sexta-feira, 5 de abril de 2013

Subsídio para EBD - Família, Criação de Deus


 Na sociedade hebraica a família era o âmago da estrutura social. Na Tanach, exclusivamente em Berê’shîth (Gênesis), encontramos o princípio judaico-cristão da família no texto que diz: “E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.

Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam” (Gn 2.18,21-25).

Segundo o filósofo Lévi-Strauss, o princípio da família é dado pelo texto da Escritura que diz: “deixará o varão o seu pai e a sua mãe”, regra infrangível ditada a toda a sociedade para que possa estabelecer-se e durar.

• Família, Centro da Comunhão.

Deus é quem decidiu criar a família. Esta foi formada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os cônjuges. Um núcleo por meio do qual as bênçãos divinas fluiriam e se espalhariam sobre a terra (Gn 1.28).

Não era parte do projeto célico que o homem vivesse só, sem ninguém ao seu lado para compartilhar tudo o que era e tudo o que recebeu da parte de Deus.

O homem sente-se pessoa não apenas pelo que é, mas também quando vê o seu reflexo no outro que lhe é semelhante. Portanto, a sentença divina ecoada nos umbrais eternos expressa o amor e o cuidado celeste para com a vida afetiva do homem. Para Deus, “não é bom que o homem esteja só”. O verbo estar, no presente do subjuntivo (esteja), tradução do hebraico hayâ, expressa um estado circunstancial e transitório do ser. A solidão é um agravo à saúde psicofísica da criatura humana e, por mais esta razão, Deus não deixaria a criatura feita à sua imagem sem um semelhante para comungar.

O próprio Deus não estava solitário na eternidade, mas partilhava de incomensurável comunhão com o Filho e o Santo Espírito. Deus é um ser pessoal e sociável às suas criaturas morais. No entanto, contrapondo a natureza divina à humana, concluímos que o intrínseco relacionamento entre a divindade e o ente humano dá-se em níveis transcendentais, metafísicos.

Por conseguinte, faltava ao homem alguém que lhe fosse semelhante, ossos dos seus ossos, carne de sua carne, alguém que se chamasse “varoa” porquanto do “varão” foi formada. Essa correspondência não foi encontrada nos seres irracionais criados, mas na criatura tomada de sua própria carne e essência. A mulher era ao homem o vis-à-vis de sua existência. Seu reflexo. Partida e chegada. Como sabiamente afirmou Derek Kidner, “a mulher é apresentada integralmente como sua associada e sua réplica”. Nisto, inferimos que a comunhão entre os cônjuges envolve a plena identificação com o outro. Deus se identifica com o homem, e este, com Deus, pela imagem divina que no homem está. O homem e a mulher se identificam mutuamente por compartilharem da mesmíssima imagem divina: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27).

Homem e mulher, portanto, fazem parte do mesmo projeto celífluo.

Sentem-se tão necessários à existência do outro quanto dependem individualmente do ar que respiram. Esta interdependência é inerente à formação moral e espiritual do próprio ser. Faz parte do mistério, da teia de encontros e desencontros, de fluxo e refluxo que cercam a união entre homem e mulher. A união conjugal, portanto, antes de ser um contrato jurídico, era um ato de amor, companheirismo e cumplicidade em que as principais necessidades humanas eram plenamente satisfeitas. Homem e mulher se auto-realizavam um no outro. Para o sábio era mais fácil entender o caminho da cobra na rocha; o do navio no meio do mar, ou, ainda, da águia no céu do que o “encontro” de um homem com uma mulher (Pv 30.18,19). O espanto do sábio só se compara ao de Ismene à Antígona ao dizer: “De fogo é o teu coração em atos que gelam”.

• A Constituição do Núcleo Familiar.

A constituição do núcleo familiar a priori foi composta por um homem e uma mulher. Mais tarde, acrescentou-se ao casal os filhos gerados dessa união. A partir do nascimento dos primeiros filhos, a família tornou-se o primeiro sistema social no qual o ser humano é inserido.

A primeira família, formada apenas por duas pessoas, tornou-se numerosa por meio dos filhos que, ao serem gerados, se inseriram ao núcleo familiar assumindo diversos papéis dentro do sistema: filho, irmão, neto, primo, etc. A família não foi criada, portanto, como um sistema fechado, mas dinâmico, e, com o passar do tempo, o número de seus membros foi aumentando gradativamente, e destes formando novos núcleos familiares ligados por consanguinidade e afinidade. Para mencionar mais uma vez Lévi-Strauss, este considerava que o grupo familiar tem sua origem no casamento. Este núcleo é constituído pelo marido, pela mulher e pelos filhos nascidos dessa união, bem como por parentes afins aglutinados a esse núcleo.

No contexto desse sistema familiar, cada membro do grupo passa por uma série de funções ou papéis sociais determinados tanto por fatores exógenos, que estão ligados aos cenários sociais próximos a ele, como por endógenos, ligados a idade, sexo e maturação psicológica.

Embora óbvio e redundante, creio ser necessário registrar que a família é o primeiro sistema social mais significativo e importante para os primeiros anos de vida de qualquer indivíduo. Consequentemente, a primeira experiência relevante de qualquer pessoa, exceptis excipiendis, manifesta-se positiva ou negativamente no sistema familiar. No entanto, é sabido que a família não é a única instituição responsável pelo crescimento cognitivo, afetivo, religioso e social do indivíduo, mas, como afirma Bronfenbrenner:

O mundo exterior tem um impacto considerável desde o momento em que a criança começa a relacionar-se com as pessoas, grupos e instituições, cada uma das quais lhe impõe suas perspectivas, contribuindo, assim, para a formação de seus valores, de suas habilidades e de seus hábitos de conduta.

Esta explicação serve-nos de esteio para a constatação da importância que a instituição familiar e das muitas outras vigentes em Israel no tempo do Antigo Testamento – civil, militar e religiosa – tinham para a formação de um Estado teocrático. Todos se pautavam em um único livro, procedente da vontade do Único e Eterno Deus de Israel (cf. Nm 15.15,16,29).

Texto extraído da obra “A Família no Antigo Testamento: História e Sociologia”, editada pela CPAD. Publicado no Portal CPAD.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Entrevista de Marco Feliciano para Fernando Rodrigues no canal Uol



Fonte:  http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/04/02/leia-a-transcricao-da-entrevista-de-marco-feliciano-a-folha-e-ao-uol.htm

Confira abaixo o comentário da jornalista da Folha de São Paulo, Eliane Cantanhêde:


Sabe a história do "falem mal, mas falem de mim"? Foi o que aconteceu com o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Primeiro, reagiu acabrunhado à ira contra sua ida para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Depois, partiu para o ataque, chamou a polícia legislativa e bateu boca com manifestantes. 

Agora, virou celebridade!

Se até na França, que desfraldou os princípios de igualdade e fraternidade, milhares vão às ruas contra o casamento gay, imagine aqui, no Brasil, onde as ovelhas de igrejas evangélicas e de muitos embustes proliferam como coelhos...

Um punhado de artistas, jornalistas e humanistas horrorizou-se com as posições racistas e homofóbicas de Feliciano, mas milhões de pessoas pensam como ele.

Se tivesse ficado quieto no seu canto, Feliciano poderia continuar curtindo o mandato, frequentando seus cultos, fazendo frases de mau gosto pela internet, exigindo a senha de cartões de crédito de fiéis e enfrentando na surdina seus processos no Supremo. Sendo, enfim, o que sempre foi: um ilustre desconhecido no Congresso, um a mais do chamado "baixo clero" da Câmara. (Aliás, quantos Felicianos haverá ali?)

Alçado a uma comissão tão simbólica pelo seu PSC, pelo desinteresse do PT e pelo descaso do PSDB e dos grandes partidos, ele já teria ali uns minutos de glória. Mas, fala sério, quantos presidentes de comissão o sr. e a sra. conhecem? O que girou todos os holofotes, flashes e câmeras para Feliciano não foi nada disso, foi a reação contrária a ele.

Como o Tiririca não parece feliz no Congresso e tende a não se candidatar em 2014, o risco é Feliciano acabar virando campeão de votos no Estado mais rico e no próprio país. Do palhaço para o pastor espertalhão seria, ou será, uma péssima troca. Mas não é nada impossível.
Fonte:www1.folha.uol.com.br/colunas/elianecantanhede/



segunda-feira, 1 de abril de 2013

Blog Cristianismo Radical faz 05 anos

Durante o último dia 31 de março, o blog Cristianismo Radical, completou 05 anos. Houve um crescimento que muito me alegra, pois chegamos a 507.669 visitas no último ano, vindas de 118 países e muitos amados que dão o prazer e a honra de estarem seguindo este blog. Um número pequeno comparado com outros blogues. Porém muito mais do que contagem de números, durante esse período, através da blogosfera, pude conhecer vários irmãos, interagir com eles e através deste espaço pude expressar minhas idéias, reflexões e também deixar mensagens do Evangelho.

Em 2008, justamente num momento em que eu estava num período meio "sabático" de atividades da igreja, foi que criei este blog. Como diz um ditado do interior: "Enquanto descansa, carrega pedra". Em janeiro de 2007 depois pastorear três igrejas, fui retomar meus estudos seculares que eu havia interrompido. No ano seguinte entrei na chamada blogosfera cristã. Muita coisa mudou nesses cinco anos! Alguns blogueiros da época que comecei, pararam ou reduziram bastante sua atividade nessa área. Eu mesmo passei a postar num ritmo um pouco menor do que os dois primeiros anos, pois em 2010, minha esposa Ana Cristina e eu, recebemos três lindos presentes que são nossos filhos trigêmeos, Lucas, Ana Júlia e Maria Luíza, agora com três anos. Com isso, nossa rotina mudou bastante. De 2009 a 2011, fui Diretor do Ibadetrim - Instituto Bíblico da nossa igreja. Em 2011, voltei a pastorear uma igreja que já havia sido pastor de 2005 a 2007. Isso sem contar que sou "fazedor de tendas", além das atividades eclesiásticas e familiares tenho minha atividade profissional secular, pois não sou pastor de tempo integral.

Foi no dia 31/03/2008 que ao criar este blog, postei meu primeiro texto. Não fazia idéia de como seria daí para frente, visto que esta era uma ferramenta nova para mim. Tive que aprender tudo sozinho desde o processo na criação do mesmo. Agradeço algumas dicas de alguns amigos blogueiros que certamente vendo algumas dificuldades minhas na editoração dos textos no início, me ajudaram como os pastores Carlos Roberto (Point Rhema), Ciro Zibordi, e Eliseu Antonio Gomes. Em 2008, criei uma conta no Orkut, para divulgar o blog, mas depois resolvi fechá-la. Recentemente criei contas no Twitter e Facebook. Meu próximo passo será criar um canal de vídeos no Youtube, interagindo tudo com o blog. Espero mais a frente poder postar vídeos de pregações e ensino meus aqui e nas outras redes sociais. Estou atrasado, mas devagar a gente chega lá.

MEU MUITO OBRIGADO A TODOS PELAS VISITAS E COMENTÁRIOS, QUE SÓ TRAZEM ENRIQUECIMENTO A ESTE ESPAÇO!


DEUS ABENÇOE A TODOS.