sexta-feira, 17 de julho de 2015

Bispo Manoel Ferreira e Pastor José Wellington - caminhos cruzados dos líderes da Assembléia de Deus

A foto abaixo foi tirada no dia 03 de setembro de 2014, durante a 4ª Escola Bíblica Nacional (EBN) da CGADB no templo sede da Assembleia de Deus em Uberlândia (MG). Quando houve o encontro dos dois líderes das duas grandes convenções assembleianas. Manoel Ferreira (presidente da CONAMAD) foi homenageado no evento promovido pela Convenção Geral e congratulou-se com o pastor José Wellington Bezerra da Costa (presidente da CGADB).

As homenagens, divulgada amplamente nas redes sociais são um bom momento para se refletir sobre a vida e trajetória dos dois aclamados líderes assembleianos, que apesar das gentilezas trocadas, há 25 anos chegaram a um ponto de discordância irrevogável.

Ferreira e José W. B. da Costa: turbulência no passado, amizade no presente
Líderes de ramos assembleianos divergentes, Ferreira e José Wellington possuem muitos pontos em comum em suas carreiras ministeriais. Nascidos na década de 1930, tanto Manoel como José Wellington são de origem nordestina, mas com vida profissional e familiar construída em São Paulo. Ambos foram ordenados ao pastorado nos anos 60, e chegaram ao topo ministerial em seus respectivos ministérios na década de 80. Os filhos dos dois cardeais das ADs, também são pastores das principais igrejas de Madureira e do Belenzinho, e estão nos conselhos das editoras ligadas a cada Ministério.
 
Nos anos 80, mais precisamente em 1982, Paulo Leivas Macalão (PLM) de Madureira e Cícero Canuto de Lima (Belém) faleceram após longos anos de liderança e trabalho. José Wellington já havia assumido o Ministério do Belém (SP) dois anos antes. Ferreira ainda antes da morte de PLM era um nome em ascensão em Madureira, e em parceria com Lupércio Vergniano conseguiu superar as pressões sobre o Ministério após o desparecimento de Macalão.
 
Portanto, ainda experimentando o reconhecimento e as responsabilidades de liderar grandes igrejas, Ferreira e José Wellington encabeçaram duas das 4 chapas concorrentes à presidência da CGADB em 1983. Foi uma eleição muito disputada, onde a diferença de votos entre os dois foi pequena. O líder de Madureira recebeu 683 votos e José Wellington 655. Segundo o próprio Ferreira em suas memórias, após a divulgação dos votos "houve um alvoroço", sendo que o próprio Wellington pediu uma nova apuração dos votos. Para sua decepção, na recontagem a diferença aumentou...
Quatro anos depois estariam de novo em lado opostos. Ferreira na chapa de Madureira como presidente e José W. B. da Costa como vice na chapa encabeçada por Alcebíades P. Vasconcelos. Foi uma eleição polêmica, onde as diferenças entre os Ministérios se exacerbavam. O abraço cordial que o derrotado Ferreira deu no recém-eleito Alcebíades (foto de destaque no Mensageiro da Paz) não correspondia à realidade, pois a cisão seria uma questão de tempo.

Pastor José Wellingon conta em sua biografia, que as diferenças entre pastor Alcebíades e pastor Manoel eram agudas, mas a morte do presidente da CGADB em maio de 1988, fez com que, nesse momento de crise, mais uma vez os dois destacados líderes se antagonizassem. Foi na liderança de Wellingon que ocorreu o desligamento da Convenção de Madureira da CGADB.

Mas a vida segue, e Manoel Ferreira hoje é presidente vitalício da Convenção Nacional de Madureira. O poder do clã Ferreira é evidente no Ministério, assim como certos exotismos para os antigos padrões assembleianos, como, por exemplo, a titulação de bispo dada a Ferreira, assim como as separações de pastoras para o ministério.

Pastor José Wellington após a crise, a qual culminaria com a saída de Madureira, se consolidou como presidente da CGADB, e agora tem o desafio de fazer um dos seus filhos seu sucessor na Convenção que preside por vários anos. Possui, ao contrário de Ferreira um discurso mais conservador e, aglutina em torno se si os principais líderes das ADs no Brasil.

Sobre os rumos que cada um deles tomou depois de 1989, talvez tenha sido melhor assim, pois são dois líderes com muitos interesses e representatividade para conviver em uma única convenção. Como bem salientou o próprio pastor José Wellington "Hoje somos amigos. Eles tocam a vida deles e nós tocamos a nossa".
 
Bibliografia:ARAÚJO, Isael de. José Wellington - Biografia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012
ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
 
FERREIRA, Samuel (org.) Ministério de Madureira em São Paulo fundação e expansão 1938-2011. Centenários de Glórias. cem anos fazendo história 1911-2011 s.n.t.
 
 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Apóstolo Paulo e o "silêncio das mulheres na igreja"

Paulo trata em I Timóteo 2 e I Coríntios 14 de “um lugar para a mulher no contexto daqueles dias.” Ele, sabiamente, aplica o bom senso a fim de que a igreja não esticasse demais os limites, tanto da consciência judaica—que vivia catando razão para perseguí-lo e acusá-lo—, como também respeita as necessidades de “contextualização” da Palavra aos seus dias e circunstâncias.

Assim, o que lemos em Paulo, quando ele proíbe a mulher de falar na igreja é apenas o Aplicativo Circunstancial. O que equivale, como aplicativo, a usar véu sobre a cabeça, costume que acabou completamente no Ocidente, e ninguém se sente em “transgressão”, pois, de fato, não há ali uma moda cristã, mas um aplicativo circunstancialmente simbolizador de um outro Principio: o da submissão da mulher ao marido, e a consciência da mulher quanto à proteção espiritual que aquele vinculo, sendo saudável, promoveria. Assim, a palavra véu, é, de fato “autoridade”. Ora, manteve-se o Princípio—a inter-dependência entre homem e mulher; a submissão da esposa ao marido; e a proteção espiritual que o reconhecimento de autoridade faz ecoar no mundo espiritual—, mas descartou-se o Aplicativo simbolizante, o véu.

O Princípio, todavia, era outro; e bem mais amplo que o Aplicativo Circunstancial.

Foi o próprio Paulo que disse em Galátas 3:28, que
“em Cristo não homem, nem mulher; nem escravo, nem liberto”...nem diferenças raciais a serem levadas em consideração!
 
A igreja de Corinto era composta de conversos de origem judaica e grega (Atos 18:4), como também a igreja em Éfeso (Atos 19:8-10), sendo essa última pastoreada por Timóteo quando ele lhe escreveu a carta pastoral. Nos serviços religiosos das sinagogas da época, as mulheres judias assumiam uma atitude passiva, permanecendo separadas dos homens e comportando-se com decoro e discrição. Já o paganismo grego de Corinto estimulava uma participação litúrgica feminina proverbialmente irreverente e imoral. Alusões são encontradas a cerca de mil prostitutas cultuais que atuavam no templo dedicado à Afrodite (deusa do amor), na Acrópole daquela cidade.


O conselho de Paulo em 1 Coríntios 14:34 e 35 pode ter sido motivado pela manifestação de resquícios de irreverência litúrgica entre as mulheres que aceitaram o cristianismo, provenientes do paganismo. Endossando essa posição, Jack J. Blanco parafraseou interpretativamente esse texto, em sua The Clear Word, da seguinte forma: “Como em nossas sinagogas, as mulheres que freqüentam a igreja não deveriam falar em voz alta e comportar-se de maneira repreensível, como fazem nos templos pagãos, mas permanecer em silêncio e prestar atenção, como a lei ordena, de modo a não ofender os crentes judeus. Se vossas mulheres não conseguem entender o que está sendo ensinado, não deveriam interromper o pregador, mas esperar até chegarem em casa e perguntarem a seus maridos. Embora as mulheres pagãs falem em voz alta e interrompam os outros nos lugares de culto, é desonroso a uma mulher cristã comportar-se dessa maneira.”
Ora, Paulo também havia dito que se alguém era escravo, mas aparecesse a oportunidade da libertação, que a pessoa aproveitasse a chance, já que, em Cristo, toda escravidão deveria acabar. O mesmo se pode dizer do racismo, ou de toda forma de preconceito.

Por que, então, o Princípio de aplica a todas as categorias—escravidão, racismos, etc...— e não pode ser aplicado às mulheres em havendo “momentum”? Simplesmente não faria sentido ser diferente.

Paulo trata a questão aparentemente deixando as mulheres no banco, caladas, aprendendo com seus maridos.

Todavia, tanto nos dias dele—basta ver a quantidade de mulheres que ele menciona como “cooperadoras” em Romanos 16, e, até, faz uma alusão a um casal de apóstolos que já estavam no Senhor antes dele, como em qualquer outro tempo, sem as mulheres não teria havido igreja.




quarta-feira, 15 de julho de 2015

A nova revista lições bíblica de jovens - editora CPAD

 
Neste 3º trimestre de 2015, estamos estudando na Escola Dominical a lição de jovens com o tema: Novos Tempos, Novos Desafios - Conhecendo os Desafios do Século XXI. Os comentários das lições são do Pastor César Moisés Carvalho. Veja o sumário da revista abaixo:

Lição 1 - A Igreja em um mundo Novo
Lição 2 - O Processo de Globalização
Lição 3 - O terrorismo marca o Novo Século
Lição 4 - A Era da Informação Instantânea
Lição 5 - As Epidemias Globais
Lição 6 - O Avanço Científico
Lição 7 - As Catástrofes Ambientais
Lição 8 - As mudanças dos Valores morais
Lição 9 - A Nova religiosidade
Lição 10 - A Ascensão Econômica
Lição 11 - A Superexposição midiática da Igreja
Lição 12 - A Secularização mais Presente
Lição 13 - A Igreja do Século 21


Quero parabenizar em primeiro lugar a CPAD, pois tanto as lições de Jovens como as de adulto estão nota 10, neste ano. No trimestre passado, eu já tinha gostado muito da lição de jovens e vem agora essa com a temática muito atual. Meus parabéns também para o Pr. César Moisés, comentárista da revista, também blogueiro, e que tive o prazer de conhecer pessoalmente.