O presidente da Convenção das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), pastor José Wellington Bezerra da Costa Júnior, disse que o pré-candidato à Presidência do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, está proibido de entrar em uma Assembleia de Deus para promover sua campanha.
A orientação teria sido infomada aos líderes da denominação durante a última Reunião de Obreiros do Ministério do Belém, em São Paulo, mas supostamente poderá se estender para os demais estados do país.
De acordo com um vídeo que circula nas redes sociais, o líder da CGADB afirma que alguns pastores insistem para que ele permita a visita do petista no templo sede da AD Belém.
“Não cabe, irmão, o inferno não tem como entrar no lugar santo”, destacou o pastor Wellington Júnior.
Vale lembrar que, na última semana, o Partido dos Trabalhadores abriu uma ação no Tribunal Superior Eleitoral contra o pastor José Wellington, o presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Sóstenes Cavalcante, por conta da participação dos políticos na 45ª Assembleia Geral Ordinária da CGADB.
A nossa igreja tem o seu perfil. A nossa igreja tem o seu posicionamento. Não adianta ficar em cima do muro não, ou é ou não é. Ou somos pelos preceitos morais, ou somos contra o aborto, ou somos contra a ideologia de gênero. A igreja quer vê a nossa posição! A igreja não quer vê Pastor em cima do muro!”, completou o pastor José Wellington.
Segundo informações que circulam nos bastidores, os pastores de todo o campo eclesiástico também foram orientados a não receber Lula em suas igrejas ou algum político aliado do petista.
Fonte: https://www.fuxicogospel.com.br/2022/05/pr-jose-welligton-junior-proibe-a-entrada-de-lula-na-assembleia-de-deus.html
Meu Comentário: Eu lamento que a eleição esteje caminhando para esse lado. Ou melhor a atitude dos líderes evangélicos, pelo menos os das maiores igrejas.
Sou assembleiano há 40 anos. Comecei a trabalhar na obra do Senhor como cooperador desde 1983. Sou pastor há 20 anos. Mas não concordo como a política vem sendo tratada. O referido pastor tem todo o direito de ter sua preferência eleitoral assim como todo cidadão brasileiro. Eu mesmo, nunca votei no Lula e nem vou votar nele esse ano, assim como também não votei e não voto no Bolsonaro.
Mas o que está havendo é outra coisa: receber político em eventos evangélicos sempre ocorreu no Brasil, inclusive dentro dos templos. Então o presidente Bolsonaro estar na Convenção Geral, é algo normal.
Assim como ele, Dilma também ia em templos evangélicos inclusive na Assembléia de Deus, Universal entre outros. O PT ao meu modo de ver deu um tiro no pé ao entrar com a ação contra o presidente da CGADB e deputado Sóstenes por isso, porque eles também visitam templos em época de eleição e até fora de época como a visita da ex-presidente Dilma na inauguração do Templo de Salomão.
Aí o líder assembleiano toma essa atitude que eu não lembro de nada parecido no Brasil pelo que leio na história do nosso país. Nem o Edir Macedo fez algo assim em 1989, quando na eleição chamava Lula de "diabo" e depois o partido criado por representantes da Universal se alinharam ao governo do PT de Lula. Em 2007, Lula e Macedo foram filmados e fotografados juntos na inauguração do canal Record News. No governo Dilma, o sobrinho de Macedo, Marcelo Crivela chegou a ser ministro no governo petista.
Primeiro, ele não pode proibir Lula nem ninguém de entrar em um templo evangélico. Se o Lula chegar lá na porta do Belenzinho eu duvido que vão pelo menos tentar impedir um ex-presidente da República de entrar no templo. Ele pode não lhe dar a palavra no púlpito, isso é direito dele como pastor a franquear a palavra a quem quiser.
Talvez também, o pastor tenha sido mal interpretado, ao dizer que negaria que ele fosse ao templo fazer campanha, mas não negaria sua entrada no recinto religioso.
Ele poderia entrar como qualquer visitante, mas não teria espaço para fazer política. Isso além de aceitável deveria se extender a todos os políticos. Porque culto não é lugar de pedir voto e apoio para ninguém, como eles fizeram última convenção chamando o atual presidente de "nosso pré-candidato". Aí é processo judicial por infringir a lei eleitoral mesmo, não adianta chorar.
Só lembrando que a Dilma já teve apoio dos mesmos líderes evangélicos e um dia já bateram palmas para Lula em evento onde os mesmos que agora o criticam aplaudiam quando ele vetou artigo do Novo Código Civil que comparava as igrejas a clubes de futebol empresas, dizendo que sua diretoria teria que ser eleita com mandato determinado.
Veja os vídeos abaixo e tire suas próprias conclusões: