Há muitas palavras no Novo
Testamento que foram traduzidas como
“pecado”. Uma das mais comuns é harmatia,
que significa “errar o alvo”. O pecado é uma revolta contra Deus, o
estabelecimento de uma independência falsa, a substituição de uma “vida para
Deus” por uma “vida para si”.
A questão que nos confunde
é: Onde o mal e o pecado se originaram, e por que Deus os permitiu? A Bíblia
ensina que o pecado não se originou com o homem, mas com o anjo que passamos a
conhecer depois como Satanás. No entanto, o modo exato pelo qual o pecado se
originou não é inteiramente conhecido. O apóstolo Paulo, chega a se referir à
isso, como “o mistério da iniquidade”. Trata-se de um daqueles mistérios que a
Bíblia não revela na sua inteireza. De quando em vez percebemos, de relances,
na Bíblia, a resposta desse enigma como nas passagens em Isaías 14:12-15, e
Ezequiel 28:14,15). Nesses textos temos um vislumbre como a coisa começou, o
quadro do pecado de Lúcifer, a descrição da iniquidade encontrada em seu
coração, mas não há explicação de como ela chegou lá. Em algum lugar num
passado longínquo a iniquidade foi encontrada no coração de uma das criaturas
mais magníficas do céu. Por algum motivo, não agradou a Deus revelar a resposta
completa do mistério da iniquidade, bastando-nos saber que ela se acha no mundo
e que o homem caiu sob o seu poder.
Quando chegamos à entrada do
pecado na raça humana, a Bíblia se mostra muito mais detalhada e ensino que,
por culpa de uma ato do homem, o pecado veio ter ao mundo, com todas as suas
consequências universais. Esse homem foi Adão, e o ato foi a prova do fruto
tirado da árvore do conhecimento do bem e do mal, que Deus proibira (Romanos
5:12-19; Gênesis 3:l-8; I Tim 2: 13,14). Deus concedeu ao homem o dom da
liberdade e este podia escolher servir e amar a Deus, ou rebelar-se e tentar
construir seu mundo sem Deus. A árvore do conhecimento do bem e do mal serviu
como prova.
A causa imediata da rebelião do homem foi a
“concupisciência da carne, a concupisciência dos olhos e a soberba da vida”, I
João 2:16. Desejar o que Deus proibiu é preferir-se a Deus, e isso constitui
pecado.
A
Bíblia ensina que o principal problema do homem é espiritual, e a base desse
problema é revelada na narrativa do Gênesis sobre a tentação e a queda do
homem. Deus o criou livre, não só para obedecer mas também para desobedecer. Se
a desobediência não fosse possível, a obediência seria destituída de qualquer
sentido.
O
resultado claro do pecado adâmico veio numa série de modos. Tanto Satanás
quanto Adão haviam desafiado a lei divina. Eles não a invalidaram, mas se
invalidaram ao trangredí-la. Como Deus avisara, “no dia em que dela comeres,
indubitavelmente morrerás”, Gen 2:17. O resultado foi a morte, como fora predito.
A vida de beleza, liberdade e companhia que Adão conhecera estava terminada. O
pecado deram em resultado uma morte em vida. A natureza tornou-se amaldiçoada e
o veneno infeccionou toda a família humana. Toda a criação foi lançada em
desarmonia, e o paraíso ganho era agora um paraíso perdido! A Terra se
transformara num planeta em rebelião!
1- A IMAGEM DE DEUS RESTAURADA
Após a queda, o homem
conserva a imagem de Deus, embora, não mais reflita a glória do Criador com
toda a intensidade do seu brilho e esplendor.
A teologia sistemática
reformada desdobra a ação salvadora de Deus apontando para o que Deus fez por
nós na vida e obra do seu Filho unigênito Jesus Cristo. Além desse, outro
caminho não há, pois “não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não
existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos
salvos”, (At 4:12).
Vemos assim, que a salvação
não é realidade que acidentalmente se manifesta na História, mas realidade
presente no plano eterno de Deus salvífico, assegurado antes da fundação do
mundo (Ef 1:4). No texto de Gênesis 3:15, o evangelho da redenção é
pré-anunciado nas palavras proféticas acerca da encarnação do Filho Jesus
Cristo.
O
apóstolo Paulo ao falar da restauração da imagem de Deus no homem, diz: “E
todos nós com o nosso rosto desvendado,contemplando como por espelho, a glória
do Senhor,somos transformados de glória em glória, como pelo Espírito do
Senhor”, 2 Cor. 3:18.
Conclusão:
A restauração da imagem
deformada pela queda situa-se bem no centro do plano soteriológico de Deus. O
ser humano, imagem de Deus sempre, ainda que sob o domínio do pecado, é objeto
da graça soberana de Deus, (Ef. 1:5,11; Rm 5:1). A busca incessante de Deus
continua até que ela se cumpra na experiência do pecador, no encontro com
aquele Filho do Homem que sintetiza esse propósito divino: buscar e salvar o
perdido! (Lc 19:10).
Como Deus fará isso? De que
maneira irá Deus restaurar a sua imagem no homem?
“Deus por nós em Cristo”
revela a entrada de Deus em nossa História, de maneira real, objetiva na Pessoa
do Filho. O apóstolo João, ao narrar que o “verbo se fez carne, e habitou entre
nós, cheio de graça e verdade, e vimos a sua glória como do unigênito do Pai”,
(Jo 1:14).
O
propósito do evangelho á restauração da imagem Deus em nós, a qual tinha sido
cancelada pelo pecado, e que, esta restauração é progressiva ao longo de toda a
nossa vida, porque Deus fez sua glória brilhar em nós, paulatinamente.
Fonte: Livro "O Homem, Imagem e Semelhança de Deus". IMP. 2016. Co-autor: Juber Donizete Gonçalves.