quarta-feira, 5 de outubro de 2022

A ética cristã e a política

Três palavras que estão muito em voga, principalmente num ano como esse são: política, fundamentalismo e ideologia. Assim estarei a partir de hoje postando três vídeos que eu gravei sobre esses temas. Começando com política. Só uma observação: esse vídeo em forma de entrevista foi gravado em julho de 2018.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Eu e as eleições - um relato pessoal

A primeira vez que votei foi no ano de 1986. Foi a primeira vez que votei. Em outubro daquele ano completei 18 anos, tirei meu título e fui votar. As opções para governador de Minas Gerais eram Newton Cardoso-PMDB, Itamar Franco-PL e Murilo Badaró-PDS. Como não entendia nada de política e ainda com medo do comunismo em plena Guerra Fria, votei no candidato do PDS, antiga ARENA.

Em 1989, foi quando comecei minha politização mais à esquerda, como a maioria dos jovens da época. Éramos os chamados “filhos da ditadura”, nascidos nos anos 60 e 70, em busca de liberdade, fim da censura, etc. O Lula me assustava, pois eu via o PT como uma extrema esquerda, mas o Brizola já me atraia, pois para mim era um representante do Getúlio Vargas, que eu admirava pelos livros de história.

Era a primeira eleição direta para presidente desde 1960, e seria também a primeira a ser realizada em dois turnos. Quando chegou o primeiro turno, acabei votando num candidato que representava para mim uma posição mais moderada, uma centro-esquerda e que defendia a social democracia que estava em voga na Europa. O nome do candidato era do então senador Mário Covas.

No segundo turno entre Lula e Collor, quase votei no Lula, mas na semana da eleição acabei votando no “caçador de marajás” de araque. Logo me arrependi daquele voto e torci pelo seu impeachment em 1992.

Gostava do Itamar Franco, o mineiro de Juiz de Fora. Era considerado um político tradicional porém ficha limpa. Nesse interim houve um Plebiscito para escolher entre Monarquia ou República, Parlamentarismo ou Presidencialismo. Escolhi República e Presidencialismo.

Em 1994 foi lançado o Plano Real e na eleição daquele ano o ex-ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, também conhecido pelas iniciais FHC, foi eleito no primeiro turno. Eleição em que também disputaram Lula (segundo lugar), Enéias Carneiro (terceiro lugar), Brizola (minha escolha na eleição), Enéias, Orestes Quércia e Espiridião Amim.

Nas eleições de 1998, novamente FHC foi vitorioso no primeiro turno, sendo os outros postulantes mais votados respectivamente, Lula e Ciro Gomes (escolhido para ter meu voto).

Em 2002 na eleição que teve mais candidatos competitivos desde a de 1989, foi vencida por Lula no segundo turno contra José Serra. No primeiro turno também participaram Antony Garotinho (um candidato que se apresentava como evangélico) e Ciro Gomes. De início eu pensava em repetir o voto da eleição anterior e votar no Ciro, mas acabei de última hora votando no Garotinho no primeiro turno e no segundo turno em Serra.

Já em 2006, a eleição foi disputada entre Lula, Geraldo Alckmin, Heloísa Helena e Cristovam Buarque. No segundo turno, ficou entre Lula e Alckmin, sendo novamente vencida por Lula. Nessa eleição votei no primeiro e segundo turno no mesmo candidato: Alckmin.

Em 2010, depois de 21 anos o nome de Lula, não estava nas cédulas, mas estaria representado pela sua Ministra Chefe de Governo, Dilma Rousseff, vencedora do pleito. Além dela disputaram a eleição José Serra, Marina Silva e Plinio de Arruda Sampaio. Havia outros, mas esses foram os mais votados. No primeiro turno fui de Marina e no segundo turno entre Dilma e Serra, pela segunda vez votei no Serra como segunda opção.

Na última eleição presidencial, os candidatos foram Dilma, Aécio Neves, Marina, Eduardo Jorge, Levy Fidelix, Luciana Genro, Pastor Everaldo e o sempre presente em quase todas eleições José Eymael. No primeiro turno, votei novamente na Marina e no segundo turno entre Dilma e Aécio, fui de Aécio. Resultado da eleição, Dilma reeleita em 2014 e depois a semelhança de Collor, sofreu o impeachment em 2016, consequência, o vice que custava ganhar para deputado federal se torna o presidente que terminaria o mandato: Michael Temer.

No ano de 1995, já sendo casado, passei num concurso público municipal e me tornei servidor público de carreira, passando a ver como é o serviço público por dentro. Nesses últimos 27 anos já exerci alguns cargos comissionados ou como são chamados, cargos de confiança, em áreas que me fizeram entender um pouco a administração pública, como de ser responsável durante 08 anos pela elaboração e o acompanhamento da execução orçamentária do órgão que trabalho.

Fiz vários cursos na área de administração pública, sendo os que mais me marcaram foram os três realizados no IBAM (Instituto Brasileiro de Administração) no Rio de Janeiro, tive oportunidade de conhecer também o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.

Em 2018, votei no primeiro turno em Geraldo Alckmin e no segundo turno entre Haddad do PT e Jair Bolsonaro do PSL, pela primeira vez na vida votei nulo.

Esse ano votei no Ciro Gomes no primeiro turno. Foi a segunda vez que votei no Ciro, a primeira foi em 1998. 

Observação: Esse texto foi postado originalmente em 23/08/2018, há 4 anos atrás. Fiz só algumas atualizações de 2018 a 2022. Link da postagem original: https://juberdonizete.blogspot.com/2018/08/eu-as-eleicoes-e-politica-relato-de.html

Minha opinião sobre o atual quadro político no Brasil e o ocaso do PSDB

 


O fim do PSDB é um sinal dos tempos que vivemos. O PSDB surgiu em 1988. Na época eles saíram do PMDB. Começou como um partido de centro-esquerda, defendendo a social democracia como a existente na Europa Ocidental. 

De 1988 até 1994 foi assim. Apoiaram Lula no segundo turno em 1989. A partir de 1995, quando assumiram tanto o governo federal como de alguns Estados como SP, MG e RJ, foram se alinhando a direita para governar com partidos como o PFL e PMDB. Passaram a defender as privatizações e se tornaram um partido de centro-direita. 

Sempre foram centro, nunca direita pura nem esquerda pura, orbitavam entre centro esquerda e centro direita. Eram politicamente corretos. Houve pressão sobre eles para assumirem posições mais conservadoras e radicais nas eleições de 2010 e 2014.

 Mas a partir de 2018, vimos no Brasil que a direita achou uma voz, um rosto e alguém que os representasse. As opções de centro-direita e direita liberal, representadas em 2018 por Alckmin e Amoedo respectivamente foram rejeitadas. 

Em Bolsonaro, a direita saiu do centro e foi mais para os extremos, assumindo aquilo que queriam expressar mais estavam se sentido sufocados de não poder falar. Queriam dizer que eram a favor das armas para a população civil, queriam dizer que tem que ter pena de morte no Brasil, queriam dizer que não concordavam com esse negócio de inclusão seja na área de gênero ou até racial e social. 

Queriam dizer que num púlpito ou altar de igreja pode-se falar o que quiser sobre qualquer pessoa sem ser ameaçado com processo. Que querem ser politicamente incorretos, poder xingar, falar palavrão, voltar a fazer piadas sobre qualquer pessoa. 

Poder dizer que a ditadura não foi ruim no Brasil, aliás foi até light, devia ter matado mais do que matou. Que uma ditadura hoje não seria má ideia desde que seja de direita e cristã. O fim do PSDB mostra que o centro se tornou pequeno e os extremos cresceram.

Usei o PSDB como exemplo porque foi o partido que votei de 1989 a 2018.