terça-feira, 20 de abril de 2021

Sem concorrentes, Pastor Wellington Júnior será reeleito presidente da CGADB nesta terça-feira (20)



A eleição do quadriênio 2021 – 2025 e a posse da nova Mesa Diretora e do Conselho Fiscal da CGADB serão realizadas nesta terça-feira (20) de forma on-line.

Há 4 anos, o pastor Jose Wellington Costa Junior tomava posse como presidente da CGADB, respectivamente no dia 03 de julho de 2017. A  eleição foi considerada extremamente conturbada, com diversas acusações de possíveis fraudes no processo eleitoral e a judicialização em diversas partes do país, o que passou naquele momento chamar atenção da mídia secular, tendo em vista, que se trata de uma entidade conceituada e respeitada que representa milhões de evangélicos no Brasil.

O processo conturbado e a eleição do pastor Jose Wellington Costa Junior e de todos os integrantes de sua chapa, culminou com a saída do pastor Samuel Câmara da CGADB e de algumas convenções, fundando logo em seguida, a CADB – Convenção da Assembleia de Deus no Brasil, sob a liderança do pastor Samuel Câmara, líder da igreja Mãe em Belém –PA.

Desta vez, sem concorrentes, sem judicialização, sem polêmicas e sem oposição, o pastor José Wellington Costa Júnior, caminha para ser reeleito para comandar a entidade assembleiana pelos próximos 4 anos, com a missão de trabalhar o fortalecimento da instituição, das convenções filiadas e o crescimento do Reino no Brasil.

 A eleição do quadriênio 2021 – 2025 e a posse da nova Mesa Diretora e do Conselho Fiscal da CGADB serão realizadas nesta terça-feira (20) de forma on-line.

 Segundo a entidade, a eleição e posse se faz necessária para garantir que não haja solução de continuidade na administração da CGADB e das demais pessoas jurídicas ligadas a entidade.

A CGADB é responsável pela gestão da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), além do patrimônio que inclui uma fundação educacional, hospitais e creches. Ao todo, a denominação tem mais de 12 milhões de fiéis em todo o país.

 NOTA OFICIAL

CGADB, mais perto de você

Prezados Ministros, irmãos em Cristo Jesus!

“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”, Rm 12.12

Antes de mais nada, a CGADB, através de sua Mesa Diretora, transmite ao povo brasileiro e, em especial, a seus membros enlutados, as mais sinceras condolências, crendo, acima de tudo, que servimos ao “Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação”.

Um dos eventos mais aguardados por todos nós é a realização da 45ª Assembleia Geral, até então convocada para os dias 19 a 23 de abril de 2021, em Cuiabá-MT, presencialmente. Ardentemente desejado, pois significa um momento de congraçamento, união e enriquecimento através da troca de experiências, ocasião também em que são escolhidos e empossados os diretores da MD e Confisc, Conselheiros da CPAD, diretores dos demais órgãos e pessoas jurídicas como Emad, Senami e RAE.

Todavia, impactados pela grave crise provocada pela pandemia do Sars-CoV-2 e suas variantes, e, considerando o agravamento do atual quadro sanitário; as dificuldades para deslocamento dos convencionais; a crise no atendimento dos serviços médicos; leis, normas e decisões judiciais que tem impedido a realização de eventos presenciais, a Mesa Diretora da CGADB concluiu que tornou-se impossível a realização da Assembleia Geral como desejávamos e, após oração, reflexão e consulta aos seus membros atuais, decidimos e lhes comunicamos que:

1) Fica adiada a realização das reuniões presenciais agendadas para abril de 2021, sendo reagendadas para 18 a 21 de abril de 2022, em Cuiabá-MT.

2) Para que a CGADB, o Conselho Administrativo da CPAD e as pessoas jurídicas controladas não sofram solução de continuidade, fica mantida a primeira sessão da 45ª AGO, que se realizará de forma on-line, no dia 20 de abril de 2021, das 09h00 às 17h00, onde será encerrado o processo eleitoral com a posse da única chapa concorrente da MD e do Confisc, bem como a nomeação e posse dos integrantes do Conselho Administrativo da CPAD e das pessoas jurídicas controladas Emad, Senami e RAE.

3) Em momento posterior será divulgado a forma de acesso dos convencionais à dita reunião on-line.

4) A continuidade das demais sessões e trabalhos da 45ª AGO, ocorrerá no período de 18 a 21 de abril de 2022, na Cidade de Cuiabá-MT, previstas para a forma presencial.

 Em Cristo Jesus,

Pastor José Wellington Costa Junior
Presidente

Fonte:https://www.jmnoticia.com.br/ultimas-noticias/

segunda-feira, 19 de abril de 2021

A mulher samaritana, Coca-Cola e Jesus.

 



Às vezes, a gente ouve certas coisas que não aceita, mas não sabe bem o porquê. Só depois de algum tempo entende. Não foi por mera antipatia que aquela mensagem não desceu bem. Recordo-me quando ouvi pela primeira vez o paralelo entre Jesus e a Coca-Cola. O pregador, inflamado de zelo e paixão missionária, afirmava que numa viagem ao interior do Haiti, sob uma temperatura de mais de 40 graus, sentiu-se aliviado quando parou num quiosque miserável feito de palha de coqueiros e pôde comprar uma garrafa do mais famoso refrigerante do mundo. Devidamente refeito depois de beber sua Coca geladinha, perguntou ao dono da venda se já ouvira falar de Jesus. Ele não sabia de quem se tratava. E o nosso palestrante fez sua analogia, tentando dar um choque na complacência da igreja ocidental: “A Coca-Cola conseguiu alcançar o mundo inteiro em menos de um século e a igreja cristã ainda não cumpriu a ordem da Grande Comissão em mais de 20 séculos!”. Depois daquela primeira exortação, já devo ter escutado essa mesma comparação uma dúzia de vezes em diversas conferências missionárias. Verdade ou tolice? Pior. Estou certo que essas ilustrações não são meros simplismos, nascem de grandes erros teológicos (ou ideológicos?).

Coca-Cola é uma bebida inventada na Geórgia, Estados Unidos, com uma fórmula secreta. Sabe-se que sua receita original continha alguns ingredientes também encontrados na cocaína, daí o seu nome. Seus fabricantes nunca intencionaram outro propósito senão matar a sede das pessoas. A The Coca-Cola Company não convoca ninguém a rever valores do caráter, não confronta estruturas de morte, não se propõe a aliviar culpa, não revela a eternidade e nem Deus. Para chegar aos quiosques mais remotos do globo, bastou criar um produto doce e gaseificado. Investir bilhões em boas estratégias de propaganda, construir fábricas e desenvolver uma boa rede de distribuição para que o produto chegasse com a mesma qualidade nos pontos de venda. Tentar comparar a missão da igreja no anúncio do Reino de Deus às estratégias de mercado de um refrigerante, beira o absurdo. Confunde-se um bem material com uma pessoa e enxerga-se na mensagem um produto. Os missiólogos sucumbiram à lógica do mercado do novo milênio? Acreditam mesmo que cumpriremos nossa missão com os instrumentais corporativos? Tudo pode se tornar um produto?

No Brasil, o esforça-se muito para “vender” o Evangelho. Quase não se usa a mídia para proclamar os conteúdos do Evangelho. Alardeiam-se os benefícios da fé. Basta observar a enormidade de tempo gasto divulgando os horários dos cultos, a eficácia da oração, mostrando que aquela igreja é melhor e que a sua mensagem é a mais forte para resolver todos os problemas das pessoas. Aborda-se o Evangelho como um produto eficaz e adota-se uma mentalidade empresarial no seu anúncio. Prometem-se enormes possibilidades. Tratam as pessoas como clientes e sem constrangimento, anuncia-se que qualquer um pode adquirir esse determinado benefício com um esforço mínimo. As igrejas se transformam em balcões de serviços religiosos ou supermercados da fé. A tendência de oferecer cultos diferenciados e as intermináveis campanhas de milagres demonstram bem esse espírito. Como um supermercado com as gôndolas recheadas de produtos, as igrejas procuram incrementar os “serviços” ao gosto dos fregueses. Os pastores dividem os dias da semana com programações atrativas; gastam suas energias desenvolvendo estratégias que atraiam o maior número de pessoas. Sonham com auditórios lotados. Campanhas, correntes e demonstrações grotescas de exorcismos e milagres financeiros se sucedem. As pessoas, por sua vez, se achegam, seduzidos pelas promoções das prateleiras eclesiásticas.

Esse modelo induz as pessoas a adorarem a Deus por aquilo que ele dá e não por quem é. Não se anuncia o senhorio de Cristo, apenas os benefícios da fé. Os crentes acabam tratando a Bíblia como um amuleto e, supersticiosos, continuam presos ao medo. Vive-se uma religião de consumo.

Mas existe outra dimensão ainda mais sutil. Naomi Klein, jornalista canadense, publicou recentemente “Sem Logo” (Editora Record) para denunciar a tirania das marcas em um planeta obcecado pelo consumo. Ela defende a tese de que a grandes corporações do mercado global não vendem apenas os seus produtos, mas a marca. Procuram criar uma filosofia de vida embutida em seus produtos. Desejam induzir seus consumidores a acreditarem que podem viver um determinado estilo de vida, desde que comprem aquela marca específica. Assim os fumantes de Marlboro imaginam personificar o “cowboy” solitário, mesmo morando em um apartamento. Quando atletas amadores vestem as roupas ou calçam os tênis da Nike, acham que se transformam em campeões. Gente que vive presa no trânsito apinhado das grandes metrópoles, ao dirigir jipes com tração nas quatro rodas, sente-se desbravando sertões. Klein declara: “’Marcas, não produtos!’ tornou-se o grito de guerra de um renascimento do marketing liderado por uma nova estirpe de empresas que se viam como ‘agentes de significado’ em vez de fabricantes de produtos. Segundo o velho paradigma, tudo o que o marketing vendia era um produto. De acordo com o novo modelo, contudo, o produto sempre é secundário ao verdadeiro artigo. A marca e a sua venda adquirem um componente adicional que só pode ser descrito como espiritual”.

Infelizmente percebe-se o mesmo em determinados círculos cristãos. Querem fazer do Evangelho uma grife. Como? Primeiro transforma-se um seleto grupo de evangelistas, cantores e pastores em superestrelas ao estilo de Hollywood. Depois associam seu nome a grandes eventos e dão-lhes o holofote. Ensinam-lhes habilidades espirituais acima da média. Assim produzem-se ícones semelhantes aos do mundo do entretenimento. Eles aglutinam multidões, vendem qualquer coisa e criam novas modas. A indústria fonográfica enriquece, os congressos se enchem, e os novos astros do mundo “gospel” alavancam suas igrejas.

Jesus dialogou com uma mulher samaritana e ofereceu-lhe uma água viva. A mulher imaginou essa água com raciocínios concretos. Pensou que ao beber, nunca mais teria sede. Uma água dessas hoje, devidamente comercializada, seria um tesouro sem preço. “Dá-me dessa água e assim nunca mais terei que voltar aqui”.

Jesus corrigiu sua linha de pensamento. A água que ele oferecia não era mágica, mas um relacionamento: filhos e filhas adorando ao Criador em espírito em verdade. Infelizmente muitos evangélicos brasileiros propagandeiam água mágica. Pretensamente matando a sede de qualquer um no estalar dos dedos.

O evangelho não é produto ou grife, volto a repetir, mas uma alvissareira notícia. Não deveria se escravizar às regras do mercado. Ricardo Mariano em sua tese de doutoramento concluiu, para a vergonha de tantas igrejas neo-pentecostais: “As concessões mágicas feitas pelas igrejas pentecostais às massas desafortunadas, por certo, não constituem tão-somente meras concessões… observa-se que a oferta pentecostal de serviços mágicos segue cada vez mais uma dinâmica empresarial, ditada pela férrea lógica do mercado religioso, que pressiona os diferentes concorrentes religiosos a acirrarem seu ativismo e a tornarem mais eficazes suas ações e estratégias evangelísticas”.

Essa mercadoria religiosa caricaturada de evangelho não representa o leito principal da tradição apostólica. A indústria que encena essa coreografia carismática de muito barulho e pouca eficácia, não conta com o aval de Deus. Há de se voltar ao anúncio doloroso do arrependimento como primeira atitude para os candidatos ao Reino. Não se pode, em nome de templos lotados, omitir a mensagem da cruz. Precisa-se repetir sem medo a mensagem de Jesus: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 8.34).

Se não voltarmos aos fundamentos do Evangelho, teremos sempre clientes religiosos, nunca seguidores de Cristo. Faremos proselitismo sem evangelizar. Aumentaremos nossa arrecadação sem denunciar pecados. Construiremos instituições humanas sem encarnação do Reino de Deus. E pior, continuaremos confundimos Jesus com Coca-Cola. No Maranhão há um refrigerante de grande sucesso com a marca Jesus. Entretanto, não se pode desejar alcançar o sucesso transformando Jesus numa soda e as igrejas em quiosques religiosos.

Que Deus tenha piedade de nós. Soli Deo Gloria.

(Ricardo Gondim)