quinta-feira, 21 de março de 2013

Hoje famoso, Pastor Marco Feliciano já foi rejeitado por líderes evangélicos


O pastor Marco Feliciano é um "achado". Quem diz isso é ele mesmo, num vídeo postado no YouTube em que se apresenta como uma novidade na cena evangélica. "Já perguntei para Deus por que ele me levantou. Fui pego a laço."
Feliciano repete nos cultos que já leu a Bíblia mais de 30 vezes "da capa à contracapa" --a primeira delas aos nove anos. Diz ainda ter escrito 18 livros "acerca dela" e uma enciclopédia religiosa "de mais de 700 páginas".
No palco, costuma recorrer a argumentos de autoridade. Falando sempre muito alto, quase gritando, garante ter conquistado o título de "doutor em divindade" após ter feito "mais de seis faculdades" e um mestrado "que me deu este anel de formatura que eu tenho no dedo".
Aos 40 anos, o deputado federal pelo PSC paulista ganhou fama após ser eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Ele vem sofrendo pressão de grupos sócias para deixar o cargo.
Classificado por muitos como um fundamentalista religioso, racista e homofóbico, enfrenta a oposição de outros parlamentares e tem sido alvo de passeatas pelo país. Ontem mesmo houve protestos de rua em várias capitais.
Militantes dos direitos humanos citam, entre outras, uma mensagem no Twitter em que Feliciano classifica os africanos como descendentes de um ancestral "amaldiçoado por Noé". Ele nega. Diz ter sido mal interpretado.
A história de Feliciano no mundo evangélico também é cercada de polêmicas. Apesar das credenciais que gosta de exaltar, ele enfrentou dificuldades para conseguir ser reconhecido como pastor.
Antes de fundar sua própria igreja, a Catedral do Avivamento, baseada em Orlândia, interior paulista, Feliciano tentou virar pastor da Assembleia de Deus no ramo Belém, o principal da denominação.
Após descobrirem que ele já pregava como pastor --uma espécie de estelionato religioso--, lideranças da Assembleia rejeitaram seu nome. A saída foi recorrer ao exterior. Aos 27 anos, viajou para os Estados Unidos, onde foi consagrado por Ouriel de Jesus, um dirigente de igrejas evangélicas brasileiras naquele país que já foi acusado de heresia por pastores brasileiros.
"No dia em que eu revelei para todo mundo que eu não era pastor, as portas se fecharam", comentou anos atrás num programa próprio de TV.
Hoje, no comando de uma denominação com 14 "filiais" (expressão usada por membros da própria igreja) e astro de programas próprios de TV na CNT e emissoras regionais, Feliciano conseguiu retomar o diálogo com as lideranças do ramo Belém da Assembleia.
A vida religiosa de Feliciano começou aos 15 anos. Filho de mãe solteira, ele era guardinha-aprendiz em Orlândia quando ficou curioso pelos assobios de músicas religiosas do amigo e hoje compadre Ronaldo Pulhes, bancário na região.
Foi Pulhes quem levou Feliciano à Assembleia. O jovem começou a trabalhar voluntariamente para a igreja e cresceu rápido nos estágios iniciais. "Ele sempre gostou de liderar", diz o compadre.
O grande salto como pregador foi em 1999, aos 26 anos, quando subiu ao palco do tradicional encontro evangélico Gideões Missionários, que ocorre em Camboriú (SC).
Falando para a multidão, Feliciano surpreendeu os pastores tradicionais com o ritmo alucinante de sua pregação e, mais ainda, com a euforia dos fiéis. Mandou seu recado: "Sou um menino só por fora, por dentro tem um homem de Deus escondido aqui".
No meio evangélico, Feliciano é tido como um "pregador itinerante". Seu poder não advém da capacidade de fidelizar um público numa base fixa, como é o caso de Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial, mas de uma a atuação mais intensa "no varejo". Com auxílio da TV, ele vende livros, CDs e DVDs via internet e telefone. E vai percorrendo cidades em cultos menores. Já pregou em mais de 1.700, diz. Esse tipo de atuação ajuda a explicar sua votação em 2010. Sem reduto, conseguiu 211 mil votos em 634 dos 645 municípios paulistas.
Para impulsionar os negócios, o pastor montou uma pequena rede de empresas. A Marco Feliciano Empreendimentos Culturais e Eventos cuida dos shows. A Grata Music foi criada para vender CDs e DVDs. E a Tempo de Avivamento Empreendimentos, para publicidade. Sua assessoria diz que as duas últimas, embora ativas, não atuam.
Na pequena Orlândia (40 mil habitantes), Feliciano mora com a mulher e três filhas numa das maiores casas da região, num terreno de 600 metros quadrados. Tem mais seis imóveis no município. À Justiça Eleitoral, também declarou três carros de luxo, um deles uma BMW avaliada em R$ 95 mil.
 

Meu Comentário: A reportagem da Folha, fez um resumo da história do Pr. e deputado federal Marco Feliciano. Feliciano, como outros, é produto da chamada "Teologia da Prosperidade", que em suas poucas décadas de existência, começou no Brasil com as igrejas neopentecostais, e depois ganhou terreno nas igrejas pentecostais clássicas, como a Assembléia de Deus. O pseudo-pragmatismo e a ganância material incentivada por essa doutrina tornou seus "sacerdotes" em alvo fácil da opinão pública. Infelizmente, a postura desse grupo contribuiu para a generalização do protestantismo de forma negativa.

Marco Feliciano, se tornou juntamente com o Pr. Silas Malafaia e o deputado Jair bolsonaro, nas pessoas alvo do movimento gay, tendo o deputado Jean Willis na linha de frente desse enfrentamento. Feliciano é um pastor que representa não todos, mas não poucos pregadores e cantores do meio evangélico que são assim mesmo: com falta de uma bagagem bíblica e acadêmica mais sólidas, surtos megalomíacos, ao mesmo tempo que são carismáticos e bons atores de palco ou púlpito, fazendo o papel de animadores de auditórios.

A eleição do citado deputado (mais de 211 mil votos) como de outros, se dá nun contexto, como bem disse o blogueiro Daladier Lima (Reflexões sobre quase Tudo), onde "o povo evangélico não é politizado. É um povo político, mas não foi ensinado a votar em propostas, apoiar posicionamentos. As candidaturas são postas e, quase ninguém, questinona. Não se separa o que é democracia do que é teocracia dentro das igrejas.

A maioria da liderança evangélica, está indiferente à orquestração política com apoios dos ditos movimentos sociais, querendo usurpar nosso direito de decidir o que é bom ou desejável para nós. Talvez, por isso, seja tão fácil vir a nossos púlpitos, despesajar promessas e salamaques e só voltar na próxima eleição. Aos canditados interessa uma igreja ignorante e apática a tais temas. E a alguns pastores Também!"

Na minha opinião o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, continuará sendo o "saco de pancadas" da mídia e de certos movimentos sociais até que renuncie. Quando o fizer, o seu partido, PSC podia colocar em seu lugar, o Pr. Hidekazu Takayama, Deputado Federal pelo Paraná em 3º mandato. Só para ficar demonstrado que o que estão fazendo com o Feliciano é perseguição religiosa ou  não. Pr. Takayama é um conhecido pregador assembleiano, possui conhecimento bíblico melhor do que Feliciano, e tem experiência parlamentar, pois além de três mandatos como deputado federal, também foi deputado estadual antes.

O problema é que em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) acatou denúncia contra o deputado paranaense acusado-o de peculato por supostamente contratar funcionários “fantasmas” e se apropriar dos salários dos mesmos no período entre 1999 e 2003, quando era deputado estadual. Caso seja condenado, o deputado pode pegar uma pena de 2 a 12 anos de prisão. Takayama nega as acusações. 
 
 







 







segunda-feira, 18 de março de 2013

Subsídio para EBD - Eliseu e a Escola de Profetas


O estudo sobre a escola de profetas da época de Elias e Eliseu devem promover reflexões sobre a nossa atual condição no campo da educação cristã.
A EDUCAÇÃO NA BÍBLIA: UM BREVE RELATO HISTÓRICO
Desde as sociedades tribais pré-históricas, a família exerce um papel fundamental na educação dos filhos. A ausência do Estado, das classes, do comércio e da escrita, dispensava a existência de escolas. As crianças aprendiam com os adultos, em especial a família, questões que envolviam os valores espirituais e morais, assim como atividades práticas para a sua sobrevivência.
Esse modelo de educação "informal" se estendeu por longos anos em sociedades nômades, seminômades e sedentárias, até o advento das grandes cidades, da escrita, das transformações técnicas, da produção excedente, da comercialização e dos inovadores pensamentos sobre política e democracia.
Numa perspectiva bíblica judaico-cristã, observamos este tipo de educação nos seguintes textos: Gn 18:19; Êx 12:26-27; 13:8-14; Dt 6:20-21; Js 4:21-23. Além desses textos, veja uma outra passagem bíblica que exemplifica o que estamos falando:
"Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas; Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra." (Dt 11.18-21)

Percebe-se que no período patriarcal a participação e a importância da família na preservação dos valores espirituais e morais do povo judeu era de fundamental importância.
A figura dos agentes especialmente destinados para a tarefa de ensinar surge com a instituição do sacerdócio conforme Lev 10:8-11; 2 Reis 17:27; 2 Crônicas 17:7-9; 2 Crônicas 35:3.
Posteriormente, os profetas assumiram também essa tarefa:"Então enviou Saul mensageiros para prenderem a Davi; quando eles viram a congregação de profetas profetizando, e Samuel a presidi-los, o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram." (1 Sm 19.20). Leia também 2 Reis 2:7; 6:1.
Durante e após o período do cativeiro na Babilônia, surge a figura do escriba, uma classe de mestres especializados, que copiavam, interpretavam e ensinavam a Lei, (Esdras 7:6-10). A partir de então as sinagogas tornam-se também centros de estudos (escola), onde o letramento e a aprendizagem geral são oferecidos.
DESAFIOS ATUAIS PARA A EDUCAÇÃO CRISTÃ NO CONTEXTO PENTECOSTAL ASSEMBLEIANO
A educação cristã de caráter teológico encontra na igreja suas mais fortes expressões nas escolas dominicais e nas escolas teológicas. Não são poucos os desafios que tais espaços educativos enfrentam na atualidade.
Começando pela Escola Dominical, há um crescente esforço por parte daqueles que entendem a sua importância para a igreja, que lutam para a sua contínua relevância ao atender as necessidades espirituais, morais, psicológicas e sociais dos alunos, cooperando com as famílias e pastores neste propósito.
A Escola Dominical, em muitos lugares, é excludente, ou seja, se o aluno não se enquadra naquilo que ela oferece, ele fica de fora da mesma. Há portadores de necessidades especiais, estudantes e profissionais, que desejariam frequentar a ED, mas em razão de suas necessidades e realidades não podem assim fazer. Quais soluções pastores, superintendentes e professores estão buscando na superação da exclusão escolar?
Em se tratando do estudo teológico acadêmico (Escolas, Seminários, Faculdades, etc.), há também vários desafios. Saímos da total repressão, superamos a ditadura da ignorância, e agora passamos a testemunhar a banalização das instituições e vulgarização do ensino.
Multiplicam-se nas Assembleias de Deus as “Escolas Teológicas de Fundo de Quintal”, sem nenhuma estrutura, com diretores e professores sem qualificação para as funções, com um currículo improvisado, com livros textos e apostilas plagiadas e com o objetivo meramente mercadológico ou financeiro. A venda de diplomas é descarada e escancarada na internet.
Em se tratando de educação cristã no contexto pentecostal assembleiano, já temos no Brasil igrejas e ministérios que são excelentes referenciais, que realizam uma grande obra.
Que as atuais “Escolas de Profetas” possam cumprir os seus propósitos para a glória de Deus.