O lançamento de uma edição polêmica da Bíblia Sagrada com comentários contextualizados a partir da teologia inclusiva vem causando muita discussão nas redes sociais por causa do suposto envolvimento da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) no projeto.
Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel
A informação sobre o lançamento da “Bíblia Graça sobre Graça” foi veiculada pela coluna Nas Asas do Planalto, no site da revista
Veja Brasília. O responsável, pastor Marvel Souza, afirmou que a proposta é, através da Bíblia inclusiva, atrair pessoas de todos os segmentos: “Teremos um olhar especial para os homoafetivos, mas também para negros e toda sorte de excluídos”.
Marvel é homossexual e casado com Raphael Lira, e ambos dirigem a igreja inclusiva Comunidade Cidade de Refúgio, em Taguatinga, no Distrito Federal. A Redação do Gospel+ entrou em contato com o pastor e o questionou sobre os detalhes do projeto.
“Surgiu em nosso coração o desejo de produzir uma Bíblia que trouxesse comentários concernentes ao espaço das mulheres nas igrejas cristãs, o combate ao racismo, a inclusão de pessoas com necessidades especiais, e a inclusão eclesial dos homossexuais – as minorias, dentre outros assuntos. Para tanto, buscamos autorização para utilizar o texto da Almeida Revista e Corrigida – ARC, o que nos foi concedido em maio de 2014, então, passamos a formalizar tudo que tínhamos em relação ao projeto – trabalhos gráficos, pedido de ISBN, etc. Devido às oposições, temos procurado trabalhar com paráfrases e traduções do Hebraico e Grego também”, explicou Marvel Souza.
De acordo com o pastor gay, as igrejas que não reconhecem a teologia inclusiva têm feito pressão para que o projeto não siga adiante: “Desde que saiu uma matéria na Revista Veja Brasília, em abril de 2015, temos sofrido retaliações por parte de cristãos evangélicos que querem nos forçar a abortar o projeto, em vista de a obra contemplar, em especial, a inclusão eclesial dos homossexuais. As oposições se intensificaram após ter saído uma nota na Folha de São Paulo, do dia 25 de maio de 2015”, afirmou.
SBB nega participação: A SBB, mencionada pela Veja Brasília como parceira no projeto, negou a informação. Em uma nota enviada ao Gospel+, a editora negou que tenha se envolvido na publicação da “Bíblia Graça sobre Graça”:
“Em relação à nota ‘A Bíblia de Todas as Cores’, publicada na revista Veja Brasília, em abril último, a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) gostaria de fazer um esclarecimento. É importante ficar claro que esta Bíblia não é da SBB e nem o tema faz parte de sua linha editorial. Com a expectativa de ter esclarecido o assunto, a SBB agradece a atenção e coloca-se à disposição para dirimir eventuais dúvidas que ainda possam surgir”, afirmou Erní Walter Seibert, secretário de Comunicação, Ação Social e Arrecadação da SBB. O lançamento da Bíblia inclusiva deverá acontecer em agosto, na cidade de Brasília, e posteriormente em Rio de Janeiro e São Paulo, segundo Marvel Souza.
Mas o que muda na chamada "Bíblia Gay"? Se a versão em português for a mesma lançada em 2013 na língua inglesa, segunda a Revista Super Interessante (Edição 319 de junho/2013), traz algumas informações:
"Para parte dos cristãos, ser homossexual é errado - e é a Bíblia que diz isso. Mas um grupo de ativistas dos direitos gays discorda, diz que tudo não passa de erro de interpretação, e está lançando uma nova versão do livro sagrado para tentar provar isso. É a Queen James Bible, já à venda na livraria virtual Amazon. Seu título faz referência à King James Bible, uma das versões mais tradicionais da Bíblia em língua inglesa. O editor da Bíblia gay se identifica apenas como "Queer James" (James alegre). O livro traz oito alterações no texto bíblico [veja ao lado as principais], recebidas com críticas por grupos cristãos dos EUA - que acusam a nova versão de tentar legitimar a homossexualidade. O autor da Bíblia gay rebate. "Você não pode escolher sua orientação sexual. Mas pode escolher Jesus. E agora pode escolher a sua Bíblia também."
Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/
O QUE MUDOU
As principais alterações da nova versão
LEVÍTICO 18:22
Trecho "Não te deitarás com outro homem, como se fosse mulher no templo de Moloch"
Explicação Levítico tem duas passagens (18:22 e 20:13) que costumam ser utilizadas para dizer que a homossexualidade é pecado. A Bíblia gay altera esses trechos para dizer que o sexo entre homens só era errado se acontecesse no tempo de Moloch, um deus pagão.
CORÍNTIOS 6:9-10
Trecho "Nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados moralmente fracos, nem os sodomitas promíscuos, nem os ladrões (...) hão de possuir o reino de Deus."
Explicação As alterações tentam corrigir supostos erros ocorridos na tradução de termos gregos. Efeminado seria a tradução errada de malakoi, que significa "preguiçoso". Em sodomitas, teria havido erro de tradução de arsenokoitais, que significa "homem com muitas camas" - promíscuo, não homossexual.