quinta-feira, 2 de maio de 2013

Subsídio para EBD - Conflitos na Família

Foi o pai da psicanálise, Freud que mostrou como boa parte do “nó” humano se ata à sexualidade. Ora, isto já inclui a família.

Sexualidade, sexo, convívio, procriação, criação, ensino, aprendizado, manifestações de vida e personalidade, crises pessoais, angustias existênciais, competições, invejas, desvios de curso na vida, medo de amar, compulsão de amores,etc. Enfim, tudo isto passa pela família.

Mas se o problema é a família, a solução é em família! A Bíblia trata a família sem romantismo. A família é lugar de vida, esperança e alegria. A família é lugar de angustia, engano, disputas e alterações dramáticas de destinos.

Tudo começa com a mulher que seduz o homem, e o homem que deseja ser seduzido pela mulher: Adão e Eva.

A história de Caim e Abel, mostra que na família pode haver invejas e ódios homicidas. Noé sobrevive ao Dilúvio, mas não sobrevive a curiosidade sexual de seu filho Cão.

Abraão anda com Deus, .mas não consegue andar com o sobrinho Ló: interesses econômicos determinam roteiros diferentes para eles.

Abraão, Sara e Hagar, formavam um triângulo de interesses procriativos, e também mostra que a ocorrência de barriga de aluguel é bem antiga, que se transformou num “caso” para o qual nenhuns dos três implicados estavam preparados.

A barriga alugada se sentiu dona (Hagar), a proprietária (Sara) logo viu que ela era a dona legal, mas já não era a dona real. Abraão achou fácil “anuir” ao pedido de Sara para que engravidasse Hagar, .mas sofreu quando a decisão de Sara, e Hagar teve que partir.

Os filhos de Abraão: Ismael e Isaque, nunca se deram bem, e suas descendências não se entendem até hoje. Raquel e Lia...que desgraça! Duas irmãs amando e disputando o mesmo homem a vida toda.

Jacó e Esaú: que tragédia!  José e seus irmãos: que providencial maldade!
Moisés, Miriam e Arão: que invejas ridículas!

Hofni e Finéias, filhos de Eli...quanta dor para o pai: Icabode: foi-se a Glória de Israel!
Samuel, o homem que denunciou os filhos de Eli e que ungiu Davi. Porém, ele não deu sorte com os próprios filhos.

Elcana, pai de Samuel já soubera antes do filho que em família nem sempre se tem só o que se quer, e que freqüentemente, tem-se que carregar o que não se deseja.

Davi é interpretado como os irmãos como um presunçoso, arrogante, e cuja valentia era apenas um “show de supremacia” sobre os demais.

Davi e Saul: a pior história de genro e sogro de toda a Bíblia. Davi e Mical: um casamento político e acaba em política de casamento. Saul e Jonatas...separadamente juntos até a morte...

Davi e seus filhos:
Amnom ama a irmã Tamar: incesto. Absalão vinga a irmã: fratricídio. Absalão se insurge contra o Pai, Davi: rebelião e morte. " Absalão, Absalão, meu filho Absalão"!—é o eco eterno da voz do pai Davi ante o filho morto.

Davi, Urias e Bateseba: desejo, paixão, prazer. Depois então, engano, morte, perdas, tristezas, luto, e a continuação da vida.

Oséias, o profeta padeiro, teve que conhecer o casamento, por ordem divina, como vergonha: casou-se com Gomer, a mulher dele e de todos.

Mateus nos faz viajar pela genealogia de Jesus, que tem todo esse pessoal e suas angustias familiares como cenário, para nos dizer que a família é o problema, mas que a solução vem em família. Jesus é a solução que emerge das desolusões familiares e de suas próprias dissoluções.

A pergunta é: o que Jesus ensina sobre família? Há duas coisas que Jesus ensina sem falar acerca de família.

A primeira é que a família é sempre a última a enxergar a gente. O evangelho de Marcos nos fala disso (Cap. três). Seus familiares foram “prendê-lo” porque diziam que Ele “estava fora de si”.

A segunda fala vem de um ato da Cruz. “Mulher, eis aí o teu filho”—diz ele a Maria, mostrando-lhe o jovem apóstolo João. “Eis aí a tua mãe...”—conclui Ele. João a levou para casa. A família biológica e cultural freqüentemente não nos enxerga. Assim, é na Cruz que as pessoas podem se fazer família e se perceberem umas às outras.

Jesus não tem muito a dizer sobre família apenas porque tudo o que Ele diz passa pelo coração da família. O Evangelho é boa nova para todo o povo. É para todas as famílias da terra.

Portanto, o Evangelho é a mensagem de Deus para a família...e não apenas aqueles textos—que acabaram virando lei morta—que falam de e em família.

Os princípios para a vida em família são os mesmos para a vida. O que quereis que os homens vos façam...fazei isto mesmo vós também a eles! Assim, quem quer...dá!

Quantas vezes devo perdoar? Sete vezes? Em verdade eu vos digo...até 70X7: 490...por dia...se ele vier...o teu irmão...ou quem quer que viva assim, ao seu lado...e reconhecer a atitude patética...perdoa-o—diz insuportavelmente Jesus.

Mas não se precisa ficar na relação adoecida. Pode-se perdoar e se separar perdoadamente.
Perdão não é prisão...é libertação.

Em família Jesus sabe que há invejas e mágoas. Um filho aventureiro pode produzir um sentimento de amargura num outro filho neuroticamente responsável: o pródigo e seu irmão mais velho que nos contem a história.

Mas ao começar Seu ministério numa festa de casamento e ao fazer isso melhorando o vinho. Ou seja, Jesus apontava para a possibilidade de uma qualidade humana e relacional melhor no vinculo e na celebração do casamento.

Casamento tem que ser acasalamento de corpo, alma e espírito—não um papel com firma reconhecida ou um convite para uma liturgia religiosa, apenas! Casamento que não é acasalamento...é casulo...e nesse casulo lagartas não viram borboletas, mas cascavéis.

No N.T. o casamento não quer ser regido por leis, mas por amor. Eu nunca aconselhei nenhuma mulher que tenha me dito: Pastor, fale ao meu marido que cumpra o mandamento do amor conjugal, conforme Efésios Cinco!

Qual a mulher que gostaria de ouvir o seu marido dizer:
Ó vem, amada minha...eis que agora amar-te-ei como Cristo amou a Igreja...ofereço-me a ti em sacrifício—e apontar para a cama...?

O que vejo são homens demandando que suas mulheres os obedeçam, sem que as amem.
Assim, a mulher quer amor...e não o mandamento do amor. E os homens querem o mandamento da submissão, e não o amor que seduz e gera submissão e fidelidade na mulher pela via da conquista e da admiração.

Portanto, até mesmo os textos neotestamentários sobre casamento podem virar letra que mata, deixando de ser espírito que vivifica. O desejo de Paulo era que o casamento fosse algo leve. As circunstancias da vida eram difíceis (ICo Sete). Assim, diz ele, “os casados sejam como se não fossem”. Desse modo, o casamento passa a ser uma experiência-vivencia-existencial.

Aliás, é nessa direção que o sonho messiânico do V.T.—expresso por Malaquias—e que se cumpre no N.T. no nascimento de João Batista, nos aponta. O sonho é que os corações dos pais se convertessem aos seus filhos e vice-versa.

Desse modo, somos outra vez trazidos para a essência do Evangelho: ver a vida com os olhos do outro (pai ou filho), amar não para fazer o que outro acha bom, mas para realizar aquilo que a consciência chama de Bem!

Em família, não há formulas. Em família a única fórmula é aquilo que não nos dá forma nenhuma, pois, em si mesmo, já é a antiforma, que é a Graça, que sendo favor imerecido, acaba cabendo em todas as formas e ganhando todas as caras, isso se houver coração de um convertido ao coração do outro.


terça-feira, 30 de abril de 2013

Igreja Católica excomunga padre por defender homossexuais


A Igreja Católica anunciou nesta segunda-feira a excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, de Bauru (SP). O padre é acusado de cometer heresia e de ferir os dogmas da fé religiosa ao divulgar na internet suas opiniões sobre o tratamento dado pela Igreja Católica aos temas sexuais. Nos vídeos, o padre critica a igreja por manter uma posição considerada retrógrada sobre a relação de parceiros bissexuais e do mesmo sexo.
Segundo a Diocese de Bauru, o padre Beto foi excomungado por um padre perito em Direito Canônico, nomeado juiz, chamado pelo bispo de Bauru, Dom Frei Caetano Ferrari, para estudar a situação. Ao analisar o caso, o juiz chegou à conclusão de que Beto poderia ser excomungado e também enfrentar um processo de demissão do Estado Clerical, que será enviado para o Vaticano. A Igreja se revoltou porque as opiniões do padre chegaram em vídeos enviados à Confederação Nacional dos Bispos, ao Núncio Apostólico e até ao Vaticano.
O anúncio de excomunhão foi feito em nota divulgada pelo bispado e assinada por um Conselho Presbiterial Diocesano. A nota explica a convocação do padre perito em Direito Canônico, nomeado como juiz-instrutor e diz que houve tentativa de um último diálogo, mas que Beto reagiu agressivamente, recusando o diálogo. Diante da negativa, que teria ocorrido na presença de cinco membros do Conselho dos Presbíteros, decidiu-se pela excomunhão.
"O referido padre feriu a Igreja com suas declarações consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica, contra a moral e pela deliberada recusa de obediência ao seu pastor (obediência esta que prometera no dia de sua ordenação sacerdotal), incorrendo, portanto no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos", diz a nota.
Fogueira
Padre Beto disse que foi pego de surpresa. Pelos vídeos divulgados há duas semanas, ele foi advertido pelo bispo de que deveria retirar os vídeos da rede social e internet e fazer uma retratação, cujo prazo terminaria nesta segunda, mas ao chegar pela manhã para entregar a carta de demissão, ele foi levado para uma sala, onde havia cinco pessoas, o juiz e uma cadeira vazia. "Fiquei surpreso porque fui cumprir o combinado com o bispo, que era para eu manifestar até hoje e não participar de uma reunião", contou padre Beto.
"Quando me sentei na cadeira, perguntei se aquilo era um tribunal e se a cadeira era para o réu. Como me disseram que era e que eu seria o réu, eu me levantei e disse que estava ali para entregar a carta, mas eles me disseram que não aceitaria a carta e que eles é que iriam me demitir", contou. A situação, segundo Beto não durou mais de sete minutos. Ele então registrou a carta em cartório para que fosse levada ao bispo por um oficial de Justiça, mas o bispo não a recebeu.
Demissão
Padre Beto disse que não vai tomar qualquer procedimento com relação ao caso. "Dou graças a Deus que hoje em dia não existe mais fogueira, senão eu estaria queimado a essa hora", afirmou. Segundo o padre, ele vai sobreviver com as aulas que leciona em três em faculdades, em cursinhos de segundo grau e com suas palestras. Para ele, sua excomunhão e possível demissão tem outra causa. "É fruto de intrigas ''hierárquicas'', de colegas e gente invejosa que existem dentro da igreja", disse.
O bispado informou que o juiz-instrutor tem autoridade para fazer a excomunhão. O juiz e o bispo não quiseram dar entrevista, mas a igreja informou que padre está excomungado, privado de celebrar e receber todos os sacramentos e que enfrentará agora um processo de demissão do Estado Clerical. O processo é sigiloso, iniciado na Diocese e enviado ao Vaticano por se tratar de matéria reservada à Santa Sé, que é a responsável pela sentença definitiva. A partir daí, o réu não poderá mais se chamado de padre e fica impedido do exercício do ministério sacerdotal. Já a excomunhão é a privação da recepção de qualquer sacramento, mas se o padre demonstrar arrependimento a Igreja poderá retirar a excomunhão, mas não a demissão do Estado Clerical.
 

Meu Comentário: Se em vez de um padre fosse um pastor de uma igreja evangélica, como seria o enfoque na matéria dado pela mídia?

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Padre Marcelo Rossi critica atuação de Marco Feliciano


Meu Comentário: Concordo com o Padre Marcelo, quanto a dizer que os líderes religiosos não deveriam serem candidatos a cargos políticos. Nenhum pastor deveria se candidatar como pastor, e muito menos em nome de Deus. Quem desejar pleitear um cargo desses, deve fazê-lo em nome de sua própria consciência como indivíduo/cidadão, e nunca em nome da igreja e muito menos em nome de Deus. Fazer isso é ideologizar a Deus e a igreja, e o fim é sempre blasfemo e corrompido. Portanto, não sou contra cristãos na política, porém sou veemente contrário à utilização da igreja para esse finalidade.