sexta-feira, 22 de maio de 2015

SUBSÍDIO DA EBD - O PODER DE JESUS SOBRE A NATUREZA E OS DEMÔNIOS

 
O mundo moderno está marcado pelas teorias cientificas, algumas delas decorrentes do racionalismo, produto da mente iluminista. Por causa disso, há aqueles que negam a existência da realidade sobrenatural, até mesmo de Deus. O ateísmo está na moda, as academias tentam dar explicações materialistas para todos os fenômenos. O mundo da Bíblia se tornou estranho para o homem distanciando da revelação. Em seu coração, o néscio diz que Deus não existe (Sl. 14.1), e por causa dessa incredulidade, muitos se entregam à devassidão. Reconhecemos, com base em Os Irmãos Karamazov de Dostoievsky, que nem todos os ateus são imorais, mas suas crenças podem conduzir outros à brutalidade. Não podemos reduzir a realidade à matéria, a natureza não é a única criação de Deus. Ele criou também os anjos, que são espíritos ministradores (Hb. 1.14). Na verdade o mundo visível surgiu do que não é visível, isso é o que nos revela a Palavra de Deus (Hb. 11.1). Em sua Epístola aos Efésios, Paulo adverte os crentes para que estejam preparados para enfrentar uma batalha espiritual, não contra a carne e o sangue, mas contra os principados e potestades das regiões celestiais (Ef. 6.12). Essa luta tem implicações cosmológicas, e teve seu princípio na rebelião de Satanás contra Deus (Is. 14.14), antes da criação da humanidade. Quando Jesus veio para terra, Ele enfrentou os demônios, alguns deles associados a algumas enfermidades (Lc. 4.31-44). O Senhor expulsou muitos demônios que oprimia a vida das pessoas (Lc. 11.14).
 
OS DEMÔNIOS SÃO UMA REALIDADE
Os demônios continuam atuando neste planeta, as pessoas parecem esquecer essa realidade. Como Jesus fez no deserto (Lc. 4.1-13), precisamos também estar preparados para enfrentar as hostes da maldade. Não podemos esquecer que este mundo jaz no maligno (I Jo. 5.19), e que o Deus deste século cegou o entendimento das pessoas (II Co. 4.4). Precisamos, portanto, nos munir com todas as armas espirituais, para resistir no dia mau (Ef. 6.10-12). No Evangelho segundo Lucas a autoridade de Jesus sobre os demônios é atestada em várias passagens (Lc. 4.41; 6.18; 9.42; 10.17,18). Não apenas esse Evangelho, mas toda a Bíblia, confirma a existência de forças sobrenaturais que se opõem ao Reino de Deus (Lc. 11.18). Por outro lado, não podemos fazer apologia ao Diabo, algumas igrejas ditas evangélicas exploram demasiadamente a doutrina dos demônios. Os demônios devem ser expulsos, tal como fez Jesus (Lc. 8.28), a Igreja continua tendo a missão de destruir as obras do Diabo (I Jo. 3.8; Mt. 10.1; Lc. 9.1). Mas nenhuma igreja foi chamada para fazer espetacularização das forças demoníacas. Ainda que essas atitudes deem ibope, não têm respaldo das Escrituras, os excessos podem resultar em escândalo para o Evangelho. Há igrejas que falam mais a respeito do Diabo do que de Jesus. Alguns pregadores, para causar frenesi na audiência, se referem ao demônio nove vezes, a cada dez palavras que pronunciam. A glória deve ser dada a Cristo, Sua cruz deve ser o assunto na pregação (I Co. 2.1-5), diante dEle as hostes satânicas se rendem (Lc. 8.28).
 
O PODER SOBRENATURAL DE JESUS
O poder sobrenatural de Jesus não foi demonstrado apenas sobre os demônios, mas também sobre a natureza. Isso mostra que o Senhor não está limitado às leis físicas, por isso pode ir além delas, não necessariamente contra elas. Um dos seus primeiros milagres, conforme registrado no Evangelho segundo João, foi o de transformar água em vinho (Jo. 2.1-11). Esse episódio não foi uma mágica, ou mesmo um truque como querem suspeitar alguns céticos, mas a atuação do poder do Espírito Santo no ministério de Jesus. Ele também acalmou uma tempestade, causando espanto aos Seus discípulos para essa manifestação poderosa (Lc. 8.22-25). O poder de Jesus sobre a natureza deve nos tranquilizar em relação ao futuro, sabemos que Ele está no comando das situações, mesmo que não compreendamos. É importante esclarecer que a natureza, no estado atual em que se encontra, depois do pecado de Adão e Eva, carece de redenção (Rm. 8.22). Por esse motivo, testemunhamos de vez em quando algumas catástrofes, que revelam essa condição da natureza. No futuro, quando Cristo vier reinar, a natureza será reestabelecida ao seu estado, não havendo mais terremotos ou enchentes (Is. 11). Jesus demonstrou também aos Seus discípulos o Seu poder sobre a natureza quando andou sobre as águas (Mc. 6.45-52). Na ocasião chamou a atenção dos discípulos para que tivessem fé a fim de que os milagres acontecessem. Os dons espirituais, inclusive o da fé para realizar maravilhas está à disposição dos crentes, faz-se necessário que eles deem o devido valor.
 
CONCLUSÃO
Poderíamos elencar muitos outros milagres realizados por Jesus, que comprovam sua messianidade, sobretudo o domínio sobre a natureza. Ele multiplicou pães (Mt. 15.32-38), secou uma figueira (Mc. 11.11-14,20-25), possibilitou uma pesca maravilhosa (Lc. 5.1-11), entre outros. A realização desses milagres, e o poder de Jesus sobre os demônios, inspiram nossa confiança, e reconhecimento que Ele tem todo o poder no céu e na terra (Mt. 28.18). Podemos então descansar diante das adversidades da vida, sabendo que o Senhor está no comando do barco.
 
BIBLIOGRAFIA
MARSSHALL, I. H. Luke: historian and theologian. Downers Grove: IVP, 1998.
STRONSTAD, R. The charismatic theology of St. Luke. Grand Rapids: Baker Academics, 2012.
 

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Billy Graham fala sobre os nossos planos e os planos de Deus

 
Tudo o que eu queria na vida era ser um grande astro da música. Até fui em Nashville no passado, esperando  me dar bem na música country. Eu pedi a Deus para que deixasse isto acontecer mas Ele não quis. Agora, eu gostaria de saber o que vem a seguir. Por que sera que Deus me deixou frustrado?

Deus pode não ter feito o que você queria que Ele fizesse, mas Ele não falhou com você. De fato, embora possa ser difícil para você aceitar isto agora, Ele fez o  que é melhor para você ao fechar esta porta.

Por que o Deus não abriu a porta para você? Não sei a resposta completa, mas, naturalmente, suspeito que uma  das razões  é porque Ele sabia que isto não era o caminho certo para você. Deus o ama, e por causa disto, Ele não quer vê-lo implicado em algo que poderia prejudicar ou até desvi-a-lo. Deus sabe o que é o melhor para nós, e o Seu caminho é sempre o melhor. A Bíblia diz, “Ele guarda  a vereda do justo e protege o caminho dos seus fiéis” (Provérbios 2:8).

A fama e a fortuna podem parecer muito atraentes e fascinantes, mas elas também podem ser muito destrutivas. Quantas celebridades são genuinamente felizes e têm paz? Quantas, em vez disso, terminam com relacionamentos quebrados, dores de cabeça ou outros problemas? Isto não acontece sempre, naturalmente, mas quando vivemos só para nós ou para a aclamação pública,  nos pomos em perigo moral e espiritual graves.

A minha oração é que você se converta a Jesus Cristo e entregue sua vida e  seu futuro nas mãos dele.  Em vez de pedir a Deus para abençoar seus planos, peça-o, em vez disso, para  lhe mostrar os planos dele  e lhe dê força para segui-los. 
 
Autor: Billy Graham. Fonte: FfMensageiro Cristão
Tradução de João Cruzué, via http://olharcristao.blogspot.com.br/
 
Meu Comentário: Que palavra abençoada do Billy Graham! Infelizmente, vivemos em tempos onde a teologia da prosperidade está presente nas nossas igrejas, pois as mensagens pregadas ou hinos cantados nas igrejas, em sua maioria aludem a frases de confissão positiva, auto-ajuda, dizendo que Deus vai cumprir os seus sonhos e projetos.
 
Se a idéia de sonhos de Deus for no sentido da origem dos mesmos, eu até posso entender, pois eles podem ser de natureza espiritual/profética como por exemplo, os de José, Daniel, José (marido de Maria), Paulo, e até déspotas como Faraó e Nabucodonozor. Outra origem é a de ordem natural mesmo, seja o famoso "sonho de barriga cheia", ou como entendeu Freud, sendo o sonho uma porta de acesso do inconsciente para o consciente.
 
Agora frases do tipo "os sonhos que Deus sonhou para nós", aí já é abusar da licença poética e de antropomorfismo. Não, Deus não sonha, porque Ele não dorme: "...é certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel", Salmos 121:4.
 
Alguém pode perguntar agora, e eu? Como fico?

Acalme-se! Deus não tem sonhos para você! Mas têm planos, pensamentos, propósitos, designos, e projetos, o que é bem diferente de um “sonho”, conforme Jó 42:2; Jer 29:11; Jo 15:16.

Concluindo: A figura “sonho” é de porte humano e não podem ser aplicados a Deus, a não ser que explique que é um sonho humano, porém de origem espiritual/profética conforme alguns citados acima.
 
 
 
..

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Por que Calvino encontra tanto espaço na AD?

Vamos a mais uma reflexão complicada. Me associo à preocupação do Pr. Altair Germano,  que em seu blog (link ao final) ele revela desconforto com a linha de publicações da CPAD. Enquanto a editora prega em periódicos como o Mensageiro da Paz contra o Calvinismo, publica obras de calvinistas conhecidos. Sugiro que acessem o post do prezado e tirem suas conclusões. Concordo em linhas gerais com tudo que ele escreve:
"Por uma questão de coerência teológica as editoras de confissão reformada/calvinista não publicam obras, nem autores de teologia arminiana ou pentecostal, enquanto nós pentecostais assembleianos insistimos no discurso por uma “identidade” que na prática é inconsistente e contraditório.
É claro que as “discussões teológicas” em torno das vertentes soteriológicas aqui citadas não estão acima de questões prioritárias, como por exemplo a pregação do evangelho, mas o mínimo que se espera é coerência consigo mesmo, com o seu sistema de crenças, que aliás, parece ainda não ter se definido em alguns pontos pelo pentecostalismo clássico brasileiro. Os órgão oficiais das instituições que o digam".
 
Porém, aqui estendemos nossas considerações a outras variáveis. De fato, tudo que está longe do raio de visão assembleiano deve nos preocupar, não para delimitar nossa cosmovisão, mas alargar nossa compreensão. Penso que limitar a venda, inibir a compra, esculachar os expositores (Atenção: não estou dizendo que ele fez isso em seu artigo!) não vai resolver o problema.
 
Será que a CPAD não vende tais obras porque elas encontram eco no público-alvo? Não estou defendendo o direito da editora a isto, mas a depender da teologia assembleiana nata, sobra pouco. Não houve investimento ao longo dos anos (lembram que reputávamos a teologia como obra do Diabo?), há pouquíssima produção intelectual em nossos seminários e os cultos de doutrina deixam a desejar. O resultado é uma geração ávida por conhecimento, buscando onde tem. Se não temos entre nós, paciência… Calvino agradece!
 
Aqui costumo dar o nome aos bois. Estamos promovendo EBOs que não se atêm ao tema. Quando se atêm não se aprofundam! Convidamos pessoas para um simpósio, mas o que temos é um monólogo cordial, sem qualquer base teológica, nem fundamental. Se nem os fundamentos podemos oferecer, o que esperar em troca!? Um professor de EBD de médio porte sabe mais teologia do que muitos de nossos obreiros! Calvino agradece, de novo!
 
Desafio a qualquer um  a informar quando assistiu uma doutrina com um estudo sistemático de determinado tema ou uma análise mais aprofundada de um assunto em voga na sociedade em uma de nossas igrejas? Aí fica difícil. Nossos jovens estão estudando, alguns deles possuem bibliotecas maiores do que muitos ministros e não estão brincando de aprender. Do púlpito muitas vezes sai tudo: bajulação, desabafo, carapuça, abobrinha, esperteza, domesticação, bravata, menos uma exposição de qualidade da Palavra de Deus. Há as exceções, mas não deveriam ser a regra? Comezinhas são ilhas de excelência no meio de um mar turvo e sem rumo.
 
Quantos dos nossos obreiros sabem efetivamente algo sobre o Calvinismo? A maioria ouviu falar… Aí não dá.
Outra coisa importante: Criticamos os calvinistas (eu já fiz isso aqui), mas estamos fazendo o quê na parte que nos cabe? Pelo quarto ano consecutivo fui à Consciência Cristã, em Campina Grande. De lá, este ano, enviei mensagens a alguns amigos ministros durante profundas reflexões bíblicas. O teor era mais ou menos o seguinte: “Se esse pessoal está nesse nível, nós que nos ufanamos do batismo no Espírito Santo, que nos capacita para fazer a obra de maneira mais operosa, devemos ou não estar num patamar mais elevado ainda!?” Penso que esta é a premissa. Não se trata de competição, cada um veja como edifica!, mas de referencial. Reconhecendo nosso enorme gap é que a solução virá.
 
Ou encaramos o aprendizado como algo essencial na vida da liderança e investimos maciçamente no próprio aprendizado da Igreja de forma generalizada ou vamos ter sempre mais desta situação. Claro, claro, não é uma panaceia para resolver TODOS os problemas, mas este em específico não tem outra alternativa. E, por vezes, a solução de outros depende deste aprendizado disseminado.
 
Link do post do Pr. Altair Germano e do Pr. Daladier Lima - http://www.daladierlima.com/

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Onde estão os milagres? Por que não os vemos hoje?

Fui convidado pelo irmão Daladier Lima, para que junto com outros irmãos pudesse compartilhar um texto no seu excelente blog, sobre o tema acima. Foi algo interessante de participar, o tema foi comentado por outros blogueiros como Pr. Geremias do Couto, Gutierres Siqueira, Eliseu Antonio Gomes, entre outros. A seguir está o meu comentário sobre o assunto:

"Algumas das indagações que ouvimos por aí são: “O que está acontecendo hoje em dia, que não vemos mais milagres nos nossos cultos?”. Depois, com ar nostálgico, continuam dizendo: “Por que será que os paralíticos não andam, os surdos não ouvem, cegos não vêem, não há mais endemoniados sendo libertos?”, “Por que há tantos crentes morrendo de câncer?”.
Depois vem as “explicações” do tipo: “Isso é porque o povo não ora, nem jejuam mais, como antigamente”, “está faltando fé”, ou ainda uma explicação mais legalista: “Isso é porque o mundo entrou dentro da igreja, alterando os marcos antigos, mudando os nossos bons usos e costumes”.

A queixa de que agora há menos milagres do que em outros tempos, foi feita também no livro de Salmos: “Já não vemos os nossos sinais, já não há profeta, nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará” Salmos 74:9. Houve momentos na história bíblica em que houve mais operação de milagres do que em outros. No ministério de Moisés, tanto na saída do povo de Israel do Egito, quanto durante os 40 anos que passaram no deserto, havia milagres diários, com respeito a provisão de alimentos, água, saúde, e até mesmo na preservação das roupas e calçados que os israelitas usavam. Nos dias de Josué, no ministério de Elias e Eliseu mais milagres.

Já com os profetas canônicos, parecia que a tecla “pause” de milagres havia sido apertada. Havia, mas a quantidade parecia que estava diminuindo, a ênfase agora era mais no poder da palavra profética. Depois 400 anos de silêncio profético canônico, surge João Batista que não efetuou milagres (João 10:41). Então, vem Jesus Cristo fazendo muitos sinais e milagres. Na Igreja Primitiva também havia muitos milagres conforme o livro de Atos.

Nesses 2.000 anos de história da igreja, também ocorreram momentos de maior operação de milagres do que outros. Nos últimos 100 anos, com o movimento pentecostal no Brasil e no mundo, os relatos de milagres foram muitos, alguns testemunhados como legítimos outros foram denunciados como falsos. Na Igreja Católica, para o Vaticano considerar algo como milagre, tem que passar por um processo burocrático. No meio evangélico protestante, o questionamento é menor, quando não inexistente.

Como não sou cessacionista, acredito que os milagres não cessaram com o fim da era apostólica. Creio que existem muitos milagres acontecendo hoje em várias partes do mundo. O problema é que achamos que milagres tem que ocorrer dentro dos nossos templos. Diz o apóstolo Tiago que “toda boa dádiva e todo dom perfeito, vêm do alto, do Pai das Luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. 

Deus não anda conforme as nossas lógicas. Ele ama a todos. Portanto, ser curado é algo que pode acontecer mesmo quando a gente não tem consciência disso. O Deus que ama não precisa de formulas para intervir. Ele intervém quando quer e como quer. Na realidade todos nós somos curados milhares de vezes nesta vida e nem ficamos sabendo. Sem falar que há uma quantidade enorme de “livramentos” que recebemos de Deus, em relação a coisas que nos atingiriam, e nem ficamos sabendo. Aceite o milagre com toda gratidão!"

Meus agradecimentos ao Pr. Daladier Lima, pela oportunidade!

Para quem quiser ler o post na íntegra é só acessar o link no blog do Daladier:

http://www.daladierlima.com/onde-estao-os-milagres-por-que-nao-os-vemos-hoje/