sexta-feira, 14 de julho de 2017

Subsídio para EBD - A SANTÍSSIMA TRINDADE: Um Só Deus em três pessoas


A doutrina da Trindade é a verdade mais crucial do pensamento cristão, mas como conciliar o monoteísmo revelado no Antigo Testamento com a divindade de cada pessoa da Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.

 [Comentário: A doutrina da Trindade é um dogma misterioso e de difícil compreensão da fé cristã. Foi Agostinho quem deu à tradição ocidental a sua expressão madura e final acerca da Trindade em seu tratado conhecido por A Trindade, que ele demorou dezesseis anos para redigir – entre 400 e 416 d.C.. De início, informo que seria insensato afirmar que podemos dar uma explicação completa sobre ela. Sabendo que Deus não pode ser compreendido pela mente humana, se fosse, não seria Deus; como entendia Agostinho, “Deus é incompreensível, mas não incognoscível”. Sobre este assunto, só podemos saber, a respeito de Deus, e da Trindade, o pouco que as Escrituras nos revelam. A tripla personalidade de Deus é, exclusivamente, uma verdade da Revelação. Por definição, temos que Deus é uma Unidade, uma essência divina, existindo em Três Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Não há nas Escrituras o termo Trindade. O Credo Atanasiano diz: “Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade, sem confundir as Pessoas, sem separar a substância”. Cada uma das Três Pessoas da Trindade é Deus, sendo iguais em autoridade, glória e poder. Cada uma igual às outras, merecendo o mesmo culto, a mesma devoção, a mesma confiança e fé (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11). É importante conhecermos bem esta doutrina para estarmos sempre “preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pd 3.15).] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I - CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS

1. A unidade na Trindade (1Co 12.4-6). Uma leitura superficial dessa passagem pode levar alguém a argumentar que o texto não diz que cada uma dessas pessoas é Deus, como costumam fazer determinados grupos tidos como cristãos. O apóstolo Paulo se refere à Trindade usando outra linguagem. Ele afirma a unidade de Deus, uma só essência e substância, em diversidade de manifestações de cada Pessoa distinta. E declara que o Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo e o Deus Pai é o mesmo. É a unidade na diversidade.

[Comentário: Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, separadas, mas que em poder e glória são iguais, são infinitas, eternas e trabalham com um mesmo objetivo. A gora, atenção, a “substância” de Deus é Deus, não um monte de “ingredientes” que misturados produzem a divindade. Deus é um, e só um. Este é o grande brado do judaísmo chamado Shema (Dt 6.4). Em 1Co 12.4-6, Paulo distingue de forma clara as três pessoas da Trindade, dizendo: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”. Em Ef 4.4-6, Paulo ainda reforça o argumento, dizendo: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos”. Paulo afirma que não falava com sabedoria humana, mas com palavras que o Espírito Santo ensinava (1Co 2.13). A fé monoteísta prossegue ao longo do Novo Testamento. Paulo ainda escreve: “No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus. Porque ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele” (1Co 4.6). A observação de Paulo sobre “muitos deuses e muitos senhores”, conforme os eruditos do Novo Testamento, igualmente se refere aos governadores humanos com grande poder (muitos dos quais eram adorados como deuses), bem como aos deuses pagãos. Em nenhum caso Paulo os estava igualando ao Deus Criador. O que afirma em sua carta aos Gálatas é: “Ora, o mediador não é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20). Outras passagens do Novo Testamento que atestam a unidade de Deus são: Jo 5.44; 17.3; 1Tm 1.17; 6.15 e Jd 25.]

2. A bênção apostólica (2 Co 13.13). A bênção apostólica é uma declaração da bênção de Deus sobre a vida daqueles que crêm n'Ele e que se manifesta através da Trindade. 2Co 13.13 é a passagem mais antiga em que aparece uma bênção em nome de Deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. A bênção apostólica escrita por Paulo basicamente significa a expressão do desejo eficaz de que o Deus Triúno abençoe os redimidos capacitando-os com as virtudes do amor, graça e comunhão. Usualmente, Paulo concluía suas epístolas registrando uma bênção final, em sua maioria apresentam uma fórmula mais simplificada em comparação à bênção registrada em 2Co13.13. Não era intuito dele ensinar doutrina, mas apenas um ‘fecho’ de suas cartas, porém, vê-se que desde cedo, os crentes conhecem o conceito trinitário, considerando que esta epístola foi escrita cerca de 55-57 dC.]

3. O Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6). Novamente, encontramos, no texto acima, a fórmula trinitária: o Deus-Pai, o Deus-Filho e o Deus-Espírito. Cada uma das três Pessoas desempenha um papel na igreja. Essa verdade, ensinada primeiramente aos crentes de Éfeso, consta também do Credo de Atanásio – não se deve confundir as Pessoas; Pai é Pai, Filho é Filho e Espírito Santo é Espírito Santo. Um só Pai, um só Filho e um só Espírito Santo. O Credo de Atanásio, subscrito pelos três principais ramos da Igreja Cristã, é geralmente atribuído a Atanásio, Bispo de Alexandria (século IV), mas estudiosos do assunto conferem a ele data posterior (século V). Sua forma final teria sido alcançada apenas no século VIII. O texto grego mais antigo deste credo provém de um sermão de Cesário, no início do século VI. O credo de Atanasio, com quarenta artigos, é um tanto longo para um credo, mas é considerado “um majestoso e único monumento da fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas de um único Cristo.” A. A. Hodge, The Confession of Faith ( Edinburgh & Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1992 ), 7.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tornada como certa (Ef 1,1-14; 1Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos três membros da Deidade. As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42; 1Co 12.11). O Pai fala ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido' (Hb 9.14). Declara que veio 'não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou' (Jo 6.38)" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 162-3).

II - O DEUS TRINO E UNO

1. Uma questão crucial.  Dentro da língua portuguesa é difícil falarmos em Trindade e compreendermos o verdadeiro sentido da palavra. A primeira impressão é a existência de três pessoas da divindade que se relacionam, entre si, no projeto divino de salvação da humanidade. Porém, o cristianismo é herdeiro da teologia judaica, essencialmente monoteísta, aceitando a revelação de Deus na história de Israel. Ao longo da história da Igreja, para ajuizar o sentido das questões sobre a Trindade, entre os séculos IV e VI, foram convocados concílios que definiram o relacionamento entre as pessoas trinitárias. Primeiramente, o Concílio de Nicéia, em 325, - controvérsia entre Ário e Atanásio, sobre a igualdade da natureza do Filho com o Pai, ou prevalece a posição de Atanásio a respeito da igualdade do Filho com o Pai.A formulação do credo niceno, em 325, era a seguinte: "Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu, se encarnou e se fez homem e sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente deve vir para julgar os vivos e os mortos: e no Espírito Santo." Este texto foi extraído de A Trindade na Perspectiva da História da Salvação, de Clézio Ubiratã da Rosa. Clique aqui para seguir o link.]

2. A Trindade. A Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento (Gn 1.26; 3.22; Is 6.8). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o Espírito Santo num tipo de relacionamento "eu, tu ele" (Jo 16.7-16). Antes de sua ascensão ao céu, Jesus mandou que os discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Essa é a passagem bíblica mais contundente em favor da Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito claro e vívido. Trata-se de um resumo da realidade divina ensinada durante seu ministério acerca de si mesmo e do Pai (Mt 11.27) e do Espírito Santo (Mt 12.28). A Igreja, desde a antiguidade, resume essas passagens bíblicas na fé em um só Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas.

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo…” (Mt 28.19). Esta fórmula tríplice do batismo é uma maneira de ressaltar a Santíssima Trindade. No site Sola Scriptura, o artigo ‘A Trindade’, do Pr. Luis Antônio Ferraz, traz o seguinte: “Na Divindade há três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Pode parecer um paradoxo, mas Deus é três e um simultaneamente. Precisamos fazer distinção entre o termo "pessoa" e "natureza". As pessoas em Deus são três, mas uma só é a natureza, que consiste na onipotência, onisciência, onipresença etc. Vários exemplos foram apresentados para exemplificar esse caso; porém, o triângulo eqüilátero é o que mais se aproxima desse conceito. Acompanhe: O triângulo é indivisível, assim como Deus (simbolizado por toda a figura). Todavia, cada lado é distinto do outro e, contudo, formam a mesma figura, que só existe com os três lados iguais; assim, tomando a analogia, o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito Santo e vice e versa; porém, eles constituem o mesmo Deus. A individualidade pessoal é mantida, bem como a unidade. Assim, Deus não é somente o Pai, nem somente o Filho, e nem tampouco somente o Espírito Santo. Deus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. [...] A Trindade no Antigo Testamento:
  a) Gênesis 1:26, 27 — Chegando o momento de criar o homem, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança". O verbo "fazer", nesse caso, aponta para um ato criativo, e somente Deus pode criar. Assim, ao ser criado, o homem não poderia ter a imagem de um anjo ou de qualquer outra criatura, mas a imagem de Deus, a imagem de seu Criador. No versículo 27, lemos: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". O interessante, porém, é que a Bíblia diz que Jesus Cristo também criou todas as coisas, as visíveis e invisíveis (João 1:1, 3; Colossenses 1:16, 17; Hebreus 1:10), o que inclui necessariamente o homem. Desse modo, concluímos, à luz da Bíblia, que o homem tem a Jesus como seu Criador, logo, o homem carrega Sua imagem, pois Jesus é Deus, uma vez que "à imagem de Deus" o homem foi criado. Já em Jó 33:4, Eliú declara: "O Espírito de Deus me fez". Afinal de contas, quem fez o homem? A Bíblia diz: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou". E quem é esse Deus? Resposta: Pai, Filho e Espírito Santo. É digno de nota que há outros textos em que Deus fala no plural: Gênesis 3:22; 11:7-9; Isaías 6:8. Alguns dizem tratar-se de plural de majestade, ou seja, é uma forma de expressão onde o indivíduo fala do plural que não revela necessariamente uma pluralidade participativa. Todavia, isso não funciona em Gênesis 1:26, 27, pois outros textos bíblicos deixam claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o homem; logo, não está em jogo nenhum plural de majestade, mas um ato criativo de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Os demais textos, portanto, devem ser interpretados seguindo-se essa mesma linha de raciocínio.
  b) Deuteronômio 6:4 — "Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová" (TNM). Esse texto é usado para desacreditar a doutrina da Trindade, mas, ao contrário disso, é o texto que prova que na unidade de Deus existe uma pluralidade, dando abertura para a concepção trinitariana. Como assim? Na língua hebraica, existem duas palavras para expressar unidade, a saber, ’ehadh e yehidh. A primeira designa uma unidade composta ou plural. Exemplo: Gênesis 2:24 diz que o homem e a mulher seriam uma (’ehadh) só carne, ou seja, dois em um. A segunda palavra é usada para expressar unidade absoluta, ou seja, aquela que não permite pluralidade. Exemplo: Juízes 11:34 diz que Jefté tinha uma única (yehidh) filha. Qual dessas palavras é empregada em Deuteronômio 6:4? A palavra ’ehadh, o que indica que na unidade da Divindade há uma pluralidade.
A Trindade no Novo Testamento: A revelação da Triunidade de Deus no Antigo Testamento não é tão clara quanto no Novo. Os textos bíblicos abaixo alistados (respeitando-se os devidos contextos) mostram sempre juntos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Levando-se em conta que Deus é único (Isaías 43:10) e que ele não partilha sua glória com ninguém (Isaías 42:8; 48:11), é interessante notar como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são postos em pé de igualdade, coisa que nenhuma criatura, por melhor que fosse, poderia atingir, nem muito menos uma "força ativa" (agente passivo).
  a) Mateus 28:19 — A ordem de Jesus é para batizar em "nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo". Ora, se Jesus fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", seria estranho que as pessoas fossem batizadas em nome do Criador (que não divide sua glória com ninguém), em nome de um anjo, e de uma "força ativa"; aliás, que necessidade há em batizar alguém em nome de uma "força"? Tudo isso só faz sentido se Jesus e o Espírito Santo forem Deus, assim como o Pai.
  b) Lucas 3:22 — No batismo do Filho, lá estão o Espírito Santo e o Pai; como sempre, inseparáveis. Essa é uma das razões pelas quais o batismo cristão deve ser ministrado em nome das três pessoas.
  c) João 14:26 — Jesus fala do Espírito Santo, que será enviado pelo Pai, em seu próprio nome, isto é, de Cristo.
  d) 2ª Coríntios 13:13 — Outra fórmula trinitária, onde aparece o Filho, em primeiro lugar, com sua graça ou benignidade imerecida; depois, o Pai, com seu amor; e finalmente, o Espírito Santo, com a comunhão ou participação que dele procede.
  e) 1ª Pedro 1:1, 2 — Pedro fala aos escolhidos, que foram eleitos segundo a presciência do Pai, santificados pelo Espírito e aspergidos com o sangue de Jesus Cristo.
  f) Outros versículos — Romanos 8:14-17; 15:16, 30; 1ª Coríntios 2:10-16; 6:1-20; 12:4-6; 2ª Coríntios 1:21, 22; Efésios 1:3-14; 4:4-6; 2ª Tessalonicenses 2:13, 14; Tito 3:4-6; Judas 20, 21; Apocalipse 1:4, 5 (compare com 4:5) etc. É digno de nota que se o Filho fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", os dois não poderiam assumir o primeiro lugar em algumas das passagens bíblicas acima citadas. Aliás, o que uma "força ativa" estaria fazendo no meio de duas pessoas? As TJ objetam dizendo que mencionar as três Pessoas juntas, não indica que sejam a mesma coisa, pois Abraão, Isaque e Jacó (Mateus 22:32), bem como Pedro, Tiago e João (Mateus 17:1) sempre são citados juntos; contudo, isso não os torna um. O que as TJ não perceberam foi o seguinte: Abraão, Isaque e Jacó tinham algo em comum: o patriarcado. Já Pedro, Tiago e João tinham em comum o apostolado. E o que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em comum? Resposta: a natureza divina, ou simplesmente, a divindade.” Este texto foi extraído na íntegra do site Sola Scriptura. Acesse o link a seguir para ler mais: http://solascriptura-tt.org/TeologiaPropriaTrindade/Trindade-LAFerraz.htm.]


SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Trindade
[Do grego irias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina segundo a qual a Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e nos atributos absolutos, metafísicos e morais.
Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a doutrina são, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, incontestáveis.
A palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e, em sua forma latina, por Tertuliano.
O Credo Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade: 'Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p, 279).

Ill - AS CRENÇAS INADEQUADAS

1. Os monarquianistas dinâmicos. Trata-se de um movimento que surgiu após a metade do segundo século em torno do monoteísmo cristão. Tertuliano, um dos líderes cristãos daquela geração, polemizou com eles, chamando-os de monarquianistas (do grego, monarchia, "governo exercido por um único soberano"). Eles ensinavam que Jesus recebeu a dynamis, "poder", em grego, por ocasião do seu batismo no rio Jordão; outros afirmavam que Jesus se tornou divino por ocasião de sua ressurreição. Todas as ideias do movimento negavam a deidade absoluta de Jesus e contrariavam a crença desde a Era Apostólica, que considerava Jesus "o verdadeiro Deus e a vida eterna" (l Jo 5.20). Eles são os ancestrais do arianismo.

Ainda no primeiro século surgiram os que Tertuliano chamou de monarquianistas (do grego monarchia - governo exercido por uma única pessoa). Os monarquianistas dinâmicos (do grego dynamis “força, poder”, pois diziam que Deus deu força e poder a Jesus, adotando-o como Filho), negavam a divindade absoluta de Jesus, e também a Trindade. Esta heresia era o prenúncio do arianismo, que, no início de terceiro século, negava a eternidade de Jesus, pois considerava Cristo um deus de segunda categoria, igual ao ensino das Testemunhas de Jeová. Essa doutrina dos dinâmicos era defendida por Teodoro de Bizâncio, Artemão e Paulo de Samosata. Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de Oliveira Lima, disponível em: http://www.palavraprudente.com.br/prudente/estudos/modalistas.html]

2. Os monarquianistas modalistas. Esses são assim identificados porque ensinavam que Deus aparece de modos diferentes. Para eles, Deus aparece com a máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de Filho no seu nascimento e na ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de Espírito Santo. Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas três faces, semblantes ou máscaras. É a doutrina unicista que nega a Trindade, Trata-se de um erro teológico crasso, pois a Bíblia é clara na distinção dessas pessoas (Mt 3.16,17; Jo 8.17,18; 2 Jo 3). O bispo Sabélio foi o principal expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus.

Monarquianistas modais ou modalistas ensinavam que as três pessoas da Trindade manifestavam-se de vários modos, daí o nome modalista. Defendidos por Noeto de Esmirna e Práxeas de Cartago, ensinavam que o Pai nasceu e sofreu, e que Jesus era o Pai. Por essa razão, no Ocidente, eles eram chamados de patripassianistas (do latim Pater “Pai” e passus de patrior “sofrer” - o Pai encarnou-se em Cristo e sofreu com Ele). No Oriente eram chamados sabelianistas, pois o heresiarca Sabélio foi quem mais se destacou na propagação dessa heresia. Segundo essa doutrina, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são apenas três aspectos da Divindade, sendo, portanto, uma só Pessoa. Esse ensinamento do bispo Sabélio é hoje chamado de sabelianísmo ou modalismo. Sabélio usava a palavra “pessoa” para cada Pessoa da Trindade, mas para ele essa “pessoa” tinha o sentido de máscara ou manifestações diferentes de uma mesma Pessoa Divina. Na sua concepção o Pai, o Filho e o Espírito Santo são nomes de três estágios ou fases diferentes. Ele era Pai na criação e na promulgação da Lei; Filho na encarnação, Espírito Santo na regeneração. Essa doutrina foi combatida por Tertuliano em Contra Prãxeas, quando pela primeira vez este apologista usa o termo Trinitas (“Trindade”) para a Divindade: “Todos são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade em uma Trindade, colocando em sua ordem os três: Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo,... não em substância, mas em forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, pois é de um só Deus que esses graus, formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo.” Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de Oliveira Lima, disponível em: http://www.palavraprudente.com.br/prudente/estudos/modalistas.html]

3. O arianismo. É o nome da doutrina formulada por Ário e do movimento que ele fundou em Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina contrariava a crença ortodoxa seguida pelas igrejas desde o período apostólico. Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma substância do Pai; era criatura, criado do nada, uma classe divina de natureza inferior, nem divina nem humana, uma terceira classe entre a deidade e a humanidade. A palavra de ordem de seus seguidores era: "Houve tempo em que o Verbo não existia". Mas o ensino bíblico sustentado pelas igrejas desde o princípio afirma que o Filho é eterno (Is 9.6), pois transcende a criação: "E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17). [Comentário: O Arianismo vem de Arius, ou Ário, um professor do início do século 4 D.C. Um dos assuntos mais antigos e provavelmente mais importante a ser debatido entre os cristãos da antiguidade foi a questão da divindade de Cristo. Era Jesus verdadeiramente Deus em carne ou era Jesus um ser criado? Era Jesus Deus ou apenas como Deus? Arius defendia a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais importante ato da Criação. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. O Arianismo engana-se ao interpretar referências sobre Jesus estando cansado (João 4:6) e Jesus não sabendo a data do Seu retorno (Mateus 24:36). Sim, é difícil compreender como Jesus poderia estar cansado e/ou não saber algo, mas dizer que Jesus era um ser criado não é a resposta. Por favor leia o nosso artigo sobre a união hipostática para uma explicação sobre esses assuntos. Jesus era completamente Deus, mas também era completamente humano. Jesus não se tornou um ser humano até a sua encarnação. Portanto, as limitações de Jesus como um ser humano não têm nenhum impacto em sua natureza ou eternidade divina. A segunda má interpretação do Arianismo é o significado de “primogênito” (Romanos 8:29; Colossenses 1:15-20). Os arianos interpretam “primogênito” nesses versículos como se dissessem que Jesus “nasceu” ou foi “criado” como o primeiro ato de Criação. Esse não é o caso. Jesus mesmo proclamou a sua auto-existência e eternidade (João 8:58; 10:30). João 1:1-2 nos diz que Jesus “estava com Deus”. Nos tempos bíblicos, o filho primogênito de uma família ocupava uma posição de grande honra (Gênesis 49:3; Êxodo 11:5; 34:19; Números 3:40; Salmos 89:27; Jeremias 31:9). É neste sentido que Jesus é o primogênito de Deus. Jesus é o membro preeminente da família de Deus. Jesus é o ungido, o “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6). Jesus não “nasceu”, na verdade, Ele se tornou o Senhor sobre toda a criação como o “primogênito” de Deus. Depois de mais ou menos um século de debates em vários conselhos da igreja primitiva, a Igreja Cristã oficialmente denunciou o Arianismo como uma doutrina falsa. Desde então, o Arianismo nunca mais foi aceito como uma doutrina viável da fé Cristã. No entanto, o Arianismo nunca morreu, mas tem continuado pelos séculos de várias formas diferentes. As Testemunhas de Jeová de hoje defendem uma posição parecida com a dos arianos em relação à natureza de Cristo. Assim como a igreja primitiva, precisamos renegar quais ataques na divindade do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Extraído de: O que é Arianismo? Disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/Arianismo.html]

SÍNTESE DO TÓPICO III
Os monarquianistas dinâmicos, os modalistas e o arianismo propagam crenças inadequadas a respeito da Trindade.

CONHEÇA MAIS
Trindade
"[Do gr. trios, três; do lat. trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina bíblica segundo a qual a divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Para conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, p.349.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Arianismo
Heresia fermentada por um presbítero do 4° século chamado Ário. Negando a divindade de Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres criados, Todavia, não era Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora um ente divino.
Para fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de João por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio de Níceia em 325 (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico, 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 52).


IV - RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE

1. Esclarecimento. Os unicistas modernos pregam que a doutrina da Trindade é uma invenção do Concílio de Niceia, por ordem de um imperador romano pagão. Mas esses movimentos estão equivocados, pois mais de cem anos antes Tertuliano já havia formulado a doutrina da Trindade. Além disso, o tema do referido Concílio, o Filho, reafirma a deidade de Jesus e a sua consubstancialidade com o Pai. O Credo não traz informação alguma sobre o Espírito Santo. O documento aprovado em Niceia tornou-se ponto de partida, ao invés de ponto de chegada. A controvérsia prosseguiu por duas razões principais: a volta do arianismo e a indefinição sobre o Espírito Santo. [Comentário: história do unicismo moderno (o retorno da velha heresia sabeliana) Essa doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus. É verdade que o batismo somente no nome de Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan, mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou Pentecostalismo Unicista. A essência da doutrina unicista é a centralização no nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os unicistas não aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer referência à idéia de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações de Deus ou de Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus.
3 – Principais grupos unicistas modernos
-Igreja Evangélica Voz da Verdade (IEVV);
-Igreja Só Jesus;
-Igreja Local (Witness Lee)
-Adeptos do Nome Yehoshua e Suas Variantes;
-Tabernáculo da Fé.
-A Voz da Pedra Angular (Willian Soto Santiago)
-Ministério Internacional Creciendo en Gracia
-Igreja Cristo Vive (do apostolo Miguel Ângelo)
-Pentecostal Novo Nascimento em Cristo e outras. Extraído de:http://www.cacp.org.br/igreja-voz-da-verdade-uma-seita-unicista/]

2. A definição de Tertuliano. Ele foi o neologista da Igreja que criou o termo "Trindade", na seguinte declaração: "Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os três. Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo, não em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo (Contra Práxeas, II). Um só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só; mas a diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de "pessoas" (Mt 28.19). [Comentário: ‘Neologista’ = aquele que faz uso ou é simpatizante de neologismos; neologizante, neólogo. Neologismo é o processo de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de designar novos objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas. Com exímio uso do latim, Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a Trindade. Expôs também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância. Antecipou-se em um século ao Símbolo de Nicéia. Tertuliano escreve “antes de todas as coisas, Deus estava sozinho, sendo Ele seu próprio universo. Ele estava sozinho, entretanto, no sentido em que não havia nada de externo a Ele, pois mesmo então Ele não estava realmente sozinho, já que Ele tinha consigo aquela Razão que Ele possuía em Si mesmo, isto é, sua própria Razão”. (Tertuliano: Adversus Prax. 5). Em outra passagem ele tenta explicar, mais claramente que os seus antecessores, o ser-outro ou a individualidade desta razão imanente ou verbo. Ele explica que a racionalidade ou o discurso, por meio do qual o homem cogita e faz planos é, de uma certa maneira, um “outro” e um “segundo” no homem, e assim é com o Verbo divino, com o qual Deus raciocina desde toda a eternidade e que constitui “um segundo para consigo” http://pensandoteologia.blogspot.com.br/2010/03/tertuliano-e-doutrina-da-trindade.html.]

3. Formulação definitiva da Trindade. Isso só aconteceu no Concílio de Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de Atanásio que combateram os arianistas e também os grupos contrários à doutrina do Espírito Santo, como os pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas obras dos chamados pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo. O Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de Niceia e define a divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por todas a doutrina da Santíssima Trindade. [Comentário: Do site Wikipédia temos: “O Primeiro Concílio de Constantinopla se realizou em 381, foi debatida a natureza de Cristo e o arianismo. Sendo este o primeiro Concílio Ecumênico realizado em Constantinopla, foi convocado de forma cesaropapista por Teodósio I em 381. O concílio aprovou o Credo niceno-constantinopolitano, e tratou de outros assuntos teológicos. O concílio reuniu-se na Igreja de Santa Irene de maio a julho de 381. É reconhecido como o segundo concílio ecumênico pela Igreja Católica, Nestoriana, Ortodoxa e uma série de outros grupos cristãos.” https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Conc%C3%ADlio_de_Constantinopla. O Concílio de Constantinopla (381) foi convocado pelo imperador Teodósio I, que no ano anterior havia oficializado o cristianismo católico e trinitário como a religião do Império Romano. Esse concílio coroou de uma vez por todas os esforços de Atanásio e dos três capadócios ao condenar todos os tipos de subordinacionismo e sabelianismo (modalismo). Revisou o Credo do Nicéia, tornando mais claras certas expressões e acrescentando um terceiro artigo sobre o Espírito Santo e a igreja. Esse importante documento ficou conhecido na história como Credo Niceno ou Niceno-Constantinopolitano. Os pneumatomacianos ou macedonianos negavam a divindade do Espírito Santo. Os chamados pais capadócios (Basílio de Cesaréia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa) foram importantes pensadores cristãos dominaram o cenário teológico na segunda metade do 4° século e trabalharam juntos para tornar vitoriosa a fé nicena. Eram amigos de Atanásio e desenvolveram o seu pensamento teológico. Eles criaram as fórmulas que tornaram possível o consenso da maior parte dos teólogos orientais em torno da questão trinitária. Tomaram para si a tarefa de definir mais claramente a unidade e a diversidade existentes na Divindade, inclusive a terminologia adequada para isto, ou seja, de que em Deus há três hipóstases (subsistências individuais) e apenas uma “ousia” ou essência divina. Todos os três viveram na Capadócia, a região orienral da Ásia Menor, parte da moderna Turquia.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Concílio de Niceia e de Constantinopla
Primeiro concílio ecuménico da história. Convocado pelo imperador Constantino, em 325, teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade. Problemas esses causados pelo arianismo. Buscando reafirmar a unidade da Igreja, os participantes do concílio redigiram uma confissão teológica, confirmando a ortodoxia doutrinária do Cristianismo.
Em 381, reuniram-se em Constantinopla 150 bispos, a pedido do imperador Teodócio l, com o objetivo de confirmar a unidade da igreja no Oriente. Terminado os trabalhos, aquele segmento da cristandade livrava-se de mais de meio século de domínio ariano" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp. 88,89).

CONCLUSÃO
Diante do exposto, está claro que a doutrina da Trindade é bíblica e está presente desde o Gênesis até o Apocalipse. Podemos considerar a doutrina da Trindade um dos pilares do cristianismo ortodoxo. No entretanto, pelo menos no contexto brasileiro, demonstramos pouca consideração e há até mesmo um desconhecimento acerca dela. A razão disso talvez seja o pragmatismo que a religião brasileira tem como base. As pessoas só se interessam por aquilo que entendem que pode ser útil para sua vida. Elas querem coisas práticas e estão enjoadas de teoria. Esse é justamente o motivo pelo qual não gostam de estudar teologia. Por aqui vale mais as “experiências” com Deus, relegando a teoria ao esquecimento. Com esta pequena teoria apresentada, podemos compreender que Deus nos é revelado como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais distintos, mas sem divisões de natureza, essência ou ser. E por que é importante conhecer e crer assim? Assim como no início do cristianismo, a Trindade tem sido motivo de controvérsias. Até para Trinitaristas, uma compreensão nebulosa, pode levar a uma falsa adoração. Este estudo é pouco para compreendermos o assunto, ele está mais para uma exortação à pesquisa. Como sugestão, ficam os links citados, visite-os e leia-os.]Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25),

Fonte: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2017/07/licao-3-santissima-trindade-um-so-deus_12.html#more





quarta-feira, 12 de julho de 2017

Igreja Universal faz 40 anos e realiza sonho de alcançar classe média alta

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Edir Macedo Bezerra colocou seu melhor terno. Cabeleira e barba suavam "com o calor do abafado salão" – o galpão de uma antiga funerária no subúrbio do Rio, preenchido por bancos de madeira "comprados em prestações a perder de vista". Há 40 anos, um sábado, o pastor de 32 anos liderava o primeiro culto da Igreja Universal do Reino de Deus, como rememorou na autobiografia "Nada a Perder".
A reportagem é de Anna Virginia Balloussier, publicada por Folha de S. Paulo, 09-07-2017.
A perder de vista, nas décadas seguintes, era o empenho da Universal em erguer seu império num país onde a expansão evangélica veio a galope. Naquele 1977, nove em dez brasileiros se diziam católicos, e cerca de 6%, evangélicos. Corta para 2017: o primeiro grupo despencou para 50%, enquanto o segmento de Macedo quintuplicou para 30%, segundo pesquisa Datafolha.
Universal percorreu um longo caminho do suado começo na periferia à chegada ao metro quadrado mais caro do país, com a abertura em abril de uma sede no Leblon–"lugar onde sempre sonhamos entrar e nunca conseguimos, mas para o nosso Deus nada é impossível!!!", como definiu um convite virtual para a inauguração.
Reino de Deus hoje, em estimativas da igreja: 320 bispos e 14 mil pastores em ação (para comparar, há 24 mil padres assessorando 103 milhões de católicos). Essa trupe conduz 7.157 templos para 7 milhões de seguidores no Brasil. Outros 2.857 estão à disposição de dois milhões de fiéis em mais de cem nações, da Rússia aos Emirados Árabes.
O que também multiplicou foi a vontade interna de "desconstruir a imagem caricata do cristão associada à pessoa fanática, imersa em dogmas e preconceitos", diz o professor de sociologia da USP Ricardo Mariano. "A Universal tem se reinventado como organização cristã focada na autoajuda e no empreendedorismo."
Vide o lançamento, em 2013, da campanha "Eu Sou a Universal", que "representa o cristão batalhador e confiante, uma 'pessoa independente' e com 'opinião própria'", afirma Mariano sobre a peça publicitária que traz do sushi chef Matsumoto ao surfista Piruca.
Para Mariano, "a campanha procurou dissociar a imagem da igreja à dos estratos de baixa renda e escolaridade, por meio de fiéis com perfis de classe média bem-sucedidos profissionalmente, ocupando variadas posições na sociedade".
A autoajuda transborda em projetos como Godllywood. Sob guarda de Cris Cardoso, filha de Macedo, o grupo de mulheres evangélicas se insurge contra "os valores errados que a nossa sociedade tem adquirido através de Hollywood".
O empreendedorismo à moda Universal norteia a "palestra motivacional para o sucesso financeiro", tema dos cultos de segunda-feira no Templo de Salomão, réplica paulista da construção bíblica (há um mote para cada dia, como a "terapia do amor" às quintas).
Folha foi à reunião das 22h da última segunda (3), quase lotada (a capacidade no templo é para 10 mil pessoas). Ouviu propostas de ter o "currículo abençoado" e ganhar, em troca do dízimo, a unção com um "azeite consagrado na Praça dos Três Poderes".
"Os piores demônios estão lá", disse o bispo sobre o perímetro em Brasília que reúne as sedes do Executivo, do Judiciário e do Legislativo. "Você sabe que a crise maior não é a econômica, mas a dos três poderes." Um panfleto pregava a "grande consagração dos empregadores e empregados".
"Historicamente, as igrejas evangélicas atingiram mais significativamente as classes D e E. Com a ascensão social dos últimos anos, boa parte do público da Universal é a classe C", diz o pesquisador da Unicamp Carlos Gutierrez, autor de uma tese sobre a igreja.
"Muitos atribuem a transformação em suas vidas à fé evangélica. Diversas igrejas têm adotado linguagem não necessariamente religiosa, mas sim pautada em saberes como motivação empresarial, manuais de administração etc. Assim, cultos tornam-se 'palestras' e 'terapias'", afirma.
Em "Deus, o Demônio e o Homem: A Igreja Universal do Reino de Deus", coescrito com o teólogo sueco Anders Ruuth, o antropólogo Donizete Rodriguesvale-se do conceito de "igreja de supermercado", extraído da sociologia do francês Pierre Bourdieu.
"A religião é bem de consumo num altamente competitivo mercado simbólico-religioso, daí o eficiente marketing da Universal", afirma Rodrigues.
O poder da igreja tem dois poderosos troncos. Um deles é o midiático, com a compra da Record em 1989. Macedo lembrou da transação em seu blog: "O representante de Silvio [Santos, então sócio da emissora] disse o valor. Respondi na fé: 'Não tem problema. Negócio fechado!'".
"Mais recentemente, as novelas bíblicas da Record têm criado um espaço que visam se opor à dramaturgia de outros canais", diz a professora da UFPR Karina Belloti, que estuda evangélicos e mídia. Campeã de audiência, "Dez Mandamentos" virou filme homônimo, que ultrapassou "Tropa de Elite 2" como maior bilheteria do cinema nacional.
Outro braço é o político, com o PRB. A Universal nega vínculo com o partido, que contudo tem vários bispos licenciados em seu alto escalão e emplacou na Prefeitura do Rio um deles, Marcelo Crivella, sobrinho de Macedo e ex-ministro de Dilma Rousseff.
Em "Plano de Poder" (2008), Macedo diz que "a potencialidade numérica dos evangélicos como eleitores pode decidir qualquer pleito eletivo". No livro, o bispo defende que apenas um presidente evangélico poderia criar um Estado laico, "sem privilégios à Igreja Católica", destaca o pesquisador Carlos Gutierrez.
Para a igreja, a expansão assusta e faz dela alvo de uma campanha difamatória amplificada pelas redes sociais. A Universal chegou a criar um blog para desbaratar "fraudes sórdidas". Algumas: pastores ungem vassouras para vender, uma campanha ataca a crença dos católicos na hóstia, o "pão do mal", e a prefeitura de Crivella financia a cinebiografia do tio Macedo.

Versão light

No censo de 2010, a presença nacional da igreja é mais tímida do que os autocomputados 7 milhões de fiéis: 1,9 milhão de adeptos, 228 mil menos do que uma década antes.
A contração pode ser em parte explicada pelo contingente que, ao IBGE, não especifica que congregação segue, só se diz evangélico. Há ainda a concorrência de "igrejas clones" formadas por ex-bispos da Universal – como a Mundial do Poder de Deus, do apóstolo que usa chapéu de caubói, Valdemiro Santiago.
Por isso a necessidade de explorar novos nichos, diz o professor da UFRJ Eduardo Refkalefsky, autor de uma tese sobre marketing religioso. "A Universal hoje está mais light, falando em prosperidade. A de antigamente podemos chamar de Universal raiz."

A igreja em 40 anos

7 Universal abre seu primeiro templo, num galpão onde funcionava uma antiga funerária, no subúrbio carioca
0 Lança 'Orixás, Caboclos e Guias: Deus ou Demônios?'. O livro chegou a ter a venda suspensa por ordem judicial, acusado de degradar religiões afro, mas um tribunal superior reverteu o veto. Segundo Edir, traz 'apenas traz a verdade cristalina' sobre 'os espíritos malignos'
9 Compra a Record, que tinha Silvio Santos como um dos donos
2 Passou 11 dias na prisão, acusado de ser 'charlatão, curandeiro e estelionatário', como narra em sua autobiografia. 'Para quem me odiava, bispo Macedo era sinônimo de bandido'
5 Em programa da Record, um bispo da igreja polemiza ao chutar a imagem de Nossa Senhora Aparecida (evangélicos não cultuam santos). Macedo criticou o ato 20 anos depois, no SBT: 'Foi um chute no estômago, para não dizer num lugar mais baixo'
8 Surge a Igreja Mundial do Poder de Deus, de Valdemiro Santiago, ex-bispo da Universal que virou concorrente direto da igreja
5 Criação do Partido Republicano Brasileiro (que ganhou este nome em 2006, por sugestão do ex-vice-presidente José Alencar). A sigla é tida como braço político da Universal
4 Com Dilma e Temer, inaugura o Templo de Salomão, com 74 mil m² de área construída (3,2 vezes maior que a Basílica de Aparecida)
6 Sobrinho de MacedoMarcelo Crivella (PRB) é eleito prefeito do Rio.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/

terça-feira, 11 de julho de 2017

Marco Feliciano está embruxado? Feliciano recomenda… Paulo Coelho e Olavo de Carvalho

Em sua conta de Twitter, Marco Feliciano recomendou um livro de Paulo Coelho, conhecido internacionalmente como esotérico.
E Feliciano deixou claro que ele não é leitor apenas de um único livro de Coelho. Ele revelou que é leitor dos livros de Coelho.
Quem já recomendou tranquilamente Coelho foi Caio Fábio mais de duas décadas atrás, desmistificando o bruxo assim como ele desmitificava o PT e o MST. Mas tudo isso foi prenúncio de sua queda. Aquele que lutou para quebrar tabus com relação a Coelho e ao PT acabou quebrando a cara.
Agora parece ser a vez de Feliciano repetir os erros de Caio, em tom maior. Mesmo depois de sua gafe do ano passado, onde ele homenageou o astrólogo como “verdadeiro profeta,” dias atrás (4 de julho de 2017) Feliciano fez um post público de Facebookmostrando que ele disse, a plenos pulmões no Congresso Nacional, “Olavo tem razão!” Ele confirmou sua adesão ao culto à personalidade do maior astrólogo da história do Brasil.
E então? Feliciano está contente de ter a gratidão de dois esotéricos depois de tê-los promovido?
Falta muita vergonha na cara para Feliciano, como pastor, como homem e como defensor de direitos humanos.
·         Como pastor, porque Carvalho disse recentemente: “O Protestantismo nasceu do ódio e da sêde de sangue. Sua inspiração cristã é ZERO.” Onde está a vergonha de Feliciano? Quer dizer que ele prefere bovinamente repetir como papagaio a propaganda “Olavo tem razão” a reconhecer que o astrólogo está totalmente errado? Alegar que “Olavo tem razão” é a mesma coisa que confirmar que os evangélicos não são cristãos, mas satanistas. Essa é uma afirmação 100% mentirosa. Feliciano está embruxado?
·         Como homem, porque Carvalho insinuou publicamente que Feliciano já foi a um motel com uma mocinha. Mesmo assim, Feliciano prefere bovinamente repetir como papagaio a propaganda “Olavo tem razão” a reconhecer que o astrólogo está errado? Alegar que “Olavo tem razão” é a mesma coisa que confirmar que o astrólogo está certo sobre Feliciano e suas idas a motéis. Feliciano está embruxado?
·         Como defensor de direitos humanos, porque Carvalho, ao exaltar imaginários “benefícios” da Inquisição e minimizar seus horrores atestados por historiadores, tripudia no sangue inocente de judeus e protestantes que eram vítimas da Inquisição. Quer dizer que Feliciano prefere bovinamente repetir como papagaio a propaganda “Olavo tem razão” a reconhecer que o astrólogo está totalmente errado? Alegar que “Olavo tem razão” é a mesma coisa que dizer que a Inquisição teve razão em torturar e matar judeus e protestantes. Essa é uma alegação 100% mentirosa. Feliciano está embruxado?
Mas para quem recomenda Coelho, qual a discrepância espiritual de recomendar Carvalho (a quem se pode chamar também de “astrólogo,” não por xingamento, mas porque ele fundou a primeira escola de astrólogos do Brasil)?
O que foi que deu em Feliciano, que é deputado federal e pastor assembleiano, para fazer promoção de esotéricos?
O público principal de Feliciano é evangélico. Que tipo de exemplo ele, que é pastor, quer dar? Ele quer os evangélicos lendo Paulo Coelho e Olavo de Carvalho?
Ele quer os evangélicos se embruxando?
Que tipo de exemplo ele deveria dar como pastor?
A Bíblia aconselha os pastores:
“Seja exemplo para todos os fiéis nas palavras, na conduta, no amor, na fé e na pureza.” (1 Timóteo 4:12b NVT)
Exaltar um astrólogo exaltador da Inquisição e difamador de evangélicos foi um péssimo exemplo, a não ser que o pastor assembleiano tivesse alertado: Cuidado com os livros do astrólogo Olavo de Carvalho!
Recomendar livros de um esotérico foi um péssimo exemplo, a não ser que o pastor assembleiano tivesse alertado: Cuidado com os livros do esotérico Paulo Coelho!
Se a intenção de Feliciano foi tentar aparentar ser homem culto, aos olhos de Deus ele falhou. A Bíblia diz:
“Porquanto a sabedoria deste mundo é loucura aos olhos de Deus. Pois está escrito: ‘Ele apanha os sábios nas próprias artimanhas deles.’” (1 Coríntios 3:19 KJA)
A “sabedoria” dos homens gera escravidão, loucura e culto à personalidade deles. A sabedoria de Deus gera libertação, liberdade e culto a Deus.
Que tipo de bom exemplo Feliciano poderia dar, com relação a livros de esotéricos, para que seus seguidores pudessem imitar? A Bíblia diz sobre o ministério do Apóstolo Paulo:
“Muitos dos que creram, assim que chegavam, começavam a confessar e a declarar em público suas más obras praticadas. Da mesma forma, muitos dos que haviam se dedicado ao ocultismo, reunindo seus livros de magia, os queimaram diante de toda a comunidade reunida. Calculados os seus preços, chegou-se à estimativa de que o valor total equivalia a cinquenta mil moedas de prata. E assim, a Palavra do Senhor era grandemente propagada e prevalecia poderosamente.” (Atos 19:18-20 KJA)
Posso imaginar o Apóstolo Paulo hoje incentivando novos convertidos — e pastores mal convertidos — a trazer seus livros de Paulo Coelho e Olavo de Carvalho para queimar publicamente e dar testemunho de libertação.
Nesse ponto, só dará para acreditar numa transformação real de Feliciano se ele aparecer em foto em seu Facebook e Twitter queimando os livros de Paulo Coelho e Olavo de Carvalho e exclamando: “Jesus me libertou!”
Dá para um pastor ou cristão recomendar a Bíblia e livros de esotéricos ao mesmo tempo? Sim, a Bíblia trata desse assunto:
“Jamais vos coloqueis em jugo desigual com os descrentes. Pois o que há de comum entre a justiça e a injustiça? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14 KJA)
Outra versão diz:
“Não se tornem parceiros dos que rejeitam Deus. Não há como fazer parceria entre o certo e o errado. Não é parceria: é guerra. A luz é amiga das trevas? Cristo passeia com o Diabo? A verdade e a mentira andam de mãos dadas?” (2 Coríntios 6:14-15 A Mensagem)
Mesmo assim, Feliciano parece achar compatível recomendar Paulo Coelho, Olavo de Carvalho e a Bíblia ao mesmo tempo.
Qual será a próxima recomendação dele? Chico Xavier?
Só Jesus pode libertar um pastor embruxado.
O Brasil parece ser um país de embruxadores e embruxados — e, como mostra o caso infeliz de Feliciano, nem pastores pentecostais, que deveriam expulsar demônios e libertar suas vítimas, estão escapando de embruxações.
O maior embruxado, ou embruxador, do Brasil é de longe Paulo Coelho. Uma pequena busca de Google dá 23 milhões de resultados para o nome dele. O nome do astrólogo Olavo de Carvalho dá quase 800 mil, mas ele perde de longe para Chico Xavier, cujo nome dá quase 6 milhões.
Como pode um pastor assembleiano ser fã declarado e público de dois esotéricos? Como pode um pastor assembleiano não enxergar as armadilhas do ocultismo?
Quero deixar claro que, pessoalmente, nada tenho contra Feliciano. Aliás, quando todas as esquerdas, inclusive católicas e evangélicas, o atacaram em 2013, eu fui um dos raros escritores evangélicos a defendê-lo em vários artigos, inclusive estes:
·         Marco Feliciano, não renuncie!
Mas quando eu comecei a ser xingado e difamado depois que o maior astrólogo do Brasil se desembestou contra mim por amor à Inquisição, Feliciano não só calou, mas se juntou ao agressor.
Quando o maior astrólogo do Brasil saiu do armário, desembestando em ataques aos evangélicos, inclusive chamando-os de “evanjegues,” Feliciano novamente calou e se juntou ao agressor.
Quando o maior astrólogo do Brasil saiu do armário, defendendo loucamente o revisionismo da Inquisição, assim como loucos que defendem o revisionismo do Holocausto, Feliciano novamente calou e se juntou ao agressor.
Se Feliciano tentar dar a resposta de que não é possível o astrólogo ser contra os evangélicos pelo fato de que há evangélicos entre os seguidores do astrólogo, isso só demonstra pura falta de conhecimento. Ora, o marxismo é inegavelmente contra os evangélicos, mas nem por isso faltam evangélicos entre seus seguidores.
Se Feliciano tentar igualmente dar a resposta de que não é possível o olavismo ser antievangélico porque esse movimento tem evangélicos e é antimarxista e “conservador,” isso só demonstra pura falta de conhecimento. Ora, até Hitler tinha um discurso estridentemente antimarxista e tinha milhões de seguidores católicos e evangélicos. Em matéria de críticas originais ao marxismo, Hitler, que também era esotérico, passou a perna no astrólogo quase cem anos atrás.
Além disso, o movimento do Rev. Moon, o falso messias bilionário que morreu em 2012, tem um discurso e atuação claramente antimarxista e conservador e há décadas atrai muitos evangélicos “inocentes” como Feliciano.
A única diferença entre o movimento do Rev. Moon e o olavismo é que o movimento do falso messias coreano é vastamente maior e mais rico e não xinga os evangélicos. No resto, são iguais: culto à personalidade, antimarxismo, conservadorismo e ideias da Nova Era.
Quanto ao astrólogo, todo o seu conhecimento supostamente conservador e antimarxista veio da Escola Tradicionalista, fundada pelo bruxo islâmico René Guénon. O astrólogo é, há décadas, o maior divulgador de Guénon no Brasil, tendo inclusive traduzido um dos livros dele para o português. A Escola Tradicionalista mesclava discurso conservador (ou tradicionalista) antimarxista com ideias da Nova Era.
Contudo, Feliciano é carente demais de conhecimento para entender essas questões. Ele é carente demais para entender também que ao recomendar Paulo Coelho e Olavo de Carvalho ele está induzindo seu público evangélico ao esoterismo?
Assisti a uma pregação recente de Feliciano em que ele demonstrou evidente falta de conhecimento e óbvio despreparo intelectual. Isso se corrige com boa leitura. No entanto, leitura esotérica gera conhecimento deficiente e estragado. O bom conhecimento vem de boa literatura. Nenhuma literatura esotérica traz conhecimento saudável e necessário.
Literatura ruim, principalmente esotérica, é muito pior do que falta de leitura. É preferível ler só a Bíblia a estragar a alma com leitura espiritualmente podre.
Se Feliciano quer se tornar um evangélico conservador culto, por que ele prefere ler bruxos, esotéricos e ocultistas? O universo evangélico americano oferece o melhor conservadorismo do mundo. Prova irrefutável disso é que os EUA, que são majoritariamente evangélicos, têm uma base conservadora cujos fundamentos genuínos são evangélicos. Feliciano viaja frequentemente aos Estados Unidos. Por que ele não aproveita essas viagens para fazer contatos com filósofos conservadores evangélicos?
Em vez de ler Paulo Coelho, Olavo de Carvalho e outros esotéricos, por que Feliciano não lê os melhores autores evangélicos conservadores americanos?
Eis uma breve lista, que inclui desde pregadores até filósofos, com boas pitadas do sobrenatural de Deus:
·         Franklin Graham.
·         William J. Murray.
·         Pat Robertson.
·         Ted Baehr.
·         Wayne Grudem.
·         James Dobson.
·         John Wimber.
·         Scott Lively.
·         Peter LaBarbera.
·         Jack Deere.
·         Ray Comfort.
·         Larry Christenson.
Tenho contatos com alguns dos conservadores dessa lista, e vale a pena.
Se Feliciano quiser ler autores católicos, recomendo Patrick J. Buchanan, que é católico conservador pró-vida e pró-família. Buchanan foi assessor de política externa do presidente americano Ronald Reagan, ícone conservador. Ele já foi também pré-candidato presidencial pelo Partido Republicano.
Feliciano não precisa ler Paulo Coelho, Olavo de Carvalho e outros bruxos, esotéricos e ocultistas para ficar culto. Ele não precisa de cobras e lagartos para se tornar sábio.
O universo evangélico tem abundância de escritores excelentes. É leitura sem contraindicações. Sem embruxações. Mas lendo bruxos, esotéricos e ocultistas, como ficará sua vida espiritual, como cristão e pastor?
O que o Apóstolo Paulo, que tinha um ministério atuante de libertação de bruxos, esotéricos e ocultistas, acharia de um pastor se deixando embruxar?
Afinal, Deus chama os pastores para ministrar libertação para embruxadores e embruxados, ou para se embruxarem?
Enquanto o Apóstolo Paulo indicava Jesus sem a adição de nenhum bruxo açucarado de sua época, Feliciano indica Jesus com o popstar esotérico Paulo Coelho e com o aspirante de popstar esotérico Olavo de Carvalho, bem ao gosto de um Brasil católico sincrético que, mais do que nunca, precisa do ministério de Jesus que envolvia e envolve a libertação de pessoas física, espiritual e intelectualmente oprimidas pelo diabo.
Meu Comentário: Sobre o Caio Fábio e Paulo Coelho, seria bom ver a entrevista dos dois ao Jornal O Dia e a Revista Vinde em 1997, para cada um tirar suas próprias conclusões. Digo isso porque o Severo é anti-Caio de carterinha e pelo lado do Caio o sentimento é recípro. 
Aqui vai o link:http://www.desejandodeus.com.br/2012/10/debate-caio-fabio-x-paulo-coelho-1997.html.