sexta-feira, 5 de julho de 2013

Subsídio para EBD - Paulo e a Igreja de Filipos


A Epístola de Paulo aos Filipenses, a ser estudada ao longo deste trimestre, terá como foco a revelação da pessoa de Cristo. Na medida em que temos consciência que estamos nEle, poderemos crescer em amor cada vez mais, mostrando que somos participantes do Seu evangelho. Nesses dias difíceis, nos quais outros evangelhos têm sido pregados, que sejamos despertados por essa mensagem para uma vida de humildade, sobretudo de alegria, independentemente das circunstâncias.

A Epístola de Paulo aos Filipenses está categorizada entre as Cartas da Prisão, as outras seriam Colossenses, Efésios e Filemon. A data provável de escrita é entre 60 a 63 d. C., em Roma, local no qual o Apóstolo estava em prisão domiciliar (At. 28.30,31). O objetivo do Apóstolo, nessa epístola, é agradecer uma oferta generosa que lhe fora enviada pelos filipenses, cujo portador foi Epafrodito (Fp. 4.14-19); e também para fortalecer a fé deles, mostrando que a verdadeira alegria é Jesus Cristo.
 
A meta de Paulo era inicialmente adentrar a província romana da Ásia por ocasião da sua Segunda Viagem Missionária, mas não obteve êxito. Por isso, tomou a direção do norte, para a Antioquia da Pisídia, atravessando a cordilheira montanhosa do Sultão Dagh, e prosseguindo para o norte, aonde chega aos limites da Bitínia, uma província senatorial a noroeste da Ásia (At. 16.6).
 
Mas ao tentar entrar na Bitínia, pela estrada do norte, para a Nicomédia, Paulo foi impedido novamente (At. 16.7), voltando-se para oeste. Em seguida desceu para a costa de Trôade, onde recebeu uma visão, a qual o desafiou: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At. 16.9). Em companhia de Lucas, viajou imediatamente para Samotrácia, chegando a Filipos. De acordo com o relato de At. 16.12, essa cidade era da Macedônia, “primeira do distrito, e colônia”. A relevância dessa cidade remete ao Sec. IV a. C., quando Filipe II, da Macedônia, tomou-a dos tracianos. Por isso ela recebeu esse nome, em sua própria homenagem. Em 42 a. C., essa cidade foi cenário da batalha entre as forças republicanas de Brutos e Cassius e as imperiais de Otávio e Antonio.
 
Por volta de 52 d. C., Paulo, acompanhado por Silas e Timóteo, chega à cidade de Filipos, durante sua Segunda Viagem Missionária (At. 15.40; 16.1-3). O grupo apostólico se encontra com Lídia, de Tiatira, uma comerciante que negociava púrpura (At. 16.14), que se converte a Cristo, levando o primeiro grupo de cristãos de Filipos a congregar-se em sua casa (At. 16.15).
 
O contexto religioso daquela cidade era de sincretismo, o panteão grego de deuses congregava uma série de divindades, tanto de origem grega quanto romana. A deusa Artemis era adorada, sob o nome de Bendis, Marte também era adorado, como deus tanto da agricultura quanto da guerra. Esse sincretismo religioso pode ser atestado em At. 16.16, em que uma jovem escrava era usada por um espírito de adivinhação. Paulo e Silas, após expulsarem aquele espírito da jovem, são presos por causarem prejuízo, sendo posteriormente libertos, tendo a oportunidade de plantar uma igreja naquela cidade (At. 16.16-40). Paulo teve a oportunidade de visitar a igreja de Filipos durante sua Terceira Viagem Missionária (At. 20.3-6).
 
Obedecer a visão do Senhor e ouvir a voz do Espírito (At 16.6-10) é algo que glorifica ao Pai, mas que também implica em sofrimento.
A voz do Espírito é cada vez mais negligenciada em nossos dias, quando alguns líderes (bispos, pastores, etc) não buscam mais a sua direção na realização da obra de Deus, no trabalho missionário e evangelístico, na implantação de igrejas. Disputas pessoais e ministeriais, expansões de "impérios" particulares e familiares, ganância por dinheiro, poder e coisas semelhantes a estas ditam as regras e norteiam os objetivos em alguns círculos evangélicos e denominacionais.
O Evangelho que produz tribulações e prisões (At 16.23-24) é trocado por um outro evangelho que promete satisfações e milhões. Os milagres, as curas e libertações viraram mercadoria e objeto de barganha no vergonhoso mercado da fé. A verdadeira adoração (At 16.25) deu lugar ao louvorzão, balada gospel, pancadão evangélico, show, apresentação artística.

Os senhores do presente século (políticos) não são contestados por propagarem, defenderem e legalizarem costumes que afrontam a Bíblia e a fé cristã, antes, são procurados (ou procuram) por pastores para negociatas, são bajulados em troca de favores eleitoreiros, provendo supostas "bênçãos" para uma igreja institucionalizada e morna (ou morta).
A prisão foi substituída pela mansão. O açoite foi trocado pelo conforto. O serviço deu lugar ao reinado. A toalha foi trocada pelos tronos. O contentamento deu lugar ao consumismo.
As igrejas enriquecem e multiplicam seu patrimônio institucional, mas cambaleiam e se empobrecem sem o poder espiritual. Enfraquecem sem o alimento sólido da Palavra.
A Epístola de Paulo aos Filipenses é atualíssima e urgente para a nossa geração. Que os corações se abram pela graça de Jesus ao clamor do Espírito, para que sejamos tocados e transformados por esta magnífica e poderosa mensagem.
 
 
 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Igrejas evangélicas disputal imigrantes haitianos em Rondônia


Quem conduz os cultos em creole na Assembleia de Deus de Porto Velho é o haitiano Pierrelus Pierre (foto). Antes de migrar para o Brasil, ele já era pastor da igreja na República Dominicana. "Vim para o Brasil para trabalhar, só que quando cheguei aqui a história mudou" (foto: João Fellet/BBC Brasil)
Quem conduz os cultos em creole na Assembleia de Deus de Porto Velho é o haitiano Pierrelus Pierre (foto). Antes de migrar para o Brasil, ele já era pastor da igreja na República Dominicana. “Vim para o Brasil para trabalhar, só que quando cheguei aqui a história mudou” (foto: João Fellet/BBC Brasil)

Publicado por BBC [via UOL]

Num templo da Assembleia de Deus no centro de Porto Velho, ao menos cem fiéis cantam em coro, ouvem pregações e oram em conjunto. Ao longo das três horas de cerimônia, não se ouve uma única palavra em português. Todos ali são haitianos.
Atraídos por empregos nas hidrelétricas do rio Madeira, desde 2011 ao menos 3.000 imigrantes do país caribenho se mudaram para a capital de Rondônia, segundo o governo local. E no Estado com o maior percentual de evangélicos do país (33,8%, ante 22,2% da média brasileira), algumas igrejas travam uma disputa por suas “almas”.
A Assembleia de Deus foi a primeira na cidade a erguer um templo só para o grupo. A maioria dos fiéis passou a frequentá-la após se mudar para Porto Velho, seduzida pelos cultos em creole, a língua mais falada do Haiti.

Quem conduz as cerimônias é o haitiano Pierrelus Pierre. Antes de migrar para o Brasil, ele já era pastor da Assembleia de Deus na República Dominicana. “Vim para o Brasil para trabalhar, só que quando cheguei aqui a história mudou”, ele diz à BBC Brasil.
Poucas semanas após mudar-se para Porto Velho, Pierre conheceu o líder da Assembleia de Deus na cidade, o pastor Joel Holden. O pastor o convidou, então, a assumir a pregação a seus compatriotas na igreja que viria a ser erguida para o grupo.
A estratégia surtiu efeito: desde a inauguração do edifício, há dois anos, os cultos estão sempre cheios.
“Já fui a igrejas brasileiras que são muito legais, muito bacanas. Mas aqui na igreja haitiana a gente se sente em casa”, diz o operário Gildrin Denis, de 25 anos.
Denis afirma que, no Haiti, frequentava uma igreja pentecostal que não existe no Brasil e que se converteu à Assembleia de Deus “para manter o padrão”. “Tenho dezenas e dezenas de amigos haitianos em Porto Velho e todos eu vejo aqui na igreja, fizemos amizade aqui.”

Supervisor da Congregação Haitiana da Assembleia de Deus na cidade, o pastor brasileiro Evanildo Ferreira da Silva diz que a igreja já converteu ao menos cem imigrantes. Ao serem batizados, eles recebem uma carteirinha com foto e dados pessoais.
Silva acompanha os cultos em silêncio, sentado no palco. Ele só se levanta para as músicas, que ocupam boa parte da cerimônia e são comandadas por baterista, baixista e guitarrista haitianos.
Um assistente, também brasileiro, é encarregado de coletar o dízimo. O pastor diz, no entanto, que os haitianos “estão com dificuldade de fazer essa parte aí”. “Estamos tentando adaptá-los a essa cultura nossa, de contribuição, até porque a igreja precisa pagar luz, telefone, ar-condicionado.”
Paralelamente, afirma Silva, há um trabalho para fazê-los abandonar as tradições do vodu, culto levado ao Haiti por africanos escravizados. “Eles chegam com uma cultura africana, de candomblé, mas na igreja são doutrinados a abandonar essas práticas.”

As igrejas evangélicas de Porto Velho (RO) travam uma disputa para atrair os haitianos para seus templos. Cerca de 3.000 pessoas migraram para a região desde 2011, quando foram atraídas pelas oportunidades de emprego nas hidrelétricas do rio Madeira. A Igreja Adventista do Sétimo Dia (foto), por exemplo, oferece aos recém-chegados cestas básicas, paga seus aluguéis e ainda os encaminha para entrevistas de emprego com fiéis. Atualmente, cerca de 30 fiéis haitianos frequentam o culto (foto: João Fellet/BBC Brasil)
As igrejas evangélicas de Porto Velho (RO) travam uma disputa para atrair os haitianos para seus templos. Cerca de 3.000 pessoas migraram para a região desde 2011, quando foram atraídas pelas oportunidades de emprego nas hidrelétricas do rio Madeira. A Igreja Adventista do Sétimo Dia (foto), por exemplo, oferece aos recém-chegados cestas básicas, paga seus aluguéis e ainda os encaminha para entrevistas de emprego com fiéis. Atualmente, cerca de 30 fiéis haitianos frequentam o culto (foto: João Fellet/BBC Brasil)

Devagarinho

Segundo a base de dados da CIA, órgão de inteligência dos EUA, embora 80% dos haitianos sejam católicos e 16%, evangélicos, metade da população do país pratica o vodu.
Silva diz que a igreja tem lidado com as diferenças culturais com “muita prudência, devagarinho, senão de repente eles podem até espalhar.”

Muitos, de fato, já buscam outros ares. Dois fiéis que assistiam ao culto da Assembleia de Deus num domingo de junho carregavam o livro Nada a Perder, de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus.
Eles haviam ganhado a obra na semana anterior ao participar, com centenas de haitianos, de um culto da Universal em Porto Velho. Só naquele dia, a igreja de Edir Macedo converteu seis haitianos.
Nem todos, porém, pretendem voltar. Um dos primeiros haitianos a se mudar para Rondônia, o tradutor Jean Onal, de 38 anos, diz que aceitou o convite para o culto da Universal por curiosidade, mas que o tom da cerimônia o desagradou. “Tinha mais de cinco pessoas possuídas, achei muito exagerado.”
Onal, que diz ser adventista, afirma que as igrejas em Porto Velho têm duas estratégias para atrair os imigrantes: enviam-lhes convites impressos ou pedem a haitianos que já as frequentam que levem conhecidos aos cultos.
Ele calcula que ao menos cinco denominações evangélicas na cidade tenham haitianos como crentes.

Já a Igreja Católica raramente atrai estrangeiros às suas missas, embora sua pastoral do migrante lecione português a grupos de imigrantes.
Coordenadora das atividades da pastoral, a irmã Orila Travessini diz que a igreja não faz proselitismo com as turmas. Ela nota, porém, que entre os haitianos “há uma grande carência do sobrenatural, de algo que preencha isso”.
Para Onal, a religiosidade de seus compatriotas reflete as condições sociais adversas que enfrentam. “O Haiti tem muita pobreza, muito desemprego, então as pessoas têm bastante tempo para orar a Deus.”
E quando emigram, diz, algumas práticas pregadas por religiões evangélicas – como a proibição ao consumo de álcool – facilitam que encontrem emprego e se adaptem ao novo país, segundo ele.
“Um país que não é pobre sempre tem uma festa no fim de semana para as pessoas gastarem dinheiro. Os haitianos, não: eles se preocupam mais com trabalho e com a igreja, é difícil encontrar alguém com cigarro na mão ou bebendo.”

Na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Porto Velho, que conta com cerca de 30 fiéis haitianos, a relação entre religião e prosperidade é ainda mais direta. A igreja dá aos haitianos recém-chegados cestas básicas, paga seus aluguéis e os encaminha para entrevistas de emprego com empresários fiéis da igreja.
“Todos os haitianos conosco estão trabalhando, têm celular, bicicleta. O nível financeiro deles têm aumentado”, diz o pastor Paulo Praxedes. “O objetivo deles não é serem sustentados ou mantidos por outros, é serem sustentados pelo próprio trabalho deles”.
Até agosto, a igreja também deve inaugurar uma unidade só para os haitianos. Por ora, o grupo frequenta os cultos regulares da igreja junto ao dos fiéis brasileiros e, numa sala aos fundos, celebra uma cerimônia em creole. A igreja também pretende formar, em breve, um pastor haitiano.

Para Marco Teixeira, professor do departamento de história da Universidade Federal de Rondônia (Unir), que coordena um grupo de estudo sobre os haitianos em Porto Velho, as igrejas evangélicas da cidade “viram nos haitianos um alvo”.
Embora avalie como positivo o papel que elas exercem ao recebê-los, dando-lhes segurança, ele diz que as igrejas promovem uma “despersonalização” dos imigrantes.
“Não é um trabalho feito gratuita e desinteressadamente. Há um interesse de conversão em marcha. É uma disputa, um verdadeiro mercado de almas, que pode ser ampliado para um mercado de dízimos.”
O pastor Adventista do Sétimo Dia Paulo Praxedes nega, porém, que sua igreja participe de qualquer disputa. “Não somos uma concorrência, nosso interesse é ajudá-los. Muitas vezes esses haitianos chegam ao nosso centro cultural e nem sabemos de que religião eles são”.
O pastor Evanildo Silva, da Assembleia de Deus, tampouco endossa a visão de que as igrejas estão competindo pelos imigrantes. Mas afirma que, mesmo que outras denominações venham a assediar os fiéis da Assembleia de Deus, o grupo não vai diminuir.
“Tem muitos haitianos aqui, então tem para todo mundo.”

terça-feira, 2 de julho de 2013

O Brasil está sendo sacudido!


O Brasil está sendo sacudido com manifestações populares que estão fazendo projetos que estavam parados há mais de década no Congresso Nacional saiam do papel. Tarifas estão sendo revistas para baixo e aumentos programados estão sendo cancelados. Um feito e tanto! Tal situação seria considerada impossível até poucos meses atrás.
Enquanto isso, os líderes evangélicos ou se calam, sem se posicionarem ou então dizem frases enigmáticas: “Não sou a favor nem contra, muito pelo contrário”. Talvez porque estejam muito ocupados na briga eclesiástica pelo poder, como se tem visto nos embates entre os pastores José Wellington e Samuel Câmara na maior Convenção assembleiana (CGADB), com a encrenca indo parar nos tribunais de justiça.
Uma verdadeira vergonha!
Na igreja Maranata, os líderes foram exibidos pelo Jornal Nacional sendo conduzidos a cadeia. Ao serem entrevistados, aprenderam com o Lula, a famosa frase, “não sei de nada”.
Há um vento soprando de mudanças que estão vindo sobre esse país, portanto, cuidado moçada que acha que a impunidade e a permanência no poder temporal é para sempre!