feminino, nomeando uma comissão para elaborar estudo sobre o assunto e prestar relatório em 4 anos.

Também decidiram permanecer com os seminários da denominação oferecendo cursos livres de teologia, portanto os pastores presbiterianos que desejarem cursos com reconhecimento do MEC ou da CAPES poderão cursá-los nas dezenas de estabelecimentos que os oferecem Brasil afora, ou, preferencialmente, no Mackenzie. À semelhança de outras universidades, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, que é da IPB, oferece um bacharel em teologia reconhecido pelo MEC, mas que não visa a formação de pastores e sim de teólogos e professores de religião (assim mesmo, este curso de teologia é confessional, seguindo aquilo que a Lei de Diretrizes e Bases define como escola confessional, aquelas “atendem a orientação confessional e ideologia específicas,” Art. 20 inciso III).

Fonte: blog O Tempora, O Mores