quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Cresce o número de evangélicos sem vínculos com igreja

O número de evangélicos que não mantêm vínculo com nenhuma igreja cresceu, informa reportagem de Antônio Gois e Hélio Schwartsman, publicada na Folha desta segunda-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
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Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares, do IBGE, eles passaram de 4% do total de evangélicos em 2003 para 14% em 2009, um salto de 4 milhões de pessoas.
Os dados do IBGE também confirmam tendências registradas na década passada, como a queda da proporção de católicos e protestantes históricos e alta dos sem religião e neopentecostais.
No caso dos sem religião, eles foram de 5,1% da população para 6,7%. Embora a categoria seja em geral identificada com ateus e agnósticos, pode incluir quem migra de uma fé para outra ou criou seu próprio "blend" de crenças --o que reforça a tese da desinstitucionalização.
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MEU COMENTÁRIO: O Brasil pode ser visto como a maior nação católica do mundo, a capital mundial do espiritismo e o país com a segunda maior comunidade de protestantes praticantes --atrás apenas dos Estados Unidos em números absolutos-- além de ser o berço de diversas outras crenças. Os últimos dados divulgados indicam que há no Brasil cerca de 38 milhões de evangélicos, o que representa 20% da população brasileira. Esse número, sem dúvida é expressivo, porém desse total, é significativo o número (4 milhões de pessoas) dos que se classificam como evangélícos sem vínculo denominacional.


Porém números a parte, a verdade é que muitos se desencantaram com a igreja institucional e organizada, pelos mais variados motivos. Alguns simplesmente abandonaram a igreja e a fé. Mas, outros, querem abandonar apenas a igreja e manter a fé. Querem ser cristãos, mas sem a igreja. Muitos destes estão apenas decepcionados com a igreja institucional e tentam continuar a ser cristãos sem pertencer ou frequentar nenhuma. Todavia, existem aqueles que, além de não mais frequentarem a igreja, tomaram esta bandeira e passaram a defender abertamente o fracasso total da igreja organizada, a necessidade de um cristianismo sem igreja e a necessidade de sairmos da igreja para podermos encontrar Deus. Estas idéias vêm sendo veiculadas através de livros, palestras e da mídia. Viraram um movimento que cresce a cada dia. São os desigrejados. Estão até dizendo que o protestantismo no Brasil se igualou ao catolicismo, tendo também seu grupo de "não praticantes".


No meio evangélico, quando alguém deixa de frequentar a igreja, costuma receber o rótulo de 'desviado". Porém ser “desigrejado” não é o mesmo que ser “desviado”. O desviado seria aquele que não apenas deixou a igreja, mas afastou-se do próprio Cristo, voltando às práticas pecaminosas que antes dominavam sua vida.
Já o desigrejado não pretende afastar-se de Cristo, nem de Seus ensinamentos, mas tão-somente da máquina eclesiástica.


Os desigrejados não estão abandonando a Igreja, como geralmente se alega, e sim as estruturas denominacionais que se arrogam o direito de se intitular “igreja”. A Igreja de Cristo não é e nunca foi presbiteriana, batista, metodista, pentecostal, episcopal ou coisa parecida. Tais termos designam estruturas eclesiásticas. Isso inclui a denominação que sou membro e pastor. O Reino é muito maior que as denominações. O problema é que estamos mais preocupados em preservar os odres do que o vinho.
Meu conselho aos desigrejados é que busquem unir-se para cultuar a Deus e dar testemunho do Seu amor. Seu desânimo para com as instituições tem lá suas justificativas. Mas não permitam que isso lhes afaste da prática do primeiro amor.