Mateus Moraes, 13 anos, foi talvez o único aluno que teve a clemência do atirador Wellington Menezes, na Escola Municipal Tasso Vieira, em Realengo. Enquanto o criminoso disparava, frio e impassível contra seus colegas, Mateus orava perto do quadro negro, sem ser incomodado, na sala 1801, no primeiro andar do prédio da escola. Eu estava em pé e era um dos mais nervosos. Pedi para ele não me matar, e ele disse: ‘Fica tranqüilo que não vou te matar.’ E não atirou em mim”, contou o menino. Uma possível explicação, acredita Mateus, é o fato de que ele ficou o tempo todo orando. Fiel da Igreja Assembleia de Deus, o menino atribui a uma força superior o fato de ter saído vivo do ataque. “Deus me protegeu.” O atirador andava calmamente pela sala, disparando contra as crianças, principalmente na cabeça e no tórax. De acordo com a Polícia Militar, Wellington invadiu a instituição de ensino por volta das 8h e disparou contra alunos. A direção da escola informou que o homem – que era um ex-aluno – se passou por um palestrante para entrar na instituição de ensino. Ao chegar ao local, primeiro ele teria procurado uma professora que já tinha lhe dado aula no passado. Como não a encontrou, subiu para o primeiro andar, foi em duas salas do oitavo ano do Ensino Fundamental e efetuou disparos.
Fonte: Publicado originalmente no IG
MEU COMENTÁRIO: Os pais desse menino devem estar dando graças a Deus por este livramento. Qualquer um estaria. Mas houve uma irmãzinha da Igreja Presbiteriana de Piraquara, que fica exatamente ao lado da escola, que foi uma das vítimas. Veja um breve relato abaixo:
"Email da nossa irmã Damaris Botelho Celestino, presidente da Sinodal do Trabalho Feminino, para a Presidente Nacional do Trabalho Feminino, Ana Maria Prado, informando sobre a Tragédia na Escola Municipal Tasso de Oliveira. A irmã Damaris é também professora da rede municipal. Damaris Botelhopara Ana, bcc: mim Querida Presidente, boa noite! ESTAMOS DE LUTO! Como é do seu conhecimento, aliás, do conhecimento nacional e internacional, o Rio de Janeiro sofreu, esta manhã, uma tragédia. A escola onde tudo aconteceu fica ao lado de uma de nossas igrejas, do Sínodo Carioca. Estamos muito tristes. Há muitos feridos e alguns mortos, inclusive uma menina de 13 anos, a Larissa, da Igreja Presbiteriana da Piraquara-Realengo. Os pastores daquela igreja estão abrigando muitos e visitando os hospitais onde estão os feridos. Dos alunos atingidos que morreram há 10 meninas. Uma delas, a Larissa, faleceu, mas suas amiguinhas atingidas, que sobreviveram, estão com os rostos irreconhecíveis. O atirador invadiu a sala de aula, mandou as meninas, e somente as meninas, levantarem-se e atirou nos seios e na cabeça de cada. Cinco professores da escola, que são meus amigos de trabalho, infartaram. Ainda não tenho notícia deles nem da família da menina, que frequenta a igreja. Peço-lhe que ore em favor da família de Larissa, da IPB de Piraquara e dos pastores João Luiz, Elias e Carlos Coutinho, assim como por todas famílias enlutadas e por nossas igrejas do Sínodo Carioca. Em oração, com muita fé e querendo mais de Cristo, Damaris Botelho".
As duas notícias mostram duas situações diferentes, um garoto evangélico que escapou da tragédia, pois apesar de terem morrido dois meninos, o alvo preferencial do maníaco eram as meninas. A outra notícia mostra que infelizmente uma menina evangélica por nome Larissa, juntamente com outras 11 crianças não tiveram a mesma sorte do garoto Mateus. A pior coisa a ser dita numa hora dessas é dizer que alguém escapou de uma tragédia porque era de uma determinada religião. Na hora da dor e da tragédia, não existem diferenças de relgião, todos estão no mesmo barco. Como pai só conseguia pensar nos pais e familiares daquelas crianças que hoje estão velando seus filhinhos. Que Deus possa estar dando o consolho do seu Espírito para todos eles! A verdade é que muitos cristãos não sabem o significado da verdadeira paz com Deus, que se instala em nós e que é fruto da justificação que eu tenho em Cristo, é que é paz tanto na alegria quanto na dor.
Sem essa paz com Deus, passamos a viver num estado permanente de suspeição contra o céus. Fica tipo assim: "Será que vai acontecer alguma coisa comigo hoje? Ih, meu Deus! perdi o táxi, será que por que tem alguma coisa?" É um sentimento de suspeição o tempo todo! O sujeito chega no aeroporto, na hora do vôo e tem medo do avião cair. Ou então, se ele perde o avião, já interpreta assim: "Ai, graças a Deus, vai ver que é porque ele ia cair". Se a aeronave era de 200 passageiros, ele então não está nem um pouco preocupado com os outros 199 que se entram lá dentro! É uma loucura, uma neurose, mas não são poucos os que vivem assim!