sexta-feira, 17 de abril de 2009

NÃO PODEMOS CALAR

De vez em quando, vejo nos blogues e sites, alguém dizendo que deveria haver uma nova Reforma, em face dos absurdos que vem ocorrendo no meio. Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto Hitler dizimava seis milhões de judeus, muitos pastores e líderes cristãos ficaram calados. Mas houve também os que agiram, arriscaram suas vidas, não se curvaram diante do sistema com a desculpa de que deveriam obedecer cegamente às autoridades.

Entre esses, estava o pastor luterano Dietrich Bonhoeffer que não ficou calado. Ele decidiu enfrentar os desafios de seu tempo, ainda que isso tenha lhe custado a liberdade e, por último, sua própria vida.
Quando negros estavam sendo tratados como animais no sul dos Estados Unidos, o também jovem pastor batista Martin Luther King decidiu confrontar o racismo e se manifestar por igualdade de direitos civis. Suas manifestações pacíficas foram acusadas de promover distúrbio da ordem. Sua família foi ameaçada, ele foi perseguido e morreu sonhando com uma sociedade mais justa. Foi porque ele não ficou calado que seus filhos e netos podem hoje viver o que ele sonhou e um negro se tornou Presidente dos Estados Unidos.

Martin Luther King disse: "O que me preocupa não é o grito dos maus. É sim o silêncio dos bons."
Os nomes de Martin Luter King e Bonhoenffer, Oscar Romero, Gandhi e Leonardo Boff, são lembrados pelas lutas memoráveis que travaram contra sistemas. Mas já parou para pensar que três deles não são evangélicos? Será que somos mais coopitáveis ao sistema?

E o que dizer de Sadraque, Mesaque e Abedenego, jovens companheiros de Daniel no exílio Babilônico? Eles poderiam simplesmente ter se curvado diante da estátua de ouro sob a desculpa de ter que obedecer as autoridades superiores. Mas não foi isso que fizeram. Pelo contrário, eles escolheram obedecer a Deus em vez de se curvar diante de homens ambiciosos e seus ídolos dourados. É por isso que a história deles nos inspira hoje, não é mesmo? Gostamos de ensiná-la nas escolas bíblicas para incentivar nossas crianças e jovens a não se curvar diante do sistema do mundo, não se render às tentações, não ceder às pressões a sua volta. Sugiro que a menos que estejamos dispostos a não nos curvar diante do sistema religioso profanado pela política e embriagado pelo poder, devemos parar de ensinar essa história em nossas igrejas e escolas bíblicas.

Quando a história da Igreja de nossos dias for escrita, o que será dito a nosso respeito? Como seremos retratados? Será como homens e mulheres de coragem e honra, dispostos a confrontar as potestades, arriscar nossa segurança e nos empenhar por uma igreja melhor, livre da política e do evangelho deturpado da prosperidade? Uma igreja comprometida com a Missão de Deus no mundo?

Será que podemos ouvir ecos do que disse Mordecai?
"Se você se calar, Deus levantará socorro de outro lugar... Mas quem sabe não foi para um momento como este que Deus lhe colocou aqui?"

Estamos dispostos a responder como a jovem Ester?
"Ore por mim... Eu falarei, não me calarei... Se perecer, pereci."

terça-feira, 14 de abril de 2009

POR UMA NOVA REFORMA OU UMA REVOLUÇÃO

A meus ver, em dias em que liderenças religiosas, estão querendo calar até blogueiros por expressarem sua opinião, não adianta só ficar fazendo seminário de inscrições caras para público limitado, com título de “Lutando pela igreja”. Existem personagens históricos inspiradores, que quando surgiu um momento decisivo, eles seguiram sua consciência e lutaram pela liberdade do seu povo com bravura e coragem.
Vivemos hoje momentos decisivos na história da Igreja (pelo menos da sua ala Protestante Evangélica). Em quase todo o mundo, pessoas estão cada vez mais cansadas do que vêem sendo feito e pregado em nome do Cristo. Igrejas que se transformaram em verdadeiros partidos políticos e impérios pessoais. Líderes megalomaníacos que seduzem, manipulam e dominam rebanhos incapazes de discenir a mão direita da esquerda. Pastores envolvidos em escândalos financeiros, morais e políticos que apelam para teorias de perseguição religiosa em vez de se arrepender e voltar ao primeiro amor. Crentes mornos, sem paixão pela verdade, vivendo uma espiritualidade do templo completamente desconectada com o restante de suas vidas. Estávamos precisando de uma nova Reforma ou de uma revolução.

Lutero não ficou calado quando a Igreja de seus dias estava mergulhada na política, venda de indulgências e poder papal. Ele agiu! É por isso que houve a Reforma Protestante. Como conseqüência desse movimento, hoje o papado não tem a mesma influência da Idade Média e podemos ler a Bíblia em nossa própria língua. Não deveríamos ter a mesma atitude se realmente queremos uma igreja renovada para nós, e para as gerações vindouras? Se não estamos contentes com a política na igreja (e com a política eclesiástica) que temos hoje, será que não deveríamos começar a fazer algo em relação a isso agora, antes que seja tarde demais?


Continua...

domingo, 12 de abril de 2009

APOCALIPSE HOJE E AGORA

O livro do Apocalipse sempre me interessou. Me lembro que aos 13 anos, recém-convertido, li o livro de Lawrence Olson, "O Alianhamento dos Planetas". Houve entre alguns, o pensamento que Cristo poderia voltar naquele ano de 1982, quando estaria ocorrendo o fenômeno. Mas o alinhamento dos planetas aconteceu, e Jesus não voltou. Entre 1985 a 1987, houve um frenesi de alguns pregadores, no meio evangélico, dizendo que o Segundo Advento ocorreria em 1988. Naquele ano, Israel faria 40 como nação. Justificavam a teoria, dizendo que na Bíblia uma geração era de 40 anos, e usavam a frase de Jesus "Não passará esta geração". Mas, 1988 chegou e nada aconteceu. Depois, na passagem para o ano 2000, ocorreu a mesma coisa. Só que, às vezes o pessoal esquece que, ninguém é secretário da Santíssima Trindade, para saber o dia da vinda do Senhor. Jesus disse que "acerca daquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos, nem o Filho, mas o unicamente o Pai". Somos instruídos nos Evangelhos, para olhar para os "sinais dos tempos" e não datas específicas. Sei que, quando se fala em escatologia (doutrina das últimas coisas), existe várias linhas de pensamento no meio cristão sobre o assunto. Mas, não é meu propósito aqui, ficar debatendo: amilenismo, pré-tribulacionismo, pré e pós-milenismo e etc. Eu fico vendo essas discussões intermináveis dos "teólogos", sobre quem vai ser o anticristo, se o arrebatamento é antes, durante ou depois da grande tribulação, se o milênio é literal ou não, e por aí vai. Gente! Como se diz no popular: "o mundo tá acabando e será que ninguém percebe?". Parece o filme Titanic, quando o navio estava afundando e um cara estava louco da vida, querendo pegar o DiCaprio, porque estava com a noiva dele. Enquanto isso, o capitão do navio, tomava o seu chá na sua hora britânica. Outros, naquele momento terrível, ainda querendo tirar proveito das pessoas, para ceder lugares nos botes salva-vidas, que eram poucos. A palavra crise é muito comum nesses dias: crise americana, crise energética e agora fala-se na crise de alimentos. Li o comentário da economista Míriam Leitão, no jornal "O Globo", em que ela diz que, os líderes mundiais estão batendo cabeça para saber o que fazer. Ao mesmo tempo, em que há um aquecimento global no clima, há um esfriamento do amor nos corações dos humanos. O Apocalipse está sendo aberto diante de nós, e muitos ainda não se deram conta disso. Os profetas hoje, são os cientistas, jornalistas, ecologistas. As pedras estão clamando. É hora, de ler e aplicar o Evangelho para a vida e não ficar em discussões intermináveis, que não levam a lugar nenhum. Eu não sei quando será a volta de Jesus, mas sei que ele vem. Não vou ficar discutindo, se o arrebatamento é antes, durante ou depois de algum evento. Só sei, que quando acontecer, eu subo. Meu bilhete já está pago, e o Comandante já avisou que, ele mesmo vai chamar os passageiros. A vinda de Jesus, não pode ser vista como um filme de terror, porque na verdade, ela é a esperança da Igreja. Diz o apóstolo Pedro: "Nós segundo a sua promessa aguardamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça". E ainda, o apóstolo Paulo: "Consolai-vos uns aos outros com estas palavras".