terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Subsídio para EBD - Elias no monte da Transfiguração


Ao ler o subsídio publicado no site da CPAD sobre a lição do próximo domingo gostaria de dizer que discordo de duas colocações que disseram ter sido extraídas da obra “Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento", publicada pela referida editora. As frases são as seguintes:
1)     "Elias Vem Primeiro (17.10-13). O aparecimento de Elias com Jesus leva os discípulos a perguntar como interagir os papéis destes dois. A crença dos “escribas” (v.10) refere-se a Malaquias 4.6 (veja também Eclesiástico 48.1-12)".
2)   "Elias ascendeu ao céu, enquanto que Moisés morreu; os ensinos judaicos posteriores dizem que o seu corpo foi admitido ao céu. Lucas diz que eles também sabem sobre o iminente “êxodo” de Jesus. Os santos no céu não cessam de existir, nem estão em estado comatoso. Eles estão vivos e aptos para se comunicar com os que habitam a terra — nesta ocasião, com Jesus. Embora a transfiguração de Jesus revele principalmente sua natureza como o Messias celestial, também mostra que os santos que faleceram são participantes ativos e testemunhas do trabalho contínuo de Deus (Hb 12.1). A morte não é não-existência para o crente em Deus". Fonte: http://www.cpad.com.br/escoladominical/view-subsidios.php?s=71&i=1536

O site da CPAD é visitado por muitas pessoas, no caso da área de subsídios para Escola Dominical, muitos desses visitantes, são professores de EBD, em busca de auxílio para poderem dar sua aula aos domingos nas igrejas. Citar um livro considerado apócrifo (Eclesiástico) em paralelo com um livro canônico (Malaquias) pode gerar sérias dúvidas na mente de alguns leitores.
Sobre o segundo ítem, a frase foi colocada de forma muito infeliz na minha opinião. Acaba gerando uma dúvida incômoda: Na transfiguração, o que aconteceu? Pois vejo que pode haver uma brecha para um argumento de ordem espírita. Explico: Elias foi arrebatado, até aí tudo bem; afinal, assim podemos argumentar em favor da sua aparição na Transfiguração. Mas o que dizer de Moisés?
Dizer que o destino de Moisés é um enigma, não esgota a questão, apenas reforça a pergunta. O que se entende por comunicação? Ter uma visão não significaria também comunicar-se? Houve comunicação entre vivos e mortos?

Qualquer resposta a essa questão, na minha maneira de ver, tem que iniciar com a Soberania de Deus para ser Deus, e agir como bem entender. Deus é livre. Quando Ele me diz pra não fazer algo, isso não significa que Ele não possa fazer o que Ele me impede de fazer. Quem criou todas as coisas, pode todas as coisas para Si mesmo.
Bem, e Elias? E Moisés? O que eles têm a ver com isto? E as sessões espíritas? Eu nunca consultei, não consulto e jamais consultarei os mortos, porque Deus me disse para jamais fazê-lo. E ponto. Eu obedeço. Isso me basta!

Todavia, não o faço pela vitória doutrinária sobre a tese espírita. As coisas reveladas são para nós e os nossos filhos; as ocultas pertencem ao Senhor nosso Deus (Deuteronômio 29:29). Portanto, somos advertidos a não sair atrás de fenômenos mesmo que sejam reais, porém de origem oculta para nós. Daí o termo que define tais fenômenos como “ocultismo”.
Eu penso o seguinte: Moisés morreu, e o Senhor o sepultou — isso, a Bíblia diz. Depois, em Judas, lemos acerca da disputa de Satanás com o arcanjo Miguel acerca do corpo de Moisés.
Assim, ficamos sabendo que houve uma batalha simbólica, pela matéria de Moisés; seu corpo. Por quê? Ora, a Bíblia quase nunca explica, apenas conta a história; e pelo “tom”, a gente fica sabendo se o assunto está aberto ou se está fechado; sendo, nesse caso, apenas contado, já deveríamos ficar agradecidos!

Bem, Elias, foi trasladado, à semelhança de Enoque, para que não visse a morte.
Eu concordo com os estudiosos bíblicos que afirmam que Moisés e Elias estavam ali, como uma “mensagem” de natureza histórico-salvífica. Ou seja: A Lei e os Profetas estavam dando testemunho do Filho de Deus. Ambos, Moisés e Elias, representavam uma legião de testemunhas.
A Transfiguração apontava a convergência da História da Fé para Aquele que era o Enviado; o objeto de todas as lutas e de todas as esperanças de todos os que nos precederam, e de toda a Revelação. A Lei e os Profetas estavam fazendo sua síntese ali, em Cristo.

Quanto a isto parecer uma sessão espírita; e quanto a abrir precedentes para falsas interpretações, tenho algumas coisas a dizer:
Os espíritas dizem que na Bíblia tem precedentes que validam a doutrina espírita da reencarnação e comunicação com os mortos. Os “precedentes” seriam a Transfiguração,  Saul e a Pitonisa de Endor; e João Batista, que Jesus disse ser Elias. Sobre esse último, porém o próprio João, quando perguntado sobre sua “identidade Eliasiana” histórica, disse: “Não sou Elias”.
Então você me pergunta: Você acha possível que mortos — arrebatados ou não — possam falar com os homens? Ou, você acha que isso possa acontecer sem a permissão divina? Minha resposta é um sonoro “Não”.
Então você me pergunta: O que, então, você crê acerca disso? Bem, falo do que eu creio para mim.
Creio que consultar mortos é uma abominação, conforme está escrito em Deuteronômio 18: 10-12, I Crônicas 10:13, Isaías 8:19. Tal prática foi explicitamente proibida conforme as referências bíblicas acima, e se Deus proibiu, é porque é mal para os humanos.
Quanto a reencarnação, o texto em Hebreus 9:27 é muito claro quanto a isso ao dizer que “é ordenado ao homem morrer uma só vez, vindo depois disso, o juízo”.

Para mim, sinceramente, isso encerra a questão. E, também, nunca entro nessas questões quando estou conversando com espíritas. Se me perguntam, eu falo. Se não me perguntam, eu falo de Jesus, da Boa Nova de que em Cristo não há carma, não há retornos de auto-purificação, não há purgatórios; nem no céu e nem na terra, onde se tenha que pagar as dívidas de existências anteriores. Pela Graça sois salvos!
Concluindo diria que a segunda frase acima transcrita do site da CPAD, pode gerar dúvidas se não for bem explicada. Alguém pode questionar o seguinte: Deus proibiu a comunicação com os mortos no Antigo Testamento, mas na Transfiguração, tanto Jesus como os discípulos não tiveram contatos com os mesmos?

Na verdade, o caso da Transfiguração de Jesus é completamente diferente. Em primeiro lugar, somente Moisés havia morrido, pois Elias não morreu, mas foi arrebatado vivo conforme o texto de 2 Reis capítulo 2. Segundo, os discípulos apenas viram a visão (Mateus 17:9), mas conversaram apenas com Jesus e não com Moisés e Elias, não mantendo contato com eles. Com relação aos dois profetas, a Bíblia diz que ambos conversavam com Jesus, e Ele estava transfigurado em glória, aliás, Ele é Deus.



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Os pastores que não respeito e não admiro


Maus líderes existem aos montes dentro das igrejas. O joio está espalhado dentro da igreja como ensinam as escrituras (Mt 13. 26). Isso não é novidade para ninguém. Apesar de designar aqui o termo “pastores” a essas pessoas que citarei abaixo, não tenho a intenção de diminuir aqueles que fazem jus a esse termo tão lindo mostrado nas escrituras, e que realmente pastoreiam de coração as ovelhas do Senhor. Usei esse termo somente para facilitar a identificação dessas pessoas.
Os dez pastores que não respeito e não admiro são:
1- O que faz do púlpito um palco de shows = A exposição da Palavra é esquecida e substituída pelo talento hollywoodiano desse pastor, que explora as mais diversas técnicas para cativar os seus expectadores, fazendo do show o protagonista do culto. Ele é a estrela e não Cristo e Sua palavra. Seu púlpito é lugar de entretenimento, de show, e não de pregação, de transmissão da voz de Deus.
2- O que explora financeiramente as ovelhas = Esse pastor é muito ambicioso e tem planos de crescimento. Porém, para a realização dos seus planos, precisa de muito dinheiro. E esse dinheiro é retirado das ovelhas, através das mais diversas técnicas de extorsão (legais). Ele não liga para o que a Bíblia ensina e inventa formas de arrecadação para realizar seus sonhos megalomaníacos. As ovelhas são iludidas, exploradas e sugadas até a última gota que podem dar.
3- O que insiste em querer fazer a agenda de Deus = Um pastor que quer determinar lugar, dia e hora para Deus agir não merece meu respeito. Segunda: Deus age na família; terça: nas finanças; quarta: Deus dá o Espírito Santo; quinta: Deus faz conversões e sexta: Deus liberta as pessoas de demônios. Deus agora está preso em uma agenda criada pelo homem?
4- O que ilude as pessoas com amuletos, objetos ungidos e unções que não vem de Deus = Esse pastor escraviza pessoas em crendices e superstições que não são encontradas e ordenadas na Bíblia. Desvia a fé que deveria ser unicamente no Deus soberano para objetos e unções (falsas) e extravagantes. Trabalha com a ilusão, com a ambição, com a falta de conhecimento de muitas das ovelhas que lhe ouvem.
5- O que “profetiza” o que Deus não mandou profetizar = Usa sua influência sobre as pessoas para “profetizar” e “revelar”. Porém, não usa a Bíblia, que é a revelação e é onde se encontram as profecias de Deus para a vida de seus servos.
6- O que faz com que seus fieis o adorem = Ele é visto como um semideus pelos seus fieis. O pior de tudo é que não faz nada para mudar essa situação, pois adora ser paparicado, adora status, adora demonstrar seu grande “poder” e ser ovacionado pela multidão. Seu prazer é ver multidões afluindo em sua direção com desejo de glorificá-lo.
7- O que usa o dinheiro dos dízimos e ofertas para seu próprio enriquecimento = Esse pastor-empresário é formado e pós-graduado em enriquecimento usando a igreja. Tem fortuna e bens luxuosos, tudo adquirido com a ajuda das ofertas da igreja que, segundo diz ele, é usado para a obra de Deus. Ele engana multidões que bancam sua vida de ostentação.
8- O que prega a teologia da prosperidade = Um pastor que diz que pobreza é maldição, que o crente verdadeiro será reconhecido pela sua prosperidade material, e outras abobrinhas sem embasamento bíblico, não merece admiração. Se a Teologia da prosperidade é um câncer, esse pastor é um espalhador de doenças no meio do povo.
9- O que usa versículos isolados da Bíblia para fundamentar doutrinas destruidoras = Esse pastor adora inventar doutrinas usando versos bíblicos isolados, cuja interpretação isolada, sem considerar contextos e outras boas regras de interpretação, favoreça seus pensamentos e desejos.
10- O que [acha] que determina a ação de Deus = É uma piada dizer que um homem determina algo ao Todo-Poderoso, mas essa ousadia acontece. Palavras ousadas saem da boca desse pastor determinando, ordenando, exigindo que Deus faça determinadas coisas que, segundo ele, Deus tem de fazer. Coitado, não tem nem noção da besteira que faz! E o pior: ensina as pessoas a agirem também assim!
Esses são os pastores que não respeito e não admiro.

Fonte:  André Sanchez, no Esboçando Ideias