Duas tragédias de grandes proporções,
atingiram dois países asiáticos. Um forte terremoto na China e um terrível
ciclone em Miamar. Os dois eventos, provocaram a morte de milhares de pessoas.
Geralmente, quando acontece tais fatos, as
pessoas querem saber, o “por que”. Citam como motivo, a religião ou a falta de
religão dos moradores de um determinado lugar, que, segundo este pensamento,
causaram a “ira de Deus” sobre o lugar.
Vamos ler, um texto da Bíblia que está em
Lucas 13:1-5:
"Neste mesmo tempo,
contavam alguns, o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos
misturara com os seus sacrifícios. Jesus toma a palavra e lhes pergunta:
Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros
galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos
arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. Ou cuidais que aqueles dezoito
homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do
que todos os demais habitantes de Jerusalém? Não, digo-vos. Mas se não vos
arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo". Lucas 13:1-5.
Assim falou Jesus, analisando um desastre.
E é, nesse ambiente de, "aparente silêncio de Deus", que os teólogos
ficam desorientados. O Tsunami na Ásia (2004) e o furacão Katrina (2005) em
Nova Orleans-EUA, provocou não só tragédias àquelas populações que lá viviam.
Provocou também, "furacões e tsunamis" nas cabeças de muitos
teólogos. Na ânsia de quererem justificar Deus e terem respostas, criaram
praticamente, um "deus" humanístico. Que o digam, os defensores da
Teologia Relacional ou do Processo.
Jesus não deu nenhuma resposta a tais
questões. Apenas tratou o mundo, como ele era. Todavia, não tentou ser seletivo
quanto, às calamidades humanas. A leitura do livro de Eclesiastes, acaba com
essa nossa visão, de bem e mal na Terra. Isto porque, diz o Eclesiastes, a
Terra é habitada pela injustiça. “O que ocorre ao injusto, ocorre ao justo
também”— diz o Eclesiastes 9:2. Em cada indivíduo, Deus tem um propósito único,
razão pela qual, não se pode ter uma filosofia do bem e do mal universal, posto
que, não sabemos nada sobre Deus e um homem; e, ainda, não teríamos como saber
de modo algum, posto que a relação de Deus com os indivíduos é pessoal, e os
aplicativos de Seu amor, muitas vezes, colhem inocentes em calamidades, visto
que para Deus, a morte não é o que representa para nós. Para nós, nada há pior
do que morrer. Para
Deus, muitas vezes, nada há pior do que
existir na Terra. Isto porque, para Ele todos vivem. Segundo Mateus 22:32, Deus
é Deus dos vivos e não dos mortos! Quando Jesus falou esta frase, citando
Abraão, Isaque e Jacó, eles estavam mortos à séculos. Mas segundo Jesus,
perante Deus, estavam vivos. E isto, o põe para além das coerências e
explicações humanas! A leitura dos salmos, parece abrir tal fato para além de
nossa compreensão. Ele destrói povos; levanta reis e os abate; trás calamidades
e as faz cessar; explode vulcões, e, paradoxalmente, envia estações de fruto...
As “testemunhas que clamam debaixo do altar” no Apocalipse, dizendo: “Até
quando não vingarás o nosso sangue?”— são todos os que foram vítimas da ação
maldosa do homens, assim como também podem ser vítimas de catástrofes que os
abateram, no ato de se eliminar um mal maior, e que por eles não foi provocado.
A leitura também do Apocalipse, mostra
que, no enfrentamento das Bestas e do Falso Profeta, multidões morrem, e a
Terra toda geme. Imaginamos sempre, Deus exercendo juízo sobre a Terra, de modo
cirúrgico e seletivo, o que tanto não é conforme a Revelação da Palavra, como
também não se parece com a realidade. O justo anda pela fé, também porque não
conhece os caminhos de Deus!
Todavia, muitas das presentes calamidades,
são produzidas pelos homens, pelo seu egoísmo, pela sua Síndrome de Torre de
Babel, quando decidem usar a Terra como quintal. Num mundo como o nosso, que
polui a criação, a devasta, a torna lixo, e trata a Terra como algo
desprezível, Deus não tem que fazer nada.
Nesse caso, Sua Soberania é deixar a
natureza seguir seu curso de revolta! Deus não dá explicações! Nem mesmo a Jó,
Ele deu explicações. E quando chegou a hora de falarem os dois, Deus não tratou
do sofrimento humano, mas apenas evocou Sua Soberania, com os terríveis “onde
estavas tu?”— dirigidos a Jó. Na História, os pobres, os humildes e os fracos,
são sempre os que morrem em razão das decisões dos poderosos. Por isto, deles é
a Terra Por Vir (dos mansos) e também deles é o reino dos céus (dos humildes).
Os ilustrados e certos de que existe uma
explicação para as coisas desta vida, são os que sofrem buscando fazer Deus
palatável para os sabores humanistas. Ele, todavia, abate a quem quer e levanta
a quem deseja. Nele trevas e luz são a mesma coisa. Ele cria a luz e Ele mesmo
faz as trevas. Ele reina sobre tudo e todos. Nossa visão é muito limitada! Os
teólogos, ficam buscando uma “explicação”. Mas aquilo que implica na Soberania
de Deus, foge à compreensão! A pergunta é: “Quem pecou?” A resposta é: Ninguém
pecou; e, também, todos pecaram! De modo que o que Jesus disse acerca das
calamidades, volta com força esmagadora: “Mas se vós não vos arrependerdes,
todos igualmente perecereis”.
O
justo vive pela fé, sobretudo, onde não há explicações a serem dadas! Mas que,
os presentes ventos, já sopram o inicio do vendável do juízo de Deus, sobre a
humanidade e sobre o Planeta que nós estamos destruindo, disso, não tenha
dúvida alguma.
"E haverá em vários
lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas
espantosas, e grandes sinais do céu". Lucas 21:11