terça-feira, 14 de setembro de 2021

Morre David Yongg Cho, pastor famoso da Coréia do Sul

 Líder da AD sul coreana foi um dos mais destacados líderes pentecostais do século 20

Faleceu na manhã desta terça-feira, na Coreia do Sul, aos 85 anos, o pastor David Yonggi Cho, um dos mais destacados líderes pentecostais do século 20. Ele é fundador da Igreja do Evangelho Pleno (Assembleia de Deus) em Yoido, na Coreia do Sul, uma das maiores igrejas do mundo, com mais de 700 mil de membros.

Até o fechamento desta matéria, a notícia do falecimento do pastor Cho havia sido publicada também no Daily Post, da Nigéria; no Washington Post, nos Estados Unidos; e na CNN e na Fox News, também nos EUA, além dos jornais e tevê sul coreanos.

Criado no budismo, Cho se converteu quando estava à beira da morte devido a uma tuberculose. Ele creu em Jesus e orou pedindo a cura divina, a qual recebeu. Depois disso, pensou em ser médico, mas Deus o chamou para pregar. Ele ingressou no Instituto Bíblico das Assembleias de Deus na Coreia do Sul, onde se formou. Em seguida, abriu uma igreja em forma de tenda em 1958, tendo como sua auxiliar Ja-Sil Choi (1915-1989), sua colega de turma no instituo bíblico e futura sogra.

Em 1962, devido ao crescimento do trabalho, ele construiu um templo para 1,5 mil pessoas sentadas, dando-lhe o nome de Igreja Central do Evangelho Pleno. Apesar do nome, a igreja sempre foi ligada às Assembleias de Deus, denominação a qual Cho pertenceu toda a sua vida. Em 1964, sua igreja já tinha 2 mil membros. Em 1966, ele se tornou superintendente-geral das Assembleias de Deus na Coreia do Sul. No ano seguinte, seria um dos preletores da Conferência Mundial Pentecostal realizada no Brasil, pregando no Maracanãzinho. Cho pregaria no Brasil de novo depois em 1987, em uma cruzada evangelística no Rio de Janeiro e São Paul, sendo traduzido pelo célebre evangelista Bernhard Johnson.  E em 1997, ele voltaria de novo a pregar, no 2º Congresso Mundial das Assembleias de Deus.

Em 1973, ele inaugurou o atual templo, para 12 mil pessoas sentadas, com Billy Graham pregando na inauguração. Em 1974, sua igreja tinha 23 mil membros. No final dos anos 70 e durante todos os anos 80, sua igreja passou por um grande avivamento, tornando-se famosa em todo mundo, com Cho sendo chamado para pregar em vários países devido ao que ocorria em sua igreja na Coreia. Em 1979, sua igreja chegou a 100 mil membros; e em 1987, chegou a meio milhão, sendo considerada a maior igreja evangélica do mundo. Hoje, ela tem mais de 700 mil membros.

Cho foi durante anos presidente do Comitê Mundial das Assembleias de Deus. Em 1985, a CPAD lançou sua biografia, escrita por Neil L. Kennedy. Alguns de seus sucessos literários, que se tornaram best-seller em todo o mundo, são A Quarta DimensãoA Oração Eficaz e O Espírito Santo, Meu Companheiro.

Veja abaixo, a última mensagem do pastor David Yonggi Cho pregada no Brasil, quando era presidente do Comitê Mundial das Assembleias de Deus. Ela foi pregada no segundo Congresso Mundial das Assembleias de Deus, realizado em São Paulo no mês de setembro de 1997, tendo como intérprete o pastor Mark Lemos, diretor do IBAD de Pindamonhangaba (SP). Mensagem pregada no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo (SP), com o tema "Avivamento".

 

 

Fonte: CPADNews 

MEU COMENTÁRIO: Eu me converti no início dos anos 80, e me lembro bem quando lá pelos anos de 1983/1984, li pela primeira vez o livro do Cho, "A Quarta Dimensão". O livro foi um sucesso de vendas no Brasil, seguido depois por outros como, "Grupos Familiares, a chave do crescimento da igreja", "Oração, a chave do avivamente", "Soluções para os problemas da vida", e outros mais.

 A CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus), em 1986 lançou uma biografia dele e em 1989, o pastor coreano esteve pregando em São Paulo, sendo na ocasião interpretado pelo saudoso missionário assembleiano Bernard Johnson. Eu comprei depois uma fita K-7 (é antiga mesmo eu sei) com a pregação dele no evento. O atual movimento de igrejas em células, que hoje se encontra presente em igrejas históricas e pentecostais foram inspirado nos seus livros, depois o César Castelhanos da Colômbia, copiou a idéia e fez algumas adptações. Não foram poucos os pastores brasileiros que fizeram uma verdadeira romaria até a Igreja do Evangelho Pleno em Seul para ver de perto o milagre coreano e ver de perto seu pastor mais conhecido.

Lá pelos anos de 1995, li um livro chamado "A sedução do Cristianismo" de Dave Hunt, publicado pela Obra Chamada da Meia Noite, onde o autor criticava durante o Pr. Cho, falando que ele ensinava um ensino herético, pois usava elementos das religiões orientais como o budismo, e as fundia com a teoria do pensamento positivo, criando distorções no ensino bíblico, pois falava em visualização, outras dimensões espirituais, e etc.

Nos anos 90, eu li no próprio jornal da CPAD, que a igreja dele sofreu divisões, inclusive feita por irmãos de sangue dele e o Cho apareceu com aquela história que tinha tido uma visão para mudar de nome, ao invés de Paul, se chamaria David.

Nos últimos anos infelizmente ele teve que enfrentar a divulgação de um escândalo financeiro envolvendo ele e um de seus filhos. Chegou a sofrer condenação na justiça Sul Coreana. No mês de fevereiro desse ano, sua esposa, com quem tinha três filhos e era casado desde 1965, faleceu.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

O Reinado de Ezequias - Pr. Juber Donizete - Lição adultos nª 11

Decepcionados com igreja - Parte 02

Experimentamos um crescimento numérico nas igrejas brasileiras. Há uma efervescência religiosa em nosso país. As periferias das grandes cidades estão apinhadas de templos evangélicos, todos repletos. Grandes denominações compram estações de rádio e televisão. Cantores evangélicos gravam e vendem muitos CD’s e DVD’s. Publicam-se revistas e livros. Comercializam-se bugigangas religiosas nas várias livrarias, que também se multiplicam, interligadas pelo sistema de franquias. 

Por outro lado, diferentemente do que aconteceu na Inglaterra, nos dias de Wesley, o despertamento religioso brasileiro tem uma consistência doutrinária rala, demonstra pouca preocupação ética e um mínimo de impacto social. Os desdobramentos destas constatações, são preocupantes. Visitar qualquer igreja evangélica no Brasil é oportunidade para perceber uma forte tendência teológica e litúrgica na busca de uma divindade que se molde aos contornos teológicos dessa igreja e que ofereça apoio aos anseios e caprichos pessoais. 

Faltam temor e espanto diante de Deus. O único medo é o do pastor: de que a oferta não cubra as despesas e os seus planos de expansão. A cultura evangélica nacional está fomentando uma atitude muito displicente quanto ao sagrado. Querem um deus que está a serviço de seu povo para lhes cumprir todos os desejos. O tom de voz exigente e determinante como se fala com Deus hoje, deixa a dúvida quanto a quem é o senhor de quem.

As experiências que só geram arrepios pelo corpo, são relatadas como se Deus fosse apenas um estimulante químico. Certos pastores, dizem falar e ouvir a voz de Deus — para serem contraditos pelas suas próprias falsas profecias — sem levar em conta que, "Deus não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão". Os milagres, aumentados pela manipulação, revelam uma falta de temor. O descaso com o sagrado é uma faca de dois gumes. Se, por um lado, demonstra grande familiaridade, por outro, gera complacência, isto porque trivializa o mistério e a presença de Deus. Por anos, combateu-se a idéia de que os fins justificavam os meios, porque essa premissa justificava comportamentos anti-éticos. 

Hoje, o problema aprofundou-se. Não se sabe mais o que é meio e o que é fim. Não se sabe mais se a igreja existe para levantar dinheiro ou se o dinheiro existe para dar continuidade à igreja. Canta-se para louvar a Deus ou para entretenimento do povo? Publicam-se livros, como negócio ou para divulgar uma idéia? Os programas de televisão, visam popularizar determinado ministério ou a proclamação da mensagem? As respostas a essas perguntas não são facilmente encontradas. 

Cristo não virou as mesas dos cambistas no templo, simplesmente porque eles pretendiam prestar um serviço aos peregrinos que, vinham adorar no templo. Ele detectou que, os meios e os fins estavam confusos e que já não se discernia com clareza, se o templo existia para mercadejar ou se mercadejava para ajudar no culto. A obsessão por dinheiro, a corrida desenfreada por fama e prestígio, a paixão por títulos, revelam que muitas igrejas já não sabem se existem para faturar. Muitos líderes, já não gastam suas energias buscando um auditório que os ouça, mas procuram uma mensagem que, segure o seu auditório. A confusão de meios e fins mata igrejas por asfixia. 

O livro do Apocalipse mantém a advertência, muitas vezes desapercebida pelas igrejas. As sete igrejas ali mencionadas — inclusive a irrepreensível Filadélfia — acabaram-se. Resumem-se a meros registros históricos. Não podemos achar abrigo na promessa de Mateus 16 — de que as portas do inferno, não prevalecerão contra a igreja — para justificar qualquer irresponsabilidade. O livro do Apocalipse adverte: "Lembra-te, pois, de onde caíste arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras; e se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas" (Ap 2.5). Crescer numericamente, não imuniza a igreja de perigos. Pelo contrário, torna-a mais vulnerável. 

Resta perguntar: Será que agora, famosos e numericamente profusos, não estamos precisando de profetas? Será que o tão propalado avivamento evangélico brasileiro, não necessita de uma Reforma? Aprendamos com a história. Imaginar que podemos condenar nossas igrejas a se tornarem bares ou funerárias como ocorre na Europa é sonho horrível. Porém, se não fizermos algo, esse pesadelo pode se tornar realidade. Que Deus nos ajude. (Continua...)