quinta-feira, 23 de julho de 2015

SUBSÍDIO PARA EBD - PASTORES E DIÁCONOS


A primeira parte do capítulo 3 da Primeira Epístola de Paulo a Timóteo apresenta orientações a respeito do pastorado e do diaconato. Na aula de hoje estudaremos a respeito desses ministérios, com vistas à edificação do corpo de Cristo. A princípio, destacaremos a função do pastorado, que a princípios era delegada aos presbíteros, enquanto supervisores da obra, e ministradores da palavra. Em seguida, atentaremos para o ministério dos diáconos, ressaltando, sobretudo, seu chamado para o serviço cristão.

1. O MINISTÉRIO PASTORAL-PRESBITERAL-EPISCOPAL
O dom ministerial de pastor é necessário por diversos motivos, dentre eles, a importância de manter a decência e ordem no culto, atentando para os elementos litúrgicos da celebração (I Co. 14.40). Além disso, existem falsas doutrinas que se proliferam, ameaçando a integridade do evangelho. O pastor tem responsabilidade apologética, de proteger o rebanho dos falsos mestres, os lobos que querem devorar as ovelhas (Tt. 1.11; II Pe. 2.1). Mas é no cuidado individual das ovelhas que o pastor exerce com maior propriedade o seu ministério, principalmente quando alguma delas se encontra enfermas (Tg. 5.14). É nesse particular que o ministério de pastor se diferencia dos demais de Ef. 4.11. Cabe ao pastor a tarefa de dar acompanhamento pessoal às suas ovelhas. Em Jo. 21.15-17 Jesus orienta Pedro em relação à adequação do ministério pastoral. Ele deveria apascentar primeiramente instruir as ovelhas no caminho, não deixando de prover alimento apropriado para o crescimento saudável. É triste testemunhar que nos dias atuais muitos procuram o título de pastor, sem qualquer interesse nesse importante ministério. A elitização do pastorado tem causado muitos males à igreja, principalmente depois que se criou a figura dos “pastores-presidentes”.Ninguém quer mais ser um simples pastor, como foi Jesus, que se sacrificou pelo rebanho. O dom ministerial de pastor é necessário por diversos motivos, dentre eles, a importância de manter a decência e ordem no culto, atentando para os elementos litúrgicos da celebração (I Co. 14.40). Além disso existem falsas doutrinas que se proliferam, ameaçando a integridade do evangelho. O pastor tem responsabilidade apologética, de proteger o rebanho dos falsos mestres, os lobos que querem devorar as ovelhas (Tt. 1.11; II Pe. 2.1). Mas é no cuidado individual das ovelhas que o pastor exerce com maior propriedade o seu ministério, principalmente quando alguma delas se encontra enferma (Tg. 5.14). É nesse particular que o ministério de pastor se diferencia dos demais de Ef. 4.11. Cabe ao pastor a tarefa de dar acompanhamento pessoal às suas ovelhas. Em Jo. 21.15-17 Jesus orienta Pedro em relação à adequação do ministério pastoral. Ele deveria apascentar primeiramente instruir as ovelhas no caminho, não deixando de prover alimento apropriado para o crescimento saudável. É triste testemunhar que nos dias atuais muitos procuram o título de pastor, sem qualquer interesse nesse importante ministério. Na verdade, a busca desenfreada por posição eclesiástica, tem causado muitos danos à igreja institucionalizada. É imprescindível que o pastor tenha conhecimento da Palavra, pois como irá doutrinar se não tiver fundamentação bíblica? Não podemos esquecer que toda Escritura é divinamente inspirada, e é a partir desta que o obreiro está preparado para toda boa obra (II Tm. 3.16,17). Se quisermos ser obreiros aprovados por Deus, inclusive no ministério pastoral, devemos manejar bem a palavra da verdade (II Tm. 2.15). Atualmente há muitas exigências para o ofício de pastor, mas que não têm respaldo bíblico, não se fundamentam nas recomendações paulinas (Tt. 1.7-11). Há igrejas que substituíram o modelo pastoral bíblico pela administração empresarial. Alguns pastores são reconhecidos não pela capacidade de apascentar, mas pela produtividade organizacional, pelos lucros que trazem às igrejas. Seguindo o exemplo de Jesus (Jo.13.1-17), o que mais se espera de um pastor é que esse seja amoroso, que apascente o rebanho com cuidado (I Pe. 5.1-3).

2. A ATUAÇÃO DOS DIÁCONOS NA IGREJA
Em sentido específico, o diácono é um ofício na igreja cristã, referido por Paulo em Fp. 1.1; I Tm. 3.8,12. A esse respeito é preciso fazer a distinção entre o uso amplo do termo diácono, englobando as mulheres, como o caso de Febe (Rm. 16.1), e o restrito, relacionado ao oficío eclesiástico (I Tm. 3.8-13). A instituição do diaconato na igreja aconteceu em virtude do crescimento, demandando atitudes para sua administração. Os helenistas da igreja argumentavam que as viúvas gregas estavam sendo preteridas da assistência social (At. 6.1). Para resolver esse importante negócio os diáconos foram escolhidos, a fim de que os apóstolos pudessem se dedicar mais à Palavra. Isso quer dizer que eles acumulavam as atribuições, faziam mais do que podiam. Ministros centralizadores acabam por arcar com as consequências da liderança insegura. Há pastores que estão sobrecarregados com tantas responsabilidades, querem suprir todas as carências da igreja sozinhos, por causa disso comprometem a integridade física e espiritual. A opção dos apóstolos para a solução desse problema na igreja foi a escolha de sete homens, a maioria deles helenistas, para cumprir essa função social. Os apóstolos não tiveram receio de partilhar a organização da igreja com os cristãos gregos. Entre esses se encontrava Estevão, um diácono que não se restringiu apenas em servir às mesas. Ele era um diácono cheio do Espírito Santo e de sabedoria (At. 6.3,10), cheio de fé (At. 6.5) e de poder (At. 6.8). Os diáconos da igreja, seguindo o exemplo de Estevão, não precisam ficar restritos ao trabalho social. Eles podem, com ousadia e intrepidez do Espírito, testemunhar do evangelho de Jesus (At. 1.8). Na seleção dos diáconos para o serviço na igreja deveriam ser observadas as seguintes qualificações: 1) respeitável – seu caráter deveria ser digno de imitação, levando suas atribuições a sério, não podiam apenas ocupar um cargo; 2) de uma só palavra – não deveria ser dado às conversas fúteis, tratava-se de uma pessoa digna de confiança; 3) não inclinado ao vinho – naquela região era comum as pessoas se embriagarem, os diáconos deveriam fugir da bebedeira; 4) não cobiçoso – a ganância tem conduzido muitos líderes à ruina, os diáconos deveriam se distanciar dessa prática, tendo em vista que é também da sua responsabilidade arrecadar as ofertas na igreja; 5) íntegros na doutrina –precisam ser conhecedores da Palavra de Deus, atentarem para as Escrituras, e sua conduta em piedade; 6) testado e experimentado – a vida dos candidatos ao diaconato deve ser provada, quando alguém assume um cargo de liderança sem ser provado pode decepcionar toda a congregação; 7) exemplo no lar – a esposa do diácono é parte do seu ministério, sua família deve ser um exemplo de piedade, sua mulher deve contribuir com o serviço diaconal; e 8) disposição para o trabalho – o diaconato é mais do que um título eclesiástico, as pessoas que são separadas para esse trabalho devem exercê-lo na igreja, com disposição e humildade.

CONCLUSÃO
O princípio da liderança servidora, que tem fundamentação bíblica, precisa ser resgatado em nossas igrejas. O modelo empresarial de liderança está desgastando muitos obreiros, alguns deles, ao invés de perceberem o ministério como serviço, estão procurando apenas status. Nos dias atuais, como nos tempos de Jesus, precisamos continuar orando para que Deus envie verdadeiros ceifeiros para sua seara (Mt. 9.38), pessoas realmente comprometidas com o Reino de Deus, não apenas com sua posição eclesiástica.

BIBLIOGRAFIA
PLATT, D., AKIN, D., METIDA, T. Exalting Jesus in 1 & 2 Timothy and Titus. Nashiville: B &H Publishing Group, 2013.
STOTT, J. A mensagem de I Timóteo e Tito. São Paulo: ABU, 2004.

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com/





terça-feira, 21 de julho de 2015

Medo dos escândalos

Morro de medo a cada escândalo que sacode o Brasil. Ao saber das notícias vou logo indagando: – Meu Deus, será que há algum evangélico envolvido? A lista de escândalos é antiga e grande. Suficiente para incontáveis sobressaltos. Desde a última Constituinte, quando diversos parlamentares evangélicos abertamente negociaram seus votos em troca de benefícios, começou nosso enrubescimento. Na votação dos cinco anos para estender o mandato do então presidente, outros foram seduzidos por concessões de rádio. O seqüestro a filha do Silvio Santos veio com uma intrigante coincidência: tanto a seqüestrada como seqüestrador eram evangélicos. Ele desviado e ela membro ativa de uma comunidade. Recordo-me do meu constrangimento quando assisti o principal telejornal do país mostrar cenas de um pastor pedindo maldição de Deus sobre um técnico de futebol que estaria maltratando um jogador evangélico. Como tem sido perturbador saber que há evangélicos envolvidos com planos de saúde falsos, consórcios fajutos para compra de casas e carros. Mudei do rubor para a palidez com a denúncia de uma escola de teologia prometendo diplomas sem que houvesse aprovação do Ministério da Educação e Cultura. O Brasil é tão pródigo em casos feios, que freqüentemente me encontro tenso imaginando qual é o próximo evangélico sendo investigado.
Entendo que os evangélicos, com mais presença na sociedade aparecerão mais na mídia, com exemplos bons e ruins. Os escândalos em si constrangem, mas não surpreendem, pois o próprio Jesus afirmou que é mister o surgimento deles. A história do cristianismo não é só marcada com o sangue dos mártires, mas também com testemunhos trágicos de corrupção e maldade. O que mais causa espanto é que os próprios evangélicos não se antecipem nessas denúncias.
Falta-nos um jornalismo investigativo. Não possuímos bons meios de comunicação que denunciem profeticamente os males que nascem da própria comunidade evangélica.
Quando Adolf Hitler subiu ao poder alavancado por um partido truculento, o diário de Munique mobilizou uma equipe de jornalistas destemidos e denunciou os atos violentos e arbitrários dos nazistas. Quando o regime militar se instalou no Brasil, alguns jornais, entre eles a Folha de São Paulo, tentavam incansavelmente burlar a censura para denunciar o autoritarismo do regime. Quando Richard Nixon tentou esconder o escândalo da invasão do partido democrata no edifício do Watergate, Bob Woodward e o Washington Post não lhe davam tréguas mostrando as entranhas apodrecidas do poder executivo norte-americano. Quando Fernando Collor e seus asseclas quiseram fazer da presidência da república uma organização mafiosa, as revistas Isto É e Veja se revezavam com furos de reportagem capitaneando um furor unânime: eles romperam as fronteiras éticas mais flexíveis da política brasileira. Israel tentou impedir os jornalistas e repórteres das principais agências de notícias de cobrirem os eventos da recente guerra, pois temiam serem expostos em sua sanha de destruir o povo palestino, invadindo cidades e matando civis indiscriminadamente.
A liberdade de imprensa e principalmente o jornalismo investigativo funcionam como uma espécie de corregedoria do grande público. Quando remexem os porões e os bastidores sujos, geram medo nos desonestos e dão ao público a sensação de que os valores éticos serão obedecidos. Toda e qualquer sociedade necessita de veículos que fiscalizem as suas ações e que seja livre para publicar e expor o que acontece de internamente. A liberdade de imprensa é um dos pressupostos mais sagrados da democracia.
Infelizmente, a imprensa evangélica não conseguiu ainda produzir um jornalismo isento, independente e sério. Publicam-se boas revistas de cunho inspirativo e reflexivo (a Ultimato, por exemplo). Escrevem-se boletins teológicos também com boa densidade. Já circulam, inclusive, periódicos semanais com notícias, receitas de bolo, moda, e até fofoca dos crentes. Mas faltam-nos jornalistas proféticos e pior, falta espaço para eles se expressarem.
A igreja, como toda instituição social, necessita ser fiscalizada, cobrada e investigada. Lamentavelmente os evangélicos convivem com um espírito corporativista imenso. Acredita-se que denunciar um irmão é um crime hediondo. Tememos citar nomes. Quando a teologia da prosperidade começou a se enraizar no Brasil, publicou-se um livro que citava, já na capa, os responsáveis por essas aberrações doutrinárias. O autor sofreu ostracismo e a editora, duríssimas críticas. Entretanto, a Bíblia contém vários exemplos de pessoas expostas quando cometeram erros morais ou doutrinários. Paulo não hesitou em chamar a atenção de Pedro quando se mostrou incoerente em seu comportamento diante dos Fariseus e dos gentios – Gálatas 2. 11. Também afirmou que a linguagem de Himeneu e Fileto corroía como um câncer, pois pregavam que a ressurreição já se realizou – 2Tm 2.17; expôs a Demas que tendo amado o presente século, o abandonara – 2Tm 4.10; e não temeu revelar o nome de Alexandre, o latoeiro, que lhe causara muitos males – 2Tm 4.14.
Há uma idéia errada que os erros da igreja não podem ser publicados sob o risco de perder o testemunho na sociedade. Mas o que é mal feito acaba sendo conhecido de qualquer maneira. Cristo prometeu que tudo o que estiver escondido será alardeado de cima dos telhados. Deus então levanta os profetas seculares e a igreja perde a oportunidade de mostrar sua intolerância com o pecado.
Será que nunca teremos nenhum meio de comunicação com coragem de se antecipar aos grandes escândalos que vez por outra nascem na igreja evangélica? Criemos estruturas em nossas igrejas, denominações e, principalmente nos seminários, para que Deus levante jovens jornalistas. Carecemos de vozes com coragem de expor o maquiavelismo que usa de fins legítimos para justificar meios indignos. Precisamos urgentemente de bons escritores que relatem como acontecem os conchavos entre políticos inescrupulosos e pastores iludidos pela adulação dos poderosos. Somente com um jornalismo independente e sem patrulhamentos ideológicos saberemos o que acontece nas tesourarias eclesiásticas e nos procedimentos contábeis das grandes denominações.
As pedras clamarão se o juízo não começar na casa de Deus. Mas aí será tarde demais. O ímpio escarnecerá e todos padecerão sob a mesma suspeita.
Padre Antônio Vieira dizia que a cegueira do juízo e do amor-próprio é muito maior do que a cegueira dos olhos. “A cegueira dos olhos faz que não vejamos as cousas; a cegueira do amor-próprio faz que as vejamos diferentes do que são, que é muito maior cegueira”. O enorme crescimento evangélico brasileiro gera um clima ufanista, porém um bom jornalismo poderia curar esse mal.
Se não curar, pelo menos teremos menos sobressaltos quando lermos o jornal de amanhã.