sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Subsídio para EBD - A providência divina na fidelidade humana

 
Esta lição apoia-se na conhecida história dos três jovens hebreus que se recusaram a adorar uma estátua erguida pelo rei Nabudonosor. Atente para o fato de que os jovens tinham certeza de que poderia livrá-los da morte na fornalha, mas também admitiam a possibilidade de não ocorrer o livramento (v. 17,18). Isso nos diz que a fé nem sempre consiste na certeza de que Deus fará algo, mas que libertos ou não, vivos ou mortos, estaremos nas mãos dele.
A tentativa de se instituir uma religião mundial
Warren W. Wiersbe faz as seguintes observações:
Não havia ouro suficiente em todo o império para fazer uma estátua maciça com trinta metros de altura e três metros de lar­gura, de modo que a imagem provavelmen­te foi confeccionada em madeira e recoberta de ouro [Is 40.19; 41.7; Jr 10.3-9]. Ainda assim, devia ser impressionante ver essa ima­gem dourada erguida na planície de Dura, um campo que ficava talvez a uns vinte qui­lômetros da cidade da Babilônia. (“Dura” si­gnifica simplesmente “um lugar murado”, e havia vários locais com esse nome na anti­ga Babilônia). Nessa região, também foi fei­ta uma fornalha onde as pessoas seriam lançadas, caso se recusassem a curvar-se diante da imagem e a reconhecer a sobera­nia do rei Nabucodonosor. O plano de Nabu­codonosor era unificar o reino por meio da religião e do medo. As opções eram pros­trar-se diante da imagem e adorá-la ou ser lançado na fornalha e morrer queimado.
Wiersbe arredonda as medidas da estátua (30 x 3 metros). Segundo vários autores, seriam 27 x 2,7 metros. O comentarista da lição menciona 6 metros de largura.
O desafio à idolatria
De Walton et alii extraímos estas informações sobre a  fornalha:
As fornalhas eram usadas para assar cerâmicas ou tijolos em projetos de construção e tam­b ém para fabricar metais (forja, fusão e fundição). Não há muita informação a respeito de fornalhas no antigo Oriente Próximo, mas muitas fornalhas antigas eram fechadas, tinham uma cobertura côncava e aberturas nas laterais para ventilação. Eram feitas de tijolos ou de argila, embora a câmara interna fosse revestida de pedras especialmente selecionadas. E lógico presumir que a fornalha estava naquele lugar servindo a um propósito (talvez a confecção da própria imagem) e não que fora colocada ali para ser usada como um instrumento de castigo.
A fidelidade a Deus ante a fornalha ardente (Dn 3.8-12) 
No livro que acompanha a revista, o autor destaca as três acusações feitas contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego:
A primeira acusação: “não fizeram caso de ti” (v. 12). Esta ex­pressão é o mesmo que dizer: eles não te respeitaram como rei. Os seus acusadores passaram a ideia de que os jovens, quando não se ajoelharam nem adoraram a estátua do rei, voluntária e maliciosa­mente, decidiram desafiar publicamente a autoridade do rei.
A segunda acusação: “a teus deuses não servem” (v. 12). Estavam afirmando ao rei que os jovens hebreus não prestavam culto aos deuses da Babilônia, uma vez que havia um politeísmo babilônico exacerbado com muitos deuses e deusas. Os jovens hebreus manti­veram a fé recebida de seus pais em Jerusalém. Eles não serviriam a outros deuses, senão a Jeová, o Deus de Israel.
A terceira acusação: “não servem, nem a estátua de ouro que levan­taste, adoram” (v. 12). Os caldeus entendiam que a atitude dos jovens hebreus era de total rebelião e contra as demais religiões represen­tadas pelas nações exiladas na Babilônia.
 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Eu e a Política

Confesso aos meus leitores, que já pensei em ser político. A idéia me veio a cabeça em 1989, quando depois de 29 anos, o Brasil elegia seu presidente de forma direta. Até um ano antes, eu era bem desligado da política nacional, fora alguma notícia aqui e ali que acompanhava por rádio.
 
Para começo de história, na minha casa não tinha aparelho de televisão, pois a nossa denominação religiosa (Assembléia de Deus) era contrária a aquisição daquela “caixinha do demo”. A televisão da nossa casa havia sido vendida quando me batizei aos treze anos juntamente com os meus pais. Acompanhava mais as eleições norte-americanas, do que as nacionais via rádio e revistas Veja e Visão. No rádio a noite, eu ligava na “Voz do Brasil”, e quando terminava eu sintonizava nas ondas curtas e ouvia a “A Voz da América”. Depois me ensinaram a sintonizar via ondas FM, a Tv Globo, com o áudio apenas. Pois é... era uma luta para me informar sem acesso a TV e antes do advento da internet!
 
A partir de 1988, comecei a me politizar mais nível local e nacional. No ano das eleições presidenciais acompanhei o horário eleitoral e os debates na TV. Aquilo me inflamou. Eu já havia terminado o ensino médio, tinha prestado meu primeiro vestibular, porém sem êxito. Então me matriculei em um curso teológico da EETAD. Comecei também a me posicionar ideologicamente pela esquerda.
 
Naquele ano, simpatizei com as campanhas de Mário Covas, Leonel Brizola e Lula. Votei em Covas no primeiro turno e ia votar no Lula no segundo, quando então na última semana, me deixei influenciar por toda aquela campanha anti-PT e anti-Lula, principalmente no tocante aquela premissa “socialismo no Brasil vai fechar as igrejas”. Pois é, embarquei na onda! Era um garotão de 21 anos. Pouco depois da posse do Collor, com o confisco das contas nos bancos, me arrependi de ter votado nele! Em 1992, com 23 anos de idade, não me uni nas manifestações de rua aos jovens caras pintadas pedindo o impeachment do Collor, mas admito que era um dos que torciam por isso, o que acabou acontecendo.
 
Coloquei na cabeça que 3 anos depois em 1992, eu me lançaria candidato a vereador. Eu era o líder de jovens da UMADUC, pensei em fazer uma campanha bem idealista, sem recursos baseados no apoio de simpatizantes e amigos.  Nesse período, gostava mais de ler a Revista Época do que a Veja, pois considerava a primeira mais “à esquerda”. Meu telejornal preferido era o “Jornal da Manchete” (da extinta TV) do que o “Jornal Nacional”, que para mim e meus companheiros de ideologia era considerado como da emissora praticamente “estatal do governo”.
 
Mas quando 1992 chegou, o mundo para mim deu voltas: fiquei desempregado no mês de fevereiro e no mês seguinte fui separado a presbítero, e mesmo tendo incentivo para sair candidato do então 1º vice-presidente da igreja na época, Pr. Laércio Moreira Marques (in memoriam),  senti que Deus não estava me direcionando para o caminho da política. 

Não me lancei candidato, ficando a apoiar o irmão da igreja, que na ocasião foi candidato. Não me arrependi até hoje dessa decisão! O caminho de Deus para mim, realmente era outro, mas eu respeito e admiro quem tem a vocação política, pois foi dito que: “quem não gosta de política e governado pelos que gostam”.
 
 Sobre as eleições desse ano, em outra oportunidade eu comento.