sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Alunos evangélicos se recusam a fazer trabalho sobre a cultura afro-brasileira


O protesto de um grupo de 13 alunos evangélicos do ensino médio da escola estadual Senador João Bosco Ramos de Lima - Zona Norte da cidade de Manaus/AM -, que se recusaram a fazer um trabalho sobre a cultura afro-brasileira – gerou polêmica entre os grupos representativos étnicos culturais do Amazonas.

Os estudantes se negaram a defender o projeto interdisciplinar sobre a ‘Preservação da Identidade Étnico-Cultural brasileira’ por entenderem que o trabalho faz apologia ao “satanismo e ao homossexualismo”, proposta que contraria as crenças deles.

Por conta própria e orientados pelos pastores e pais, eles fizeram um projeto sobre as missões evangélicas na África, o que não foi aceito pela escola. Por conta disso, os alunos acamparam na frente da escola, protestando contra o trabalho sobre cultura afro-brasileira, atitude que foi considerada um ato de intolerância étnica e religiosa. “Eles também se recusaram a ler obras como O Guarany, Macunaíma, Casa Grande Senzala, dizendo que os livros falavam sobre homossexualismo”, disse o professor Raimundo Cardoso.

Para os alunos, a questão deve ser encarada pelo lado religioso. “O que tem de errado no projeto são as outras religiões, principalmente o Candomblé e o Espiritismo, e o homossexualismo, que está nas obras literárias. Nós fizemos um projeto baseado na Bíblia”, alegou uma das alunas.

Intolerância gera debate na escola
A polêmica entre os alunos evangélicos e a escola provou a ida de representantes do Fórum Especial de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros do Amazonas, da Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Amazonas, e do Ministério Público do Estado.

Edson Melo afirmou que desde 2003 existe a lei federal 10.635, que trata da obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nas escolas. "Essa lei existe e é aplicada em todas as escolas brasileiras, há sete anos esta escola realiza uma feira cultural que objetiva ensinar os alunos sobre a contribuição das diversas culturas para a formação da identidade brasileira e isso nunca ocorreu", explicou o diretor.

Segundo Edson Melo, diretor de Programas e Políticas Pedagógicas da Secretaria de Educação do Estado (Seduc), a feira tratou da cultura, arte, música, dança e culinária dos afro-brasileiros. O professor propôs um trabalho sobre o candomblé, entretanto quando chegou no dia da apresentação do trabalho os alunos quiseram apresentar sobre as missões evangélicas na África, o professor não aceitou. "O espaço de toda e qualquer escola não existe para formar mentes intolerantes, que passam um borracha na história cultural do Brasil", declarou o diretor, dizendo que a sociedade em geral, independente da religião, não pode se tornar um povo sem memória.

Os 13 alunos envolvidos no caso estão indo às aulas normalmente e, segundo Edson, prometeram encaminhar a Presidência da República um ato de repúdio, alegando que sofreram bullying e que não houve espaço para a religião evangélica na feira, além de não terem aprovado a escolha da obra Jubiabá de Jorge Amado, onde um dos personagens é amigo de um pai de santo.

Fonte: http://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-Polemica-alunos-professores-trabalho-escolar-afro-brasileiro-evangelicos-satanismo-homossexualismo-espiritismo_0_808119201.html  

Meu Comentário: Eu até imagino como foi a orientação que os pastores dos garotos deram a eles e seus pais. Soltaram aquelas teorias malucas, dizendo que a Africa está debaixo de maldição por causa de Cão, filho de Noé. Ensinam que o filho caçula de Noé é o ancestral dos africanos e cananitas e para completar ainda tem os que dizem que a maldição lançada por Noé afetou até mesmo a cor dos descendentes de Cão. Uma teoria idiota sem pé nem cabeça. Preconceito muitas vezes fruto de falta de conhecimento histórico e bíblico.
 
Olho para a Africa e a vejo como um Continente que tem sofrido muitos males, inlcusive o da colonização das potências estrangeiras. Já fiz um curso de extenção sobre cultura africana na UFU-Universidade Federal de Uberlândia e gostei. Porém como diz Paulo, todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém, no dia e horário que foi marcado para uma apresentação que eu senti que teria um viés bem religioso eu me abstive de comparer. No mais participei de todos os trabalhos em grupo e das palestras, entreguei meu trabalho escrito solicitado e peguei meu certificado. Conforme o ensino paulino nas epístolas, examinei tudo e retive o que achei bom.
A sociedade brasileira tem sofrido influência de tantas culturas, entre elas a africana. Que mal tem reconhecer a riqueza cultural africana? Será que tudo o que vem de lá deve ser rechaçado? As práticas fetichistas e animistas atribuídas às religiões afro-brasileiras não são piores do que as praticadas há milênios por nossos ancestrais europeus. Matança de animais, oferendas diversas, culto a entidades e aos antepassados, tudo isso pode ser encontrado com fartura em nossa herança europeia. Preferimos ignorar isso e atribuir à África tudo o que reputamos por superstição barata, idolatria e feitiçaria.

A influência da cultura africana não se restringe á religiosidade. Nossa música, nossos hábitos alimentares, nosso espírito festeiro, e até nosso vocabulário sofreram forte influência do continente que é o berço da civilização humana. E sinceramente, deveríamos estudar sua religiosidade da mesma maneira como estudamos as mitologias grega e nórdica. Mas nosso preconceito nos impede disso. É preferível demonizar toda uma cultura a expor nossos filhos à sua nefasta influência.

Muitas vezes confundimos evangelização ou obra missionária com aculturação. É claro que os missionários levaram muita coisa boa consigo, tanto para África, quanto para tantos outros rincões. Semelhantemente, recebemos muita coisa boa da África, e não apenas suas crenças.

Ao ler a Palavra vejo muito a Africa nas páginas sagradas. O Egito está lá no Antigo e no Novo Testamento. Moisés e o próprio Jesus passaram um tempo lá.  Na rainha do Sul que veio conhecer Salomão. No Eunuco da Etiópia que foi evangelizado por Felipe. Simão de Cirene que ajudou Jesus a carregar a cruz era do Norte da Africa e é retratado em muitas inscrições antigas como sendo de cor negra. A África também forneceu a humanidade um grande nome da teologia e filosofia que foi Agostinho de Hipona.

Deus é o Senhor de todas as nações. Existe ação de Deus na história que nem sequer imaginamos conforme Ele mesmo disse através do profeta Amós que o êxodo hebreu não foi o único que Ele promoveu: "Não me sois, vós, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? diz o SENHOR: Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e aos filisteus de Caftor, e aos sírios de Quir?" (Amós 9:7). 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Subsídio para EBD: Naum - O limite da tolerância divina

Esta na moda uma teologia bastante condescendente, que supervaloriza a misericórdia e o amor divino em detrimento do julgamento. A aula de hoje servirá para reestabelecer o equilíbrio bíblico a esse respeito. O Deus da Bíblia é amor (I Jo. 4.8), mas também é fogo consumidor (Hb. 12.29). O livro de Naum ressalta essa verdade, a respeito da qual trataremos nesta lição. A princípio apontaremos os aspectos contextuais do livro, em seguida, sua mensagem, e por último, a aplicação para os dias atuais.

1. ASPECTOS CONTEXTUAIS
Naum, cujo nome significa “confortador”, era da Galileia e pronunciou o juízo de Deus contra a Assíria, na medida em que também confortou Judá por causa da opressão daquele inimigo. Sua profecia é destinada, especificamente, aos judeus, às tribos do Sul, provavelmente entre 663 a 612 a. C. O cumprimento da profecia da destruição da Assíria, se deu por volta de 663 a. C., após a queda de Tebas. O versículo-chave do livro se encontra em Na. 1.7-9: “O SENHOR é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que cofiam nele. E com uma inundação transbordante acabará de uma vez com o seu lugar; e as trevas perseguirão o seus inimigos. Que pensais vós contra o SENHOR? Ele mesmo vos consumirá de todo; não se levantará por duas vezes a angústia”. Os livros de Naum e Jonas se complementam, pois os dois tratam do julgamento sobre a Assíria, e têm Nínive, a capital do império, como foco. O Reino do Norte, Israel, já havia caído nas mãos dessa potência mundial em 722 a. C., que agora assolava o Reino do Sul, Judá. Naum foi levantado por Deus para proclamar a ira do Senhor sobre essa nação, que viria a cair diante da Babilônia. Através das profecias de Naum, sabemos que Deus não é apenas o Senhor de Israel, mas de toda a história. Ele está no comando das nações, o mundo está sobre a Suas mãos, pois “o SENHOR é Deus zeloso e vingador (...) tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado” (Na. 1.2,3). O livro de Naum apresenta a seguinte divisão: A terrível ira de Deus – os princípios do julgamento divino (Na. 1.1-7); a ira pessoal de Deus – o julgamento de Deus sore Nínive e Senaqueribe (Na. 1.8-15); a ira de Deus manifesta – a destruição de Nínive (Na. 2.1-3.11) e a ira irresistível de Deus – a destruição de Nínive foi inevitável (Na. 3.12-19).

2. A MENSAGEM DE NAUM
A mensagem de Naum começa em Deus, pois Ele é zeloso e vingador, que tem ciúme do Seu povo, por isso exercerá justiça sobre os inimigos do Seu povo (Na. 1.2,3). Os inimigos de Deus, nos tempos do profeta, estavam materializados na Assíria, que representavam o mal contra a Israel e Judá (Na. 1.9-11). Como consequência, a ira de Deus sobreviria sobre aquela nação (Na. 1.12-14), que resultaria em paz para Judá (Na. 1.15). Nínive iria cair, “como palha mais seca” (Na. 1.10), o jugo sobre Israel seria quebrado (Na. 1.12,13). Aquela destruição seria motivo de júbilo e celebração, pois não haveria mais razão para medo (Na. 1.15). Sendo Deus o Senhor, e estando Ele no comando da situação, de nada adiantaria a Assíria lançar mão das suas armas poderosas (Na. 2.1). Todo artifício humano cai por terra quando Deus determina a Sua vontade. As forças humanas não podem ir de encontro aos desígnios de Deus, pois Ele é soberano. As promessas feitas ao Seu povo se cumprirão, para tanto, destruirá as fortalezas dos inimigos (Na. 2.2-19). Quatro imagens são apresentadas por Naum para denunciar a culpa dos ninivitas: a cidade é um leão que causa pavor à vizinhança (Na. 2.11,12); uma prostituta que escraviza os outros com feitiçaria (Na. 3.4); uma cidade egípcia de Tebal, que acaba sendo destruída pela Assíria (Na. 3.8-10); e gafanhotos que destruíram o campo (Na. 2.15-17). Mas Deus não admite a opressão de nações que abusam do poder para tirar vantagem e oprimirem as mais pobres. Ele acompanha as situações de injustiça entre as nações, e como fez com a Assíria, agirá em relação às nações no futuro (Na. 2.13; 3.5). A queda daquele império, e de tantos outros que oprimem as nações ainda hoje, foi e será motivo de júbilo, pois aliviará o fardo daqueles que se encontram debaixo de jugo pesado (Na. 3.14-19).

3. PARA HOJE
Nenhum império é absolutamente grande perante Deus, nações subiram e depois desceram, um exemplo disso é a queda de Roma no quinto século da era cristã. A queda de Nínive, bem como da Babilônia, é uma demonstração de que somente o Reino de Deus permanece para sempre (Sl. 45.6). Desde o princípio os seres humanos querem construir suas torres, tal como o império de Nimrode, que querem se instituir permanentemente sobre a terra (Gn. 10.8; 11.11). Mas o julgamento de Deus virá, não apenas sobre as pessoas, mas também sobre as nações (Mt. 25.31,32). Deus não quer que as pessoas pereçam, pois é misericordioso, e rico em perdoar (II Pe. 3.9,10), mas estabeleceu um dia de julgamento, no qual destruirá as nações que não se arrependerem, e que perseguiram Israel na Tribulação (Ap. 20.4). O conforto, que é o significado do nome Naum, será não para os inimigos, para aqueles que oprimem, mas para os que são oprimidos, pois serão confortados pelo Senhor. O Deus de Israel, e da Igreja, é de vingança, Ele não deixará impune aqueles que se opõem à Sua palavra, e que perseguem o Seu povo (Dt. 32.35; Rm. 12.19). Nínive, como império fundado por Nimrode, continua sendo símbolo dos governos humanos que se opõem a Deus (Ap. 17.5). Mas o império dos homens tem data marcada para terminar, ainda que não saibamos quando será o dia e a hora. Durante a Tribulação, Babilônia, o império do Anticristo, cairá por terra (Ap. 18.2). Os governantes da terra lamentarão a queda desse último império (Ap. 18.16-18). Os súditos do reino de Deus celebrarão, cantarão louvores a Deus, pois a glória terrena findará, dando lugar ao poder de Deus (Ap. 19.1-4; 6-9).

CONCLUSÃO
Jonas recebeu a incumbência de ir para Nínive proclamar a Palavra do Senhor (Jn. 1.1,2; 3.1,2). Na ocasião, a cidade se arrependeu, mas não persistiu em obediência, antes se entregou à vaidade. Por causa disso, aproximadamente duzentos anos depois, foi destruída. Isso mostra que Deus tolera o pecado, pois não deseja que ninguém seja destruído, mas deseja que todos se arrependam (II Pe. 2.9). Caso contrário, Seu julgamento virá (I Ts. 5.2,3), por isso, é preciso ter cuidado para não recair no pecado da apostasia, que resultará em destruição eterna (Hb. 1.9; 6.6; 10.26).
BIBLIOGRAFIA

BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.
BAKER, D. W., ALEXANDER, T. D. STURZ, R. J. Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2001.

Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com/

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Pastores visitam a Rede Globo


A Globo vem estreitando relações com a comunidade evangélica. Na semana passada, a emissora recebeu visita no Projac (Rio) de representantes da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil, comandados pelo pastor Robson Rodovalho, fundador da Comunidade Sara Nossa Terra.

Na pauta da conversa estavam a aproximação da programação da Globo com o pensamento evangélico e a promoção de eventos religiosos por parte da emissora. Um passo grande nesse sentido foi dado com o Festival Promessas, show com nomes da música gospel, que neste ano será exibido no dia 15 de dezembro, como parte dos especiais de fim de ano da Globo.

A emissora pretende também promover em 2013 uma agenda de vários eventos ligados ao Festival Promessas, que terá quatro edições regionais e uma nacional.

Participaram da visita à Globo 16 pastores, entre eles Jabes de Alencar, da Assembleia de Deus de São Paulo. No próximo dia 29, um representante da Globo comparecerá a um encontro entre pastores do país todo, que será realizado em Brasília.

“Vemos essa aproximação da Globo como um exemplo de maturidade em nome do interesse da sociedade”, disse à Folha o pastor Robson Rodovalho.

Meu Comentário: Além do Festival Promessas, a maior emissora de TV do Brasil pretende lançar a “Feira Internacional Cristã” para o próximo ano, segundo informou o jornalista Lauro Jardim (Revista Veja). A Globo tem investido nos programas e eventos de público evangélico, acompanhando o crescimento dos fieis que já contam com cerca de 42,3 milhões no país, de acordo com dados do censo de 2010 do IBGE.

Para alcançar ainda mais evangélicos na área comercial, a Globo pretende superar a ExpoCristã. O evento que ocorre desde 2001 é considerado a maior em vendas e distribuição de artefatos e produtos cristãos na América Latina. Neste ano, a feira gerou aproximadamente R$ 100 milhões em negócios e mobilizou 168 mil pessoas entre expositores e visitantes, segundo a sua organização.
 
Esses dias no meu twitter (https://twitter.com/JuberDonizete) eu disse o seguinte: "Tem gente preocupada porque a Globo quer competir com a ExpoCristã. E o Evangelho de Cristo com isso? Afinal tudo é comércio mesmo!" 

E digo mais: Você está escandalizado com os pastores e cantores gospel, querendo um lugar ao sol na Venûs Platinada? Ora, porventura, as emissoras de tv, gravadoras, editoras evangélicas não primam também pelo lucro?

Triste é ver que está praticamente quase tudo dominado por Mamom, quando ficamos sabendo aqui e ali, sobre pastores que recebem dinheiro não contabilizado de políticos (o famoso caixa 2), com o agravante de além de se venderem ainda querem usar o rebanho como massa de manobra para seus interesses pessoais e dos políticos.

A politigem não está restrita a política partidária, mas também habita os ambientes eclesiásticos das Convenções de ministrose, concílios e etc. Li recentemente na blogosfera, a informação de que na próxima eleição da mesa diretora da CGADB, suspeita-se que os principais candidatos, vão gastar milhões de reais.

Diante de tudo isso eu pergunto: Que diferença o meio evangélico apresenta em relação ao chamado "mundo secular"? Qual a diferença entre a Globo e a Record? Na minha modesta opinião, eu não consigo ver em nada disso, a presença de Jesus de Nazaré. Usam o nome Dele como se fosse uma sigla, mas o conteúdo do Evangelho de Cristo está muito longe disso.

Quando o templo vira um covil de rapina e comércio, quando a motivação do trabalho cristão não é mais o amor a Deus e ao próximo, Jesus diz que Ele está fora da igreja, batendo à porta e que o que virá pela frente é o vomitar da sua boca.

Digo isso com temor e tremor, mas é o que sinto sinceramente.