terça-feira, 28 de abril de 2015

Subsídio para EBD - Jesus escolhe seus discípulos


A palavra “discípulos” se refere a um “aprendiz” ou “seguidor”. A palavra “apóstolo” se refere a “alguém que é enviado”. Enquanto Jesus estava na terra, os doze eram chamados discípulos. Os 12 discípulos seguiram a Jesus Cristo, aprenderam com Ele, e foram treinados por Ele. Após a ressurreição e a ascensão de Jesus, Ele enviou os discípulos ao mundo (Mateus 28:18-20) para que fossem Suas testemunhas. Eles então passaram a ser conhecidos como os doze apóstolos. No entanto, mesmo quando Jesus ainda estava na terra, os termos discípulos e apóstolos eram de certa forma usados alternadamente, enquanto Jesus os treinava e enviava para pregarem.

Jesus Cristo nos chama a segui-lo. Tal convite não pode ser respondido com um mero levantar de mão em cruzadas evangelísticas, com muitas mãos se levantando, respondendo sim ao apelo de seguir Jesus. Na realidade, pode ser que o gesto seja o primeiro de uma sucessão benéfica que inclua: apertar a mão de irmãos, lavar os pés dos santos, enxugar lágrimas a aflitos, dar água e pão aos pobres, curar as feridas dos flagelados, impor as mãos sobre os doentes ou uni-las em oração e prece. Se este for o processo, então aquele gesto foi válido. No entanto, se não propiciar tal fluxo de vida e sucessão de atos, não passou de coreografia de trabalho religioso, ilusão para os servos da idolatria estatística e fantasia para os que pretendem povoar o céu a partir da graça barata.
 
Seguir Jesus não é ser modelado dentro do apertado terreno dos condicionamentos psicológicos, culturais e religiosos dos nossos guetos evangélicos. Entre nós a conversão é muitas vezes um fenômeno de mimetismo, não o nascer de uma nova criatura. A conversão não é, na nossa superficial e freqüentemente hipócrita cultura evangélica, a assimilação de chavões, palavras, gestos feitos, tom de voz e indumentária própria.
 
Não tenho medo de ser julgado. O que disse está dito, pois conheço a igreja de Cristo no Brasil e sei que ela precisa ser liberta da religiosidade que por vezes Jesus odiou e reprovou. Discipulado também não é apenas vida moral e social ajustada. Pagar as contas em dia, lavar o carro todo sábado, levar os filhos ao parque, sair semana com a esposa, ser bom vizinho e ótimo sobre discipulado. Esta vida certinha ainda está dentro do ordinário. O discipulado está no nível do extraordinário.
 
Seguir Jesus extrapola os melhores hábitos. É ir tão mais além que desajuste os certinhos e desinstale os irremovíveis e plantados no seguro terreno da vida acomodada. Discipulado é vida para nômades. É existência para aqueles que confessam que todo país estrangeiro pode ser sua pátria e que o planeta Terra não é seu lugar de repouso.  
 
Seguir Jesus é caminho sem retorno
Pelo menos é assim que o candidato deve encarar. "Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o Reino de Deus". Não pode haver titubeio. Avançar é a única alternativa viável. O discípulo diz: "Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus".
Nos dias em que vivemos, quando a mensagem do Evangelho tem sido insípida e diluída, sem substância, talvez me julguem estar exagerando ou tentando direcionar os desafios de vida aqui expostos para uma classe de pessoas especialmente vocacionadas. Imaginam que os comerciantes, industriais, empresários, fiscais da Fazenda, políticos, advogados e gerentes de bancos estão isentos desse projeto de vida.
 
Pensam: É possível que tal convite se dirija especificamente ao clero, à classe religiosa, aos pastores e obreiros, ou aos crentes muito consagrados. Acontece que a Bíblia não conhece essas distinções. Não há clero, laicato, pessoas de tempo integral e de tempo parcial, o grupo dos crentes simples e dos discípulos engajados. Jesus só tem uma categoria de seguidores: discípulos.
O discípulo não pode ser cheio de melindres, um hipersensível, um não-me-toques, pois muito freqüentemente suas opiniões serão contraditas e as sugestões reduzidas a pó ante a realidade irreprimível do amor de Deus e do Absoluto que o Amor manifesta no Reino de Deus. Repressões ortodoxas feitas pelos discípulos têm que ser, não raras vezes, repensadas, assim como posições intolerantes e rabugentas reavaliadas, mesmo diante de crianças.
 
Jesus nos ensina a ser não preconceituosos.  Em Jesus a verdade tem músculos, cor e pele. Cristo é a verdade. Apesar disso, não vemos nele a intolerância de alguns cuja fria e desalmada ortodoxia é mais uma espada afiada do que a expressão do zelo e do temor do Senhor. Jesus é a pessoa mais aberta que já fez história na Terra. Ele é aberto, sem no entanto ser um liberal sem fronteiras.
Nele não vemos pré-compreensões a respeito das pessoas, apesar de conhecer de antemão o que é a natureza humana. Nele não encontramos sintomas de preconceitos ou de pré-julgamentos. Seu dedo nunca é levantado antes de a hipocrisia manifestar-se. Sua voz nunca se ergue antes de a incoerência pretender passar por coerência. Seu juízo nunca vem, senão depois de a injustiça mascarar-se de retidão. Jesus nos ensina a viver nas fronteiras do amor e da santidade, mas nunca nas do moralismo e do preconceito. Para demonstrar isso ele come com pecadores, toca os intocáveis e alienados cerimonial e socialmente falando, visita a terra dos imundos porqueiros e usa porcos como agentes de misericórdia. Porcos eram animais imundos e impuros para os judeus.
 
Mas Jesus vence o preconceito e os usa como agentes de misericórdia, como ponte de libertação. Senta à mesa com um homem cuja fama é a de ser um sofisticado ladrão, e é capaz discipulado um ex- revolucionário e engajado – Simão, do partido esquerdista dos zelotes, cujo engajamento fora tão forte que seu nome mantém o vínculo com a ideologia que defendera. Jesus não leva em conta os preconceitos distorcidos contra os samaritanos, e tanto convive com eles quanto ilustra o amor fraternal através de um fictício personagem de Samaria.
Era também capaz de não só visitar os reacionários políticos religiosos de extrema-direita, mas inclusive comer com eles. Ele nem mesmo se esquivou de visitar e fazer o bem a alguém da casa do chefe local das forças de ocupação da superpotência que dominava o seu povo. E mais ainda: foi capaz de identificar fé naqueles que foram considerados pela ortodoxia pragmática como inveterados perdidos.
 
Entretanto, uma das provas mais fortes de que não havia espaço para preconceitos é o fato de que, nele, a mulher - então espoliada e minimizada - ganha dignidade e vê desaparecer o seu humilhante estigma de pessoa de segunda categoria. Ele a considerou extremamente útil e apta para fazer parte de sua equipe de evangelização.
Não a julgou indigna de colocar as mãos sobre a sua cabeça para ungi-lo meigamente, nem de tocá-lo suave, reverente e docemente para fazer parte de sua equipe de evangelização. Não a julgou indigna de colocar as mãos sobre a sua cabeça para ungi-lo meigamente, nem de tocá-lo suave, reverente e docemente, a fim de lhe evidenciar sua imensa gratidão.
Jesus também vence as barreiras maliciosos, não fugindo às mulheres, mas tratando-as com dignidade e transparência, mesmo em lugar solitário. A malícia procede do coração sujo, não do ambiente solitário. Cabe porém ao discípulo ter todo o cuidado de abster-se de toda a aparência do mal, sem no entanto ser um preconceituoso. No seu rol de amizades íntimas as mulheres também encontraram, espaço e dignidade. Ele não só conversa longamente com elas, como fazia refeições e aceitava hospedagem em sua casa.
 
Estranhamente, Jesus é o cumprimento das Sagradas Escrituras, sem no entanto ser o cumprimento dos modelos religiosos dos seus dias. Nem sempre a religião tem algo a ver com a Palavra de Deus. E isto também diz respeito, não raramente, ao próprio Cristianismo histórico e institucional.
A religião tende a ser o melhor conduto para o esclerosamento de qualquer idéia. Na maioria das vezes ela trabalha mais com tabus do que com a legítima revelação de Deus em sua palavra. O legalismo religioso é o mais forte empecilho ao caminhar do Reino de Deus na direção do novo.
Deus trabalha no sentido não da novidade, mas do novo eterno: um novo povo, com novos homens, que possuem um novo coração, vivem a realidade de um novo mandamento, sob uma nova lei, com um novo e eterno mediador, embalados por uma nova esperança, buscando uma nova cidade, onde se tem um novo nome e onde tudo é novo. Jesus ensina que o velho pano e o velho odre do legalismo religioso não poderiam suportar a alegria e a realidade da era nova. As novas expressões do Reino de Deus não se conciliavam com as estruturas de castas de uma religião caduca. Era preciso uma nova estrutura e uma nova mentalidade - a mentalidade do Reino de Deus.
Os doze discípulos/apóstolos originais estão listados em Mateus 10:2-4: “Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu”. A Bíblia também lista os 12 discípulos/apóstolos em Marcos 3:16-19 e Lucas 6:13-16. Ao comparar as três passagens, há algumas pequenas diferenças. Aparentemente, Tadeu também era conhecido como “Judas, filho de Tiago” (Lucas 6:16). Simão, o Zelote também era conhecido como Simão, o cananeu. Judas Iscariotes, que traiu Jesus, foi substituído entre os doze apóstolos por Matias (veja Atos 1:20-26). Alguns professores bíblicos vêem Matias como um membro “inválido” para os 12 apóstolos, e acreditam que o apóstolo Paulo foi a escolha de Deus para substituir Judas Iscariotes como o décimo segundo apóstolo.
E interessante também o perfil dos chamados por Jesus. Figueira e Junqueira põe em evidência esses perfis. Eram humanos, limitados e imperfeitos. Os exemplos:
 
Pedro — era generoso e entusiasta (Mc 14.29,31), mas, na hora do perigo e da decisão, o seu coração encolhia e ele voltava atrás (Mt 14.30; Mc 14.66-72);
Tiago e João - estavam dispostos a sofrer por Jesus (Mc 10.39), mas queriam ter mais poder que os outros (Mc 10.35-41), e eram temperamentais (Lc 9.54). Jesus deu-lhes o apelido de “filhos do trovão” (Mc 3.17);
Filipe — tinha muito jeito para colocar os outros em contato com Jesus (Jo 1.45,46), mas não era prático em resolver os problemas (Jo 6.5-7; 12.20-22). Jesus certa vez o censurou (Jo 14.8,9);
Natanael — era bairrista 0o 1.46), mas diante da evidência reconhece que Jesus é o Messias (Jo 1.49);
André - era mais prático. Foi ele que encontrou o menino com cinco pães e dois peixes (Jo 6.8,9);
Tomé - era generoso, disposto a morrer com Jesus (Jo 11.16). Mas também era cabeçudo e teimoso, capaz de sustentar a sua opinião, uma semana inteira, contra o testemunho de todos os outros (Jo 20.24,25);
Mateus — era publicano e como tal era excluído da religião judaica.
Simão - era Cananeu ou Zelote (Mc 3.18). Fazia parte de um partido dos zelotes que se opunha ao governo romano;
Judas - guardava o dinheiro do grupo (Jo 12.6; 13.29);
Joana — era esposa de Cusa, procurador de Herodes, que governava a Galileia. Junto com Susana e outras mulheres, ela seguia a Jesus e o servia com seus bens (Lc 8.2-3);
Maria Madalena — era nascida na cidade de Magdala. Jesus libertou-a de sete demônios (Lc 8.2);
Marta e Maria - eram irmãs, que junto com Lázaro, o irmão delas, viviam em Betânia, perto de Jerusalém (Jo 11.1);
Nicodemos - Era membro do Sinédrio, o Supremo Tribunal da época.
 
 
 
 
Concluindo, os doze discípulos/apóstolos eram homens comuns a quem Deus usou de maneira extraordinária. Entre os 12 estavam pescadores, um coletor de impostos, um revolucionário. Os Evangelhos registram as constantes falhas, dificuldades e dúvidas destes doze homens que seguiam a Jesus Cristo. Após testemunharem a ressurreição e a ascensão de Jesus ao Céu, o Espírito Santo transformou os discípulos/apóstolos em homens poderosos de Deus que “viraram o mundo de cabeça para baixo” (Atos 17:6). Qual foi a mudança? Os 12 apóstolos/discípulos haviam “estado com Jesus” (Atos 4:13).
Que o mesmo possa ser dito de nós!
Bibliografia:
FIGUEIRA, Eulálio &_ JUNQUEIRA, Sérgio. Teologia e Educa- ção. Op. Cit.
FILHO, Caio Fábio DÁraújo. Seguir Jesus, o Mais Fascinante Projeto de Vida. Editora Betânia, 1985.

 

Um pouco sobre Rachel Sheherazade que pode estar de saída do SBT após "bufada"

O Uruguai virou "sócio de traficantes" ao regulamentar o comércio da maconha. A defesa do Conselho Federal de Medicina à legalização do aborto é "abominável", e possivelmente está criando "um novo nicho de mercado" para a classe médica.
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São algumas das ideias da jornalista Rachel Sheherazade, 40, que há quatro anos é paga para falar o que pensa no "SBT Brasil", jornal das 19h45, do qual é apresentadora.
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Quem fala o quer quer, lê o que não quer na internet. "Meus votos para 2014: que a Rachel Sherazedo seja estuprada", postou o filósofo Paulo Ghiraldelli, em 26 de dezembro. Ela rebateu no Twitter e levou o caso aos tribunais processando o detrator por incitação a crime. Ele creditou o ataque a um hacker.
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Foi o YouTube que lhe garantiu fama. Em 2011, ela fez um vídeo criticando o Carnaval, pois a festa cercearia o direito de ir e vir do cidadão e sugaria recursos públicos. O comentário, feito na TV Tambaú, de João Pessoa, sua terra natal, caiu na rede e foi visto por mais de meio milhão de pessoas em uma semana.
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Três dias depois, em pleno reinado de Momo, recebeu uma ligação de Leon Abravanel, sobrinho de Silvio Santos e diretor de produção do SBT. "Achei que fosse trote." O contato era um convite para vir a SP conhecer a rede.

Até então fazia dupla jornada. Passou em um concurso para ser escrivã em um tribunal para ajudar a fechar as contas, porque o jornalismo na Paraíba "não bastava". Está licenciada e termina nos próximos dias o período máximo de afastamento. "Vou pedir desligamento."
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Passaram-se mais de mil dias até a certeza de que poderia abdicar da estabilidade do funcionalismo público. Ela não fala em dinheiro, mas o salário de apresentadora, em torno de R$ 150 mil, permitiu que seu marido, Rodrigo, deixasse o emprego na Paraíba para acompanhá-la.
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"Foi uma prova de fogo. O homem nordestino pode ser muito machista. Olhamos o que é melhor para a família." Moram com os filhos Clara, 5, e Gabriel, 3, numa casa em Alphaville, complexo de condomínios de luxo a 23 km de São Paulo. Mas o clã faz pouco esse percurso.
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"Eu tenho muito medo. Sou meio neurótica com violência urbana, mais ainda depois de começar a fazer bancada, noticiar tudo o que há de ruim." Quando os quatro vêm a São Paulo, "muito esporadicamente", optam por ir a teatros de shopping.
 
Escreve o texto no camarim, "como quem conta uma história". Seu nome, inclusive, veio de uma contadora de casos: a avó paterna leu os contos das mil e uma noites e se apaixonou pela protagonista, Sherazade. O segundo nome, adotado como sobrenome no lugar do original, Barbosa, ganhou nova sílaba sem razão conhecida.
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Ela dá as razões para ter mudado de orientação política. "Eu era de esquerda. Pintei a cara para o Collor sair. Votei no Lula até ele ser eleito. Me decepcionei com o PT." Hoje, vota "em pessoas, não em partidos". 
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"Com a minha maturidade, passei a ter posicionamentos mais de direita do que de esquerda." Cita o direito à vida e à propriedade como exemplos. Em um aspecto pelo menos ficou mais liberal: o estético. Foi instruída pela emissora a usar bobes para dar volume às mechas escorridas. Detestava. "Hoje, não tenho vergonha de ir à praça de alimentação de bobe."
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Confessa não ser vaidosa. "É um suplício", diz ao se dirigir ao camarim para ser maquiada. No caminho, elogia Reinaldo Azevedo, colunista da Folha e da revista "Veja". "Ele é um fofo! Me defendeu na história do Lula."
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A tal história: o ex-presidente teria se referido a ela como "uma jornalista do SBT, de 20 e poucos anos" que faz críticas "sem embasamento". Azevedo fez um texto em defesa da colega em seu blog.
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Rachel, por sua vez, defende o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. "Ele sofre perseguição religiosa", diz ela, sobre o parlamentar criticado por posições controversas como a "cura gay".
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É evangélica desde os 23 anos, quando foi batizada na igreja Batista. "A fé é 100% importante. Não teria resistido às dificuldades que encontrei aqui se não fosse pela fé."
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Entre os percalços, ser nordestina ("ainda há preconceito forte") e trabalhar em "uma redação que te olhavam de banda por ter chegado pelas mãos do dono".
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Não que fosse queridinha do patrão. Diz só encontrá-lo no salão de cabeleireiro Jassa, que tem convênio com a emissora. "Silvio é muito gente."
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O chefe um dia perguntou por que ela não improvisa seus famosos comentários. "A gente faz ao vivo, cada segundo conta", respondeu. Precisa treinar para encaixar a fala em 45 segundos.
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Chegando ao camarim, ela comenta que não quer fazer jornalismo para sempre. Mas desconversa. "Por enquanto estou feliz." Pelo menos até 2015, quando vence seu contrato, vai viver de discursar, como a xará da literatura. A personagem original, diz a lenda, prendia a atenção do rei narrando aventuras por mil e uma noites. "Ela, no fim, é igual à gente, tem que segurar a audiência." 
 
 
Comentário: A última polêmica envolvendo a âncora do SBT Raquel Sheharazade, foi dizer que não vai aceitar qualquer "intenção de assédio moral" por parte do diretor de jornalismo da emissora, Marcelo Parada. Na última quinta (23), após reagir com uma bufada a uma reportagem, Rachel foi repreendida pelo diretor, que a proibiu de fazer caretas no telejornal. A jornalista decidiu enfrentar Parada, exigindo que ele envie a proibição por escrito, e promete levar o caso a Silvio Santos, que a contratou em 2011. O SBT nega ter ocorrido "assédio moral", e sim uma orientação para que ele não exagere nas expressões faciais.

Particularmente, acho o estilo da jornalista mais para uma Marta Suplicy da direita e não duvido de logo ela tentar a carreira política.
 

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Em entrevista ao SBT, Edir Macedo fala sobre Xuxa e o "chute na Santa"


edirmacedocabriniO SBT exibiu na noite deste domingo um “Conexão Repórter” especial, ao longo do qual Roberto Cabrini apresentou, por 90 minutos, uma longa entrevista com Edir Macedo, fundador da Igreja Universal e dono da concorrente Record.
Silvio Santos encerrou o seu programa mais cedo, fazendo elogios ao trabalho religioso de Macedo e classificou o programa como “uma homenagem'' a ele, que “levou tanta gente que estava no mau caminho para o bom caminho''.
A entrevista com o dono da Record, exibida no horário nobre do SBT, curiosamente, foi ao ar justamente no dia em que a Globo comemorava os seus 50 anos.
Cabrini fez questão de fazer uma advertência logo no início: “Tudo, ou quase, foi abordado”, disse, deixando no ar uma dúvida importante. Segundo o colunista Ricardo Feltrin, do UOL, Silvio Santos não gostou de uma pergunta do repórter, sobre lavagem de dinheiro, e a eliminou da edição final do programa.
Segundo Cabrini, esta foi a primeira entrevista de Macedo a um jornalista que não trabalha para a Record. O repórter, de fato, fez inúmeras perguntas interessantes e provocadoras. Em suas respostas, porém, o bispo respondeu basicamente as mesmas coisas que já disse em seus livros de memórias ou de religião.
Educado, o repórter não interrompeu o entrevistado, mesmo quando ele discorreu além do necessário, evitando responder a algumas perguntas e fazendo propaganda da Igreja Universal.
Cabrini questionou Macedo sobre a sua prisão, acusado de charlatanismo, em 1992. Foi a oportunidade para o líder da Universal mais uma vez dizer que os culpados foram a Igreja Católica e a Rede Globo. “Acredito que eu seja o inimigo número um da Igreja Católica”. Sobre as muitas acusações que recebe, fez piada: “A Igreja Universal é que nem omelete. Quanto mais se bate, mais ela cresce''.
O repórter quis saber como o religioso lida com a acusação de que a sua igreja privilegia a arrecadação de dinheiro: “Só os estúpidos pensam em teologia da miséria”, respondeu, defendendo a “teologia da prosperidade''.
macedochutenasantaCabrini ouviu Macedo sobre o famoso episódio do “chute na santa”, protagonizado por um pastor da Universal, em 1995: “Foi um chute no estômago, para não dizer num lugar mais baixo. Foi a pior coisa que aconteceu dentro do trabalho da Igreja Universal. Porque não é o nosso estilo agredir a religião dos outros. Se exigimos respeito à nossa crença, temos que respeitar as outras crenças.”
Cabrini perdeu a oportunidade, neste momento, de questioná-lo sobre as muitas brigas com pastores de outras igrejas, bem como a hostilidade da Universal com religiões afro-brasileiras. O repórter também evitou perguntas sobre política, em especial sobre o PRB, partido comandado por um bispo licenciado da Universal, e a relação do seu entrevistado com o poder.
A conversa também abordou questões pessoais, como o bullying que sofreu na infância por ter nascido com uma deficiência nas mãos. “Fui todo mal fabricado. A gente sempre fica inferior aos perfeitos fisicamente''. Contou que na escola era chamado de “Dedinho'' por causa do problema.
Questionado pelo repórter, Macedo também falou de sua iniciação sexual, aos 16 anos, no Rio. “Foi num bordel, ali na zona”, disse. “E nós fomos lá aprender o que era o sexo''. Foi bom?, questionou o repórter. “Eu não transferiria essa experiência para os meus filhos. Naquela época, foi bom.''
Muitas namoradas?, quis saber Cabrini. “Sim, tivemos muitos casos amorosos'', disse rindo. “O defeito físico não impediu que a gente tivesse os nossos sucessos'', disse, recorrendo ao plural majestático.
Outro tema inconveniente que mereceu questionamento foi o famoso vídeo, exibido até pela Globo, em 1992, no qual ensina como os pastores da Universal devem convencer os fieis a arrecadar dinheiro para a igreja. “Ou dá ou desce”, ensina Macedo, no vídeo.
“Não me arrependo”, disse. “Eu falei aquilo que pensava e penso. E vou continuar pensando'', disse. “Se você dá, você recebe. Se você não dá, você não recebe'', acrescentou. “Sou uma máquina de ganhar almas”, repetiu algumas vezes.
xuxarecordCabrini quis saber se Macedo interfere muito na gestão da Record e se foi consultado sobre a contratação de Xuxa: “A Record tem vida própria'', disse. Em seguida, pensou um pouco antes de responder e disse: “Fui perguntado se havia alguma objeção (à contratação da Xuxa). Eu disse 'não'. Se é bom para a Record, é bom pra mim. Nossa filosofia é dar liberdade às pessoas em quem nós confiamos”.
Também falou sobre a exibição, de madrugada, na Record, de programas da Igreja Universal. Justificou o horário assim: “Porque as pessoas não tem tempo, de dia, para ver as nossas prédicas. Você sabe que as pessoas que estão sofrendo, sofrem à noite, especialmente pela madrugada.”
A compra da Record, ocorrida em 1989, depois de difícil negociação com a família Machado de Carvalho e Silvio Santos, serviu para Macedo fazer discurso. Primeiro disse: “Eu fui visado, muito visado. Logo eu, uma pessoa tão frágil. Por esse lado, a compra foi cruel”.
Em seguida, observou, talvez sem se dar conta que estava fazendo uma crítica implícita ao SBT: “Depois da Record, o Brasil teve outro rumo. Até então tínhamos a Rede Globo como informação única nesse país. Com a Record tivemos a oportunidade de deixar o povo brasileiro ciente do outro lado dos fatos. Isso fez o Brasil despertar. Hoje temos um Brasil democrático, eu diria, em grande parte por causa da Record.”
Ao final, Cabrini perguntou como Macedo se comparava a Silvio Santos — “dois grandes comunicadores'', segundo o repórter: “Não tenho o sorriso, a gargalhada, o jeito do Silvio Santos. Ele é um excelente comunicador”, disse o bispo. “E eu tenho a minha fé. Só sei passar fé.''
Meu Comentário: Parece que está aberta a temporada de entrevistas na Tv aberta para líderes evangélicos: Macedo no SBT, Malafaia na Globo e Caio Fábio na Rede TV. Os apresentadores das entrevistas são respectivamente: Roberto Cabrini, Pedro Bial e Luciana Gimenez. Os três líderes religiosos são personagens que se antagonizam, apesar de Malafaia e Macedo já terem sido aliados no passado, mas hoje são concorrentes. A entrevista do Caio ainda não foi ao ar.  Depois estarei fazendo um paralelo entre as três entrevistas aqui no blog.