sexta-feira, 2 de outubro de 2015

DEUS É LIVRE!

Creio que a salvação é só através da cruz de Cristo. Porém Cristo é sacerdote segundo a ordem de Melquizedeque e não de Arão (tribo de Levi -sacerdotal). Ele é o cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo.
 
Portanto, pare de dizer que foi salvo ou não foi, quem foi para o inferno ou não. Deus amou o mundo e ao mesmo tempo o julgou na cruz.
 
O Deus que muitos crentes pregam não é diferente do que eles criticam das religiões que praticam a idolatria: ele tem boca mas não... pode falar, tem mão não pode tocar, a menos que seja através da igreja.
 
Ora, Deus opera através da igreja e apesar da igreja. Deus é Deus! Ele salva quem quiser, quando e onde quiser! Com igreja ou sem igreja! Paulo ouviu um santo pregar (Estevão) e não se converteu! Se sua salvação dependesse da igreja, a Bíblia hoje estaria faltando treze livros.
Não sou contra evangelismo nem obra missionária, muito pelo contrário, prego o evangelho desde bem novinho! O que eu estou dizendo é que tem gente que ensina um Deus que é limitado, nem parece que é Deus! Ele só pode falar e operar através da igreja e da Bíblia. A Bíblia é a palavra escrita de Deus, mas Jesus é a Palavra viva! Tão viva que fala e opera através da Bíblia e da igreja ou sem elas!
 
Observação: Postei esse pensamento no meu facebook e agora estou postando aqui.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Matéria da Revista Carta Capital critica fundamentalismo cristão e eleva Jean Wyllys a representante Pop

Fundamentalismo cristão é um projeto de poder

Não há como negar a força política ancorada no fundamentalismo, hiperconservadora nos costumes e ultraliberal na economia, que está se consolidando.
 
O Estatuto da Família aprovado na última quinta-feira (24/09) por uma comissão especial da Câmara dos Deputados é o mais recente capítulo de um processo que vem se desenhando a conta-gotas no Brasil.
Definitivamente, o avanço do fundamentalismo religioso já não pode mais ser encarado como folclore ou teoria da conspiração. E não se trata apenas de marcar posição contra o casamento gay, odireito ao aborto, a regulamentação da prostituição ou a legalização do uso da maconha. O que está em jogo é um projeto de poder baseado numa pretensa “moralização” da sociedade brasileira.
Ao longo das últimas décadas, os fundamentalistas cristãos praticaram uma musculação discreta, anabolizada pelas isenções de tributos garantidas às igrejas na Constituição de 1988. Aos poucos, foram capilarizando sua influência. Os canais abertos de televisão se converteram em plataformas de propaganda religiosa.
Com a benção – e o dinheiro – do Ministério da Saúde, o tratamento dos dependentes de drogas foi delegado a “comunidades terapêuticas” comandadas por igrejas. Nas penitenciárias de todo o país, os detentos passaram a receber de missionários cristãos, e não de agentes do Estado, até itens básicos de sobrevivência, como escova de dente e papel higiênico.
O fundamentalismo cristão, refletido principalmente nos discursos das igrejas evangélicas neopentecostais, ganhou corpo arrebanhando fiéis entre os párias da sociedade brasileira: a camada mais vulnerável da população que o Estado desprezou e que os movimentos sociais não conseguiram mobilizar. Mas esse diagnóstico já não dá mais conta de toda a história.
Hoje, o pastor Silas Malafaia promete pagar os estudos do primeiro membro de sua igreja – a Vitória em Cristo – que for aprovado em Harvard. Na internet, jovens de classe média e alta defendem com unhas e cliques os valores da família tradicional.
Em outras palavras, o discurso do fundamentalismo cristão não se populariza apenas entre os pobres e desvalidos. Na verdade, ele cai como um luva para qualquer um que se identifique como conservador nesse clima de caça às bruxas que se instalou sobretudo nas redes sociais.
Faz pouco tempo que o fundamentalismo cristão entrou de fato no radar da opinião pública. Isso aconteceu em março de 2013, quando o deputado Pastor Marco Feliciano, acusado de fazer declarações racistas e homofóbicas, assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Os protestos contra a nomeação de Feliciano acenderam um fagulha que explodiu nas manifestações de junho daquele ano - que até agora não terminou. De lá para cá, a oposição entre ativistas e conservadores só se acirrou. E, desde as eleições gerais de 2014, os discursos de ódio dão a linha de qualquer debate no país: vivemos uma espécie de macarthismo tupiniquim digital.
Não há como negar que uma força política ancorada no fundamentalismo cristão, hiperconservadora nos costumes e ultraliberal na economia, está se consolidando no Brasil. A referência vem da direita dos Estados Unidos – de onde os pastores evangélicos brasileiros copiam quase tudo.
No Congresso Nacional, eles atuam para sacramentar em forma de lei a ideia de que uma família só é digna desse nome se for constituída por “papai, mamãe e filhos”, como define o deputado e pastor Ronaldo Fonseca.
Ou para impedir que o Plano Nacional de Educação contenha diretrizes claras para combater preconceito por identidade de gênero. Ou para garantir que o direito ao aborto não seja estendido. Ou para impedir que profissionais do sexo não possam ser reconhecidos como trabalhadores. Ou para barrar a regulamentação do uso da maconha. A lista é grande.
É esse espírito de época conflituoso que serve de pano de fundo para o documentário‪#‎Eu_JeanWyllys. Ao longo de três anos, a equipe responsável pelo filme acompanhou os passos do deputado para revelar os bastidores do Congresso Nacional.
Único gay assumido no parlamento e defensor de causas que arrepiam os cabelos dos defensores da família tradicional, Jean Wyllys é o personagem que encarna, por excelência, os embates de um tempo de posições políticas tão polarizadas. O documentário é o perfil de um personagem pop e o retrato em cores vibrantes da sociedade brasileira e da cultura digital contemporâneas. Um mosaico de temas atualíssimos que alimenta discursos de amor e ódio nas redes sociais. Acesso o link abaixo e veja o vídeo:  
*Carlos Juliano Barros é jornalista e documentarista. Diretor dos documentários #Eu_JeanWyllys, Carne Osso - O Trabalho em Frigoríficos e Jaci - Sete Pecados de Uma Obra Amazônica.
 

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Subsídio para EBD - Gênesis, o livro da criação divina

 
No último trimestre de 2015, a revista da CPAD de adultos, traz como tema o livro de Gênesis, o livro das origens. Gênesis é uma palavra grega que significa nascimento, origem. O primeiro livro da Bíblia foi assim chamado proque nele encontramos as narrativas sobre as origens do mundo, da humanidade e do povo de Deus.
 
"Poderíamos pensar que essas narrativas são história no sentido atual daquilo que um historiador faz. São antes reflexões do povo sobre suas origens e a origem das coisas. Fazendo isso, porém o povo mantém um olho na sua realidade presente e o outro no passado. O que se vê aqui e agora, ele projeta no passado distante até na origem. Seu interesse não é tanto dar uma explicação científica ou histórica sobre o passado, mas contar o passado para explicar a realidade que se vive no presente", (Como ler o livro do Gênesis, Paulus, 2014).
 
O texto procura apresenta modelos para compreendermos nossa vida e a história que vivemos, realidades que se desenrolam em todo tempo e lugar. Temos a experiência do mal. Mas o que é o mal? Como explicá-lo na sua raiz profunda, não tanto no tempo, mas na sua realidade mais íntima? Para responder a essas perguntas conta-se uma história para fazer ver a raiz do mal (Gn 3).
 
Basicamente o Gênesis se divide em três partes: G1 11-11 ( O mundo e a humanidade); Gn 12-36  (Raízes do povo de Israel); Gn 37-50 ( Deus age através dos acontecimentos humanos).
 
A preocupação é a de fazer com que a leitura do texto bíblico leve às mesmas questões que o povo de Deus tinha no tempo em que o Gênesis foi escrito, pois continuam sendo questões importantes também para nós. Conhecer as raízes da humanidade e do povo de Deus é tarefa importante, pois também nós somos seres humanos e também pertencemos ao povo de Deus. Isso nos possibilitará continuar construindo nossa história.
 
A tradição judaico-cristã atribui a autoria do texto a Moisés entre os anos de 1450 a 1400 A.C,  enquanto a crítica literária moderna prefere descreve-lo como compilado de texto de diversas mãos, conforme a hipótese documental.
 
A hipótese documental, desenvolvida por Julius Wellhausen, também conhecida como Teoria das Fontes, é a teoria segundo a qual os cinco primeiros livros do Antigo Testamento (chamados de Pentateuco) são resultado de uma composição a partir de quatro fontes principais: eloísta, javista, sacerdotal e deuteronomista.
 
Nesta teoria, os escritos veterotestamentarios, principalmente a Torá são divididos em 4 grupos de fontes:
 
1) A fonte Javista, que contém relatos de diversas épocas diferentes, sendo original de Judá, no sul do antigo Israel e em geral atribui a Deus o nome de Yahweh – conhecida pela letra J;
 
2) a fonte Eloísta, que também contém relatos de diversas épocas diferentes, sendo original de Efraim, no norte do Antigo Israel, em geral trata Deus com o nome de Elohim e é identificada pela letra E. Ambas as fontes contém documentos tão antigos quanto o próprio surgimento do hebraico enquanto língua gramaticalmente estruturada, por volta do Séc X AEC, baseando-nos no Calendário de Gezer, o documento arqueológico em língua hebraica mais antigo;
 
 3) A fonte Deuteronomista, que provém dos círculos ligados ao ensino doutrinário, contém longos discursos e princípios reguladores, e está espalhada pelos Nebiim além do Deuteronômio e do restante da Torá. É conhecida pela letra D e usa fontes literárias tanto do norte quanto do sul, principalmente do norte, mas seu fechamento redacional ocorreu no sul por volta do período exílico (entre 597 e 538 AEC).
 
4) Por fim a fonte Sacerdotal, sempre referenciada com a letra P (do alemão Priester e do inglês Priest), é a fonte dos escritos elaborados pelos membros dos grupos de sacerdotes e que estiveram grandemente envolvidos no processo de compilação tardia ou final dos escritos bíblicos que chamamos de Antigo Testamento ou Tanakh, a Bíblia Hebraica. É uma fonte original do sul de Israel e sua datação é próxima do período pós-exílico (a partir de 445 AEC). O uso das letras que caracterizam cada uma das fontes dá à hipótese documental o “codinome” JEDP. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3tese_documental).
 
Atualmente a crítica moderna diz que Abraão, Moisés nem existiram, e que não havia a escrita surgiu depois de Moisés. Porém essa argumentação sobre a escrita já não se sustenta mais. Até pouco tempo atrás, afirmava-se que a invenção do alfabeto teria ocorrido pelos séculos 12 ou 11 a.C., sendo esse argumento apresentado para “provar” que Moisés não podia ter escrito o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia), visto que em seu tempo não haviam ainda inventado a arte de escrever. No entanto, escavações arqueológicas nas ruínas da cidade de Ur, na antiga Caldeia, têm comprovado que ela era uma metrópole altamente civilizada. Nas escolas de Ur, os meninos aprendiam leitura, escrita, Aritmética e Geografia. Três alfabetos foram descobertos: junto do Sinai, em Biblos e em Ras Shamra, que são bem anteriores ao tempo de Moisés (1500 a.C.).
 
No Novo Testamento tanto Jesus como os apóstolos citam Moisés como autor do Pentateuco (a Lei como era chamada), que incluia o Gênesis. Na composição do livro de Gênesis, por conseguinte, Deus providenciou todos os detalhes, para que tivéssemos uma obra inerrante e infalível: alfabeto, língua, gênero literário e estilo. Por exemplo:
 
O Senhor impediu que os primeiros cinco livros das Escrituras Sagradas fossem escritos nos caracteres egípcios. Se isso tivesse ocorrido, o Pentateuco teria desaparecido já nas décadas seguintes, pois somente a elite cultural egípcia, da qual Moisés fazia parte, era capaz de dominá-los. Além do mais, a escrita ideográfica do Nilo estava fadada a desaparecer. Haja vista que, no período do Novo Testamento, os hieróglifos já haviam sido substituídos, em todo o Egito, pelos alfabetos grego e latino. Dezoito séculos mais tarde, o francês Jean-François Champollion (1790-1832) enfrentaria dificuldades, a fim de resgatar o sentido daqueles signos linguísticos.
 
Por esse motivo, Deus isolou Moisés por quarenta anos em Midiã, para que o seu servo aprendesse o alfabeto sinaítico. Através dessa invenção maravilhosa, ele teria condições de transmitir às gerações futuras os inícios da História Sagrada Embora não se saiba quem de fato criou a linguagem alfabética, o certo é que ela veio a ser assimilada rapidamente pelos hebreus, fenícios, gregos e latinos. Destes, veio a ser adotada pela maioria das línguas modernas.
 
Referências:
 
STORNIOLO, Ivo - Euclides M. Balancin - Como ler o livro do Gênesis, Paulus, 2014.