segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Religiosos lamentam a morte do bispo Robinson Cavalcanti








Depois de tomarem conhecimento do assassinato do bispo diocesano da Igreja Anglicana do Recife, Robinson Cavalcanti, e de sua esposa, Miriam Cavalcanti, na manhã desta segunda-feira (27), religiosos de Pernambuco lamentaram bastante a morte do casal. O crime aconteceu na noite de domingo (26), no bairro dos Bultrins, em Olinda. A polícia suspeita que o filho adotivo do bispo, que morava nos Estados Unidos há quinze anos, esfaqueou os dois dentro da própria casa. Ele ainda tentou se matar, mas segue internado no Hospital da Restauração (HR), na capital pernambucanaAmigo e companheiro de igreja do bispo Robinson, o pastor Miguel Uchoa falou do que o religioso vai deixar de ensinamento dentro do cristianismo. “O grande legado é a história dele de luta pela ortodoxia na doutrina cristã; são décadas de luta. Sempre acreditou na causa da doutrina evangélica e lutou pelos princípios em defesa da sociedade mais justa. Eu tive privilégio de começar no cristianismo ainda jovem, quando o bispo não era nem pastor. Caminhamos junto nos últimos 30 anos e sempre fomos próximos. Aprendi muito com ele, não tenho palavras que possam explicar”, falou.
O religioso Miguel Uchoa, emocionado, também comentou sobre a importância do bispo e de sua esposa no cenário cristão. “Além de bispo cristão, ele era uma das mentes mais brilhantes que conheci. Era líder, uma memória viva que não existe outra que conheço sobre o protestantismo brasileiro, a nível nacional e internacional. Tudo que aprendi em relação à igreja foi com ele, viajando com ele. Cada viagem era um curso; tenho uma gratidão imensa. Ela [Miriam] era uma pessoa muito boa, uma cristã praticante, que já foi funcionária da Visão Mundial [ONG cristã] por muitos anos”, disse.
Em relação ao filho do casal que é suspeito de cometer o crime, o pastor comentou que as últimas memórias que têm são de quando ele morava no Brasil, antes de viajar aos Estados Unidos. Desde então, não teve mais contato. Miguel Uchoa citou também a importância de Robinson Cavalcanti no cenário político, quando ele participou da coordenação nacional do movimento evangélico dentro da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente em 1989.O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, soube da notícia na manhã desta segunda e também comentou sobre o assunto. “Lamentei profundamente. É uma perda para o cristianismo, uma vez que o bispo Robinson era comprometido e também tinha um bom relacionamento com a Igreja Católica. Ele tinha sensibilidade para questões sociais e era preocupado com o povo. Vai fazer muita falta. Lamento que tenha acontecido e esse fato é sintomático do que vivemos. São as drogas levando ao desespero. Não tem palavras para explicar uma situação dessas, só lamentar e rezar por ele e sua esposa e também pelo filho que fez o gesto de violência. Peço a Deus que ele tenha arrependimento e possa merecer o perdão”, disse o arcebispo.
Como Bispo Diocesano, Cavalcanti ordenou 57 Diáconos e 49 Presbíteros. Nesses sete anos foram abertas 34 das presentes 44 comunidades da Diocese Anglicana do Recife, criados projetos sociais, arcediagados, secretarias e comissões, e reformulados os Cânones, estimuladas as vocações, criado o Diaconato Permanente e o Ministério Local, bem como a instituição de Ministros Leigos e Evangelistas. Na IEAB foi presidente da Junta Nacional de Educação Teológica – JUNET.
A Diocese do Recife integra a Igreja Anglicana do Cone Sul da América, alinhada à maioria ortodoxa da Comunhão Anglicana.
Fez sua formação teológica por extensão no Seminário Concórdia (da IELB), no NAET – Recife, e nos Cursos de Capacitação de Obreiros da ABU (IFES – Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos), no Brasil, Equador, EEUU, Áustria e Inglaterra, tendo estudado com vários teólogos anglicanos, como o Rev. John Sttot. Considera-se distante do Fundamentalismo e do Liberalismo, considera-se um Cristão, Protestante, Evangélico, Anglicano, defensor da Teologia da Missão Integral da Igreja. (Fontes: G1, Diário de Pernambuco).




Meu Comentário: Foi com tristeza que recebi a notícia da morte do bispo Robson Cavalcanti. Não tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente, pois quando ele proferiu uma palestra na igreja presbiteriana em minha cidade, não pude ir vê-lo. Admirava seus escritos seja na revista Ultimato ou no blog Pavablog. Considerava ele um grande conhecedor da história do protestantismo no Brasil. Não concordava com tudo que escrevia, mas isso não me impedia de lê-lo. Achei desrespeitoso, para dizer o mínimo, a forma como o blog do Júlio Severo se referiu a morte do bispo, sem contar os comentários maldosos que fizeram por lá. Acredito que extremismo de idéias não coaduna com o ensino do Evangelho de Cristo. Cavalcanti, era o colunista mais antigo da revista Ultimato e colaborava com o blog Pavablog. Faleceu em 26 de fevereiro de 2012, após ser esfaqueado pelo filho adotivo. O jovem residia nos EUA e voltou ao Brasil dias antes. Usuário de drogas, ele assassinou também a mãe adotiva e tentou o suícidio, mas sobreviveu.


Obras publicadas: Cristo na Universidade Brasileira, O Cristão - Esse Chato, Uma Benção Chamada Sexo, As Origens do Coronelismo, Igreja – Agência de Transformação Histórica, Igreja – Comunidade da Liberdade, Libertação e Sexualidade, Cristianismo e Política, A Utopia Possível
A Igreja, o País e o Mundo, Igreja – Multidão Madura.