A doutrina da Trindade é a
verdade mais crucial do pensamento cristão, mas como conciliar o monoteísmo
revelado no Antigo Testamento com a divindade de cada pessoa da Trindade? Esse
é o enfoque da presente lição.
[Comentário: A doutrina da Trindade é um
dogma misterioso e de difícil compreensão da fé cristã. Foi Agostinho quem deu
à tradição ocidental a sua expressão madura e final acerca da Trindade em seu
tratado conhecido por A Trindade, que ele demorou dezesseis anos para redigir –
entre 400 e 416 d.C.. De início, informo que seria insensato afirmar que
podemos dar uma explicação completa sobre ela. Sabendo que Deus não pode ser
compreendido pela mente humana, se fosse, não seria Deus; como entendia
Agostinho, “Deus é incompreensível, mas
não incognoscível”. Sobre este assunto, só podemos saber, a respeito de
Deus, e da Trindade, o pouco que as Escrituras nos revelam. A tripla
personalidade de Deus é, exclusivamente, uma verdade da Revelação. Por
definição, temos que Deus é uma Unidade, uma essência divina, existindo em Três
Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito
Santo. Não há nas Escrituras o termo Trindade. O Credo Atanasiano diz: “Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em
Unidade, sem confundir as Pessoas, sem separar a substância”. Cada uma das
Três Pessoas da Trindade é Deus, sendo iguais em autoridade, glória e poder.
Cada uma igual às outras, merecendo o mesmo culto, a mesma devoção, a mesma
confiança e fé (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11). É
importante conhecermos bem esta doutrina para estarmos sempre “preparados para responder a todo aquele que
vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pd 3.15).] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I - CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS
1. A unidade na Trindade (1Co 12.4-6). Uma leitura superficial dessa passagem pode levar
alguém a argumentar que o texto não diz que cada uma dessas pessoas é Deus,
como costumam fazer determinados grupos tidos como cristãos. O apóstolo Paulo
se refere à Trindade usando outra linguagem. Ele afirma a unidade de Deus, uma
só essência e substância, em diversidade de manifestações de cada Pessoa
distinta. E declara que o Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo e o Deus Pai é
o mesmo. É a unidade na diversidade.
[Comentário: Pai, Filho e Espírito Santo são
três pessoas distintas, separadas, mas que em poder e glória são iguais, são
infinitas, eternas e trabalham com um mesmo objetivo. A gora, atenção, a
“substância” de Deus é Deus, não um monte de “ingredientes” que misturados
produzem a divindade. Deus é um, e só um. Este é o grande brado do judaísmo
chamado Shema (Dt 6.4). Em 1Co 12.4-6, Paulo distingue de forma clara as três
pessoas da Trindade, dizendo: “Ora, há
diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios,
mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que
opera tudo em todos”. Em Ef 4.4-6, Paulo ainda reforça o argumento,
dizendo: “Há um só corpo e um só Espírito,
como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor,
uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e
por todos, e em todos”. Paulo afirma que não falava com sabedoria humana,
mas com palavras que o Espírito Santo ensinava (1Co 2.13). A fé monoteísta
prossegue ao longo do Novo Testamento. Paulo ainda escreve: “No tocante à comida sacrificada a ídolos,
sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só
Deus. Porque ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou
sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um
só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele”
(1Co 4.6). A observação de Paulo sobre “muitos deuses e muitos senhores”,
conforme os eruditos do Novo Testamento, igualmente se refere aos governadores
humanos com grande poder (muitos dos quais eram adorados como deuses), bem como
aos deuses pagãos. Em nenhum caso Paulo os estava igualando ao Deus Criador. O
que afirma em sua carta aos Gálatas é: “Ora,
o mediador não é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20). Outras passagens do
Novo Testamento que atestam a unidade de Deus são: Jo 5.44; 17.3; 1Tm 1.17;
6.15 e Jd 25.]
2. A bênção apostólica (2 Co 13.13). A bênção apostólica é uma
declaração da bênção de Deus sobre a vida daqueles que crêm n'Ele e que se
manifesta através da Trindade. 2Co 13.13 é a passagem mais antiga em que
aparece uma bênção em nome de Deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. A
bênção apostólica escrita por Paulo basicamente significa a expressão do desejo
eficaz de que o Deus Triúno abençoe os redimidos capacitando-os com as virtudes
do amor, graça e comunhão. Usualmente, Paulo concluía suas epístolas
registrando uma bênção final, em sua maioria apresentam uma fórmula mais
simplificada em comparação à bênção registrada em 2Co13.13. Não era intuito
dele ensinar doutrina, mas apenas um ‘fecho’ de suas cartas, porém, vê-se que
desde cedo, os crentes conhecem o conceito trinitário, considerando que esta
epístola foi escrita cerca de 55-57 dC.]
3. O Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6). Novamente, encontramos, no texto
acima, a fórmula trinitária: o Deus-Pai, o Deus-Filho e o Deus-Espírito. Cada
uma das três Pessoas desempenha um papel na igreja. Essa verdade, ensinada
primeiramente aos crentes de Éfeso, consta também do Credo de Atanásio – não se
deve confundir as Pessoas; Pai é Pai, Filho é Filho e Espírito Santo é Espírito
Santo. Um só Pai, um só Filho e um só Espírito Santo. O Credo de Atanásio,
subscrito pelos três principais ramos da Igreja Cristã, é geralmente atribuído
a Atanásio, Bispo de Alexandria (século IV), mas estudiosos do assunto conferem
a ele data posterior (século V). Sua forma final teria sido alcançada apenas no
século VIII. O texto grego mais antigo deste credo provém de um sermão de
Cesário, no início do século VI. O credo de Atanasio, com quarenta artigos, é
um tanto longo para um credo, mas é considerado “um majestoso e único monumento
da fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da divindade, da
Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas de um único
Cristo.” A. A. Hodge, The Confession of
Faith ( Edinburgh & Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1992 ), 7.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O
conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse
conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através
da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos
dos apóstolos, a Trindade é implícita e tornada como certa (Ef 1,1-14; 1Pe
1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, existem eternamente
como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos
três membros da Deidade. As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém
nunca conflitantes (Lc 22.42; 1Co 12.11). O Pai fala ao Filho, empregando o
pronome da segunda pessoa do singular: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho
comprazido' (Hb 9.14). Declara que veio 'não para fazer a minha vontade, mas a
vontade daquele que me enviou' (Jo 6.38)" (HORTON, Stanley. Teologia
Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.
162-3).
II - O DEUS TRINO E UNO
1. Uma questão crucial. Dentro da língua portuguesa é difícil falarmos
em Trindade e compreendermos o verdadeiro sentido da palavra. A primeira
impressão é a existência de três pessoas da divindade que se relacionam, entre
si, no projeto divino de salvação da humanidade. Porém, o cristianismo é
herdeiro da teologia judaica, essencialmente monoteísta, aceitando a revelação
de Deus na história de Israel. Ao longo da história da Igreja, para ajuizar o
sentido das questões sobre a Trindade, entre os séculos IV e VI, foram
convocados concílios que definiram o relacionamento entre as pessoas
trinitárias. Primeiramente, o Concílio de Nicéia, em 325, - controvérsia entre
Ário e Atanásio, sobre a igualdade da natureza do Filho com o Pai, ou prevalece
a posição de Atanásio a respeito da igualdade do Filho com o Pai.A formulação
do credo niceno, em 325, era a seguinte: "Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas
visíveis e invisíveis; e em um só Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo
Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus
verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado não feito, de uma só substância com o
Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão
na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu, se encarnou e se
fez homem e sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente
deve vir para julgar os vivos e os mortos: e no Espírito Santo." Este texto foi extraído de A Trindade na Perspectiva
da História da Salvação, de Clézio Ubiratã da Rosa. Clique aqui para seguir o
link.]
2. A Trindade. A
Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento (Gn 1.26; 3.22; Is
6.8). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o Espírito Santo num tipo de
relacionamento "eu, tu ele" (Jo 16.7-16). Antes de sua ascensão ao
céu, Jesus mandou que os discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho
e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Essa é a passagem bíblica mais
contundente em favor da Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito claro
e vívido. Trata-se de um resumo da realidade divina ensinada durante seu
ministério acerca de si mesmo e do Pai (Mt 11.27) e do Espírito Santo (Mt
12.28). A Igreja, desde a antiguidade, resume essas passagens bíblicas na fé em
um só Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo…” (Mt
28.19). Esta fórmula tríplice do batismo é uma maneira de ressaltar a
Santíssima Trindade. No site Sola Scriptura, o artigo ‘A Trindade’, do Pr. Luis Antônio
Ferraz, traz o seguinte: “Na Divindade há três pessoas: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Pode parecer um paradoxo, mas Deus é três e um simultaneamente.
Precisamos fazer distinção entre o termo "pessoa" e "natureza".
As pessoas em Deus são três, mas uma só é a natureza, que consiste na
onipotência, onisciência, onipresença etc. Vários exemplos foram apresentados
para exemplificar esse caso; porém, o triângulo eqüilátero é o que mais se
aproxima desse conceito. Acompanhe: O triângulo é indivisível, assim como Deus
(simbolizado por toda a figura). Todavia, cada lado é distinto do outro e,
contudo, formam a mesma figura, que só existe com os três lados iguais; assim,
tomando a analogia, o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito Santo e vice
e versa; porém, eles constituem o mesmo Deus. A individualidade pessoal é
mantida, bem como a unidade. Assim, Deus não é somente o Pai, nem somente o
Filho, e nem tampouco somente o Espírito Santo. Deus é o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. [...] A Trindade no Antigo Testamento:
a) Gênesis 1:26, 27 — Chegando o momento de criar o homem, Deus disse: "Façamos o
homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança". O verbo
"fazer", nesse caso, aponta para um ato criativo, e somente Deus pode
criar. Assim, ao ser criado, o homem não poderia ter a imagem de um anjo ou de
qualquer outra criatura, mas a imagem de Deus, a imagem de seu Criador. No
versículo 27, lemos: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou". O interessante, porém, é que a
Bíblia diz que Jesus Cristo também criou todas as coisas, as visíveis e
invisíveis (João 1:1, 3; Colossenses 1:16, 17; Hebreus 1:10), o que inclui
necessariamente o homem. Desse modo, concluímos, à luz da Bíblia, que o homem
tem a Jesus como seu Criador, logo, o homem carrega Sua imagem, pois Jesus é
Deus, uma vez que "à imagem de Deus" o homem foi criado. Já em Jó
33:4, Eliú declara: "O Espírito de Deus me fez". Afinal de contas,
quem fez o homem? A Bíblia diz: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à
imagem de Deus o criou". E quem é esse Deus? Resposta: Pai, Filho e
Espírito Santo. É digno de nota que há outros textos em que Deus fala no
plural: Gênesis 3:22; 11:7-9; Isaías 6:8. Alguns dizem tratar-se de plural de
majestade, ou seja, é uma forma de expressão onde o indivíduo fala do plural
que não revela necessariamente uma pluralidade participativa. Todavia, isso não
funciona em Gênesis 1:26, 27, pois outros textos bíblicos deixam claro que o
Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o homem; logo, não está em jogo nenhum
plural de majestade, mas um ato criativo de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo.
Os demais textos, portanto, devem ser interpretados seguindo-se essa mesma
linha de raciocínio.
b) Deuteronômio 6:4 — "Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só
Jeová" (TNM). Esse texto é usado para desacreditar a doutrina da Trindade,
mas, ao contrário disso, é o texto que prova que na unidade de Deus existe uma
pluralidade, dando abertura para a concepção trinitariana. Como assim? Na
língua hebraica, existem duas palavras para expressar unidade, a saber, ’ehadh
e yehidh. A primeira designa uma unidade composta ou plural. Exemplo: Gênesis
2:24 diz que o homem e a mulher seriam uma (’ehadh) só carne, ou seja, dois em
um. A segunda palavra é usada para expressar unidade absoluta, ou seja, aquela
que não permite pluralidade. Exemplo: Juízes 11:34 diz que Jefté tinha uma
única (yehidh) filha. Qual dessas palavras é empregada em Deuteronômio 6:4? A
palavra ’ehadh, o que indica que na unidade da Divindade há uma pluralidade.
A
Trindade no Novo Testamento: A revelação da Triunidade de Deus no Antigo
Testamento não é tão clara quanto no Novo. Os textos bíblicos abaixo alistados
(respeitando-se os devidos contextos) mostram sempre juntos o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Levando-se em conta que Deus é único (Isaías 43:10) e que ele
não partilha sua glória com ninguém (Isaías 42:8; 48:11), é interessante notar
como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são postos em pé de igualdade, coisa que
nenhuma criatura, por melhor que fosse, poderia atingir, nem muito menos uma
"força ativa" (agente passivo).
a) Mateus 28:19 — A ordem de Jesus é para batizar em "nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo". Ora, se Jesus fosse uma criatura e o Espírito Santo uma
"força ativa", seria estranho que as pessoas fossem batizadas em nome
do Criador (que não divide sua glória com ninguém), em nome de um anjo, e de
uma "força ativa"; aliás, que necessidade há em batizar alguém em
nome de uma "força"? Tudo isso só faz sentido se Jesus e o Espírito
Santo forem Deus, assim como o Pai.
b) Lucas 3:22 — No batismo do Filho, lá estão o Espírito Santo e o Pai; como sempre,
inseparáveis. Essa é uma das razões pelas quais o batismo cristão deve ser
ministrado em nome das três pessoas.
c) João 14:26 — Jesus fala do Espírito Santo, que será enviado pelo Pai, em seu próprio
nome, isto é, de Cristo.
d) 2ª Coríntios 13:13 — Outra fórmula trinitária, onde aparece o Filho, em
primeiro lugar, com sua graça ou benignidade imerecida; depois, o Pai, com seu
amor; e finalmente, o Espírito Santo, com a comunhão ou participação que dele procede.
e) 1ª Pedro 1:1, 2 — Pedro fala aos escolhidos, que foram eleitos segundo a presciência do
Pai, santificados pelo Espírito e aspergidos com o sangue de Jesus Cristo.
f) Outros versículos — Romanos 8:14-17; 15:16, 30; 1ª Coríntios 2:10-16;
6:1-20; 12:4-6; 2ª Coríntios 1:21, 22; Efésios 1:3-14; 4:4-6; 2ª
Tessalonicenses 2:13, 14; Tito 3:4-6; Judas 20, 21; Apocalipse 1:4, 5 (compare
com 4:5) etc. É digno de nota que se o Filho fosse uma criatura e o Espírito
Santo uma "força ativa", os dois não poderiam assumir o primeiro
lugar em algumas das passagens bíblicas acima citadas. Aliás, o que uma
"força ativa" estaria fazendo no meio de duas pessoas? As TJ objetam
dizendo que mencionar as três Pessoas juntas, não indica que sejam a mesma coisa,
pois Abraão, Isaque e Jacó (Mateus 22:32), bem como Pedro, Tiago e João (Mateus
17:1) sempre são citados juntos; contudo, isso não os torna um. O que as TJ não
perceberam foi o seguinte: Abraão, Isaque e Jacó tinham algo em comum: o
patriarcado. Já Pedro, Tiago e João tinham em comum o apostolado. E o que o
Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em comum? Resposta: a natureza divina, ou
simplesmente, a divindade.” Este texto foi extraído na íntegra do site
Sola Scriptura. Acesse o link a seguir para ler mais: http://solascriptura-tt.org/TeologiaPropriaTrindade/Trindade-LAFerraz.htm.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Trindade
[Do grego
irias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina segundo a qual a
Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e
do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e nos atributos
absolutos, metafísicos e morais.
Apesar de
o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a
doutrina são, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, incontestáveis.
A palavra
Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e, em
sua forma latina, por Tertuliano.
O Credo
Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade:
'Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as
pessoas, sem separar a substância" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de.
Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p, 279).
Ill - AS CRENÇAS INADEQUADAS
1. Os monarquianistas dinâmicos. Trata-se de um movimento que surgiu após a metade
do segundo século em torno do monoteísmo cristão. Tertuliano, um dos líderes
cristãos daquela geração, polemizou com eles, chamando-os de monarquianistas
(do grego, monarchia, "governo exercido por um único soberano"). Eles
ensinavam que Jesus recebeu a dynamis, "poder", em grego, por ocasião
do seu batismo no rio Jordão; outros afirmavam que Jesus se tornou divino por
ocasião de sua ressurreição. Todas as ideias do movimento negavam a deidade
absoluta de Jesus e contrariavam a crença desde a Era Apostólica, que
considerava Jesus "o verdadeiro Deus e a vida eterna" (l Jo 5.20).
Eles são os ancestrais do arianismo.
Ainda no primeiro
século surgiram os que Tertuliano chamou de monarquianistas (do grego monarchia
- governo exercido por uma única pessoa). Os monarquianistas dinâmicos (do
grego dynamis “força, poder”, pois diziam que Deus deu força e poder a Jesus,
adotando-o como Filho), negavam a divindade absoluta de Jesus, e também a
Trindade. Esta heresia era o prenúncio do arianismo, que, no início de terceiro
século, negava a eternidade de Jesus, pois considerava Cristo um deus de
segunda categoria, igual ao ensino das Testemunhas de Jeová. Essa doutrina dos
dinâmicos era defendida por Teodoro de Bizâncio, Artemão e Paulo de Samosata. Extraído
do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de Oliveira Lima, disponível em: http://www.palavraprudente.com.br/prudente/estudos/modalistas.html]
2. Os monarquianistas modalistas. Esses são assim identificados porque ensinavam que
Deus aparece de modos diferentes. Para eles, Deus aparece com a máscara de Pai na
obra criadora, com a máscara de Filho no seu nascimento e na ascensão, e a
partir daí aparece com a máscara de Espírito Santo. Pai, Filho e Espírito Santo
não são três pessoas, mas três faces, semblantes ou máscaras. É a doutrina
unicista que nega a Trindade, Trata-se de um erro teológico crasso, pois a
Bíblia é clara na distinção dessas pessoas (Mt 3.16,17; Jo 8.17,18; 2 Jo 3). O
bispo Sabélio foi o principal expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida
como sabelianismo. Seus herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo
teológico deles é o seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que
Jesus é Deus.
Monarquianistas
modais ou modalistas ensinavam que as três pessoas da Trindade manifestavam-se
de vários modos, daí o nome modalista. Defendidos por Noeto de Esmirna e
Práxeas de Cartago, ensinavam que o Pai nasceu e sofreu, e que Jesus era o Pai.
Por essa razão, no Ocidente, eles eram chamados de patripassianistas (do latim
Pater “Pai” e passus de patrior “sofrer” - o Pai encarnou-se em Cristo e sofreu
com Ele). No Oriente eram chamados sabelianistas, pois o heresiarca Sabélio foi
quem mais se destacou na propagação dessa heresia. Segundo essa doutrina, o
Pai, o Filho e o Espírito Santo são apenas três aspectos da Divindade, sendo,
portanto, uma só Pessoa. Esse ensinamento do bispo Sabélio é hoje chamado de
sabelianísmo ou modalismo. Sabélio usava a palavra “pessoa” para cada Pessoa da
Trindade, mas para ele essa “pessoa” tinha o sentido de máscara ou
manifestações diferentes de uma mesma Pessoa Divina. Na sua concepção o Pai, o
Filho e o Espírito Santo são nomes de três estágios ou fases diferentes. Ele era
Pai na criação e na promulgação da Lei; Filho na encarnação, Espírito Santo na
regeneração. Essa doutrina foi combatida por Tertuliano em Contra Prãxeas,
quando pela primeira vez este apologista usa o termo Trinitas (“Trindade”) para
a Divindade: “Todos são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja
oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade em uma Trindade,
colocando em sua ordem os três: Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo,...
não em substância, mas em forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são
de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, pois é de um só
Deus que esses graus, formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai,
Filho e Espírito Santo.” Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de
Oliveira Lima, disponível em: http://www.palavraprudente.com.br/prudente/estudos/modalistas.html]
3. O arianismo.
É o nome da doutrina formulada por Ário e do movimento que ele fundou em
Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina contrariava a crença ortodoxa
seguida pelas igrejas desde o período apostólico. Ário ensinava que o Senhor
Jesus não era da mesma substância do Pai; era criatura, criado do nada, uma
classe divina de natureza inferior, nem divina nem humana, uma terceira classe
entre a deidade e a humanidade. A palavra de ordem de seus seguidores era:
"Houve tempo em que o Verbo não existia". Mas o ensino bíblico
sustentado pelas igrejas desde o princípio afirma que o Filho é eterno (Is
9.6), pois transcende a criação: "E ele é antes de todas as coisas, e
todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17). [Comentário: O Arianismo vem de Arius, ou
Ário, um professor do início do século 4 D.C. Um dos assuntos mais antigos e
provavelmente mais importante a ser debatido entre os cristãos da antiguidade
foi a questão da divindade de Cristo. Era Jesus verdadeiramente Deus em carne
ou era Jesus um ser criado? Era Jesus Deus ou apenas como Deus? Arius defendia
a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais importante ato
da Criação. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com
atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. O Arianismo engana-se ao
interpretar referências sobre Jesus estando cansado (João 4:6) e Jesus não
sabendo a data do Seu retorno (Mateus 24:36). Sim, é difícil compreender como
Jesus poderia estar cansado e/ou não saber algo, mas dizer que Jesus era um ser
criado não é a resposta. Por favor leia o nosso artigo sobre a união
hipostática para uma explicação sobre esses assuntos. Jesus era completamente
Deus, mas também era completamente humano. Jesus não se tornou um ser humano
até a sua encarnação. Portanto, as limitações de Jesus como um ser humano não
têm nenhum impacto em sua natureza ou eternidade divina. A segunda má
interpretação do Arianismo é o significado de “primogênito” (Romanos 8:29;
Colossenses 1:15-20). Os arianos interpretam “primogênito” nesses versículos
como se dissessem que Jesus “nasceu” ou foi “criado” como o primeiro ato de
Criação. Esse não é o caso. Jesus mesmo proclamou a sua auto-existência e
eternidade (João 8:58; 10:30). João 1:1-2 nos diz que Jesus “estava com Deus”.
Nos tempos bíblicos, o filho primogênito de uma família ocupava uma posição de
grande honra (Gênesis 49:3; Êxodo 11:5; 34:19; Números 3:40; Salmos 89:27;
Jeremias 31:9). É neste sentido que Jesus é o primogênito de Deus. Jesus é o
membro preeminente da família de Deus. Jesus é o ungido, o “Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
Jesus não “nasceu”, na verdade, Ele se tornou o Senhor sobre toda a criação
como o “primogênito” de Deus. Depois de mais ou menos um século de debates em
vários conselhos da igreja primitiva, a Igreja Cristã oficialmente denunciou o
Arianismo como uma doutrina falsa. Desde então, o Arianismo nunca mais foi
aceito como uma doutrina viável da fé Cristã. No entanto, o Arianismo nunca
morreu, mas tem continuado pelos séculos de várias formas diferentes. As
Testemunhas de Jeová de hoje defendem uma posição parecida com a dos arianos em
relação à natureza de Cristo. Assim como a igreja primitiva, precisamos renegar
quais ataques na divindade do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Extraído
de: O que é Arianismo? Disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/Arianismo.html]
SÍNTESE DO TÓPICO III
Os monarquianistas dinâmicos, os modalistas e o
arianismo propagam crenças inadequadas a respeito da Trindade.
CONHEÇA MAIS
Trindade
"[Do
gr. trios, três; do lat. trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina bíblica
segundo a qual a divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do
Pai, do Filho e do Espírito Santo. Para conhecer mais, leia Dicionário
Teológico, CPAD, p.349.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Arianismo
Heresia
fermentada por um presbítero do 4° século chamado Ário. Negando a divindade de
Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres criados, Todavia, não
era Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora
um ente divino.
Para
fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de
João por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo
era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio
de Níceia em 325 (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico, 8.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 52).
IV -
RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE
1. Esclarecimento. Os unicistas modernos pregam que
a doutrina da Trindade é uma invenção do Concílio de Niceia, por ordem de um
imperador romano pagão. Mas esses movimentos estão equivocados, pois mais de
cem anos antes Tertuliano já havia formulado a doutrina da Trindade. Além
disso, o tema do referido Concílio, o Filho, reafirma a deidade de Jesus e a
sua consubstancialidade com o Pai. O Credo não traz informação alguma sobre o
Espírito Santo. O documento aprovado em Niceia tornou-se ponto de partida, ao
invés de ponto de chegada. A controvérsia prosseguiu por duas razões
principais: a volta do arianismo e a indefinição sobre o Espírito Santo. [Comentário: história do
unicismo moderno (o retorno da velha heresia sabeliana) Essa doutrina surgiu em
uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de
1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa
cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos
batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi
notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer
sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes era John
Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a
mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro
que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou
essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda
nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de
Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus
seria então somente o nome Jesus. É verdade que o batismo somente no nome de
Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan,
mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu
teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn
Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a
crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova
Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou
Pentecostalismo Unicista. A essência da doutrina unicista é a centralização no
nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de
Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes
singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à
fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os unicistas não
aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer referência à idéia
de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações de Deus ou de
Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja
Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus.
3 – Principais
grupos unicistas modernos
-Igreja
Evangélica Voz da Verdade (IEVV);
-Igreja
Só Jesus;
-Igreja
Local (Witness Lee)
-Adeptos
do Nome Yehoshua e Suas Variantes;
-Tabernáculo
da Fé.
-A Voz da
Pedra Angular (Willian Soto Santiago)
-Ministério
Internacional Creciendo en Gracia
-Igreja
Cristo Vive (do apostolo Miguel Ângelo)
-Pentecostal
Novo Nascimento em Cristo e outras. Extraído de:http://www.cacp.org.br/igreja-voz-da-verdade-uma-seita-unicista/]
2. A definição de Tertuliano. Ele foi o neologista da Igreja
que criou o termo "Trindade", na seguinte declaração: "Todos são
um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da
dispensação que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os
três. Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo, não em essência, mas em grau;
não em substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são
de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só
Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai,
Filho e Espírito Santo (Contra Práxeas, II). Um só Deus, portanto, a essência,
a substância e o poder são um só; mas a diferença está no grau, na forma e na
aparência que chamamos de "pessoas" (Mt 28.19). [Comentário: ‘Neologista’ = aquele que faz uso ou
é simpatizante de neologismos; neologizante, neólogo. Neologismo é o processo
de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de designar novos
objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas. Com exímio uso do latim,
Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a Trindade.
Expôs também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância.
Antecipou-se em um século ao Símbolo de Nicéia. Tertuliano escreve “antes de
todas as coisas, Deus estava sozinho, sendo Ele seu próprio universo. Ele
estava sozinho, entretanto, no sentido em que não havia nada de externo a Ele,
pois mesmo então Ele não estava realmente sozinho, já que Ele tinha consigo
aquela Razão que Ele possuía em Si mesmo, isto é, sua própria Razão”. (Tertuliano:
Adversus Prax. 5). Em outra passagem ele tenta explicar, mais claramente
que os seus antecessores, o ser-outro ou a individualidade desta razão imanente
ou verbo. Ele explica que a racionalidade ou o discurso, por meio do qual o
homem cogita e faz planos é, de uma certa maneira, um “outro” e um “segundo” no
homem, e assim é com o Verbo divino, com o qual Deus raciocina desde toda a
eternidade e que constitui “um segundo para consigo” http://pensandoteologia.blogspot.com.br/2010/03/tertuliano-e-doutrina-da-trindade.html.]
3. Formulação definitiva da
Trindade. Isso só
aconteceu no Concílio de Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de
Atanásio que combateram os arianistas e também os grupos contrários à doutrina
do Espírito Santo, como os pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas
obras dos chamados pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e
Gregório de Nazianzo. O Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de
Niceia e define a divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por
todas a doutrina da Santíssima Trindade.
[Comentário: Do site Wikipédia temos: “O Primeiro Concílio de Constantinopla se realizou em 381, foi debatida
a natureza de Cristo e o arianismo. Sendo este o primeiro Concílio Ecumênico
realizado em Constantinopla, foi convocado de forma cesaropapista por Teodósio
I em 381. O concílio aprovou o Credo niceno-constantinopolitano, e tratou de
outros assuntos teológicos. O concílio reuniu-se na Igreja de Santa Irene de
maio a julho de 381. É reconhecido como o segundo concílio ecumênico pela
Igreja Católica, Nestoriana, Ortodoxa e uma série de outros grupos cristãos.” https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Conc%C3%ADlio_de_Constantinopla. O Concílio de Constantinopla
(381) foi convocado pelo imperador Teodósio I, que no ano anterior havia
oficializado o cristianismo católico e trinitário como a religião do Império
Romano. Esse concílio coroou de uma vez por todas os esforços de Atanásio e dos
três capadócios ao condenar todos os tipos de subordinacionismo e sabelianismo
(modalismo). Revisou o Credo do Nicéia, tornando mais claras certas expressões
e acrescentando um terceiro artigo sobre o Espírito Santo e a igreja. Esse
importante documento ficou conhecido na história como Credo Niceno ou
Niceno-Constantinopolitano. Os pneumatomacianos ou macedonianos negavam a
divindade do Espírito Santo. Os chamados pais capadócios (Basílio de Cesaréia,
Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa) foram importantes pensadores cristãos
dominaram o cenário teológico na segunda metade do 4° século e trabalharam
juntos para tornar vitoriosa a fé nicena. Eram amigos de Atanásio e
desenvolveram o seu pensamento teológico. Eles criaram as fórmulas que tornaram
possível o consenso da maior parte dos teólogos orientais em torno da questão
trinitária. Tomaram para si a tarefa de definir mais claramente a unidade e a
diversidade existentes na Divindade, inclusive a terminologia adequada para
isto, ou seja, de que em Deus há três hipóstases (subsistências individuais) e
apenas uma “ousia” ou essência divina. Todos os três viveram na Capadócia, a
região orienral da Ásia Menor, parte da moderna Turquia.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Concílio de Niceia e de
Constantinopla
Primeiro
concílio ecuménico da história. Convocado pelo imperador Constantino, em 325,
teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade.
Problemas esses causados pelo arianismo. Buscando reafirmar a unidade da
Igreja, os participantes do concílio redigiram uma confissão teológica,
confirmando a ortodoxia doutrinária do Cristianismo.
Em 381,
reuniram-se em Constantinopla 150 bispos, a pedido do imperador Teodócio l, com
o objetivo de confirmar a unidade da igreja no Oriente. Terminado os trabalhos,
aquele segmento da cristandade livrava-se de mais de meio século de domínio
ariano" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1999, pp. 88,89).
CONCLUSÃO
Diante do
exposto, está claro que a doutrina da Trindade é bíblica e está presente desde
o Gênesis até o Apocalipse. Podemos considerar a doutrina da Trindade um dos
pilares do cristianismo ortodoxo. No entretanto, pelo menos no contexto
brasileiro, demonstramos pouca consideração e há até mesmo um desconhecimento
acerca dela. A razão disso talvez seja o pragmatismo que a religião brasileira
tem como base. As pessoas só se interessam por aquilo que entendem que pode ser
útil para sua vida. Elas querem coisas práticas e estão enjoadas de teoria.
Esse é justamente o motivo pelo qual não gostam de estudar teologia. Por aqui
vale mais as “experiências” com Deus, relegando a teoria ao esquecimento. Com
esta pequena teoria apresentada, podemos compreender que Deus nos é revelado
como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais distintos, mas
sem divisões de natureza, essência ou ser. E por que é importante conhecer e
crer assim? Assim como no início do cristianismo, a Trindade tem sido motivo de
controvérsias. Até para Trinitaristas, uma compreensão nebulosa, pode levar a
uma falsa adoração. Este estudo é pouco para compreendermos o assunto, ele está
mais para uma exortação à pesquisa. Como sugestão, ficam os links citados,
visite-os e leia-os.] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar
de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua
glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e
poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25),
Fonte: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2017/07/licao-3-santissima-trindade-um-so-deus_12.html#more